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Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira (12), o sócio majoritário da empresa Campo da Esperança, Moacir Pinto Filho, disse que herdou irregularidades do GDF quando assumiu a tarefa de administrar todos os cemitérios do Distrito Federal, por concessão pública. "Não posso ser responsável por problemas que ocorreram antes mesmo de eu nascer", afirmou.

Moacir afirmou que já se deparou com situações inusitadas nos cemitérios que administra. "Já vi mulher enterrada onde deveria haver homem. Quando isso acontece, nós, por solidariedade, cedemos uma área para a família não ficar desamparada", revelou. O empresário disse que é pioneiro no ramo funerário do país. "Sou o maior vendedor de morte antecipada do Brasil. Em Fortaleza tenho umas 150 mil pessoas que já pagaram o seu enterro. O perfil do meu cliente é aquele que tem pavor de funerária", explicou. Moacir afirmou que a sua empresa vende planos funerários completos parcelados em várias prestações, "o que já é uma realidade nos Estados Unidos e na Europa".

A venda antecipada da morte não precisa ser registrada em nota fiscal, segundo Moacir. "O que você compra é um bem imóvel, um jazigo. É a mesma coisa de comprar um apartamento. Só se emite a escritura. É a forma mais segura de evitar o mercado da morte de papa-defuntos", afirmou. Moacir se recusou a comentar as conclusões da CPI dos Cemitérios da Câmara dos Vereadores de Valparaíso (GO), que investigou o cemitério e crematório do empresário na cidade goiana e o acusou de revender caixões que deveriam ser cremados. "Não tive direito de ser ouvido naquela CPI, portanto não considero aquela investigação legal", justificou.