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Pedro Passos nega cobrança de propina da Gautama

Publicado em 12/05/2012 14h24
O ex-deputado distrital Pedro Passos negou hoje, em depoimento à CPI da Gautama, que tenha recebido propina da construtora Gautama para liberar recursos públicos em benefício das obras da barragem do Rio Preto, conduzidas pela empreiteira.
 Confirmou que apresentou na Câmara Legislativa, juntamente com outros deputados, emenda no valor de R$ 3,9 milhões para continuidade das obras da barragem. Garantiu, no entanto, que a emenda foi bloqueada e, dessa forma, os recursos não foram repassados à construtora.

Passos apresentou em sua defesa um laudo do perito Ricardo Molina, da Unicamp, especialista em fonética forense, que aponta montagens nas gravações de diálogos mantidos entre o ex-deputado e diretores da Gautama. Apresentou também um DVD com imagens cedidas pela TV Terra Viva, onde se comprovaria a compra de uma égua e um cavalo de sua propriedade pela diretora  comercial da Gautama, Maria de Fátima Palmeira. Sendo assim, o trecho do diálogo gravado em que Passos faz cobrança à diretora da empreiteira, diz respeito a "créditos lícitos" que ele teria a receber de Fátima e não à suposta propina como consta do inquérito da Polícia Federal que serviu de base para a denúncia ao ex-distrital.

Aproveitou também para ler trechos do acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, por unanimidade, julgou ilegal e abusiva a sua prisão por suposto envolvimento em irregularidades praticadas pela construtora Gautama.
 O ex-parlamentar foi preso no âmbito da chamada "Operação Navalha", deflagrada pela Polícia Federal. Confirmou, ainda, que pediu ajuda financeira aos diretores da Gautama para a sua campanha política, mas nunca recebeu a prometida contribuição.

Quanto à sua atuação como secretário de Agricultura, Pedro Passos garantiu que nenhuma ilegalidade foi praticada durante sua gestão.
 Disse que orientou seus comandados a agirem sempre dentro da "legalidade, lisura e transparência" em relação aos atos relativos ao contrato para a construção da barragem do Rio Preto. Fez questão de ressaltar que não foi o responsável pela licitação das obras da barragem, nem pelo contrato com a Gautama. Destacou, porém, que defendeu a continuidade das obras, nem que para isso fosse necessário cancelar a licitação e abrir uma nova concorrência.

O ex-deputado afirmou que se sentiu pressionado por seus colegas da Câmara Legislativa e por isso decidiu renunciar ao mandato.
 Observou que não teve acesso às acusações que pesavam sobre ele, apesar de ter solicitado cópias dos CDs originais com gravações que o incriminavam. "Até hoje não recebi as cópias solicitadas", acrescentou.

Novo depoimento - Pedro Passos já estava depondo há mais de três horas, quando o presidente da CPI da Gautama, deputado Bispo Renato, decidiu suspender a reunião para não atrapalhar as atividades da Câmara Legislativa, já que passava das 14h. O ex-parlamentar deverá dar continuidade ao seu depoimento na próxima sexta-feira (13).

Ao final da reunião de hoje, a CPI aprovou requerimento do deputado Brunelli (DEM) que pede a convocação de 61 pessoas envolvidas nos processos judiciais relativos às supostas irregularidades praticadas pela construtora Gautama.


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