Publicador de Conteúdos e Mídias

Audiência debate fortalecimento da Educação Precoce no DF

Publicado em 05/11/2019 12h31

O fortalecimento do programa Educação Precoce, da Secretaria de Educação do DF, foi discutido em audiência pública na manhã desta terça-feira (5) no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O mediador do encontro, deputado Leandro Grass (Rede), sugeriu instituir o Educação Precoce como política pública de Estado para garantir previsão orçamentária própria e preservar o programa de modo permanente. "O melhor investimento social é a primeira infância", afirmou.

O parlamentar destacou a importância do Educação Precoce, programa que existe no DF há mais de três décadas, e hoje atende cerca de 3.300 crianças especiais de zero a quatro anos em dezenove unidades. Ele rechaçou o estigma "o que é público não é bom", ao rebater que com a educação precoce ocorre exatamente o contrário.

Nesse viés, a diretora de Educação Inclusiva da Secretaria de Educação, Riane Vasconcelos, assegurou que o programa é "notoriamente reconhecido" e figura entre as práticas mundiais mais exitosas de educação infantil. Ela anunciou que novas turmas serão abertas para atender à demanda reprimida, tanto nos centros de ensino especial quanto nas escolas de educação infantil que cedem espaço para o programa.      

Atualmente, há 1.263 crianças na lista de espera no DF, segundo a professora Jamile Bispo Ewers, do Centro Especial 1 da Asa Norte. Ela esclareceu que o programa visa o desenvolvimento integral de crianças com diagnóstico de deficiência e outras vulnerabilidades, como deficiência intelectual, auditiva, visual, físico-motora, síndromes e quadros patológicos, neurológicos e psiquiátricos, além de superdotados. Inclui ainda bebês considerados de risco, como os portadores de infecções congênitas e epidemias, a exemplo do Zika vírus. Ela defendeu o programa como política pública permanente. Ewers e outros professores que se manifestaram no debate pleitearam espaços físicos adequados ao programa nas escolas de educação infantil, transporte gratuito para os pais e as crianças do programa, além de formação continuada aos profissionais.

Estímulos – A neuropediatra do Hospital de Apoio de Brasília, Ellen de Souza Barros, frisou a qualidade do programa e sua importância para o desenvolvimento de crianças com dificuldades motora ou cognitiva, ou que apresentam fatores de risco. "A estimulação precoce muda a organização cerebral", alegou. Por sua vez, a fisioterapeuta do Hospital de Apoio de Brasília e ex-professora do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais, Suyenne Bezerra, disse que a "estimulação global da criança" é o objetivo comum dos trabalhos desenvolvidos pelas secretarias de Saúde e Educação. "Estimulação e educação precoce se complementam", disse. Bezerra descreveu técnicas e instrumentos usados no programa, além das oficinas, como a de massagem shantala, que promove o envolvimento entre o bebê especial e a mãe.

Pai de dois alunos do Educação Precoce, Thiago Piloni se emocionou ao mencionar a "dívida de gratidão" para com os professores. Segundo ele, "as crianças se sentem abraçadas e acolhidas" pelo programa, o qual propicia "um ambiente que permite às famílias vivenciarem a deficiência de forma mais leve". Ele considera que o programa constitui "um núcleo de excelência" da educação do DF. Outros pais de alunos também se manifestaram em defesa do programa, inclusive em busca de sua expansão.

Ampliação – Para ampliar os espaços e qualificar o programa, o deputado Leandro Grass prometeu destinar emendas parlamentares, de sua autoria, para as dezenove unidades no próximo ano. Segundo ele, serão encaminhados recursos na ordem de R$ 25 mil a R$ 40 mil para cada unidade, conforme o quantitativo de alunos. O parlamentar comprometeu-se a visitar todos os estabelecimentos. Ainda durante a audiência, foram entregues moções de louvor em reconhecimento ao trabalho de profissionais do Educação Precoce.

Franci Moraes
Fotos: Rinaldo Morelli/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

Mais notícias sobre