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CPI ouve ex-secretário de Transportes e ex-diretor do DFTrans

Publicado em 17/03/2016 06h55

A CPI da Câmara Legislativa que investiga irregularidades na licitação n° 001/2011, que renovou a frota de transporte coletivo do DF, ouviu mais uma vez, nesta quinta-feira (17), o ex-secretário de Transportes José Valter Wasquez e o ex-diretor do DFTrans, Jair Tedeschi, que depôs na condição de convidado, enquanto o primeiro foi convocado para prestar depoimento. Os dois depoentes responderam às questões apresentadas pelos deputados Renato Andrade, presidente da comissão; Raimundo Ribeiro (PPS), relator; e Ricardo Valle (PT).

Um dos temas mais discutidos na oitiva com o ex-secretário de Transportes foram os critérios para a adoção da tarifa técnica pelos cofres públicos, em valor superior ao pago pelos usuários do sistema. O secretário voltou a defender a legalidade da licitação e negou que o advogado Sacha Reck tenha desempenhado papel de definir as decisões adotadas pela CPI. "Ele apenas assessorava tecnicamente", enfatizou, alegando ainda que não viu "conflito de interesses" em virtude de Sacha Reck prestar serviços a uma das empresas beneficiada - a Marechal - na operação de uma das bacias do sistema.  

Raimundo Ribeiro lembrou ao depoente que ele estava contestando a alegação do próprio presidente da comissão de licitação, que declarou à CPI que o advogado Sacha Reck "mandava os textos com a decisões a serem adotadas apenas para serem reproduzidas no documento oficial do GDF".

O ex-diretor do DFtrans Jair Tedeschi defendeu o processo de renovação da frota de ônibus do DF e também a escolha pelo modelo de sistema troncomodal, afirmando que é o mais utilizado em outras capitais. Lamentou, contudo, que antes de assumir o cargo no DFtrans perdeu para a Secretaria de Transportes a atribuição de fiscalizar a operação do sistema. "Foi como ficar sem um pé ou uma mão na gestão do sistema", advertiu Vasquez. Ambos os depoentes divergiram sobre os critérios de pagamento da tarifa técnica, por parte do governo.

"Mentiroso"  Durante as oitivas de hoje, o presidente da CPI, deputado Bispo Renato (PR), anunciou que não vai mudar de convocação para convite a decisão dos colegas de ouvirem o atual secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, enfatizando que os "pagamentos absurdos" feitos por ele precisam ser esclarecidos. "Ele tem que vir aqui depor e não adianta pensar que somos bestas. Ele é mentiroso e não merece a minha confiança", desabafou.

Lula – Antes do início dos depoimentos na CPI, Raimundo Ribeiro criticou duramente o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, por ter, segundo afirmou, mandado a polícia reprimir a manifestação das pessoas contrárias à posse de Lula. "Os bedéis do governador que estão aqui podem dizer a ele que quem precisa de repressão são os meliantes que estão dentro do Palácio do Planalto - e não o povo que protesta nas ruas", afirmou.

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