Publicador de Conteúdos e Mídias

Distrito Federal pode ter mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço

Publicado em 13/08/2021 11h10

Foto: Reprodução/TV Web CLDF

Projeto de Lei de autoria da deputada Arlete Sampaio visa criar a Campanha Distrital de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço no mês de julho

Projeto de Lei de autoria da deputada Arlete Sampaio visa criar a Campanha Distrital de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço no mês de julho

A Câmara Legislativa realizou nesta quinta-feira (12) audiência pública remota para debater sobre acolhimento, tratamento e reabilitação de pessoas com câncer de cabeça e pescoço, na rede pública do DF. A reunião teve também como objetivo a discussão do Projeto de Lei Nº 2.116/2021, de autoria da deputada Arlete Sampaio (PT), que institui a Campanha Distrital de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço no mês de julho (Julho Verde).

A distrital, que comandou a audiência, declarou que no ano de 2022 já terá a campanha do Julho Verde e que a Câmara Legislativa vai se envolver com a divulgação do projeto, com a finalidade de “conseguir um pouco mais de diagnóstico precoce e de observação dos pacientes”, disse. A parlamentar acredita que tais ações são imprescindíveis para “salvar mais vidas e dar mais dignidade aos nossos pacientes”, acrescentou.

O cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Base, André Forster, relatou os inúmeros problemas que impedem os pacientes de serem tratados, como a demora no atendimento, a disputa por leitos com a oncologia e a pequena quantidade destinada para a cirurgia dessas pessoas, contribuindo para o crescimento no número de óbitos. “Na média, em dois anos, 90% dos nossos pacientes acabam falecendo após o tratamento. Nós observamos que, após o tratamento cirúrgico, o paciente não tem um tempo hábil para fazer tratamento com quimio e radioterapia, que são extremamente necessárias em doenças mais avançadas", afirmou. Forster também parabenizou a deputada Arlete pela iniciativa do PL.

Ao mencionar a importância do especialista em fonoaudiologia em todas as fases de reabilitação da doença, o fonoaudiólogo do Hospital do Coração e do HUB, Tiago Menezes, disse que há poucos profissionais da área para atuação na rede pública do DF, fazendo com que o tratamento não seja tão eficaz quanto deveria. “Atualmente, o DF sofre com uma escassez muito grande de fonoaudiólogos, tanto no Hospital Universitário como no Hospital de Base, e, por isso, a Secretaria de Saúde carece de mais profissionais”, apontou. Ele acredita que a solução está na descentralização do procedimento cirúrgico e terapêutico, visto que os dois hospitais destinados para tais finalidades ficam localizados na região do Plano Piloto, dificultando o acesso a moradores de regiões administrativas mais distantes e do entorno.

O paciente laringectomizado, Jeziel Almeida, falou sobre como o tratamento pode ajudar as pessoas a voltarem suas atividades corriqueiras, como a conversação, por exemplo. Com o uso de um aparelho conhecido como eletrolaringe, Jeziel disse que o equipamento “é altamente eficaz, pois devolve não só a voz, mas também a cidadania”, afirmou.

Ao lado do secretário de saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, a secretária adjunta e também endocrinologista, Raquel Beviláqua, descreveu as ações do governo nos hospitais públicos do DF e propôs aumentar o número de cirurgias por mês nessas unidades. “Foram realizadas 140 cirurgias no ano de 2020, uma média de 10 a 12 procedimentos por mês. A nossa proposta é subir de 24 a 30 cirurgias mensais para que nesse período de um ano, nós possamos fazer uma boa gestão da fila de espera”, prometeu.

Já a coordenadora do Advocacy na Associação Brasileira de Câncer Cabeça e Pescoço (ACBG), solicitou para a secretária adjunta ter mais oportunidades para dar prosseguimento ao assunto, para discutir sobre a reabilitação, pois “não adianta nós fazermos esse tratamento e não colocar os pacientes para conviver novamente com a pessoas, porque a realidade desses pacientes, hoje, é ficar reclusos dentro de casa”, pediu.

Arlete finalizou a reunião afirmando sua expectativa em relação à contratação de novos profissionais, além de não só conseguir operar o paciente, mas também inseri-lo no tratamento em tempo hábil.

Warley Júnior (estagiário) - Agência CLDF

Mais notícias sobre