Deputados cobram atitude do governador sobre áudios vazados
Deputados cobram atitude do governador sobre áudios vazados

A divulgação de áudios de uma reunião entre deputados distritais e o governador Rodrigo Rollemberg, ocorrida no gabinete do chefe de Estado no dia 14 de maio, repercutiu no plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (24). Vários parlamentares repudiaram o vazamento da conversa e cobraram uma manifestação pública do governador sobre o caso e sobre as atitudes tomadas para investigar o responsável pelas gravações não-autorizadas.
"Essas escutas no Buriti são arapongagem. Ninguém tem direito de gravar sem autorização", disse o deputado Chico Vigilante (PT), o primeiro a levantar o assunto em plenário. "Em gravações clandestinas, você engana o interlocutor. Isso é, no mínimo, deslealdade. Essas escutas são criminosas", taxou o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB). O tucano disse, por outro lado, que o que ouviu nos áudios foi "a defesa de um melhor entrosamento entre os poderes": "E nenhuma das condutas registradas é criminosa".
Um dos deputados que participou da reunião com o governador no dia 14 de maio, o deputado Dr. Michel (PP) destacou não ter dito nada que não fosse "republicano" no encontro. "O que falei lá falo em público. Quero que o governador diga em público que não houve problema", cobrou. E acrescentou: "Não dá para sermos achincalhados por termos ido a uma reunião para a qual fomos convidados".
Também presente à reunião citada, o líder do governo na Casa, deputado Júlio César (PRB), também lamentou o ocorrido. Assim como os colegas, ele cobrou a apuração do responsável pela gravação e por sua divulgação. Segundo adiantou, Rollemberg já teria acionado "toda força" para investigar o caso.
"Se tomou providências, devia convocar uma coletiva para informar", retrucou a presidente da Casa, deputada Celina Leão (PDT), que reclamou da demora do governador para tomar decisões, voltando a apontar que até o momento há petistas atuando no governo. A deputada fez questão de ler trecho de sua fala durante a reunião grampeada, defendendo não haver problemas na participação da classe política no governo. "O próprio governador foi secretário quando era deputado", argumentou, citando exemplos de outros deputados e de vários governos em todo o País. "Eduardo Campos tinha seis deputados secretários", citou.
Para Celina, o caso foi uma tentativa de criminalizar uma relação legal, assim como de desmoralizar o Poder Legislativo. Como outros distritais, ela reclamou, ainda, da divulgação de um material editado. "Cadê a parte do áudio em que eu cobro a retirada do projeto do IPTU?", questionou. "Se a gravação tivesse acontecido aqui, eu não esperaria um dia para investigar", afirmou.