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Deputados cobram apuração de denúncia de tortura contra ativista preso

Publicado em 04/05/2021 17h40

Foto: Reprodução/TV Web CLDF

A deputada Arlete Sampaio trouxe o tema ao plenário e disse ser “inadmissível” qualquer agressão por questões políticas. “É preciso haver apuração rigorosa e responsabilização”, defendeu

A deputada Arlete Sampaio trouxe o tema ao plenário e disse ser “inadmissível” qualquer agressão por questões políticas. “É preciso haver apuração rigorosa e responsabilização”, defendeu

O ativista Rodrigo Grassi, conhecido como Rodrigo Pilha, foi preso durante protesto em 18 de março, por segurar faixa chamando o presidente Jair Bolsonaro de “genocida”. No último final de semana, veio à tona a denúncia de que teria sido agredido, física e verbalmente, por agentes penitenciários na prisão. O assunto repercutiu no plenário da Câmara Legislativa nesta terça-feira (4), e distritais cobraram “apuração rigorosa” das denúncias.

A deputada Arlete Sampaio (PT) considerou “lamentável” a prisão do ativista, simplesmente por ter empunhado uma faixa contra Bolsonaro, e disse ser “inadmissível” qualquer agressão por questões políticas. “É preciso haver apuração rigorosa e responsabilização”, defendeu. 

“Rodrigo foi preso em meio a um enredo equivocado e ilegal. A Polícia Militar não pode fazer prisão política”, afirmou Fábio Felix (PSOL). “Ele passou pela Papuda, e há denúncias graves de tortura e violência que precisam ser apuradas com rigor, para que esse tipo de prática não aconteça em nenhuma instituição”, argumentou o distrital. E emendou: “Ninguém pode sofrer tortura por sua opinião e militância”.

Já o deputado Reginaldo Sardinha (Avante) disse fazer questão da apuração e ter certeza de que “não vai dar em nada”. “Onde que um policial vai fazer uma coisa dessas, ainda mais sabendo que é preso político? Os agentes trabalham sob pressão, mas de forma correta”, afirmou. “Por muitas décadas, a Câmara Legislativa não teve um carcereiro como deputado. Nunca tivemos voz. Como policial civil e agente penitenciário, vejo que direitos humanos servem mais para alardear”, completou.

Em resposta à fala de Sardinha sobre os direitos humanos, Chico Vigilante (PT) lembrou que a garantia e a promoção dos direitos humanos estão tanto na Constituição Federal como na Lei Orgânica do DF: “Isso não é favor, é obrigação”. Já Arlete Sampaio disse se tratar de um “princípio civilizatório” e “valor cristão”. E Felix concluiu: “É algo fundamental, é a proteção da dignidade de todos. Ninguém fez generalização simplista sobre os agentes penitenciários, mas quem erra precisa ser punido, para honrar a imagem dos que trabalham direito”.

Denise Caputo - Agência CLDF