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Câmara homenageia dia internacional da luta camponesa

Publicado em 25/03/2021 00h53
Protestos contra a morosidade da implantação da reforma agrária no País e críticas à expansão do agronegócio e à devastação ambiental marcaram os depoimentos dos participantes da sessão solene que a Câmara Legislativa realizou hoje (8) à tarde, no Plenário, em homenagem ao Dia Internacional da Luta Camponesa.

A iniciativa da homenagem foi do deputado Paulo Tadeu (PT), que também presidiu a solenidade. Dezenas de trabalhadores do Movimento dos Sem Terra, sindicalistas e representantes da igreja católica participaram do evento e condenaram os efeitos do modelo capitalista  de exploração da agricultura, no País.
 Logo na abertura da sessão, Paulo Tadeu homenageou o arcebispo emérito de Goiás, Dom Tomás Balduíno, membro da Comissão Pastoral da Terra (CPT), como um "símbolo" da luta camponesa no País. O deputado petista entregou a ele uma muda de aroeira, que segundo explicou, lembrava a sua trajetória "em defesa da vida no campo."Dom Tomás agradeceu a homenagem, mas disse que os verdadeiros protagonistas são os trabalhadores no campo.
 "O que nós celebramos hoje é o agronegócio. Não os funerais. Mas, tenho certeza, que a luta camponesa vai transformar este  País", pregou Dom Tomás Balduíno. Ele ironizou a expansão do plantio de cana do país, em lugar de alimentos para a população.

Já o representante do MST, Gaspar Martins de Araújo, ressaltou que hoje uma das principais lutas dos camponeses no Brasil  "não é contra as baionetas, mas contra a força do mercado", comentou,  explicando que o dia internacional da luta camponesa foi escolhido em mémória ao massacre de Eldorado dos Carajás, há cerca de 13 anos.

A luta dos moradores das áreas ribeirinhas, que estão sendo devastadas pela construção de hidrelétricas, foi também enfatizada pelos participantes da sessão solene. A representante do Movimento dos Atingidos por Barragens(MAB-DF), Ana Rita Ferreira,  leu um carta de protesto denunciando o problema enfrentado por aquelas populações.

Ao encerrar a sessão, o deputado Paulo Tadeu, afirmou que "é possível ainda se alterar esse quadro".

  Mas aproveitou para criticar o ministro do STF, Gilmar Mendes, por  ter atacado na "imprensa burguesa" a luta dos trabalhadores rurais. "É quase um porta-voz do agronegócio, que faz defesa de banqueiro corrupto", criticou o parlamentar.

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