Escolas terão que notificar Conselho Tutelar sobre gravidez de alunas com menos de 14 anos
Escolas terão que notificar Conselho Tutelar sobre gravidez de alunas com menos de 14 anos
Foto: Carlos Gandra/CLDF

Projeto do deputado Iolando foi aprovado sem a aplicação de multas de R$ 5 mil e R$ 10 mil para as escolas que não cumprissem a regra
As escolas públicas e privadas deverão comunicar os casos de gravidez de alunas com menos de 14 anos ao Ministério Público; à Polícia Civil; às secretarias de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude; de Educação, e ao Conselho Tutelar local, para que sejam adotadas as medidas legais cabíveis. A determinação faz parte do projeto de lei nº 2.050/2021, do deputado Iolando (PSC), aprovado na tarde desta terça-feira (7), pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. O projeto foi aprovado em segundo turno e redação final, com 15 votos favoráveis.
O texto original previa a aplicação de multas de R$ 5 mil e R$ 10 mil para as escolas que não cumprissem a regra, de acordo com o seu porte. Mas uma emenda da deputada Júlia Lucy, aprovada com 12 votos favoráveis e as abstenções dos deputados Arlete Sampaio (PT) e Fábio Félix (Psol), excluiu a punição do texto. Com isso, o projeto aprovado prevê que as escolas que não fizerem as notificações estarão sujeitas “a advertência, sem prejuízo de outras previstas na legislação vigente”.
O assunto gerou discussão entre os deputados distritais, mas depois que ficou claro que a exigência só vale para menores de 14 anos, a votação transcorreu sem maiores divergências. A deputada Arlete Sampaio destacou que a preocupação é correta e disse que o objetivo da proposta é proteger crianças e adolescentes.
Já o deputado Fábio Felix (Psol) ressaltou a responsabilidade do Estado em relação à proteção da criança e do adolescente. O distrital afirmou que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a gravidez abaixo de 14 anos é considerada estupro de vulnerável.
Chico Vigilante e Júlia Lucy argumentaram que os profissionais de educação já têm esta preocupação e já comunicam estes tipos de caso. Para eles, tornar a notificação obrigatória pode sobrecarregar os profissionais de educação e gerar punição a eles.
Luís Cláudio Alves - Agência CLDF