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Igualdade racial e políticas públicas são debatidas em audiência pública

Publicado em 17/11/2008 15h30
"O mapa da exclusão racial no Brasil é de cor negra", garantiu hoje a deputada Erika Kokay (PT) na exposição feita na abertura da audiência pública promovida pela bancada do Partido dos Trabalhadores para avaliar as políticas de promoção e resgate da raça.

A deputada, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, ao apresentar dados sobre emprego, mortes e matrículas no ensino superior, entre outros indicadores sociais, concluiu que a escravidão, mesmo tendo sido abolida há mais de 120 anos, permite concluir que "a democracia racial não existe".

Erika disse que reparação histórica dos negros, que deram a maior contribuição à criação da riqueza nacional, só pode concretizar-se a partir de ações como as que vêm sendo implementadas pelo governo federal.
  Essas ações, segundo observou, precisam ser reafirmadas no ordenamento jurídico, no orçamento público, no mundo do trabalho e em todas as instâncias do poder político.

Mãe Railda, representando as Religiões de Matrizes Africanas, prestou homenagem a Xangô, entoando cântico pontuado pelos atabaques. Mãe Railda, que é também Cidadã Honorária de Brasília, disse que veio do Rio de Janeiro, onde se encontrava a passeio, para atender ao convite da deputada Erika Kokay para mais um evento de valorização das mulheres negras.

O professor Sales Augusto, pesquisador associado ao Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Universidade de Brasília, concentrou-se no exame das políticas de inclusão que estão sendo implementadas pela UnB. Sales lembrou que a Universidade foi pioneira na implantação do sistema de cotas e que a diferença na avaliação de rendimento acadêmico de brancos e negros é insignificante.

Joelma Cesário, representando o Fórum de Mulheres Negras do DF, avisou que há muito o que se discutir em torno do assunto. Avaliou que no DF, apesar das leis, as mudanças não acontecem. Joelma criticou o sistema de saúde pública local, que trata as doenças em vez de se ocupar com a prevenção, mencionando o grande número de mulheres negras e jovens com miomas, com que se deparou nas filas dos postos de saúde e do Hospital Regional da Asa Norte, para as quais foi indicada a intervenção cirúrgica.

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