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Servidores de diversas carreiras lotam galeria do plenário em busca de reparações salariais

Publicado em 30/03/2022 17h33

Foto: Carlos Gandra/CLDF

Servidores esperam o retorno da sessão desta quarta-feira, suspensa para aguardar a chegada dos projetos do Executivo que tratam de gratificações, auxílios ou reajustes

Servidores esperam o retorno da sessão desta quarta-feira, suspensa para aguardar a chegada dos projetos do Executivo que tratam de gratificações, auxílios ou reajustes

Às vésperas de se encerrar a “janela” para a aprovação de projetos de reajustes salariais em ano eleitoral, servidores de diversos órgãos e carreiras distritais compareceram à Câmara Legislativa, nesta quarta-feira (30), para acompanhar a votação de suas demandas. São gratificações, auxílios ou reajustes para trabalhadores da Defensoria Pública, vigilância ambiental, saúde, meio ambiente, assistência social, trânsito, entre outras áreas. Todos os projetos são de competência do Executivo, mas nem todos foram enviados pelo governo até o início dos trabalhos desta tarde. A sessão foi suspensa por volta das 17h, para aguardar as propostas.

No plenário, diversos distritais discursaram a favor dos pleitos e se comprometeram a votar as propostas com celeridade. “Hoje é um dia importante nesta Casa. Estamos na expectativa de corrigir injustiças com várias categorias, como a dos agentes de vigilância ambiental, que é o servidor mais sofrido do DF”, disse Agaciel Maia (PL). Segundo o distrital, esses servidores – que recebem os menores salários do funcionalismo local – lutam por uma gratificação de R$ 2 mil prometida pelo governador Ibaneis Rocha desde a campanha eleitoral.

Ao saudar os servidores presentes no plenário, o deputado Fábio Felix (Psol) elogiou a mobilização e lamentou que o governo não tenha feito uma “reestruturação geral de todo o serviço público”: “Vamos votar um varejo para ajudar uma categoria ou outra, fatiaram auxílios e gratificações”.   

“Na reta final de sua infeliz gestão, o governo começa a fazer penduricalhos, é apenas correção do que deveria ter sido feito lá atrás”, avaliou o deputado Leandro Grass (PV). Ele defendeu “um grande projeto de reformulação, recuperação e fortalecimento dos serviços públicos, readequando auxílios e gratificações sem fazer populismo”.  

Para o deputado Chico Vigilante (PT), o GDF demorou muito para mandar os projetos. “Está mandando aos 45 minutos do segundo tempo. Gastar com serviço público não é despesa, é investimento. O serviço público serve a todos”, defendeu.

Na mesma linha, Arlete Sampaio (PT) disse que o verdadeiro estadista se preocupa com a qualidade dos serviços públicos e acrescentou: “Entre os fatores que elevam a qualidade, está a valorização dos servidores”. 

O deputado Delegado Fernando Fernandes (Pros) destacou ser funcionário público e conhecer “o sufoco de vários anos sem reajuste”. Ele lembrou que a Polícia Civil conseguiu recentemente, “a duras penas”, o reajuste do auxílio alimentação e o auxílio uniforme. “Para serviço de qualidade, é preciso valorizar servidor”, concluiu.

Assim como outros colegas, o presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB), também garantiu apoio aos trabalhadores: “Estamos prontos para dar a resposta que as categorias precisam”.

Direito à manifestação

Vários distritais criticaram a repressão a manifestações na Praça do Buriti. O deputado Professor Reginaldo Veras (PV) relatou que, a mando do governador, a polícia militar tentou desligar a caixa de som e retirar a estrutura montada por enfermeiros e especialistas em saúde, durante ato realizado ontem (29). Ele ainda informou que hoje o sindicato dos servidores da assistência social sequer pode montar uma tenda nas proximidades do Palácio. “Se o governador não aguenta manifestação e pressão, pede para sair ou não entre. O povo é feito para pressionar”, argumentou.

Da mesma forma, Fábio Felix repudiou a postura do governador de tentar cercear, “de forma autoritária”, a liberdade de manifestação na praça do Buriti.

Denise Caputo - Agência CLDF