Comunidades tradicionais apontam avanços na luta contra o preconceito
Comunidades tradicionais apontam avanços na luta contra o preconceito

No Dia da Consciência Negra (20/11) – em que é lembrada a luta de Zumbi dos Palmares, herói da resistência dos brasileiros de origem africana – a Câmara Legislativa realizou audiência pública para debater os avanços e retrocessos nos direitos de comunidades tradicionais.
Promovido pela deputada Arlete Sampaio (PT), o evento reuniu integrantes de entidades que representam comunidades de matriz africana, inclusive de casas e terreiros religiosos. "Este é um momento para se fazer o resgate da história, reconhecer a importância dos povos afro, e de respeito absoluto à diversidade que conformou a população brasileira", afirmou a distrital.
O titular da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial do DF, Viridiano Custódio de Brito, apresentou um balanço histórico dos fatos que levaram ao preconceito contra a população afro, a partir do eurocentrismo, e listou ações de sua pasta. "Temos promovido encontros inter-religiosos e, no ano que vem, faremos um mapeamento de todas as instituições religiosas de origem africana", citou. As comunidades tradicionais incluem também os quilombolas, os povos de cultura cigana, os indígenas, entre outros.
Consciência humana – Segundo Patrícia Luiza Moutinho Zapponi, da Central Organizada de Matriz Africana, "é necessário reconhecer os avanços conquistados pelos povos e comunidades tradicionais, que aos poucos têm deixado a situação de invisibilidade". Para ela, o Dia da Consciência Negra é "um dia da consciência humana".
O presidente da Rede Afrobrasileira Sociocultural, Alexandre Silveira de Souza, lembrou a legislação que tem tornado possível resgatar a importância dos negros na formação sócio-cultural e econômica brasileira. "Aqui, os negros foram escravizados, mas na África eram reis, rainhas, engenheiros e comandantes, com sistemas de agricultura e pecuária bem desenvolvidos", exemplificou.
Souza acredita ainda ser necessário mais conscientização por parte de gestores – de primeiro e segundo escalões – no que concerne ao racismo e ao preconceito e sobre os próprios povos tradicionais. Já Ana Carolina Silvério, do Centro de Diversidade da Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, comemorou "a incorporação do discurso de enfrentamento do racismo" por parte dos servidores que atuam nas unidades de atendimento da pasta.
Mais notícias sobre

Promulgada lei que institui a Corrida do Servidor no calendário oficial de eventos do DF
12h13 04/06/2025