Aprovados em concurso do DER cobram nomeações
Aprovados em concurso do DER cobram nomeações

Mesmo o trabalho de fiscalização tem sido delegado à Polícia Militar, por meio de convênio. A situação do DER/DF foi discutida na manhã desta sexta-feira (11), em audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e presidida pela deputada Erika Kokay (PT).
Aprovados no último concurso aproveitaram a presença do diretor-geral da autarquia, Luiz Carlos Tanezini, e do subsecretário de Gestão de Pessoas da Secretaria de Planejamento, Alexandre Sacramento, para pressionar por nomeações. O compromisso assumido é de que todos os aprovados dentro do número de vagas previstas em edital serão nomeados até, no máximo, abril de 2011. Além disso, se a arrecadação continuar em alta, serão reavaliados os quadros de admissão.
Convocado pela CAS, Luiz Carlos Tanezini, disse que o DER/DF vai completar este mês 50 anos de existência e que já tem um histórico de terceirização. "Apenas em 2009 foram R$ 430 milhões em obras rodoviárias, o que seria impossível de realizar sem terceirizar", disse.
Ao ser questionado pela presidente da Comissão, deputada Erika Kokay, a respeito da não-nomeação de concursados para a substituição de terceirizados, Tanezini justificou não haver recursos financeiros para isso. "Os gastos com terceirização são altos e têm se mostrado inoperantes", rebateu a parlamentar.
O distrital Rôney Nemer (PMDB) concordou e também cobrou nomeações, lembrando negociações com representantes dos trabalhadores, da autarquia e da Secretaria de Planejamento. "O DER não parece estar entre as prioridades do governo", lamentou.
Fiscalização - Durante a audiência um dos pontos mais criticados foi a falta de nomeações de técnicos de trânsito rodoviário, responsáveis por fiscalizar cerca de 2 mil quilômetros da malha rodoviária do DF. Nenhuma das 60 vagas previstas em edital foi ocupada. "E isso porque essa quantidade já estava em defasagem, sendo necessários pelo menos 160 técnicos para o trabalho", comentou Robert Santana, um dos aprovados para o cargo.
O resultado é que a atividade que seria realizada por esses técnicos tem sido delegada à Polícia Militar, num convênio de cerca de R$ 2 milhões por mês. "Essa fiscalização cuida de dois aspectos que matam muito no trânsito: o excesso de velocidade e a alcoolemia, e a delegação para a Polícia Militar certamente tem um custo social", destacou Kokay.
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O sucateamento de máquinas, os gastos com manutenção de equipamentos ultrapassados e a compra de viaturas para a fiscalização (mesmo sem técnicos para a atividade) foram outros assuntos discutidos.