Pedro Passos nega cobrança de propina da Gautama
Pedro Passos nega cobrança de propina da Gautama

Confirmou que apresentou na Câmara Legislativa, juntamente com outros deputados, emenda no valor de R$ 3,9 milhões para continuidade das obras da barragem. Garantiu, no entanto, que a emenda foi bloqueada e, dessa forma, os recursos não foram repassados à construtora.
Passos apresentou em sua defesa um laudo do perito Ricardo Molina, da Unicamp, especialista em fonética forense, que aponta montagens nas gravações de diálogos mantidos entre o ex-deputado e diretores da Gautama. Apresentou também um DVD com imagens cedidas pela TV Terra Viva, onde se comprovaria a compra de uma égua e um cavalo de sua propriedade pela diretora comercial da Gautama, Maria de Fátima Palmeira. Sendo assim, o trecho do diálogo gravado em que Passos faz cobrança à diretora da empreiteira, diz respeito a "créditos lícitos" que ele teria a receber de Fátima e não à suposta propina como consta do inquérito da Polícia Federal que serviu de base para a denúncia ao ex-distrital.
Aproveitou também para ler trechos do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por unanimidade, julgou ilegal e abusiva a sua prisão por suposto envolvimento em irregularidades praticadas pela construtora Gautama.
O ex-parlamentar foi preso no âmbito da chamada "Operação Navalha", deflagrada pela Polícia Federal. Confirmou, ainda, que pediu ajuda financeira aos diretores da Gautama para a sua campanha política, mas nunca recebeu a prometida contribuição.
Quanto à sua atuação como secretário de Agricultura, Pedro Passos garantiu que nenhuma ilegalidade foi praticada durante sua gestão.
Disse que orientou seus comandados a agirem sempre dentro da "legalidade, lisura e transparência" em relação aos atos relativos ao contrato para a construção da barragem do Rio Preto. Fez questão de ressaltar que não foi o responsável pela licitação das obras da barragem, nem pelo contrato com a Gautama. Destacou, porém, que defendeu a continuidade das obras, nem que para isso fosse necessário cancelar a licitação e abrir uma nova concorrência.
O ex-deputado afirmou que se sentiu pressionado por seus colegas da Câmara Legislativa e por isso decidiu renunciar ao mandato.
Observou que não teve acesso às acusações que pesavam sobre ele, apesar de ter solicitado cópias dos CDs originais com gravações que o incriminavam. "Até hoje não recebi as cópias solicitadas", acrescentou.
Novo depoimento - Pedro Passos já estava depondo há mais de três horas, quando o presidente da CPI da Gautama, deputado Bispo Renato, decidiu suspender a reunião para não atrapalhar as atividades da Câmara Legislativa, já que passava das 14h. O ex-parlamentar deverá dar continuidade ao seu depoimento na próxima sexta-feira (13).
Ao final da reunião de hoje, a CPI aprovou requerimento do deputado Brunelli (DEM) que pede a convocação de 61 pessoas envolvidas nos processos judiciais relativos às supostas irregularidades praticadas pela construtora Gautama.