Vigilante apresenta moção para tornar Trump "persona non grata" no DF
Vigilante apresenta moção para tornar Trump "persona non grata" no DF
Declaração do americano sobre Brasília como “capital violenta” repercutiu no plenário da CLDF
Foto: Carolina Curi/ Agência CLDF

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) apresentou, nesta terça-feira (12), a moção 1.457/2025 para tornar persona non grata no Distrito Federal o presidente do Estados Unidos, Donald Trump. A proposta vem a reboque de um discurso do americano, no qual se referiu a Brasília e a outras cidades pelo mundo como exemplos de capitais com alto nível de criminalidade. Em maio deste ano, o governo Trump já havia recomendado a turistas dos EUA que não visitassem Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá, todas cidades do Distrito Federal. O assunto dominou discursos da sessão ordinária da Câmara Legislativa nesta terça-feira (12).
“Eu sou brasileiro, não me rendo, e não aceito interferência externa no nosso país. Esse elemento chamado Donald Trump não tem o direito de se meter nas nossas questões internas. Portanto, ele que cuide lá dos Estados Unidos e do Brasil cuidamos nós que somos brasileiros”, argumentou Vigilante ao introduzir o assunto.
Colega de partido, o deputado Gabriel Magno endossou a moção e teceu críticas ao governador Ibaneis Rocha, que hoje encaminhou carta a Trump na qual detalha o cenário da segurança pública da capital. "O presidente Donald Trump ontem, com dados falsos, atacou de maneira gratuita o Distrito Federal. Hoje, o governador faz uma carta subserviente, submissa, abaixando a cabeça de maneira covarde para os interesses de outro país”, classificou o distrital da oposição. Alinhado com a situação, o pastor Daniel de Castro (PP) discordou. “Dizer que o governador Ibaneis abaixa a cabeça pro Trump é de uma deslealdade... Ele está sendo diplomata, um cara que tem responsabilidade", enalteceu.
Max Maciel (Psol) também repercutiu o documento. "Só faltou o governador pedir desculpas ao presidente americano. Prestou contas para um presidente de fora sobre a realidade da capital. Bem, nós não precisamos prestar contas para ninguém a não ser para a população do DF, que está carecendo de atendimento nos hospitais, de melhor qualidade de vida na ponta, é disso que devemos que cuidar”, comentou Maciel.
Líder do governo, Hermeto (MDB) subiu à tribuna para resgatar marcos recentes da segurança pública do DF. “Eu discordo de quem diz que Brasília é uma capital insegura; não conhecem Brasília. Hoje, Brasília é uma das cidades mais seguras do Brasil, graças ao trabalho integrado das forças de seguranças e graças a este governo. Porque o governo anterior não contratou um policial, nosso governo já contratou mais de 5 mil policiais e promoveu mais de 16 mil. E estamos trazendo agora a recomposição salarial, claro, trabalhando junto com o governo federal”, detalhou.
Já os parlamentares Thiago Manzoni e Roosevelt, ambos do PL, rebateram o discurso de que os Estados Unidos estão tentando atacar a soberania brasileira. “A esquerda que está aqui dizendo que defende o Brasil e os interesses nacionais usou o mesmo discurso na Venezuela. Nunca foi por soberania de lá como não é por aqui. É por um projeto ditatorial, de submissão da nação a um projeto esquerdista, socialista, comunista, o nome que você quiser dar para esse lixo”, declarou Manzoni. Roosevelt reforçou: “A esquerda só acusa os adversários do que ela faz. Chame-os do que você é”, analisou.
Daniela Reis (Agência CLDF)