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Homenagem a Ricardo Cappelli é “um tributo à democracia”, diz presidente da CLDF

Publicado em 23/05/2023 21h46

Foto: Renan Lisboa/Agência CLDF

“Esta homenagem é um tributo à democracia”. Com estas palavras, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luiz (MDB), abriu a sessão solene, na noite desta terça-feira (23), na qual recebeu o Título de Cidadão Honorário de Brasília Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, após os atos do dia 8 de janeiro passado.

“O que aconteceu nos envergonha como brasilienses, mas nos levantamos pelas mãos de pessoas como o ministro da Justiça, Flávio Dino, e Ricardo Cappelli, que veio para o DF salvar a democracia, salvar esta cidade”, acrescentou o deputado, fazendo referência ao homenageado e ao titular da pasta da Justiça, presente à solenidade, e ainda ao presidente Lula.

Wellington Luiz fez menção à CPI dos Atos Antidemocráticos, em curso na CLDF, que investiga os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 e 12 de dezembro de 2022: “A CPI está apurando o que aconteceu. Esses atos não vão ficar em vão”. Porém, observou o parlamentar, aquele era um momento de alegria. “É uma honra para o povo de Brasília prestar este tributo”, declarou.

Coautora da homenagem, a deputada Dayse Amarilio (PSB) descreveu Cappelli como uma pessoa simples, que “abraça no trato”. Além dela, outros deputados distritais participaram da sessão solene: Chico Vigilante (PT), Max Maciel (Psol), Gabriel Magno (PT) e Fábio Felix (Psol). Foi lida mensagem do vice-presidente da CLDF, deputado Ricardo Vale (PT), que não compareceu por questões de saúde. Também estavam presentes o deputado federal Prof. Reginaldo Veras (PV-DF) e parlamentares de estados como Maranhão e Pernambuco.

Interventor federal

“Um dia contarei como Cappelli se tornou interventor em cinco segundos”, anunciou o ministro Flávio Dino ao dirigir-se ao homenageado. “Não obstante tenha momentos de braveza, ele é, acreditem, uma pessoa bem-humorada, e com isso faz a convergência entre vários sentimentos”, prosseguiu. Ainda evidenciou que todos reconheciam as virtudes do novo Cidadão Honorário de Brasília, destacou a crença de Cappelli na democracia e listou as presenças de pessoas que ele conheceu nos locais onde residiu – Rio de Janeiro, DF e Maranhão –, de vários campos ideológicos.
 

 

Ricardo Cappelli foi saudado pelo ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Marcos Antonio Amaro dos Santos, que externou admiração “pelo exemplo de grandeza e firmeza na solução dos problemas”. Por sua vez, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, agradeceu o trabalho dele como interventor federal e desejou boa sorte na missão como secretário-executivo do Ministério da Justiça. Já o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Torres Avelar, avaliou que o equilíbrio seja a grande qualidade de Cappelli, demonstrada em momentos de grandes dificuldades.

Houve pronunciamentos do diretor geral da Polícia Civil do DF, Robson Cândido da Silva; de Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, partido ao qual Cappelli é filiado; do ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo; e do procurador-geral de Justiça do DF, Georges Seigneur, que considerou a Cidadania Honorária uma “justa homenagem”, dizendo-se testemunha, à frente do Ministério Público do Distrito Federal, da condução de Cappelli no comando da Segurança Pública local.

Ainda participaram da homenagem, autoridades das forças de segurança do Distrito Federal; o governador da Paraíba, João Azevêdo; o ex-presidente da Câmara Legislativa, Geraldo Magela; amigos e servidores públicos locais e federais.

“Precisamos unir o país”

Em seu discurso, Ricardo Cappelli contou uma “história que poucos sabem”. Naquele dia de janeiro, ele estava de mudança para Brasília e seus familiares chegariam ao aeroporto, à noite, no mesmo horário em que ele se tornava interventor federal no DF. Por isso, dirigiu-se inicialmente à família “que viveu momentos difíceis em meio ao radicalismo”. A seguir, compartilhou a homenagem com cada dirigente das forças de segurança locais e nacionais que estiveram ao seu lado “desde o momento em que entrei na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal” e agradeceu o apoio das corporações, bem como do presidente da república e do ministro da Justiça, “pela confiança depositada”.
 

 

“Ao longo da missão jamais estive sozinho”, disse, relatando o propósito de estabilizar as forças de segurança com “firmeza e equilíbrio; firmeza e sensibilidade; além de firmeza no compromisso com o país”. Ele revelou ter vivido em 23 dias “mais do que vou viver durante os anos” e analisou que “fizeram com a PMDF no 8 de janeiro uma covardia, colocaram uma centena e meia de policiais na Esplanada para serem massacrados”. O seu objetivo, portanto, era “separar o joio do trigo”.

Daqui por diante, para Ricardo Cappelli, “o desafio é reunir o país em torno da democracia e do desenvolvimento. Pois, o que estabiliza a democracia é a prosperidade”. Para ele, o Brasil foi vítima de um golpe montado a partir do dia seguinte às eleições. “Não há nada que mude isso”, reafirmou. Agora, “a ideia é punir os responsáveis e preservar as instituições. Precisamos unir o país”, concluiu, sendo aplaudido de pé.

Marco Túlio Alencar - Agência CLDF