Manifestação no Eixo Monumental encerra Semana de Combate ao Feminicídio
Manifestação no Eixo Monumental encerra Semana de Combate ao Feminicídio
Foto: Rinaldo Morelli/ Agência CLDF

A programação da Semana de Combate ao Feminicídio chegou ao fim nesta sexta-feira (15) com um ato público no Eixo Monumental. Estudantes de duas escolas de Ceilândia e a procuradora especial da Mulher da CLDF, deputada Paula Belmonte (Cidadania), ocuparam a pista em frente ao prédio da CLDF empunhando faixa e cartazes com palavras de ordem contra o feminicídio.
Antes disso, também nesta manhã, foi realizada a solenidade de encerramento do evento, que este ano teve como tema “Falando delas com eles: reflexão, diálogo e empatia”. Na ocasião, estudantes e professores do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, localizado na Asa Sul, encenaram a peça “Os filhos dela”, que aborda a vida de órfãos de mães vítimas da violência contra a mulher.

Jovens como público alvo
Organizada pela Procuradoria Especial da Mulher, a Semana de Combate ao Feminicídio movimentou a Casa com rodas de conversa, homenagens, abertura de exposição e apresentações culturais pensadas, especialmente, para o público jovem. Estudantes da rede pública de ensino de várias regiões administrativas, como Paranoá, Planaltina, São Sebastião e Ceilândia, participaram da programação.
“A gente resolveu fazer esse trabalho com adolescentes e jovens, porque vocês são o presente e são o futuro. Através de vocês, a gente pode romper um padrão”, disse a deputada Paula Belmonte, dirigindo-se aos estudantes que acompanhavam a solenidade de encerramento da Semana, no auditório da CLDF.
Também presente ao evento, a professora de linguística da Universidade de Brasília (UnB) Cíntia Pacheco falou sobre o poder da palavra: “A palavra tem poder porque a violência também acontece pela palavra”. A docente é orientadora da pesquisa que deu origem à exposição “Feminicídio na Mídia”, da jornalista Anna Clea Maduro. A mostra está exposta na Casa desde o começo desta semana.

“O discurso midiático, jornalístico, é estrutural; ele reflete a sociedade, reflete o status quo da nossa sociedade. Então, a linguagem tem o poder de manipular, tem um poder coercitivo, tem um poder de discriminar, mas também tem o poder de transformar”, explicou Pacheco.
Por sua vez, o professor de luta e fundador do projeto “Mulheres em Ação”, Francisco Mesquita Júnior, falou sobre machismo e sobre a importância de as mulheres aprenderem defesa pessoal: “Quero que a minha filha jamais passe por esse tipo de situação, de sofrer uma violência, de sofrer uma agressão, seja qual for. E, pensando nisso, ela começou a treinar aos quatro anos de idade, ela treina boxe, muay thai e jiu-jitsu”, afirmou.
Representantes das polícias Civil e Militar também participaram da solenidade e defenderam a necessidade de as pessoas denunciarem qualquer caso ou suspeita de violência contra a mulher.

Canais de denúncia
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 oferece atendimento específico para o enfrentamento da violência contra as mulheres. A ligação é gratuita, e o serviço funciona 24 horas, todos os dias da semana. A central ainda disponibiliza um canal via chat no Whatsapp pelo (61) 9610-0180.
Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.
Denise Caputo - Agência CLDF