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Pesquisadores, universidades e empresários cobram investimentos em ciência e tecnologia

Publicado em 05/12/2007 12h09
Os recursos alocados pelo governo do Distrito Federal para investimentos em ciência e tecnologia (C&

T) no próximo ano são irrisórios. Esse o entendimento da comunidade acadêmica e dos empresários que acreditam que a vocação do desenvolvimento econômico de Brasília se assenta na implantação de um parque industrial limpo, baseado prioritariamente nas chamadas atividades de ponta de tecnologia, como no projeto do Parque Capital Digital.

Durante audiência pública promovida pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), hoje pela manhã na Câmara Legislativa, a comunidade distribuiu manifesto no qual analisa a situação do setor e elenca várias propostas concretas para ações de governo que possam garantir o desenvolvimento do DF.

Com o apoio do empresariado local, representado pela Federação das Indústrias (Fibra) - na figura de seu primeiro vice-presidente, Ricardo Caldas -,  o professor Edgar Mamia, vice-reitor da UnB e conselheiro da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), fez-se porta-voz do grupo para cobrar do GDF uma postura mais clara e agressiva de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico.

O manifesto lembra que o DF "necessita contar com uma política de investimento contínuo e significativo em pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação para gerar ou manter competitividade de seus produtos e serviços nos mercados nacional e internacional". Segundo o professor Mamia, o DF tem o menor índice de investimento em ciência e tecnologia do país.

Os conselheiros da Fundação de Amparo à Pesquisa do DF esperam que sejam alocados recursos orçamentários da ordem de R$ 200 milhões para C&

T em 2008, a serem distribuídos em ações em parques tecnlógicos, na parceria academias-empresas, em programas de núcleos de excelência, primeiros projetos e convênios com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Cnpq, assim como com o Ministério da Saúde.

O projeto de orçamento apresentado pelo GDF à Câmara, no entanto, prevê muito menos que o reivindicado para a área. O secretário de Planejamento, Ricardo Penna, explicou que orçamento total de investimentos do GDF para o ano que vem, baseado na receita tributária, é de apenas R$ 500 milhões o que inviabiliza, segundo ele, o aporte de quase a metade para C&

T.

Prioridade à criança e ao adolescente - Por seu turno, o promotor dos Direitos da Infância e da Juventude do Ministério Público, Pedro Oto de Quadros, cobrou do GDF o respeito às leis, nacionais e locais, que definem o atendimento à criança como prioridade absoluta do Brasil. Segundo Oto Quadros, a frustação de 6% do Orçamento de 2007, apresentada pelo secretário Penna, deu-se exclusivamente nas áreas de atendimento à criança.

 O promotor afirmou que o GDF não investiu absolutamente nada do previsto para este ano nos Conselhos Tutelares ou no Conselho de Crianças e Adolescentes. Quadros fez um alerta: "enquanto na Capital do País não cumprirmos as leis que protejem a infância e a adolescência, casos como o de Abaetetuba se multiplicarão". O promotor referia-se ao caso da menina presa no Pará numa cela com mais de vinte homens, que se tornou comoção nacional.

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