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Greve dos professores é tema de debates entre os parlamentares

Publicado em 13/03/2012 18h56
A dificuldade de interlocução entre os professores da rede pública de ensino, que estão em greve desde segunda-feira, foi tema de debates entre os deputados distritais na tarde desta terça-feira (13). O assunto ganhou o plenário após discurso da deputada Celina Leão (PSD), que considerou radical a decisão do GDF de cortar o ponto dos grevistas.
 "Como pode o governo, antes de qualquer negociação, dizer que vai cortar o ponto. Isso deveria ser feito em último caso", questionou a distrital. O presidente da Comissão de Orçamento Economia e Finanças (CEOF), deputado Agaciel Maia (PTC), reiterou o posicionamento do governador de não conceder reajustes aos professores. "Não há condições de atender às reivindicações da categoria em função de havermos atingido o limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)", explicou Agaciel.

Em aparte, o deputado Dr. Michel (PSL) observou que os professores podem receber melhorias nas condições de trabalho, em vez dos reajustes. "Já sabemos do posicionamento do governo contrário ao aumento, mas é preciso maior interlocução entre as partes", afirmou.

Para Liliane Roriz (PSD), não defender a isonomia dos professores com as demais carreiras de nível superior é "uma blasfêmia, de um governo incompetente e imoral". Arlete Sampaio (PT) também defendeu que haja constante negociação entre o governo e a categoria. A distrital defendeu ainda que haja uma progressiva elevação dos vencimentos dos professores.

Washington Mesquita (PSDB), por sua vez, apontou alternativas de economia para o GDF, como o corte no número de secretarias de Estado e de cargos comissionados.

Moderação - Siqueira Campos (PSC) e Claudio Abrantes (PPS) posicionaram-se contrariamente à radicalização de posições e apoiaram a abertura de diálogo para acabar com a greve. "Tudo tem seu tempo, precisamos de moderação e paciência. Vamos pensar nos 500 mil alunos da rede pública", destacou Siqueira. Já Abrantes criticou a ameaça de corte no ponto dos grevistas e relatou que e a decisão dos professores foi amplamente discutida com a categoria. "Faço esse pedido para que não se corte o ponto. Não devemos incitar o radicalismo, que só leva a perdas", ressaltou Abrantes.

LRF - Professor Israel (PDT) propôs que o gasto com o pagamento de educadores fique fora das contas da LRF. "O objetivo do legislador, quando criou esta Lei, não foi o de punir o servidor, mas o de permitir o planejamento do gasto com servidores. Essa Câmara tem que entrar nesse debate, pois mais recursos para professores não é gasto, é investimento".

Ao fim dos debates sobre a greve dos professores, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), relembrou o trabalho que a Casa fez para se enquadrar à LRF. "No início de 2011, estávamos acima do limite prudencial, gastando 2,74% da receita corrente líquida do DF. Nessa ocasião, os deputados ficaram meses sem poder contratar servidores. Hoje, com 1,43%, estamos na melhor média histórica", explicou Patrício.

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