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Comissão de Ética ouve funcionários demitidos da Fiança

Publicado em 13/09/2006 17h16
A Comissão de Ética ouviu hoje à tarde no plenário seis ex-funcionários da empresa Fiança, demitidos por se negarem a fazer campanha para o candidato a deputado distrital Cristiano Araújo, filho do dono da empresa. Os depoentes disseram à Comissão que foram dispensados da empresa, que presta serviços de limpeza e segurança, há cerca de um mês. Eles contaram que a mãe de Cristiano fazia reuniões com os funcionários a fim de lhes pedir apoio na campanha, bem como a indicação, por meio de uma lista, de 20 nomes, com os endereços e telefones de eleitores que deveriam votar em Cristiano.

Na empresa há seis anos, a funcionária de serviços gerais, Ana Claudia Inácia, disse à Comissão que foi demitida da Fiança no dia 28 de agosto, após se negar a votar em Cristiano. "Eles são coronéis e acham que o voto é de cabresto", afirmou Ana Claudia. A ex-funcionária Maria Aparecida Souza, demitida pelo mesmo motivo, informou que foi dispensada após sete anos trabalhando na empresa porque disse que iria votar em outro candidato. "Eu não vou contra os meus princípios", declarou.

Nilsa Viana Silva trabalhava na Administração do Recanto das Emas há cinco anos, contratada pela Fiança, e foi convocada à sede da empresa pelo irmão de Cristiano, Marcelo Araújo, para uma primeira abordagem sobre o candidato. Em reunião posterior, na sede da Administração, pegou nome e endereço dos funcionários para que fossem colocadas faixas em suas casas. Nilsa negou-se e, por isso, segundo ela, foi demitida.

A Comissão de Direitos Humanos ouvirá ainda um outro depoimento, este em caráter sigiloso, em reunião marcada para as 14 horas da próxima terça-feira, dia 19. Ouviram as denúncias dos depoentes os deputados Érika Kokay (PT), Leonardo Prudente (PFL), Chico Leite (PT), Brunelli (PFL) e Rôney Nemer (PMDB).

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