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Vigilante apresenta moção para tornar Trump "persona non grata" no DF

Declaração do americano sobre Brasília como “capital violenta” repercutiu no plenário da CLDF
Publicado em 12/08/2025 17h56

Foto: Carolina Curi/ Agência CLDF

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) apresentou, nesta terça-feira (12), a moção 1.457/2025 para tornar persona non grata no Distrito Federal o presidente do Estados Unidos, Donald Trump. A proposta vem a reboque de um discurso do americano, no qual se referiu a Brasília e a outras cidades pelo mundo como exemplos de capitais com alto nível de criminalidade. Em maio deste ano, o governo Trump já havia recomendado a turistas dos EUA que não visitassem Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, todas cidades do Distrito Federal. O assunto dominou discursos da sessão ordinária da Câmara Legislativa nesta terça-feira (12).    

“Eu sou brasileiro, não me rendo, e não aceito interferência externa no nosso país. Esse elemento chamado Donald Trump não tem o direito de se meter nas nossas questões internas. Portanto, ele que cuide lá dos Estados Unidos e do Brasil cuidamos nós que somos brasileiros”, argumentou Vigilante ao introduzir o assunto. 

Colega de partido, o deputado Gabriel Magno endossou a moção e teceu críticas ao governador Ibaneis Rocha, que hoje encaminhou carta a Trump na qual detalha o cenário da segurança pública da capital. "O presidente Donald Trump ontem, com dados falsos, atacou de maneira gratuita o Distrito Federal. Hoje, o governador faz uma carta subserviente, submissa, abaixando a cabeça de maneira covarde para os interesses de outro país”, classificou o distrital da oposição. Alinhado com a situação, o pastor Daniel de Castro (PP) discordou. “Dizer que o governador Ibaneis abaixa a cabeça pro Trump é de uma deslealdade... Ele está sendo diplomata, um cara que tem responsabilidade", enalteceu.

Max Maciel (Psol) também repercutiu o documento. "Só faltou o governador pedir desculpas ao presidente americano. Prestou contas para um presidente de fora sobre a realidade da capital. Bem, nós não precisamos prestar contas para ninguém a não ser para a população do DF, que está carecendo de atendimento nos hospitais, de melhor qualidade de vida na ponta, é disso que devemos que cuidar”, comentou Maciel.

Líder do governo, Hermeto (MDB) subiu à tribuna para resgatar marcos recentes da segurança pública do DF. “Eu discordo de quem diz que Brasília é uma capital insegura; não conhecem Brasília. Hoje, Brasília é uma das cidades mais seguras do Brasil, graças ao trabalho integrado das forças de seguranças e graças a este governo. Porque o governo anterior não contratou um policial, nosso governo já contratou mais de 5 mil policiais e promoveu mais de 16 mil. E estamos trazendo agora a recomposição salarial, claro, trabalhando junto com o governo federal”, detalhou.

Já os parlamentares Thiago Manzoni e Roosevelt, ambos do PL, rebateram o discurso de que os Estados Unidos estão tentando atacar a soberania brasileira. “A esquerda que está aqui dizendo que defende o Brasil e os interesses nacionais usou o mesmo discurso na Venezuela. Nunca foi por soberania de lá como não é por aqui. É por um projeto ditatorial, de submissão da nação a um projeto esquerdista, socialista, comunista, o nome que você quiser dar para esse lixo”, declarou Manzoni. Roosevelt reforçou: “A esquerda só acusa os adversários do que ela faz. Chame-os do que você é”, analisou.

Daniela Reis (Agência CLDF)