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No Dia da Educação, audiência celebra iniciativas pedagógicas de sucesso no DF

Publicado em 28/04/2021 15h11

Foto: Reprodução/TV Web CLDF

Atividades realizadas na rede pública abrangem alunos com altas habilidades, ingressso do sistema socioeducativo, capacitação de professores, robótica, entre outras

Atividades realizadas na rede pública abrangem alunos com altas habilidades, ingressso do sistema socioeducativo, capacitação de professores, robótica, entre outras

Em comemoração ao Dia Mundial da Educação, a Câmara Legislativa realizou audiência pública remota, nesta quarta-feira (28), para debater e dar visibilidade a projetos pedagógicos “de excelência” desenvolvidos no Distrito Federal. Segundo o autor da iniciativa, Leandro Grass (Rede), as melhores práticas educacionais são desenvolvidas na rede pública. “Importante partilhar estas experiências que primam pela excelência e pelo protagonismo estudantil”, ressaltou. Para o deputado, é necessário tornar a educação uma prioridade em qualquer governo, a fim de não permitir que “seja marginal do ponto de vista do orçamento”.

Leandro Grass também afirmou que os professores não pararam durante a pandemia, “ao contrário do que muitos pensam”, e defendeu a vacinação dos profissionais de educação e um “plano de retorno responsável” às aulas presenciais. Ele garantiu a destinação de emendas parlamentares do seu mandato para a área, e reafirmou seu empenho na luta por mais investimentos quando da elaboração das leis orçamentárias.

A professora Viviane de Moraes, que atua no ensino para crianças com Altas Habilidades, destacou a importância da especialidade. Segundo ela, hoje são 67 salas com recursos especializados para esses alunos, mas há déficit de profissionais, principalmente de psicólogos. De acordo com professora, os alunos com Altas Habilidades precisam de um ensino especializado para se desenvolverem, mesmo porque muitos têm dificuldades de socialização. “Se não forem estimulados, podem se desinteressar e esconder seu potencial”, explicou. A metodologia, segundo a professora, é individualizada ao interesse e habilidade de cada estudante, mas prima pelo trabalho em equipe e multidisciplinar.

O diretor do Centro Educacional São Bartolomeu, Adim Telles, abordou o trabalho com jovens entre 14 e 18 anos em cumprimento a medidas socioeducativas. Segundo ele, esses estudantes foram induzidos à criminalidade devido à vulnerabilidade social, ausência familiar, falta de oportunidades de trabalho e de estudo. “Aproximadamente 90% já haviam deixado a escola há algum tempo e o grande desafio é mostrar para eles que o estudo é importante, que sairão de lá como um ser humano com uma certa formação, com mais oportunidades e melhor”, relatou.

A vice-diretora do Centro de Educação Infantil 07 de Taguatinga, Dayse de Sousa Gonçalves, falou sobre o atendimento especializado com bebês e crianças de até quatro anos incompletos. A Educação Precoce, segundo ela, “é um serviço de transformação de vida”, que atende vítimas de prematuridade, transtornos, deficiência e vulnerabilidade social. “Nosso foco especial é no cuidar com efetividade, com amor, educação com olhar inclusivo e acolhedor, reconhecendo e respeitando a singularidade de cada pequeno que está conosco”. O sentimento de proteção e segurança na criança, segundo ela, é fundamental para “as trocas emocionais, o desenvolvimento e o aprendizado”.

Já a professora Maristela Papa, da Oficina Pedagógica de Taguatinga, falou sobre a iniciativa, que incentiva e capacita professores da rede pública há 35 anos. O foco, segundo ela, é fomentar o ensino lúdico e inclusivo. “Apenas no ano passado atendemos cerca de 7 mil professores, a procura é muito alta”, afirmou. No entanto, ela relatou que não há espaços e profissionais para atender adequadamente toda a demanda. Ela defendeu a criação da “primeira escola lúdica do país” e, citando Paulo Freire, ressaltou: “falar em educação é falar de amor. A gente acredita muito na educação”.

Para a professora Renata Silva, do Centro de Referência em Tecnologia Educacional de Santa Maria, a robótica pode ser uma importante ferramenta pedagógica, por possibilitar “interação entre as disciplinas e dar oportunidade de os estudantes trabalharem de forma colaborativa na solução de problemas”. Além de estimular os jovens, o estudo do pensamento computacional, base para a robótica, amplia as possibilidades profissionais: “Nosso estudante tem grande potencial de serem produtores de tecnologia, não apenas usuários. O mercado de trabalho se volta para isso e haverá redução para o que é meramente repetitivo”.

A professora Margareth Alves ressaltou a importância das salas de leitura e bibliotecas nas escolas. Estes espaços, segundo ela, são normalmente desvalorizados, chegando a se tornar depósitos. “A biblioteca contribui para o trabalho dos professores na sala de aula, lugar de carinho e afetividade. São espaços culturais maravilhosos, que despertam o conhecimento, o desejo de querer aprender mais”, afirmou. De acordo com ela, as bibliotecas não são “ilhas”, mas espaços de exposições, discussões, projetos e de intercâmbio com o conteúdo das aulas.

Para Leandro Grass, as iniciativas apresentadas representam “uma síntese do que há de melhor no ensino público” e deveriam existir em todas as escolas. “Temos de continuar investindo, não existe possibilidade de desenvolvimento sem educação pública de qualidade”, ressaltou.

Mario Espinheira - Agência CLDF

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