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Deputados discutem rumos da CPI dos Atos Antidemocráticos

Publicado em 14/02/2023 17h51

Foto: Figueiredo/CLDF

Em sua primeira reunião nesta terça-feira, CPI aprovou a convocação de Antônio Cláudio Alves, acusado de quebrar o relógio histórico do Planalto, e do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres

Esta terça-feira (14) marcou o início oficial dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar os atos antidemocráticos ocorridos nos dias 12 de dezembro do ano passado e 8 de janeiro deste ano. Pela manhã, a CPI aprovou a convocação e quebra de sigilo do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. À tarde, durante a sessão ordinária, a expectativa sobre o trabalho de investigação da comissão dominou os pronunciamentos dos parlamentares.

O deputado Fábio Félix (PSOL), que integra a CPI, comentou sobre as mensagens encontradas no telefone celular do governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB). “O governador respondia para as altas autoridades que a cidade estava tranquila. As mensagens não inocentam o governador da sua responsabilidade de governar a cidade. Na verdade, revela um certo menosprezo dele sobre a preocupação de outras autoridades a respeito dos atos que estavam ocorrendo”, afirmou. 

Relator da CPI dos Atos Antidemocráticos, o deputado Hermeto (MDB) saiu em defesa de Ibaneis. “Eu vi alguns jornais dizendo que ele estaria insinuando que queria um golpe, pois estava pedindo a presença do Exército. Pelo amor de deus. Não tem nada de mais naquelas mensagens. O governador confiou na Secretaria de Segurança e foi pego com as calças curtas”, defendeu. 

Para o deputado Joaquim Roriz Neto (PL), que também integra a CPI, “é preciso investigar as pessoas que estavam no dia dos atos cometendo o vandalismo, e não investigar só os cabeças”.
 

 

Paula Belmonte (Cidadania), suplente na comissão, discursou em defesa dos presos pelos atos antidemocráticos. “Há mulheres que foram presas injustamente, há pais de família. Uma pessoa acampada não necessariamente está fazendo algo errado. Fui lá na penitenciária e vi senhoras presas. Vi mulheres fazendo oração, pessoas que simplesmente foram convidadas para entrar dentro de um ônibus. Não há justificativas para manter essas pessoas presas. Se temos hoje um ex-presidiário no poder, por que temos pessoas na prisão que não foram condenadas?”, questionou.

O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), rebateu a colega. “Tenho ouvido pessoas falando dos coitadinhos que foram presos. Mas na hora de quebrar o Palácio do Planalto não eram coitadinhos. Na hora de invadir o STF não eram coitadinhos. E aquela Dona Fátima que disse que ia quebrar tudo e pegar o Xandão. Era coitada? Não era. Espero que os sete integrantes desta comissão estejam realmente dispostos a ir fundo nessa investigação. Esta CPI não vai terminar em pizza”, garantiu. 

Por fim, o deputado Pastor Daniel de Castro (PP), também integrante da CPI, garantiu que a comissão fará sua investigação, mas já prevê discussões acirradas entre os integrantes. “Faremos uma investigação plena e absoluta para buscar os culpados. A nossa voz, a chamada voz da direita, só quer o devido processo legal, a ampla defesa, o contraditório. Não podemos criminalizar todas as pessoas. A voz da direita vai ecoar nesta Casa, podem ter certeza. Teremos grandes embates na CPI devido às diferenças ideológicas”, afirmou. 

Eder Wen - Agência CLDF