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CPI encontra ossos e covas sociais superlotadas no Campo da Esperança

Publicado em 28/04/2008 14h25
Em visita-surpresa ao cemitério Campo da Esperança, membros da CPI dos Cemitérios confirmaram as denúncias feitas durante depoimento do presidente da Organização Social dos Jardineiros dos Cemitérios do DF, Cícero Melo, que aconteceu pouco antes na Câmara.
 Os deputados constataram a existência de ossos a descoberto e covas sociais superlotadas, algumas das quais reaproveitadas para uso particular, conforme outros jardineiros ouvidos no local.

Na área social, foi encontrada uma cova com oito nomes na pequena lápide de cimento, de 40cm x 30cm, todos de pessoas sepultadas em 2003. "É uma quitinete de defuntos" comentou o deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI. "Parece um depósito de corpos", emendou Reguffe (PDT). O jardineiro José Raimundo da Silva denunciou aos parlamentares que a administração do cemitério usava retroescavadeira para abrir espaço entre as carreiras de covas permitidas. Até as cruzes que apontavam os túmulos haviam sido retiradas. "Se alguém quiser identificar ossadas não vai conseguir. Ficou tudo misturado", disse José Raimundo. Indústria da morte - Outro jardineiro, João Ferreira, foi ouvido no local pelos deputados, depois de estes constatarem a existência de ossos a descoberto na Quadra 205 do Setor C. Ferreira confirmou as denúncias feitas no plenário da Câmara por Cícero Melo, de que era comum, até 2004, retroescavadeiras removerem ossos antes do prazo regulamentar, para revender os espaços."Isso tudo é prova da falta de regulamentação e de fiscalização", declarou Rogério Ulysses (PSB), acrescentando que o governo deveria retomar a administração dos cemitérios. A "indústria da morte", de acordo com Reguffe, "brinca com a dor das pessoas" ao tratar os restos mortais com tamanho desrespeito.

Os membros da CPI querem também que os fatos sejam apurados e responsabilizadas as pessoas que respondiam pelos serviços de sepultamento à época. Para isso, segundo Erika Kokay (PT), a comissão deve ter acesso aos registros de sepultamento e aos mapas dos cemitérios.

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