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Iges-DF anuncia investimento em 7 novas UPAs; deputada questiona modelo

Publicado em 27/11/2025 13h45

Foto: Rinaldo Morelli/ Agência CLDF

Em audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa hoje (27) para a apresentação da prestação de contas do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) no segundo quadrimestre, o presidente do instituto, Cléber Monteiro, apresentou o quadro de investimentos nos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) sob sua administração. Em destaque, estão as reformas realizadas no Hospital de Base e a construção de sete novas UPAs.

Em relação ao Hospital de Base, o valor investido pelo Iges-DF no segundo quadrimestre superou o total investido no Hospital Regional de Santa Maria, no Hospital Cidade do Sol e nas Unidades de Pronto Atendimento. Só para o Hospital de Base foram destinados R$ 12.472.718, contra R$ 8.420.994 para o Hospital Regonal de Santa Maria e R$ 3.612.058 para o Hospital Cidade do Sol e UPAs. O presidente do Iges-DF justificou o gasto maior com o Hospital de Base. “Metade dos nossos investimentos foram para o Hospital de Base. O fato é que estamos com um hospital de 65 anos, é praticamente trocar a roda do carro com o carro andando. É um hospital muito antigo, com estrutura muito antiga. Estamos trabalhando para remodelar todo o hospital. Nos centros cirúrgicos, por exemplo, não fizemos reformas, estamos construindo tudo de novo”, afirmou Cléber Monteiro.

A construção de novas UPAs também foi debatida durante a audiência pública. Números apresentados por técnicos do Iges-DF apontam para a construção de sete novas unidades a um custo estimado de R$ 19 milhões por unidade. As novas unidades deverão ser instaladas nas administrações regionais do Sol Nascente, Estrutural/Jóquei, Guará, Águas Claras, Taguatinga Sul, Água Quente e Arapoanga.

 

Foto: Rinaldo Morelli/ Agência CLDF


Para a presidente da Comissão de Saúde, deputada Dayse Amarilio (PSB), a estratégia de concentrar a atuação em UPAs não se justifica. “A sensação que nós temos é que existe uma priorização de investimento no Iges em relação à Secretaria de Saúde como um todo. A gente não vê investimento como esses em outros hospitais da rede. Por que insistir no investimento em UPAs e não em estratégia de saúde primária da família? É por isso que as UPAs estão sempre lotadas. A lógica deste governo é terceirizar absolutamente tudo”, criticou.

A deputada também reclamou do bloqueio de leitos nos hospitais administrados pela Secretaria de Saúde. “Temos um andar inteiro do Hospital Regional da Asa Norte com 42 leitos bloqueados por causa de problemas com recursos humanos. São leitos bloqueados que impactam diretamente as pessoas que precisam. Falam que o problema é o servidor, que não gosta de trabalhar, que não bate ponto. A situação só não está pior porque ainda temos servidores que continuam trabalhando mesmo doentes. São 293 leitos bloqueados na Secretaria de Saúde hoje por falta de profissionais. Faltam 25 mil profissionais na rede hoje”, apontou a deputada.

A promotora de Justiça do Ministério Público, Hiza Carpina, ressaltou o caráter democrático da prestação de contas ao Poder Legislativo. “Este é um momento legítimo da democracia na perspectiva da atuação da Câmara Legislativa em seu papel de fiscalização em nome do povo do Distrito Federal”, frisou. A promotora também elogiou os avanços na informatização dos processos do Iges-DF e cobrou desempenho semelhante da Secretaria de Saúde. “Há uma necessidade de investimento em tecnologia da informação na Secretaria de Saúde do DF para melhorar a qualidade da gestão, pois o uso de ferramentas tecnológicas avançadas permite soluções mais rápidas para os problemas práticos”, afirmou.

Eder Wen - Agência CLDF

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