CLDF

A importância da mulher na política, tema da mesa redonda na manhã desta quarta-feira (1º) da 3ª Semana Legislativa pela Mulher da CLDF, reuniu as deputadas Arlete Sampaio (PT), Jaqueline Silva (Agir) e Júlia Lucy (União Brasil) na sala das comissões para debater a questão com as participantes do evento, transmitido ao vivo pela TV Câmara Distrital (canal 9.3) e YouTube.

Em seu terceiro mandato na CLDF, Arlete Sampaio lembrou que a sociedade brasileira ainda guarda traços marcantes do colonialismo, que traz um preconceito secular contra a mulher. “Temos que superar o patriarcado e desconstruir a sociedade machista”, disse, ao considerar que esta tarefa não é fácil porque, muitas vezes, é fruto da própria cultura familiar. “Disciplinem-se para não reproduzir atitudes machistas dentro das próprias famílias’, alertou Arlete.

Para ela, as mulheres precisam ocupar espaços de poder historicamente masculinos. Por diversas vezes durante o debate, Arlete enfatizou: “Temos que estimular a participação efetiva das mulheres na vida política”. 

Do mesmo modo, a deputada Jaqueline Silva observou que a mulher deve estar em todos os lugares onde haja discussão sobre questões de interesse coletivo, e motivou a presença feminina em conselhos nas cidades do DF, como os de saúde e educação.

Por outro lado, Jaqueline lamentou o fato de a CLDF ter apenas três mulheres exercendo mandato  atualmente, na composição de 24 parlamentares. Ela assinalou que a mulher precisa ter “coragem” para se posicionar e ser respeitada em várias situações, inclusive na jornada política, como assumir posições de comando na Casa. 

À frente da Procuradoria Especial da Mulher da CLDF, a deputada Júlia Lucy narrou episódios de preconceito contra a sua condição de mulher na vida política. Ela registrou a importância do apoio de outras mulheres parlamentares nesses momentos e agradeceu a sororidade exercida na prática pelas deputadas Arlete e Jaqueline. 

Lucy também salientou a relevância da cultura familiar nesse processo. “Se a mãe tem autonomia, sua descendência carrega o viés de luta”, opinou.

Ela exemplificou que, enquanto os meninos são incentivados a ir à rua, as meninas são motivadas a ficar em casa, e argumentou que as mulheres precisam romper com a visão histórica de não se perceber na posição de liderança e de poder. “Me dedico muito a inspirar outras mulheres a entrar na política”, completou.

Ao trazer a contextualização história da mulher na política brasileira, a mediadora do evento, Patrícia Andrade, diretora da Escola do Legislativo (Elegis), lembrou o reconhecimento do voto feminino no País em 1932. No Distrito Federal, desde 1991, a Câmara Legislativa teve 21 deputadas distritais, representadas na exposição fotográfica na Galeria das Parlamentares, inaugurada ontem (31) no foyer do plenário. 

Oficinas

O evento prossegue hoje com as oficinas “Direitos Humanos e violência contra a mulher – o relato como estratégia de enfrentamento”, “Refletindo sobre as estratégias de proteção e prevenção à violência contra a mulher” e “Educação antissexista e voltada para o respeito e igualdade de gênero”. Nesta tarde, a Semana Legislativa pela Mulher apresenta as palestrantes Enir Junker e Felícia Ibiapina, entre outras, em mesa redonda coordenada pela presidenta do Conselho Curador de Cultura da CLDF, Jane Marrocos.

Amanhã (2) pela manhã, Maísa Guimarães abordará o tema da equidade de gênero e Marlene Rodrigues falará sobre violência contra a mulher. Já à tarde Ludmila Carneiro tratará sobre os direitos da mulher. As atividades da 3ª Semana Legislativa pela Mulher da CLDF são gratuitas e as inscrições podem ser feitas pelo link https://www.cl.df.gov.br/web/guest/3a-semana-legislativa-pela-mulher

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