CLDF recebe exposição de retratos de mulheres vítimas de violência sexual
CLDF recebe exposição de retratos de mulheres vítimas de violência sexual

Em protesto à cultura do estupro no Brasil, a exposição "Nunca me calarei", chega à Brasília, nesta quarta-feira (17). O manifesto de mulheres vítimas de assédio, tentativa ou abuso sexual foi clicado pelo fotógrafo carioca Márcio Freitas com apoio da ONG Rio da Paz. O evento de inauguração ocorre na Câmara Legislativa, às 19h30, na Galeria do Espelho D'Água. As fotografias ficam expostas aos brasilienses de 17 a 30 de agosto, no horário de funcionamento da Casa de segunda à sexta das 8h às 19h.
Os retratos que já passaram pelo Rio de Janeiro e São Paulo, carregam o impacto visual dos olhares de pessoas do sexo feminino que toparam participar do projeto e relatar suas situações de estupro ou violência sexual. "O desejo é expressar a marca dessas mulheres para além da dor física, indeléveis que ficam na alma daquela que passa por uma situação de abuso. Por trás de cada foto, uma história real", esclarece o autor do trabalho, Márcio Freitas.
O fotógrafo explicou o motivo de trazer as imagens para CLDF. "A Câmara Legislativa é o local de debates sobre temas de impacto na sociedade brasileira, sempre com objetivo de propor soluções ou alternativas. A Casa é o melhor lugar para receber o trabalho e dividir com o povo a reflexão e sensibilidade para o assunto", disse Márcio Freitas.
Valor – O fotógrafo destaca que a exposição foi fruto de grandes manifestações e repercussão nos estados por que passou. "Os cidadãos identificam o teor do material de imediato", afirma. Para Marcio Freitas, a exposição representa seu desejo de dar voz às diversas mulheres que muitas vezes ficam caladas frente a violência sofrida, por medo ou quaisquer razões que as intimidem.
"A ação de slogan ‘você não está sozinha' serve de incentivo às mulheres brasilienses para que denunciem este tipo de agressão. A exposição tem o intuito de contribuir para reflexão de todos e redução dos atos de abusos sexuais", observa Freitas.