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CPI, auxílios e vacinas: pandemia segue mobilizando o plenário

Publicado em 27/04/2021 18h26

Foto: Carlos Gandra/CLDF

Em meio às críticas e pedido de abertura de CPI, o líder do governo, deputado Hermeto, pediu

Em meio às críticas e pedido de abertura de CPI, o líder do governo, deputado Hermeto, pediu "humildade" aos parlamentares e o reconhecimento de que o GDF garantiu a segunda dose da vacina

Os pronunciamentos dos parlamentares da Câmara Legislativa, durante a sessão remota desta terça-feira (27), repercutiram, mais uma vez, a gestão das crises sanitária e socioeconômica provocadas pela pandemia de Covid-19. Pedidos de apuração de irregularidades, por meio da CPI da Pandemia; de auxílios emergenciais e de ampliação da vacinação estiveram entre as manifestações.

Ao cobrar a instalação da CPI da Pandemia, o deputado Leandro Grass (Rede) apresentou a situação da contratação dos três hospitais de campanha. Ele lembrou a alta demanda por leitos de UTI e apontou que o governo, por meio de mudança nas especificações dos projetos básicos, tenha contratado leitos básicos. E, segundo ele, pelo mesmo valor. “Cadê os leitos de que precisamos? É o governo da mentira e da traição. Vai entregar algo diferente do que prometeu”, reclamou. Grass finalizou sua fala reforçando a necessidade de investigação. 

A deputada Arlete Sampaio (PT) concordou ser importante instalar a comissão parlamentar de inquérito, elogiando a CPI da Pandemia do Senado Federal: “Devíamos seguir o exemplo, sem esperar a interveniência da Justiça”. Ela ainda citou fala do senador Renan Calheiros, relator do colegiado federal: “Não se trata de perseguição, mas de buscar punir os responsáveis pelas mortes”

Júlia Lucy (Novo) também reforçou o pedido por uma CPI da Pandemia na CLDF. “Está clara a sequência de erros na gestão da saúde”, acrescentando concordar com a crítica de Leandro Grass sobre a contratação de leitos mais simples do que os de UTI. “O DF está em quinto lugar em relação à mortalidade, a despeito dos recursos da União”, apontou. “Aumentou o empobrecimento, a saúde está quebrada, as empresas estão quebradas, os mais pobres estão sangrando mais do que nunca”, completou.

Auxílios emergenciais

A deputada Arlete Sampaio lamentou o veto do governador Ibaneis Rocha ao projeto de lei que cria um benefício de R$ 408,00 para a população vulnerável do DF. Aprovada pela CLDF em 3 de março, a proposta foi vetada esta semana. “Olha o tempo que ele esperou para vetar... Se está defendendo vício de iniciativa, por que não enviou outro? Será que sabe que as pessoas estão morrendo de fome? Faz pouco caso da população mais vulnerável?”, questionou.

Por sua vez, o deputado Agaciel Maia (PL) elogiou a sanção do auxílio emergencial para os motoristas de transporte escolar e taxistas. Ele contou ter participado do ato e aproveitado para reivindicar o benefício para o setor de turismo. “O governador, em resposta, assinou um projeto concedendo”, comemorou. Também presente à solenidade de sanção, o deputado Rafael Prudente (MDB) considerou a assinatura uma demonstração de respeito à Casa.

Vacinação

Durante seu pronunciamento, Agaciel Maia fez uma reflexão sobre o atual cenário da pandemia no DF. “Alertei, há meses, que o primeiro passo era comprar vacinas e vacinar. Não precisaríamos de mais leitos, teríamos evitado a degradação humana, e as atividades estariam sendo normalizadas”, avaliou.  

Já o deputado Hermeto (MDB), líder do governo na Casa, cobrou “humildade” por parte dos colegas da oposição: “Não vi ninguém reconhecendo a competência e o planejamento da Secretaria de Saúde, que preservou a D2. Hoje temos estoque para aplicar a D2 em todos os que receberam a primeira dose”. O distrital parabenizou o governador, o secretário Osney Okumoto e a equipe, que, “mesmo com todas as dificuldades, estão buscando sempre melhorar”. 

Enfermeiros

Ainda na sessão de hoje, o deputado Cláudio Abrantes (PDT) defendeu a convocação dos enfermeiros da Saúde da Família aprovados no último concurso da secretaria. De acordo com ele, 1.014 profissionais poderiam ser aproveitados em diversas frentes e contribuir neste contexto de pandemia. “O governo reconhece que os enfermeiros da família podem atuar em outras áreas, mas, na hora de convocar, eles não podem ser incluídos nas vacâncias. É uma incoerência”, disse. Abrantes afirmou, ainda, ter ficado surpreso com a previsão de um novo concurso, sendo que o atual está dentro da validade. “Vamos oficiar a secretaria”, garantiu.

Denise Caputo - Agência CLDF