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Depoente da CPI da Gautama chora e diz que não queria fazer nada errado

Publicado em 29/10/2007 11h15
Embora tenha feito uma exposição de cerca de dez minutos e respondido a perguntas por mais de uma hora e meia, além de ter chorado por duas vezes, Sandra Regina de Oliveira David, ex-integrante da Comissão 124, formada em 2001 para acompanhar as obras da Gautama, não contribuiu com nenhum elemento novo para ajudar a esclarecer as relações dúbias entre servidores da Secretaria de Agricultura (Seapa) e a empreiteira.

Sandra relatou que começou a trabalhar na Secretaria em março de 2001, na qualidade de comissionada, tendo sido chamada em outubro do mesmo ano para integrar a comissão criada em 28 de setembro daquele ano para fiscalizar as obras da Gautama.
 Embora afirmando não se sentir preparada para a função para a qual foi designada, assumiu a responsabilidade pela prestação de contas.

A depoente não se negou a responder a nenhuma das perguntas dos membros da comissão presentes à reunião da comissão - Bispo Renato (PR), Dr. Charles (PTB), Cabo Patrício (PT) e Aylton Gomes (PMN) -, mas não esclareceu os motivos pelos quais novos pagamentos foram feitos a uma obra que estava sob investigação do Tribunal de Contas da União."A situação, de inverossímel, passou a surreal", declarou o deputado Dr. Charles (PTB) ante as respostas de Sandra Regina. Aylton Gomes (PMN) chamou a atenção de Sandra para o fato de que, como membro da comissão de fiscalização, ela estaria assumindo a responsabilidade por todas as irregularidades cometidas, já que aquela comissão de fiscalização foi se esvaziando e acabaram ficando somente ela e Hebert Gualberto de Souza, a quem se reportava.

O deputado Cabo Patrício (PT) recomendou à depoente que fizesse um esforço para se lembrar de como as coisas ocorreram, sob pena de responder por ilícitos e ter sua situação complicada. O presidente da CPI, deputado Bispo Renato, foi mais incisivo ao adverti-la de que Sandra deixava a impressão de querer acobertar fatos que incriminam Hebert Gualberto e que as apurações não iriam terminar em pizza.

No final do depoimento, Sandra admitiu que hoje percebe que havia alguma coisa errada e que ela fez, à época, o que pensava estar certo. Anunciou que não quis fazer nada ilegal, que nunca recebeu qualquer vantagem, e que era apenas uma recém-formada em agronomia quando assumiu o cargo na Secretaria de Agricultura.

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