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Campanha Setembro Amarelo é tema de comissão geral na Câmara Legislativa

Publicado em 30/09/2021 17h47

Foto: Bruno Sodré/CLDF

Valdelino Barcelos explicou que o objetivo do debate é alertar e orientar a população sobre a realidade do suicídio e disse que é preciso acabar com o tabu sobre o assunto

Valdelino Barcelos explicou que o objetivo do debate é alertar e orientar a população sobre a realidade do suicídio e disse que é preciso acabar com o tabu sobre o assunto

Por iniciativa do deputado Valdelino Barcelos (PP), a Câmara Legislativa do Distrito Federal promoveu comissão geral na tarde desta quinta-feira (30) para debater o tema da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. De acordo com dados do site da campanha, são registrados mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Valdelino Barcelos explicou que o objetivo do debate é alertar e orientar a população sobre a realidade do suicídio. “Precisamos acabar de vez com o tabu de falar sobre o assunto. Os dados são alarmantes. O suicídio é a terceira causa de mortes entre os jovens de 15 a 29 anos. Segundo OMS, de cada 10 casos de suicídio, nove poderiam ser evitados, ou seja 90% de vidas salvas”, argumentou o distrital, acrescentando a necessidade de sensibilização da sociedade de que o suicídio pode ser evitado. 

O deputado João Cardoso (Avante) disse que o tema mexe não só com o DF, mas com toda a humanidade. Para ele, a pandemia agravou ainda mais o quadro, principalmente por causa do isolamento social. Cardoso assinalou que os sinais emitidos pelas pessoas em sofrimento nem sempre são percebidos pelos familiares e amigos. “A campanha é muito boa para conscientizar a população e ensinar a prestar mais atenção para este problema”, completou.

A presidente do comitê permanente de prevenção ao suicídio e representante da secretaria de Saúde, Fernanda Bem Querer, falou sobre o que a pasta tem feito em termos de políticas públicas de prevenção. Segundo ela, alguns países estão conseguindo reduzir os índices, o que traz esperança para o Brasil. Na opinião da especialista, o suicídio é um problema de saúde pública, mas não exclusivo da saúde, e requer a participação de vários setores da sociedade, como a segurança, educação, sociedade civil organizada, mídia, comunidade, entre outros. Ela destacou ainda a formação do comitê permanente prevenção e a implantação de um plano de ação temático.

Na mesma linha, o capelão e coordenador do programa de valorização da vida da PMDF, tenente coronel Gisleno de Faria, classificou o problema do suicídio como multifatorial e complexo. Por conta disso, segundo ele, as respostas reducionistas não surtem efeito. Faria ressaltou a importância de tratar do luto do suicídio, “problema não acaba com o enterro”. “O suicida não que acabar com a vida, mas acabar com a dor. Precisamos trabalhar para eliminar a dor destas pessoas”, analisou, destacando que o simples ato de aprender a ouvir, pode salvar vidas.

O secretário de Políticas para a criança e o adolescente da secretaria de Justiça, Rodrigo Barbosa, relatou a realização e rodas de conversa para tratar de prevenção ao suicídio com adolescentes. Já o diretor geral adjunto do Detran-DF, Gustavo Amaral, destacou programa de ações internas de cuidado com a saúde mental dos seus servidores.

O debate contou ainda com a exibição de um vídeo sobre a origem da campanha Setembro Amarelo. Além disso, representantes de estudantes, ongs e órgãos como Polícia Civil, SAMU, Corpo de Bombeiros, DER, entre outros, relataram suas experiências com a temática.

Campanha iniciada em 2015

A campanha Setembro Amarelo é uma iniciativa brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015. O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. Entre outras ações, a campanha promove a iluminação de monumentos históricos, pontos turísticos e espaços privados em todo o País para chamar a atenção da sociedade para o tema.

Luís Cláudio Alves - Agência CLDF