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Situação dos moradores da Fercal é debatida em audiência pública

Publicado em 12/05/2012 13h31
Moradores, deputados, autoridades do DF, do Ministério Público e do Ibama reuniram-se hoje no auditório da Câmara, para debater a situação dos moradores da Fercal, afetados no último dia 25 de janeiro pelo transbordamento do córrego Engenho Velho. A audiência foi promovida pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, motivada pelo interesse em saber que tipo de critério foi usado na remoção dos moradores, segundo afirmou sua presidente, deputada Erika Kokay (PT), na abertura dos trabalhos.

Erika esclareceu que a comissão recebeu denúncias de que direitos dos moradores estariam sendo violados, em razão da falta de informação a respeito dos critérios adotados para a derrubada das casas. A deputada disse que se tornava necessária uma ampla discussão da questão, a fim de verificar o que é possível fazer para tornar a questão menos traumática para as famílias que já foram retiradas e para aquelas que estão em vias de sair.

Exatamente para que todos tivessem elementos para uma tomada de decisões mais consistente com a realidade e possibilidades, a deputada decidiu inverter a ordem das discussões, chamando os moradores para falar em primeiro lugar. Quase vinte pessoas, entre moradores e presidentes de associações e autoridades que participaram das operações inscreveram-se para falar.

O primeiro a se manifestar foi o morador Otaviano José da Costa, que protestou contra a derrubada das casas "na marra", alegando ser isso "uma covardia, pois não são criminosos nem marginais". A maioria dos representantes da comunidade reclamou da violência da retirada e da transferência daqueles que se encontravam em área de risco para a Samambaia, longe de seus empregos e de onde estudavam seus filhos.

Gilmar Ferreira da Silva, por exemplo, disse que nunca foi à Samambaia e não quer "ser arrancado do local onde morou praticamente por toda a vida".

  Simone Magalhães, de 72 anos, protestou contra a derrubada dos muros sem falar com os donos e de serem as coisas das pessoas jogadas na chuva, sem nenhuma consideração. Presidentes e representantes de associações de moradores de localidades próximas expressaram seu apoio à causa dos moradores da Fercal. A presidente do Movimento dos Inquilinos de Sobradinho II, Simone Magalhães,  disse que é possível assentar os moradores da Fercal em áreas vizinhas, como a Boa Vista e Chácara Buritis. O major da Defesa Civil, Vicente Thomaz, que comandou a operação na Fercal, explicou que o critério básico de derrubada das casas foi o risco iminente. Lembrou que a maioria dos integrantes da Defesa Civil é originária do Corpo de Bombeiros, instituição respeitada pela sociedade, e que eles estão preparados para proteger o cidadão, quando sua vida e de suas famílias estão em risco, refutando as denúncias de que teriam agido de forma violenta.

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