Proposição
Proposicao - PLE
PR 24/2023
Ementa:
Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.
Tema:
Outro
Autoria:
Região Administrativa:
DISTRITO FEDERAL (INTEIRO)
Data da disponibilização:
28/11/2023
Situação
Apresentação
O projeto foi protocolado, lido, numerado, publicado e encaminhado às Comissões para análise
Comissões
As Comissões discutem o projeto e dão pareceres, que podem sugerir emendas ao texto original
Aguardando inclusão na Ordem do Dia
Os projetos que tiveram tramitação concluída nas comissões aguardam inclusão na Ordem do Dia
Plenário
No Plenário são apreciados os projetos que podem ser aprovados ou rejeitados
Redação Final
Após a aprovação pelo Plenário, o projeto é encaminhado para elaboração da Redação Final
Sanção, Veto ou Promulgação
São encaminhados ao Governador para transformá-los em lei ou vetá-los ou são promulgados e publicados pela CLDF
Andamento
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Projeto de Resolução - (105744)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete da Terceira Secretaria
Projeto de Resolução Nº DE 2023
(Da Mesa Diretora)
Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.
A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL resolve:
Art. 1º É instituído o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na forma estabelecida nesta Resolução.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as Resoluções:
I – 167, de 2000;
II – 173, de 2001;
III – 177, de 2002;
IV – 178, de 2002;
V – 181, de 2002;
VI – 193, de 2002;
VII – 195, de 2003;
VIII – 199, de 2003;
IX – 200, de 2003;
X – 205, de 2004;
XI – 206, de 2004;
XII – 208, de 2004;
XIII – 209, de 2004;
XIV – 218, de 2005;
XV – 227, de 2007;
XVI – 228, 2007;
XVII – 248, de 2011;
XVIII – 255, de 2012;
XIX – 261, de 2013;
XX – 262, de 2013;
XXI – 263, de 2013;
XXII – 272, de 2014;
XXIII – 280, de 2016;
XXIV – 282, de 2016;
XXV – 285, de 2017;
XXVI – 286, de 2017;
XXVII – 291, de 2017;
XXVIII – 292, de 2017;
XXIX – 294, de 2017;
XXX – 301, de 2018;
XXXI – 303, de 2018;
XXXII – 304, de 2018;
XXXIII – 310, de 2019;
XXXIV – 315, de 2019;
XXXV – 316, de 2020;
XXXVI – 321, de 2020;
XXXVII – 334, de 2023;
XXXVIII – 335, de 2023;
XXXIX – 336, de 2023
REGIMENTO INTERNO DA
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
TÍTULO I
DO FUNCIONAMENTO
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO E DA SEDE
Art. 1º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, composta de Deputados Distritais, representantes do povo, eleitos e investidos na forma da legislação federal, com a competência que lhe é atribuída pela Lei Orgânica e pela Constituição Federal.
Parágrafo único. O Poder Legislativo é representado por seu Presidente e, judicialmente, nos casos em que a Câmara Legislativa compareça a juízo em nome próprio, por sua Procuradoria-Geral.
Art. 2º A sede da Câmara Legislativa é em Brasília, Capital da República Federativa do Brasil.
§ 1º A Câmara Legislativa, mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, pode reunir-se, temporariamente, em qualquer local do Distrito Federal, sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública, ou em virtude de acontecimento que impossibilite o seu funcionamento na sede.
§ 2º A Câmara Legislativa adota os símbolos oficiais do Distrito Federal.
§ 3º A Câmara Legislativa pode criar marca oficial como símbolo próprio de sua identidade institucional.
CAPÍTULO II
DA LEGISLATURA E DAS SESSÕES LEGISLATIVAS
Seção I
Da Legislatura
Art. 3º Cada legislatura tem duração de 4 anos e inicia-se com a posse dos Deputados Distritais.
§ 1º As legislaturas são designadas por sua sequência ordinal, contadas da instalação da Câmara Legislativa em 1º de janeiro de 1991.
§ 2º Nas hipóteses em que o número de legislaturas for previsto como critério de desempate ou escolha, considera-se legislatura o período completo de 4 anos, não havendo legislatura parcial ou incompleta.
Seção II
Das Sessões Legislativas
Art. 4º A Câmara Legislativa reúne-se, em sua sede:
I – ordinariamente em dois períodos legislativos, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro;
II – extraordinariamente, durante os recessos parlamentares, nos termos do art. 67 da Lei Orgânica.
§ 1º A sessão legislativa não é interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, nem encerrada sem a aprovação do projeto de lei do orçamento anual.
§ 2º A primeira sessão legislativa ordinária de cada legislatura não é encerrada sem a aprovação do projeto de lei do plano plurianual.
§ 3º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Legislativa somente pode deliberar sobre a matéria para a qual tiver sido convocada, vedado o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação.
§ 4º Mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, o ato de convocação de sessão legislativa extraordinária pode ser aditado para inclusão de outras matérias na ordem do dia.
Seção III
Das Sessões Preparatórias
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 5º A Câmara Legislativa, em cada legislatura, reúne-se, em sessões preparatórias:
I – no dia 1º de janeiro do ano da primeira sessão legislativa, para a posse dos Deputados Distritais e a eleição e posse:
a) dos membros da Mesa Diretora;
b) da Comissão Representativa;
c) dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes;
d) do Corregedor e do Corregedor Adjunto;
e) do Ouvidor e do Ouvidor Adjunto;
II – no dia 1º de janeiro do ano da terceira sessão legislativa, para a posse dos membros da Mesa Diretora eleitos no último dia útil da primeira quinzena de dezembro da sessão legislativa anterior.
Subseção II
Da Posse dos Deputados Distritais
Art. 6º O Deputado Distrital eleito deve apresentar à Mesa Diretora, até o dia 20 de dezembro do ano anterior à instalação de cada legislatura:
I – cópia do diploma expedido pela Justiça Eleitoral;
II – o nome parlamentar;
III – a legenda partidária;
IV – a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo ao ano-calendário anterior, apresentada à Receita Federal do Brasil;
V – os documentos necessários ao seu cadastro funcional.
§ 1º Cabe à Mesa Diretora organizar a relação dos Deputados Distritais.
§ 2º A relação deve ser feita na sucessão alfabética dos nomes parlamentares, com as respectivas legendas partidárias.
Art. 7º Às dez horas do dia 1º de janeiro do primeiro ano de cada legislatura, os Deputados Distritais diplomados devem reunir-se, em sessão preparatória, para a posse na sede da Câmara Legislativa.
§ 1º Assume a direção dos trabalhos o membro da Mesa Diretora anterior, se reeleito, observando-se a sequência prevista no art. 9º, e, na falta deles, o Deputado Distrital diplomado mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas.
§ 2º Aberta a sessão, o presidente deve convidar 2 Deputados Distritais de partidos diferentes para servirem de secretários e proclamar os nomes dos Deputados Distritais diplomados.
§ 3º O presidente deve convidar o Deputado Distrital diplomado mais jovem para, da tribuna, prestar o seguinte compromisso: "Prometo cumprir a Constituição Federal e a Lei Orgânica, observar as leis, desempenhar fiel e lealmente o mandato que o povo me conferiu e trabalhar pela justiça social, pelo progresso e pelo desenvolvimento integrado do Distrito Federal."
§ 4º O secretário designado pelo presidente faz, em seguida, a chamada de cada Deputado Distrital que, solenemente, declara: "Assim o prometo."
§ 5º Concluída a prestação do compromisso, os Deputados Distritais são declarados empossados pelo presidente.
§ 6º Salvo motivo de força maior ou enfermidade devidamente comprovada, a posse deve ocorrer no prazo de 30 dias, contados:
I – da primeira sessão preparatória da legislatura;
II – da diplomação, se eleito Deputado Distrital durante a legislatura;
III – do registro do fato que a ensejar, por convocação da Mesa Diretora.
§ 7º O prazo estabelecido no § 6º pode ser prorrogado, por igual período, a requerimento do interessado.
Art. 8º À posse de suplente de Deputado Distrital aplica-se o disposto nesta subseção, dispensada a prestação de compromisso após a primeira convocação.
Subseção III
Da Eleição da Mesa Diretora
Art. 9º A Mesa Diretora, órgão diretor colegiado, composta do Presidente, Vice-Presidente, Primeiro-Secretário, Segundo-Secretário e Terceiro-Secretário, bem como de 3 suplentes de secretário, é eleita para mandato de 2 anos, permitida uma única recondução para o mesmo cargo, na mesma legislatura ou na seguinte.
§ 1º Na composição da Mesa Diretora, é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária.
§ 2º O suplente de secretário deve ser do mesmo partido ou bloco parlamentar do respectivo secretário.
§ 3º A vedação à recondução não se aplica ao membro da Mesa Diretora que houver assumido a titularidade do cargo no curso do biênio.
Art. 10. A eleição dos membros da Mesa Diretora, para o primeiro biênio de cada legislatura, obedece às seguintes normas:
I – a sessão preparatória para a eleição da Mesa Diretora tem início às quinze horas do dia 1º de janeiro do ano da primeira sessão legislativa;
II – a direção dos trabalhos cabe à Mesa que conduziu a sessão preparatória da posse dos Deputados Distritais;
III – iniciados os trabalhos, verifica-se o quorum, e, se não estiver presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, suspendem-se os trabalhos até que ele se complete;
IV – presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, é declarada aberta a sessão de eleição da Mesa Diretora;
V – o registro de candidatura é feito junto à Mesa até 60 minutos após a abertura da sessão;
VI – a eleição é feita em votações nominais, destinando-se a primeira à eleição do Presidente, e as seguintes à do Vice-Presidente e de cada secretário com seu respectivo suplente;
VII – terminada a apuração da primeira eleição, o presidente deve proclamar o resultado, considerado eleito o candidato mais votado;
VIII – se ocorrer empate, deve ser realizada nova eleição entre os candidatos mais votados, salvo se houver apenas 2 candidatos;
IX – havendo novo empate, ou empate na hipótese de haver apenas 2 candidatos, é considerado eleito, sucessivamente, o candidato que:
a) contar com o maior número de legislaturas;
b) pertencer a partido ou bloco parlamentar com maior número de Deputados Distritais;
c) houver obtido o maior número de votos na última eleição;
d) for o mais idoso;
X – proclamado eleito o novo Presidente, quem estiver presidindo a sessão deve convidá-lo para assumir a presidência dos trabalhos para eleição do Vice-Presidente, dos secretários e suplentes de secretário;
XI – proclamado o resultado da eleição, a Mesa Diretora é empossada, elegendo-se, a seguir, a Comissão Representativa para os períodos de recesso da primeira sessão legislativa;
XII – empossada a comissão representativa, passa-se à eleição dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes e do Corregedor, Corregedor Adjunto, Ouvidor e Ouvidor Adjunto;
XIII – terminadas as eleições e empossados os eleitos, encerra-se a sessão.
Parágrafo único. Mediante acordo entre todos os Deputados Distritais eleitos, o horário de eleição da Mesa Diretora pode ser alterado.
Art. 11. À eleição dos membros da Mesa Diretora, para o segundo biênio de cada legislatura, aplica-se o disposto nos arts. 9º e 10, salvo o seguinte:
I – a eleição deve ser realizada na primeira quinzena de dezembro da segunda sessão legislativa;
II – a sessão é presidida pela Mesa Diretora em exercício;
III – a posse da nova Mesa Diretora ocorre às dez horas do dia 1º de janeiro do ano da terceira sessão legislativa em sessão preparatória, independentemente de quorum.
TÍTULO II
DOS DEPUTADOS DISTRITAIS
CAPÍTULO I
DAS PRERROGATIVAS, VEDAÇÕES E DEVERES
Art. 12. O Deputado Distrital é inviolável por suas opiniões, palavras e votos.
§ 1º O Deputado Distrital, desde a expedição do diploma, não pode ser preso, salvo em flagrante de crime inafiançável.
§ 2º O Deputado Distrital, desde a expedição do diploma, é submetido a julgamento perante o juízo competente.
§ 3º O Deputado Distrital não é obrigado a testemunhar sobre informação recebida ou prestada em razão do exercício do mandato, nem sobre pessoa que lhe confiar ou dela receber informação.
§ 4º A incorporação de Deputado Distrital às Forças Armadas, embora militar e ainda que em tempo de guerra, depende de prévia licença da Câmara Legislativa.
§ 5º Pode o Deputado Distrital, mediante licença da Câmara Legislativa, desempenhar missões de caráter diplomático e cultural.
Art. 13. As imunidades dos Deputados Distritais não se suspendem durante o estado de sítio, salvo nos casos de atos incompatíveis com a execução da medida, praticados fora do recinto da Câmara Legislativa, mediante aprovação de no mínimo dois terços dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. Recebida a solicitação de suspensão das imunidades, deve ela ser lida em plenário e distribuída à Comissão de Constituição e Justiça, para parecer.
Art. 14. O Deputado Distrital não pode:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum nas entidades constantes da alínea a;
II – desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 15. Sem prejuízo do disposto no art. 6º, o Deputado Distrital deve encaminhar à Mesa Diretora, até 15 dias após o prazo final assinalado pela Receita Federal do Brasil, a declaração de bens constante da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo ao ano-calendário anterior.
§ 1º A declaração de bens, com a indicação de suas fontes, na forma disciplinada pela Mesa Diretora, deve ser publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Se o Deputado Distrital fizer declaração retificadora, deve apresentá-la à Mesa Diretora no prazo de 15 dias após a entrega à Receita Federal do Brasil.
CAPÍTULO II
DO EXERCÍCIO DO MANDATO
Art. 16. O exercício do mandato inicia-se com a posse, competindo ao Deputado Distrital:
I – a representatividade política que lhe foi conferida pelas urnas;
II –a participação nas diferentes etapas e atos do processo legislativo e nas demais matérias sujeitas à deliberação da Câmara Legislativa ou sujeitas à atuação parlamentar;
III – a prerrogativa de integrar o Plenário e as comissões, tomar parte nas sessões e reuniões, votar e ser votado;
IV – o oferecimento de proposição, a discussão e a deliberação sobre matéria em tramitação;
V – o uso da palavra, nos termos deste Regimento Interno;
VI – a atuação no controle externo, com acesso franqueado a todos os sistemas informatizados;
VII – a requisição às autoridades, por intermédio da Mesa Diretora ou diretamente, de providências para garantia de sua imunidade e de suas funções institucionais;
VIII – o encaminhamento, por intermédio da Mesa Diretora, de:
a) pedido escrito de informação a Secretário de Estado ou autoridade equivalente;
b) requisição de inspeção e auditoria pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal;
c) pedido escrito de providências;
IX – o exame de qualquer processo e documento existentes na Câmara Legislativa, respeitados os critérios legais de acesso à informação;
X – a utilização dos serviços administrativos da Câmara Legislativa, para assessoramento e apoio às atividades parlamentares;
XI – o livre acesso, durante o horário de expediente, a órgão e entidade públicos do Distrito Federal, mesmo sem prévio aviso, sendo-lhe devida toda informação solicitada, inclusive o conteúdo de qualquer documento ou processo já concluído ou de parte já concluída de processo em andamento.
Parágrafo único. O Deputado Distrital, no exercício da função fiscalizatória, deve atuar em representação dos órgãos colegiados da Câmara Legislativa.
Art. 17. Sem prejuízo de outras disposições regimentais, o Deputado Distrital é impedido de:
I – exercer cumulativamente os cargos de:
a) membro titular da Mesa Diretora, Corregedor, Ouvidor e presidente de comissão permanente;
b) procurador especial com outro da mesma natureza;
c) Corregedor e membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar;
II – votar:
a) em causa própria ou em matéria que tenha interesse individual ou familiar;
b) sendo suplente, quando presente o membro titular da Mesa Diretora ou de comissão;
III – ser relator de proposição de sua autoria, salvo emenda à proposição da qual não seja autor;
IV – presidir os trabalhos da Câmara Legislativa ou de comissão quando se tratar:
a) de assunto de seu interesse pessoal ou familiar;
b) de apreciação de proposição de sua autoria, salvo de emenda ou de proposição que independa de parecer;
c) de proposição de sua relatoria;
V – atuar como membro:
a) da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar em processo disciplinar em que tenha atuado como Corregedor;
b) da Comissão de Constituição e Justiça, em processo disciplinar em que tenha atuado como Corregedor ou como membro da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar.
§ 1º Os impedimentos dos incisos III e IV, b, não se aplicam aos casos em que todos os Deputados Distritais que compõem a comissão ou o Plenário forem subscritores da proposição.
§ 2º O suplente de secretário da Mesa Diretora, em substituição ao membro titular, quando exercer o cargo de Presidente de comissão permanente, Corregedor ou Ouvidor, deve optar por um deles, renunciando ou solicitando afastamento do cargo do qual é titular; não realizando a opção, considera-se haver renunciado ou se afastado do cargo de Presidente de comissão permanente, de Corregedor ou de Ouvidor.
§ 3º A infringência das vedações previstas neste artigo implica:
I – a nulidade:
a) do ato praticado em regime de acumulação;
b) do voto, no caso dos incisos II, b, e V;
c) do parecer, no caso do inciso III;
d) da votação, no caso do inciso IV;
II – a contabilização do voto como abstenção, no caso do inciso II, a.
CAPÍTULO III
DO DECORO PARLAMENTAR
Art. 18. São definidos e disciplinados no Código de Ética e Decoro Parlamentar:
I – os procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar;
II – os atos contrários à boa conduta parlamentar;
III – o processo disciplinar para apurar infração disciplinar e aplicar a sanção cominada.
Parágrafo único. O Código de Ética e Decoro Parlamentar é norma integrante deste Regimento Interno, e às suas alterações ou reforma aplicam-se as disposições do art. 240.
CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
Seção I
Das Licenças Voluntárias
Art. 19. O Deputado Distrital pode licenciar-se do cargo, sem perder o mandato nem o cargo que detiver na Mesa Diretora:
I – para exercer qualquer dos cargos previstos no art. 64 da Lei Orgânica, podendo optar pelo subsídio do mandato;
II – para tratar de interesse particular, sem subsídio, desde que o afastamento não seja superior a 120 dias, por sessão legislativa;
III – para tratar da própria saúde, sem prejuízo do subsídio.
§ 1º A licença para membro da Mesa Diretora, sem perda do cargo no colegiado, prevista no inciso I, não se aplica ao Presidente e ao Vice-Presidente e não pode exceder o prazo previsto no art. 47, IV.
§ 2º São asseguradas, nas mesmas condições previstas no regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal:
I – à Deputada Distrital a licença-maternidade, inclusive no caso de adoção;
II – ao Deputado Distrital a licença-paternidade, inclusive no caso de adoção;
III – a ambos a licença ou a ausência justificada:
a) em razão de casamento;
b) decorrente da morte do cônjuge, companheiro, pai, mãe, filho ou irmão;
c) por motivo de doença em pessoa da família.
§ 3º Para obtenção ou prorrogação da licença prevista no inciso III do caput, é necessário atestado médico ou laudo de inspeção de saúde, firmado por médico do serviço de saúde da Câmara Legislativa.
§ 4º É admitida a homologação de atestado médico ou de laudo de inspeção de saúde, por médico de serviço de saúde da Câmara Legislativa, desde que o documento seja apresentado ao serviço de saúde até 5 dias de sua emissão.
§ 5º As licenças de que trata este artigo são concedidas pela Mesa Diretora e publicadas no Diário da Câmara Legislativa.
§ 6º O Deputado Distrital pode solicitar à Mesa Diretora, a qualquer tempo, o encerramento da licença, sendo exigida homologação do serviço de saúde, no caso da licença do inciso III do caput.
Seção II
Do Afastamento por Incapacidade Civil ou Mental
Art. 20. Em caso de incapacidade civil, decretada em juízo, ou em caso de incapacidade mental, avaliada na forma da legislação federal por equipe multi e interdisciplinar nomeada pela Mesa Diretora, o Deputado Distrital fica afastado do exercício do mandato, sem perda do subsídio, enquanto durarem seus efeitos, desde que não ultrapasse o fim da legislatura.
§ 1º A declaração de incapacidade somente surte efeitos após a publicação de resolução, aprovada pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 2º No caso de o Deputado Distrital negar-se a submeter-se ao exame de saúde, pode a Câmara Legislativa, por maioria absoluta dos Deputados Distritais, aplicar-lhe a medida de afastamento.
Seção III
Da Licença para Incorporação às Forças Armadas
Art. 21. O Deputado Distrital, mediante prévia autorização da Câmara Legislativa, pode, sem perder o mandato, incorporar-se às Forças Armadas nos casos de convocação prevista em lei federal.
§ 1º Recebido o documento de convocação, deve o Presidente da Câmara Legislativa, após a leitura em plenário, fazer a distribuição à Comissão de Constituição e Justiça, para emitir parecer em 5 dias.
§ 2º Juntamente com o seu parecer, a Comissão de Constituição e Justiça deve elaborar o respectivo projeto de resolução, a ser discutido e votado na primeira sessão ordinária que houver.
§ 3º Concluído o serviço militar, o Deputado Distrital tem até 30 dias, sem subsídio, para reassumir o exercício do mandato.
CAPÍTULO V
DA PRISÃO EM FLAGRANTE E DA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CONTRA DEPUTADO DISTRITAL
Art. 22. No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, os autos devem ser remetidos, no prazo de 24 horas, à Câmara Legislativa, para que resolva sobre a prisão.
Parágrafo único. O relaxamento ou a revogação da prisão depende do voto favorável da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 23. Recebidos os autos de flagrante, deve o Presidente da Câmara Legislativa despachar o expediente à Comissão de Constituição e Justiça, observadas as seguintes normas:
I – deve a comissão resolver, preliminarmente, sobre a prisão, e também:
a) verificar a situação individual do Deputado Distrital preso;
b) oferecer parecer prévio, no prazo de 72 horas, sobre a manutenção da prisão, assegurada a palavra ao Deputado Distrital envolvido ou ao seu procurador;
c) propor projeto de decreto legislativo, juntamente com o parecer prévio, dispondo sobre o relaxamento, a revogação ou a manutenção da prisão;
d) submeter ao Plenário da Câmara Legislativa, por intermédio da Mesa Diretora, na primeira sessão que houver, o parecer prévio e o projeto de decreto legislativo;
II – a decisão deve ser comunicada pelo Presidente da Câmara Legislativa ao juízo competente no prazo de 3 dias.
Parágrafo único. Nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, as competências previstas no inciso I deste artigo são exercidas pela Comissão Representativa.
Art. 24. A Câmara Legislativa, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta dos Deputados Distritais, pode sustar, até a decisão final do juízo competente, o andamento da ação penal contra o Deputado Distrital, por crime cometido após a diplomação.
§ 1º Recebido o pedido de sustação da ação penal, deve o Presidente da Câmara Legislativa despachar o expediente à Comissão de Constituição e Justiça para, em 15 dias, emitir parecer conclusivo, acompanhado do devido projeto de decreto legislativo.
§ 2º Lido em plenário e publicado no Diário da Câmara Legislativa, o projeto de decreto legislativo deve ser incluído na ordem do dia, devendo ser apreciado no prazo previsto no art. 61 da Lei Orgânica.
§ 3º A sustação da ação penal suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
CAPÍTULO VI
DA VACÂNCIA
Art. 25. As vagas na Câmara Legislativa verificam-se em virtude de:
I – falecimento;
II – renúncia;
III – perda de mandato.
Parágrafo único. A vacância é declarada pela Mesa Diretora.
Art. 26. A declaração de renúncia do mandato deve ser dirigida por escrito à Mesa Diretora e independe de aprovação da Câmara Legislativa, mas somente se torna efetiva e irretratável depois de lida em plenário e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Considera-se também haver renunciado:
I – o Deputado Distrital que:
a) não tomar posse no prazo regimental;
b) não reassumir o mandato após o término de licença ou afastamento, salvo motivo de força maior ou enfermidade devidamente comprovada;
II – o suplente de Deputado Distrital que, convocado, não exercer a faculdade do art. 27, § 1º, e deixar de:
a) tomar posse no prazo regimental;
b) assumir o mandato, quando já tiver prestado o compromisso e sido empossado anteriormente.
CAPÍTULO VII
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE
Art. 27. A Mesa Diretora deve convocar, no prazo de 2 dias, o suplente de Deputado Distrital, nos casos de:
I – ocorrência de vaga;
II – investidura do titular nas funções definidas no art. 19, I;
III – licença para tratamento de saúde do titular, desde que o prazo original seja superior a 120 dias, vedada a soma de períodos para esse efeito, estendendo-se a convocação por todo o período da licença e de suas prorrogações.
§ 1º Assiste ao suplente de Deputado Distrital que for convocado o direito de se declarar impossibilitado de assumir o mandato, dando ciência por escrito à Mesa Diretora, a fim de ser convocado o suplente imediato.
§ 2º Ocorrendo vaga em período superior a 15 meses antes do término do mandato e não havendo suplente de Deputado Distrital a ser convocado, o Presidente deve comunicar o fato à Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no art. 64 da Lei Orgânica.
§ 3º O suplente de Deputado Distrital, quando convocado em caráter de substituição temporária, não pode ser escolhido para cargo da Mesa Diretora, Ouvidor ou Corregedor, podendo, no entanto, ser eleito para presidente ou vice-presidente de comissão permanente ou temporária.
§ 4º O suplente assume as vagas do titular nas comissões, ressalvada a presidência e a vice-presidência.
§ 5º Para reassumir o mandato, o Deputado Distrital afastado deve formalizar sua intenção à Mesa Diretora, a quem compete dar ciência ao suplente ocupante do cargo.
CAPÍTULO VIII
DAS LIDERANÇAS E DOS BLOCOS PARLAMENTARES
Art. 28. Líder é o Deputado Distrital escolhido por seus pares para falar em nome da bancada de seu partido ou bloco parlamentar.
§ 1º A escolha do líder é comunicada à Mesa Diretora no início de cada sessão legislativa ou após a criação do bloco parlamentar, em documento subscrito pela maioria absoluta de seus membros, que pode, a qualquer tempo, substituí-lo.
§ 2º Cada líder pode indicar vice-líderes, na proporção de 1 para 3 Deputados Distritais ou fração que constituam sua bancada, facultada a indicação de um como primeiro vice-líder.
§ 3º O Governador, por meio de mensagem dirigida ao Presidente da Câmara Legislativa, pode indicar um líder e um vice-líder dentre os Deputados Distritais como seus representantes junto à Câmara Legislativa.
§ 4º O líder do Governo tem as prerrogativas e restrições regimentais conferidas ao líder de partido ou bloco parlamentar, salvo o estabelecido no art. 29, II, V e VI.
§ 5º O vice-líder do Governo tem as prerrogativas e as restrições regimentais conferidas ao líder do Governo, de que trata o § 4º, em caso de ausência e por delegação desse.
Art. 29. Ao líder, além de outras atribuições regimentais, compete:
I – fazer uso da palavra, nos casos previstos neste Regimento Interno;
II – indicar ao Presidente da Câmara Legislativa os membros da bancada para comporem comissões de qualquer natureza e, a qualquer tempo, substituí-los;
III – tomar parte nas reuniões do Colégio de Líderes;
IV – encaminhar, por tempo não superior a 3 minutos, a votação de qualquer proposição sujeita à deliberação da Câmara Legislativa;
V – declarar a obstrução de sua bancada;
VI – subscrever proposição representando os integrantes de sua bancada, quando autorizado por este Regimento Interno.
§ 1º O Deputado Distrital pertencente a partido de representação unitária pode expressar a posição do partido, em defesa da respectiva linha política, no período das comunicações de liderança, além de exercer as demais prerrogativas descritas neste artigo.
§ 2º As prerrogativas estabelecidas neste artigo podem ser estendidas a vice-líder ou a membro da respectiva bancada, por delegação do líder.
Art. 30. As representações de 2 ou mais partidos, por deliberação das respectivas bancadas, podem constituir bloco parlamentar sob liderança comum.
§ 1º O bloco parlamentar tem, no que couber, o tratamento dispensado por este Regimento Interno a partido político representado na Câmara Legislativa.
§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimentais, salvo o disposto no art. 33, parágrafo único.
§ 3º O bloco parlamentar é composto de, no mínimo, 3 Deputados Distritais.
§ 4º Se o desligamento de Deputado Distrital de uma bancada implicar redução do número fixado no § 3º, extingue-se o bloco parlamentar.
§ 5º O bloco parlamentar tem existência circunscrita à legislatura, devendo o ato de sua criação e as alterações posteriores ser apresentados à Mesa Diretora para registro e publicação.
§ 6º O partido político integrante de um bloco parlamentar não pode fazer parte de outro, concomitantemente.
§ 7º Deputado Distrital sem filiação partidária pode integrar bloco parlamentar, desde que essa condição não ultrapasse 1 ano.
§ 8º Havendo empate entre os integrantes de partido político, considera-se sem consentimento a integração ou permanência no bloco parlamentar.
Art. 31. Além dos líderes de partido político e de bloco parlamentar, a maioria e a minoria também podem escolher seus líderes respectivos.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se:
I – maioria: o partido político ou bloco parlamentar com maior número de integrantes que, por unanimidade, formalize ser base ou oposição ao Governo;
II – minoria: o partido político ou bloco parlamentar com maior número de integrantes que, por unanimidade, formalize posição inversa à da maioria.
§ 2º Nos casos de partidos políticos ou blocos parlamentares com o mesmo número de integrantes, devem ser observados os seguintes critérios de desempate, em ordem sucessiva:
I – maior número de legislaturas das bancadas, obtido pela soma do número de legislaturas que cada integrante tenha;
II – maior número de votos, obtido pela soma do número de votos que cada integrante teve na última eleição.
§ 3º As modificações numéricas nas bancadas de partido político ou bloco parlamentar têm repercussão imediata no direito de escolha do líder da maioria ou da minoria.
§ 4º A maioria e a minoria podem indicar um vice-líder da mesma bancada ou deferir que a escolha seja feita por outro partido ou bloco parlamentar que expresse a mesma posição em relação ao Governo.
CAPÍTULO IX
DO COLÉGIO DE LÍDERES
Art. 32. O Colégio de Líderes é constituído pelos líderes dos partidos políticos, dos blocos parlamentares, do Governo, da maioria e da minoria.
Art. 33. Sempre que possível, as deliberações do Colégio de Líderes são tomadas mediante consenso entre seus integrantes ou, na falta deste, pelo critério da maioria, calculando-se o voto dos líderes em função da expressão numérica de cada bancada.
Parágrafo único. Os líderes de partido político que participem de bloco parlamentar, o líder do Governo, o líder da maioria e o líder da minoria têm direito a voz no Colégio de Líderes, mas não a voto.
Art. 34. Compete ao Colégio de Líderes:
I – definir as proposições que devam ser apreciadas em cada sessão da Câmara Legislativa;
II – deliberar sobre a instalação das comissões parlamentares de inquérito, nos termos do art. 77, § 9º;
III – definir o número e o valor máximos de emendas aos projetos de matéria orçamentária, nos termos do art. 220, § 1º;
IV – deliberar sobre os assuntos levados à sua consideração pelo Plenário.
Art. 35. As reuniões do Colégio de Líderes podem ser convocadas pelo Presidente da Câmara Legislativa ou pela maioria ponderada dos líderes.
CAPÍTULO X
DAS FRENTES PARLAMENTARES
Art. 36. Frente parlamentar é a organização suprapartidária composta por pelo menos um terço dos Deputados Distritais, destinada a promover o aprimoramento da legislação sobre tema determinado ou para discutir problemas específicos da sociedade do Distrito Federal.
Parágrafo único. O ingresso ou desligamento de Deputado Distrital de frente parlamentar pode ocorrer a qualquer tempo, mediante requerimento, observado o art. 38.
Art. 37. O registro de frente parlamentar é feito por meio de requerimento, instruído com sua ata de fundação e constituição, bem como com seu estatuto.
§ 1º O requerimento de registro deve indicar o nome da frente parlamentar e um representante dentre os Deputados Distritais que a integrem, responsável perante a Câmara Legislativa por todas as informações que prestar à Mesa Diretora.
§ 2º Recebido o requerimento, o Presidente da Câmara Legislativa deve mandar publicá-lo, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, procede à devolução ao seu primeiro signatário.
Art. 38. A frente parlamentar extingue-se automaticamente ao final da legislatura ou se o número de integrantes for inferior a um terço dos Deputados Distritais.
TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA LEGISLATIVA
CAPÍTULO I
DA MESA DIRETORA
Seção I
Das Reuniões da Mesa Diretora
Art. 39. A Mesa Diretora reúne-se periodicamente, em horário e local previamente acertados entre seus membros e, extraordinariamente, quando convocada por seu Presidente ou por, no mínimo, 3 de seus membros titulares.
§ 1º As deliberações da Mesa Diretora são tomadas pela maioria absoluta de seus membros, e as atas e os atos delas decorrentes, após a assinatura, são publicados no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Todos os membros da Mesa Diretora devem ser previamente comunicados de reunião convocada extraordinariamente.
§ 3º O suplente de secretário pode participar de todas as reuniões da Mesa Diretora com direito a voz e, quando em substituição a membro titular, com direito a voto.
§ 4º O Deputado Distrital pode comparecer às reuniões da Mesa Diretora e usar da palavra, se assim o Presidente da Câmara Legislativa permitir.
Seção II
Das Atribuições da Mesa Diretora
Art. 40. À Mesa Diretora, órgão colegiado composto nos termos do art. 9º, compete a direção dos trabalhos do Poder Legislativo e dos serviços administrativos estabelecidos neste Regimento Interno.
§ 1º Na direção dos trabalhos do Poder Legislativo, compete especialmente à Mesa Diretora:
I – convocar sessão legislativa extraordinária, no caso do art. 67, II, da Lei Orgânica;
II – tomar as providências necessárias à regularidade dos trabalhos legislativos;
III – iniciar o processo legislativo quando a matéria for de sua competência;
IV – emitir parecer sobre matéria regimental ou da administração interna da Câmara Legislativa, quando a proposição não for de sua autoria;
V – decidir sobre requerimento de licença a Deputado Distrital para se afastar do exercício do mandato;
VI – aplicar ao Deputado Distrital as sanções:
a) disciplinares previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
b) por infringência ao art. 63, II a V, da Lei Orgânica;
VII – promulgar emenda à Lei Orgânica;
VIII – propor ação de controle de constitucionalidade, por iniciativa própria ou a requerimento de Deputado Distrital ou de comissão;
IX – determinar o arquivamento de relatório ou parecer de comissão especial ou de inquérito que não haja concluído com apresentação de projeto ou não solicite providências;
X – requisitar auditoria e inspeção do Tribunal de Contas do Distrito Federal sobre atos sujeitos à sua fiscalização, por iniciativa própria ou a requerimento de Deputado Distrital;
XI – dar conhecimento à Câmara Legislativa, na sessão de encerramento de cada sessão legislativa ordinária, da resenha dos trabalhos realizados;
XII – receber representação, denúncia ou notícia de infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar contra Deputado Distrital, oferecida por Deputado Distrital, por comissão, por cidadão ou por entidade representativa da sociedade civil.
§ 2º Na direção dos serviços administrativos, compete especialmente à Mesa Diretora:
I – promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências de sua alçada ou de competência da Câmara Legislativa;
II – adotar as providências cabíveis, por solicitação do interessado, para a defesa judicial e extrajudicial de Deputado Distrital contra ameaça ou prática de ato atentatório ao livre exercício e às prerrogativas constitucionais e legais do mandato parlamentar;
III – determinar o desconto, no subsídio do Deputado Distrital, proporcional às ausências injustificadas às sessões ordinárias;
IV – conceder licença a Deputado Distrital, nos termos deste Regimento Interno;
V – adotar medidas para promover e valorizar o Poder Legislativo e resguardar o seu conceito perante a sociedade;
VI – aprovar o planejamento estratégico da Câmara Legislativa, definindo e mantendo atualizado o seu modelo de governança e gestão;
VII – aprovar o plano de comunicação social da Câmara Legislativa;
VIII – aprovar as propostas em matéria orçamentária da Câmara Legislativa, inclusive as solicitações de créditos adicionais;
IX – expedir atos para regular os serviços administrativos da Câmara Legislativa;
X – estabelecer as normas para a celebração de contratos, convênios, acordos, ajustes e instrumentos congêneres;
XI – examinar os relatórios de auditoria interna, os relatórios de auditoria de contas e a prestação de contas da administração da Câmara Legislativa a ser remetida ao Tribunal de Contas do Distrito Federal, bem como determinar a adoção de medidas para o aperfeiçoamento dos controles e correção de irregularidade;
XII – julgar, em última instância, recursos administrativos.
Art. 41. Compete, ainda, à Mesa Diretora decidir, no prazo de 10 dias, sobre requerimento de informação, sujeito às normas seguintes:
I – só é admissível o requerimento que:
a) se refira a ato ou fato sujeito à competência ou supervisão da autoridade requerida;
b) se relacione com matéria sujeita à deliberação, à fiscalização ou ao controle da Câmara Legislativa;
c) não contenha pedido de providência, consulta, sugestão, conselho ou indagação sobre os propósitos da autoridade a quem é dirigido;
II – se a informação já tiver chegado à Câmara Legislativa, espontaneamente ou em resposta a requerimento anterior, o requerente deve dela receber cópia, e seu requerimento é tido por prejudicado;
III – a informação recebida, quando se destinar a elucidar matéria relacionada a proposição em curso na Câmara Legislativa, é incorporada ao respectivo processo.
§ 1º Do indeferimento do requerimento de informação, cabe recurso ao Plenário, na forma e condições do art. 147.
§ 2º Aprovado o requerimento de informação, cabe à Mesa Diretora encaminhá-lo à autoridade competente.
§ 3º Se a informação requerida não for prestada em 30 dias ou se for falsa, a Câmara Legislativa deve reunir-se, no prazo de 72 horas, para declarar a ocorrência do fato e adotar as providências do art. 60, XXXIII, da Lei Orgânica.
Seção III
Das Atribuições do Presidente
Art. 42. O Presidente é o representante da Câmara Legislativa, o regulador dos seus trabalhos e o fiscal da sua ordem, na conformidade deste Regimento Interno.
Art. 43. São competências do Presidente da Câmara Legislativa, além de outras expressas neste Regimento Interno, ou que decorram da natureza de suas funções ou prerrogativas:
I – quanto às sessões da Câmara Legislativa:
a) convocar sessão legislativa extraordinária, nos casos previstos na Lei Orgânica;
b) elaborar a ordem do dia das sessões, observadas as deliberações do Colégio de Líderes;
c) convocar, abrir, presidir, suspender, interromper e encerrar as sessões ordinárias e extraordinárias;
d) manter a ordem e fazer observar este Regimento Interno;
e) determinar a verificação de presença, em qualquer fase dos trabalhos, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital;
f) fazer ler o expediente e as comunicações feitas à Mesa;
g) anunciar a ordem do dia e o número de Deputados Distritais presentes;
h) decidir sobre requerimento que solicite:
1) a palavra ou a desistência dela;
2) a prorrogação de prazo para o orador na tribuna;
3) a leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do Plenário;
4) a observância de disposição regimental;
5) a retirada, pelo autor, de proposição que não tenha recebido parecer favorável de comissão;
6) a inclusão, na ordem do dia, de proposição com parecer e em condições regimentais de nela figurar;
7) a informação sobre a ordem dos trabalhos ou a ordem do dia;
8) a inversão de item de discussão e votação da ordem do dia;
9) a discussão de proposição por partes;
10) a votação destacada de emenda;
11) a verificação de votação;
12) a requisição de documentos;
i) interromper o orador que:
1) se desviar da questão;
2) falar sobre o vencido;
3) incorrer em infração prevista no Código de Ética e Decoro Parlamentar, advertindo-o e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra;
4) fizer pronunciamento contendo propaganda de guerra, de ação de grupos armados, civis e militares; preconceito de raça, religião, sexo, cor, idade e qualquer outra forma de discriminação; ofensa ao Estado Democrático de Direito e ao pluralismo político ou à ordem constitucional;
j) determinar não seja registrado discurso ou aparte pela taquigrafia, quando antirregimental;
k) convidar, ouvido o Plenário, Deputado Distrital a retirar-se do recinto da sessão, quando perturbar a ordem;
l) alertar o orador quanto ao término do tempo a ele destinado;
m) decidir questão de ordem e reclamação sobre matéria regimental, cabendo recurso, interposto por Deputado Distrital, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça;
n) submeter matéria à discussão e à votação;
o) estabelecer o ponto da questão a ser objeto da votação;
p) comunicar ao Tribunal Regional Eleitoral a ocorrência de vaga, quando não haja suplente a convocar;
q) designar relator de Plenário, quando as comissões permanentes ainda não tiverem sido constituídas e nos demais casos previstos neste Regimento Interno;
II – quanto às proposições:
a) devolver ao autor, de ofício ou mediante provocação de comissão, proposição que não atenda às exigências regimentais;
b) distribuir as proposições e processos às comissões;
c) determinar a retirada de proposição da ordem do dia, nos termos deste Regimento Interno;
d) declarar prejudicada qualquer proposição, na forma do art. 181;
e) promulgar resolução e decreto legislativo;
III – quanto às comissões:
a) designar os membros e suplentes das comissões, indicados pelos líderes;
b) designar substituto eventual na ausência dos membros das comissões e de seus suplentes, observada a indicação de partido político ou de bloco parlamentar;
c) declarar a perda de lugar de membro de comissão que incidir no número de faltas previsto no art. 86, § 2º;
d) convidar o relator a esclarecer o parecer;
e) convocar as comissões para a eleição dos respectivos presidentes e vice-presidentes, observado o art. 81, § 3º;
f) convocar e reunir, periodicamente, o Colégio de Líderes, a Mesa Diretora e os presidentes das comissões permanentes, para avaliação dos trabalhos da Câmara Legislativa, exame das matérias em tramitação e adoção das providências necessárias ao bom andamento das atividades legislativas;
IV – quanto à Mesa Diretora:
a) presidir suas reuniões;
b) tomar parte nas discussões e deliberações, com direito a voto;
c) executar ou fazer executar as suas decisões, quando tal incumbência não seja atribuída a outro membro;
d) designar relator para as matérias que dependam de parecer;
V – quanto às publicações e divulgação:
a) determinar a divulgação das decisões do Plenário, das reuniões da Mesa Diretora e das comissões;
b) vedar a publicação de pronunciamento proferido com infringência das normas regimentais;
c) resolver sobre a publicação de expediente não oficial no Diário da Câmara Legislativa;
d) determinar que as informações oficiais sejam publicadas por extenso, em resumo ou somente referidas na ata;
e) fazer publicar, no Diário da Câmara Legislativa, a relação dos Deputados Distritais.
§ 1º Compete, ainda, ao Presidente da Câmara Legislativa:
I – dar posse aos Deputados Distritais, ao Governador e ao Vice-Governador do Distrito Federal;
II – exercer o Governo do Distrito Federal, nos termos da lei;
III – zelar pelo prestígio e decoro da Câmara Legislativa, bem como pela liberdade e dignidade dos Deputados Distritais, assegurando-lhes o devido respeito às suas imunidades e demais prerrogativas;
IV – promulgar leis, nos termos do art. 74 da Lei Orgânica;
V – autorizar a retomada de tramitação e arquivar proposição, nos termos deste Regimento Interno;
VI – assinar correspondência destinada a titulares dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; a chefe de governo estrangeiro e seus representantes no Brasil; a assembleia estrangeira e a autoridade judiciária, em assuntos pertinentes à Câmara Legislativa;
VII – assinar contrato, convênio, acordo ou instrumento congênere, em nome da Câmara Legislativa;
VIII – dirigir, com suprema autoridade, a polícia da Câmara Legislativa e requisitar reforço policial, quando necessário;
IX – tomar conhecimento da prestação e tomada de contas, inclusive a tomada de contas especial, e sobre elas emitir pronunciamento, na forma da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
X – encaminhar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal a prestação de contas das unidades orçamentárias da Câmara Legislativa;
XI – prover os cargos e designar servidor da Carreira Legislativa para as funções de confiança da Câmara Legislativa;
XII – requisitar ou ceder servidor efetivo;
XIII – instaurar sindicância, processo disciplinar e tomada de contas especial;
XIV – proferir decisão em sindicância e processo disciplinar.
§ 2º Em caso de empate em votação ostensiva, o voto proferido pelo Presidente serve como critério de desempate.
§ 3º O Presidente pode, a qualquer momento, fazer ao Plenário comunicação de interesse do Distrito Federal, da Câmara Legislativa e da Mesa Diretora.
§ 4º O Presidente da Câmara Legislativa, no exercício do cargo de Governador, fica automaticamente afastado de suas funções parlamentares.
Seção IV
Das Atribuições do Vice-Presidente
Art. 44. Ao Vice-Presidente compete:
I – substituir o Presidente da Câmara Legislativa em suas ausências e impedimentos e suceder-lhe no caso de vacância até realizarem-se novas eleições;
II – promulgar leis, nos termos do art. 74 da Lei Orgânica;
III – promulgar decreto legislativo e resolução, quando o Presidente deixar de fazê-lo;
IV – coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhe forem delegadas pela Mesa Diretora.
Seção V
Das Atribuições dos Secretários
Art. 45. Compete aos secretários coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhes forem delegadas pela Mesa Diretora.
Art. 46. Os secretários substituem-se conforme sua numeração ordinal e, nessa ordem, substituem o Presidente da Câmara Legislativa nas suas ausências e impedimentos, quando o Vice-Presidente não puder fazê-lo.
Seção VI
Da Vacância em Cargos da Mesa Diretora
Art. 47. A vacância em cargo da Mesa Diretora ocorre quando o titular:
I – deixar de ser Deputado Distrital;
II – licenciar-se, para tratar da própria saúde, por mais de 120 dias;
III – renunciar ao cargo que detém;
IV – assumir outro cargo público, por mais de 120 dias, que não enseje a perda do mandato;
V – incorporar-se às Forças Armadas, após licença da Câmara Legislativa;
VI – não comparecer a 4 reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força maior, comunicado por escrito à Mesa Diretora.
Parágrafo único. O secretário pode se afastar do exercício do cargo de membro da Mesa Diretora, por até 120 dias, sem perda do cargo, sendo substituído temporariamente pelo respectivo suplente.
Art. 48. Declarado vago o cargo de Presidente da Câmara Legislativa, de Vice-Presidente ou de suplente de secretário da Mesa Diretora, é ele preenchido mediante eleição, dentro de, no máximo, 7 dias, observadas as formalidades dos arts. 9º a 11.
§ 1º No caso de vacância de cargo de secretário da Mesa Diretora, o cargo é ocupado pelo respectivo suplente.
§ 2º O disposto no caput não se aplica se faltarem menos de 3 meses para o término do mandato da Mesa Diretora.
CAPÍTULO II
DA CORREGEDORIA PARLAMENTAR
Art. 49. A Corregedoria Parlamentar é constituída por um Corregedor e por um Corregedor Adjunto, eleitos dentre os Deputados Distritais na mesma data da eleição dos presidentes das comissões permanentes, para mandato de 1 ano, permitida a recondução.
§ 1º Compete ao Corregedor da Câmara Legislativa:
I – zelar pelo decoro parlamentar, a ordem e a disciplina na Câmara Legislativa;
II – realizar investigação prévia acerca de notícia de infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar, observando-se, quanto aos prazos, o disposto nos parágrafos seguintes;
III – inspecionar, periodicamente, os processos referentes às proposições.
§ 2º Recebida a representação, denúncia ou notícia de que trata o art. 40, § 1º, XII, deve ser determinada a leitura imediata em plenário pelo Deputado que estiver presidindo a sessão e, após autuada, distribuída, em até 2 dias, ao Corregedor e à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar.
§ 3º Distribuída pela Mesa Diretora a representação, a denúncia ou a notícia de infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar, o Corregedor deve notificar, no prazo de 1 dia, o investigado para prestar esclarecimentos no prazo de 10 dias.
§ 4º Findo o prazo do investigado, com ou sem os esclarecimentos solicitados, o Corregedor deve proferir, no prazo de 15 dias, parecer prévio opinativo à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar.
§ 5º Expirado o prazo de que trata o § 4º, com ou sem parecer prévio do Corregedor, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar pode iniciar o procedimento previsto no Código de Ética e Decoro Parlamentar, sem prejuízo de ulteriores diligências da Corregedoria, as quais, uma vez concluídas, são remetidas à comissão.
§ 6º O descumprimento dos prazos concedidos ao Corregedor para notificar o investigado e emitir parecer prévio, além de configurar infração prevista no Código de Ética e Decoro Parlamentar, não prejudica a iniciativa da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar para atuar na forma do § 5º.
§ 7º No caso de suspeição ou impedimento do Corregedor e do Corregedor Adjunto para atuar no feito, deve ser escolhido Corregedor ad hoc, mediante eleição pelo Plenário, em sessão específica para o caso, a ser realizada até a sessão seguinte àquela em que se deu a arguição, observando-se, no que couber, o art. 190, parágrafo único.
§ 8º Para a caracterização da suspeição e do impedimento do Corregedor ou do Corregedor Adjunto, aplicam-se, no que couber, as disposições do Código de Processo Civil.
§ 9º O Corregedor Adjunto substitui o Corregedor em seus afastamentos, impedimentos e suspeições e sucede-o no caso de vacância.
§ 10. Declarado vago o cargo de Corregedor Adjunto, ou na hipótese de vacância simultânea dos cargos de Corregedor e de Corregedor Adjunto, deve ser realizada nova eleição.
CAPÍTULO III
DA OUVIDORIA DA CÂMARA LEGISLATIVA
Art. 50. A Ouvidoria da Câmara Legislativa é constituída por um Ouvidor e um Ouvidor Adjunto, eleitos dentre os Deputados Distritais, na mesma data da eleição dos presidentes das comissões permanentes, para mandato de 1 ano, permitida a recondução.
§ 1º Compete à Ouvidoria da Câmara Legislativa:
I – receber sugestão, crítica, elogio, reclamação e denúncia, encaminhados pelo cidadão, sobre as atividades da Câmara Legislativa, especialmente as relacionadas a:
a) serviços legislativos e administrativos;
b) prestação de serviços públicos pelo Poder Público distrital;
II – registrar, classificar e encaminhar as manifestações a que se refere o inciso I aos destinatários, conforme sua pertinência;
III – informar ao interessado, em até 30 dias, sobre o encaminhamento de suas manifestações, exceto na hipótese em que a lei assegurar o dever de sigilo;
IV – atuar como Serviço de Informações ao Cidadão – SIC, observadas as diretrizes estabelecidas na legislação federal e distrital;
V – promover, em conjunto com a unidade administrativa de comunicação da Câmara Legislativa, a divulgação de informações de interesse coletivo e geral referentes às atividades da Câmara Legislativa, independentemente de requerimento;
VI – sugerir às comissões a realização de audiência pública que guarde relação com temas suscitados pelos demandantes;
VII – propor à Mesa Diretora medidas que permitam o efetivo controle social das atividades desenvolvidas na Câmara Legislativa, bem como o aperfeiçoamento de sua organização interna.
§ 2º A Ouvidoria deve elaborar, anualmente, relatório de suas atividades, a ser publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 3º Não é processada pela Ouvidoria da Câmara Legislativa a manifestação vazia, bem como a que contenha teor ofensivo ou discriminatório.
§ 4º O Ouvidor pode solicitar informação ou documento, quando necessário, a qualquer unidade organizacional da Câmara Legislativa, garantida a autonomia no desempenho de suas funções.
§ 5º O Ouvidor Adjunto substitui o Ouvidor em seus afastamentos, suspeições e impedimentos e sucede-o no caso de vacância.
§ 6º Declarado vago o cargo de Ouvidor Adjunto, ou na hipótese de vacância simultânea dos cargos de Ouvidor e de Ouvidor Adjunto, deve ser realizada nova eleição.
CAPÍTULO IV
DA COMISSÃO REPRESENTATIVA
Art. 51. A Comissão Representativa a que se refere o art. 68, § 5º, da Lei Orgânica, funciona durante os recessos parlamentares e é constituída, mediante votação ostensiva, de:
I – um presidente e um suplente de presidente;
II – dois membros efetivos;
III – dois membros suplentes.
§ 1º A Comissão Representativa pode ser eleita para períodos distintos no mesmo recesso parlamentar.
§ 2º A eleição é realizada na primeira quinzena de cada sessão legislativa ordinária, entre candidatos previamente inscritos, observado o seguinte:
I – na composição da Comissão Representativa, é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária;
II – as inscrições são realizadas junto à Mesa pelos próprios candidatos;
III – feitas as inscrições, aplicam-se, no que couber, as normas para eleição da Mesa Diretora.
§ 3º Não havendo candidato inscrito, ou se os inscritos forem em número insuficiente, o Presidente da Câmara Legislativa deve solicitar aos líderes que façam as indicações, sob pena de se aplicar o disposto no art. 61, § 1º.
§ 4º A Comissão Representativa, observado o § 1º, exerce suas funções no recesso que se seguir à sua eleição e no recesso de julho da sessão legislativa seguinte.
§ 5º Na ausência de Comissão Representativa eleita, as competências previstas no art. 53 são exercidas pela Mesa Diretora.
Art. 52. As reuniões da Comissão Representativa são realizadas em dia, horário e local previamente acertados entre seus membros e, extraordinariamente, quando convocadas pelo seu Presidente ou pela maioria absoluta de seus membros efetivos.
Parágrafo único. O Deputado Distrital que não integra a Comissão Representativa pode participar de suas reuniões, sem direito a voto.
Art. 53. Compete à Comissão Representativa:
I – zelar pelas prerrogativas do Poder Legislativo e pela observância da Constituição Federal, da Lei Orgânica e das garantias nelas consignadas;
II – convocar sessão legislativa extraordinária, nos casos previstos na Lei Orgânica;
III – deliberar sobre o pedido do Governador ou do Vice-Governador para se ausentar do Distrito Federal por mais de 15 dias;
IV – resolver preliminarmente sobre a prisão de Deputado Distrital nos casos de flagrante de crime inafiançável, nos termos do art. 23;
V – apresentar parecer conclusivo sobre pedido de sustação de ação penal, nos termos do art. 24, § 1º.
VI – receber e examinar petição, reclamação e representação de qualquer pessoa física ou jurídica;
VII – receber comunicação de veto, nos termos do art. 74 da Lei Orgânica.
Parágrafo único. Havendo convocação de sessão legislativa extraordinária, suspendem-se as competências da Comissão Representativa.
CAPÍTULO V
DAS COMISSÕES
Seção I
Das Disposições Comuns
Subseção I
Das Disposições Preliminares
Art. 54. As comissões da Câmara Legislativa são:
I – permanentes, as de caráter técnico-legislativo ou especializado, tendo por finalidade apreciar os assuntos e proposições submetidos ao seu exame e sobre eles emitir parecer, além de exercer o acompanhamento de planos e programas governamentais e o controle dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo, bem como exercer a fiscalização orçamentária do Distrito Federal, no âmbito do respectivo campo temático e áreas de atuação;
II – temporárias, as criadas para apreciar determinado assunto e que se extinguem ao término da legislatura, ou antes dele, quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado o prazo de duração, ou ainda se a sua instalação não se der nos 10 dias seguintes à sua constituição.
§ 1º Cada comissão tem um presidente e um vice-presidente eleitos entre seus membros titulares, observadas, no que couber, as normas de eleição dos membros da Mesa Diretora.
§ 2º As comissões contam com assessoramento técnico e apoio das unidades organizacionais da Câmara Legislativa.
§ 3º O Diário da Câmara Legislativa deve publicar, em todas as suas edições, a relação das comissões permanentes, especiais e de inquérito, com a indicação dos membros titulares e suplentes.
Art. 55. Na constituição das comissões, é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária.
Subseção II
Das Competências Comuns
Art. 56. São competências comuns a todas as comissões:
I – apreciar proposições e sobre elas emitir parecer, na forma deste Regimento Interno;
II – estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo temático ou área de atuação, podendo promover conferência, exposição, palestra, seminário ou assemelhados;
III – receber petição, reclamação, representação ou queixa contra ato ou omissão de autoridade ou de órgão e entidade públicos do Distrito Federal;
IV – realizar audiência pública;
V – solicitar audiência ou colaboração de órgão e entidade públicos e da sociedade civil, para elucidação de matéria sujeita a seu pronunciamento;
VI – requisitar depoimento de autoridade ou servidor público e solicitar a oitiva de cidadão;
VII – requerer, por intermédio da Mesa Diretora, informação a Secretário de Estado ou a órgão e entidade públicos do Distrito Federal, na forma do art. 41;
VIII – convocar Secretário de Estado, dirigente e servidor de órgão e entidade públicos do Distrito Federal a prestar pessoalmente informação sobre assunto previamente determinado;
IX – apreciar e fiscalizar programas, planos regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
X – fiscalizar ato que envolva despesa de órgão e entidade públicos;
XI – exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta e empresas controladas;
XII – fiscalizar ajuste, consórcio, convênio, acordo e decisão administrativa ou instrumentos assemelhados firmados pelo Distrito Federal com a União, com Estado ou com Município;
XIII – realizar, com auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ou determinar a realização de diligências, perícias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas em órgão e entidade públicos do Distrito Federal;
XIV – propor a sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, elaborando o respectivo projeto de decreto legislativo.
Parágrafo único. As competências estabelecidas nos incisos III, V, VII e XIV deste artigo não excluem a iniciativa concorrente de Deputado Distrital.
Subseção III
Das Subcomissões
Art. 57. As comissões podem constituir subcomissões, integradas por seus próprios membros, para estudo de proposição, desempenho de atividades específicas ou trato de assuntos definidos no respectivo ato de criação, o qual deve indicar o prazo para conclusão dos trabalhos.
§ 1º Nenhuma comissão pode contar com mais de 3 subcomissões em funcionamento simultâneo.
§ 2º A comissão deve designar 3 membros para cada subcomissão, respeitado o princípio da proporcionalidade partidária.
§ 3º A subcomissão deve concluir seus trabalhos com parecer ou relatório a ser submetido à deliberação da respectiva comissão.
Seção II
Das Comissões Permanentes
Subseção I
Das Disposições Preliminares
Art. 58. São comissões permanentes:
I – Comissão de Constituição e Justiça – CCJ;
II – Comissão de Economia, Orçamento e Finanças – CEOF;
III – Comissão de Assuntos Sociais – CAS;
IV – Comissão de Defesa do Consumidor – CDC;
V – Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar – CDDHCEDP;
VI – Comissão de Assuntos Fundiários – CAF;
VII – Comissão de Educação, Saúde e Cultura – CESC;
VIII – Comissão de Segurança – CS;
IX – Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo – CDESCTMAT;
X – Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle – CFGTC;
XI – Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana – CTMU;
XII – Comissão de Produção Rural e Abastecimento – CPRA.
Subseção II
Da Composição e Instalação
Art. 59. As comissões permanentes têm 5 membros titulares; as temporárias, o número indicado no ato de sua criação.
Art. 60. O número de lugares de cada partido ou bloco parlamentar nas comissões é definido pelo Presidente da Câmara Legislativa:
I – para as comissões permanentes, no dia 1º de janeiro do ano da primeira sessão legislativa de cada legislatura, e, nas demais sessões legislativas, até 10 dias antes da data das respectivas eleições;
II – para as comissões temporárias, após o ato de sua criação.
§ 1º O número de lugares de que trata o caput obedece às seguintes regras:
I – divide-se o número de Deputados Distritais pelo número de membros de cada comissão;
II – o número de Deputados Distritais de cada partido ou bloco parlamentar é dividido pelo quociente obtido na forma do inciso I;
III – o inteiro do quociente obtido na forma do inciso II representa o número de lugares que o partido ou bloco parlamentar tem em cada comissão;
IV – os lugares remanescentes são fixados por escolha dos líderes pela seguinte ordem sucessiva:
a) da maior fração do quociente de proporcionalidade partidária para a menor;
b) maior número de legislaturas das bancadas, obtido pela soma do número de legislaturas que cada integrante tiver;
c) da maior bancada para a menor;
V – o Deputado Distrital sem partido político e que não integre bloco parlamentar escolhe os lugares que sobrarem após a escolha dos líderes, tendo preferência na opção o mais idoso dentre os de maior número de legislaturas.
§ 2º Para os fins do inciso IV, a, considera-se fração a casa decimal ou centesimal que suceda o inteiro.
§ 3º Cada partido ou bloco parlamentar tem, em cada comissão, tantos suplentes quantos forem os seus membros titulares, observado, na substituição, o art. 85.
§ 4º É garantido ao Deputado Distrital o direito de fazer parte, como membro titular, de pelo menos 2 comissões permanentes.
§ 5º Cumprido o disposto no § 3º, os lugares remanescentes são ocupados conforme os critérios estabelecidos neste artigo, sendo que nenhum Deputado Distrital pode fazer parte, como membro titular, de mais de 3 comissões permanentes.
§ 6º O Presidente da Câmara Legislativa somente pode integrar comissão temporária de representação, referida no art. 75, III.
Art. 61. Estabelecido o número de lugares de cada partido ou bloco parlamentar, compete ao líder comunicar ao Presidente da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias, os nomes dos Deputados Distritais que, como titulares e suplentes, vão integrar cada comissão.
§ 1º O Presidente da Câmara Legislativa deve fazer, de ofício, a designação se, no prazo fixado, o líder não comunicar os nomes para compor as comissões.
§ 2º Juntamente com a composição nominal, o Presidente da Câmara Legislativa deve publicar, no Diário da Câmara Legislativa, a convocação das comissões para eleição dos respectivos presidentes e vice-presidentes.
Subseção III
Das Competências e Matérias Específicas das Comissões
Art. 62. As comissões permanentes exercem suas competências em razão da matéria, sendo vedado a uma comissão:
I – exercer competência de outra comissão;
II – manifestar-se sobre matéria que não seja de sua competência.
Parágrafo único. A proposição que contiver matéria de mérito da competência de mais de uma comissão deve ser distribuída às comissões respectivas pelo Presidente da Câmara Legislativa, de ofício ou a requerimento de Presidente de comissão ou qualquer Deputado Distrital.
Subseção IV
Da Comissão de Constituição e Justiça
Art. 63. Compete à Comissão de Constituição e Justiça:
I – examinar a admissibilidade das proposições em geral, quanto à constitucionalidade, juridicidade, legalidade, regimentalidade, técnica legislativa e redação;
II – responder a consultas formuladas pelo Presidente da Câmara Legislativa, Mesa Diretora ou outra comissão sobre as matérias do inciso I;
III – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das matérias seguintes:
a) matérias relativas a direito constitucional, eleitoral, civil, penal, penitenciário, processual e notarial, observado o art. 22, parágrafo único, da Constituição Federal;
b) direito administrativo em geral, ressalvadas as competências específicas das demais comissões;
c) transferência temporária da sede do Governo;
d) pedido de licença do Governador ou do Vice-Governador para se ausentar do Distrito Federal por mais de 15 dias, oferecendo o respectivo projeto de decreto legislativo;
e) arguição pública do cidadão indicado para Procurador-Geral e dos cidadãos indicados para compor o Conselho de Governo;
f) deveres e prerrogativas do mandato, bem como pedidos de licença para incorporação de Deputado Distrital às Forças Armadas, de suspensão das imunidades parlamentares ou de sustação de ação penal;
g) consolidação dos textos legislativos;
h) solicitação de intervenção federal;
IV – emitir parecer sobre o mérito dos recursos, nos casos previstos neste Regimento Interno;
V – emitir parecer sobre a sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;
VI – proceder ao exame dos aspectos constitucionais, legais e jurídicos do parecer da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar, em caso de sanção de perda do mandato de Deputado Distrital;
VII – elaborar a redação final, nos casos previstos neste Regimento Interno;
VIII – elaborar relatório sobre veto, salvo nos projetos de lei do art. 216;
IX – editar enunciados de súmulas sobre constitucionalidade, juridicidade, legalidade e regimentalidade.
§ 1º É terminativo o parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre a admissibilidade de proposição quanto à constitucionalidade, juridicidade e legalidade, cabendo recurso ao Plenário interposto por no mínimo um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias, no caso de a proposição ser inadmitida.
§ 2º Os vícios de linguagem e de técnica legislativa podem ser sanados pela própria comissão, e, não o sendo, a proposição deve remetida ao Presidente da Câmara Legislativa para ser devolvida ao autor.
Subseção V
Da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças
Art. 64. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças:
I – examinar a admissibilidade de proposição quanto à adequação orçamentária e financeira;
II – responder a consulta formulada pela Mesa Diretora ou por outra comissão sobre as matérias do inciso I;
III – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das matérias seguintes:
a) repercussão orçamentária ou financeira das proposições;
b) plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, crédito adicional, contas públicas e operações de crédito sujeitas à autorização legislativa;
c) de natureza tributária, creditícia, orçamentária, financeira e patrimonial, inclusive contribuição dos servidores públicos para o regime próprio de previdência social;
d) prestação de garantia, pelo Distrito Federal, em operação de crédito contratada por suas entidades públicas;
e) prestação ou tomada de contas do Governador e do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
f) relatório anual encaminhado pelo Governador com a identificação dos bens do Distrito Federal objeto de concessão ou permissão de uso no exercício, assim como sua destinação e beneficiário;
g) fixação de subsídio dos Deputados Distritais, do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Administradores Regionais;
h) dívida pública interna e externa;
i) arguição pública de cidadão indicado para cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal e de presidente de instituição financeira oficial do Distrito Federal;
j) normas sobre serviço de veículos de aluguel;
IV – elaborar a redação final e o relatório sobre o veto dos projetos de lei relacionados no art. 216;
V – fiscalizar a execução orçamentária, financeira e contábil.
Parágrafo único. É terminativo o parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças sobre a admissibilidade de proposição quanto à adequação orçamentária e financeira, cabendo recurso ao Plenário, interposto por no mínimo um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias, no caso de a proposição ser inadmitida.
Subseção VI
Da Comissão de Assuntos Sociais
Art. 65. Compete à Comissão de Assuntos Sociais:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) deporto, recreação e lazer;
b) questões relativas ao trabalho, previdência e assistência social;
c) proteção, integração e garantias das pessoas com deficiência;
d) proteção à mulher, à infância, à adolescência, à juventude e ao idoso;
e) promoção da integração social;
f) critérios de fixação de tarifa e preço público para serviço da competência do Distrito Federal;
g) relações de trabalho e política de incentivo à criação de emprego e renda;
h) política de combate às causas da pobreza, subnutrição, insegurança alimentar e fatores de marginalização;
i) política de integração social dos segmentos desfavorecidos;
j) sistema regional de defesa civil e política de combate a calamidades;
k) concessão de título de cidadão benemérito e honorário;
l) serviços públicos em geral, salvo matéria específica de outra comissão;
m) comunicação social;
n) servidor público civil do Distrito Federal, seu regime jurídico, plano de carreira, provimento de cargo, estabilidade, remuneração, aposentadoria e regime próprio de previdência social;
o) criação, estruturação, reestruturação, desmembramento, extinção, incorporação, fusão e atribuições de órgão e entidade públicos;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção VII
Da Comissão de Defesa do Consumidor
Art. 66. Compete à Comissão de Defesa do Consumidor:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) relações de consumo e medidas de proteção e defesa do consumidor;
b) orientação e educação do consumidor;
c) composição, qualidade, apresentação, publicidade e distribuição de bens e serviços;
d) política de abastecimento;
e) consumo e comércio, inclusive o ambulante;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção VIII
Da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar
Art. 67. Compete à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos;
b) direitos inerentes à pessoa humana;
c) violência urbana e rural;
d) discriminação étnica, social ou quanto à orientação sexual;
e) conflito decorrente das relações entre capital e trabalho;
f) sistema penitenciário e direitos do detento;
g) violência policial;
h) abuso de autoridade;
II – receber e acompanhar denúncia de violação dos direitos humanos ou cidadania;
III – visitar, periodicamente:
a) delegacias, estabelecimentos penais e unidades do sistema socioeducativo;
b) centros de triagem e unidades de acolhimento institucional;
c) lugares onde se abrigam pessoas em situação de rua;
d) vítimas ou familiares de vítimas falecidas em situação de violação de direitos humanos;
e) unidades de atenção psicossocial e de tratamento de usuários de drogas;
IV – adotar as providências do Código de Ética e Decoro Parlamentar, observado o art. 49.
§ 1º Após análise prévia, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar pode autorizar o seu presidente a designar relator para investigar cada denúncia que lhe for feita.
§ 2º A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar deve apresentar à Mesa Diretora relatório bimestral sobre as competências previstas nos incisos II e III deste artigo.
§ 3º As irregularidades e delitos apurados pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar são comunicados ao Ministério Público, para as providências cabíveis, ou a outras autoridades, para que se promova a responsabilidade civil, criminal ou administrativa do infrator.
Subseção IX
Da Comissão de Assuntos Fundiários
Art. 68. Compete à Comissão de Assuntos Fundiários:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) instrumentos das políticas de ordenamento territorial e de expansão e desenvolvimento urbano;
b) parcelamento do solo e criação de núcleos rurais;
c) normas gerais de construção e mudança de destinação de área;
d) propaganda ou publicidade em logradouro público ou dele visíveis;
e) política fundiária;
f) criação, incorporação, fusão e desmembramento de região administrativa;
g) habitação;
h) aquisição, administração, utilização, desafetação, afetação, alienação, arrendamento e cessão de bem público e desapropriação;
i) direito urbanístico;
j) política de combate à erosão;
k) utilização e exploração das águas subterrâneas, bem como registro, acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais no território do Distrito Federal;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção X
Da Comissão de Educação, Saúde e Cultura
Art. 69. Compete à Comissão de Educação, Saúde e Cultura:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) educação pública e privada;
b) saúde pública e privada;
c) cultura, espetáculos e diversões públicas;
d) educação sanitária;
e) política de educação para segurança no trânsito;
f) atividades de profissionais de saúde;
g) controle de drogas e medicamentos;
h) patrimônio cultural, histórico, artístico, natural e paisagístico, material e imaterial, do Distrito Federal;
i) bioética;
j) arguição pública de cidadão indicado para dirigente de instituição de saúde;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção XI
Da Comissão de Segurança
Art. 70. Compete à Comissão de Segurança:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) segurança pública;
b) ação preventiva em geral;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Parágrafo único. Compete ainda à Comissão de Segurança, concorrentemente com a Comissão de Educação, Saúde e Cultura, analisar e emitir parecer sobre biossegurança.
Subseção XII
Da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo
Art. 71. Compete à Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) política industrial, comercial e de serviços;
b) política de incentivo à microempresa;
c) política de interação com a Região Integrada do Desenvolvimento Econômico do Entorno;
d) política econômica, planos e programas regionais e setoriais de desenvolvimento integrado do Distrito Federal;
e) plano e programa de natureza econômica;
f) estudo, pesquisa e programa de desenvolvimento da ciência e tecnologia;
g) produção;
h) turismo;
i) energia, telecomunicações e informática;
j) cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e dos animais e controle da poluição;
k) desenvolvimento econômico sustentável;
l) arguição pública de cidadão indicado para dirigente de agência reguladora;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção XIII
Da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle
Art. 72. Compete à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) sistema de ouvidoria e serviço de atendimento ao cidadão;
b) sistema de corregedoria;
c) política de acesso à informação;
d) transparência na gestão pública;
e) organização, atribuição e funcionamento dos órgãos de fiscalização e controle interno e externo, bem como atribuição e responsabilidade de seus servidores;
f) criação e reformulação de conselho;
g) mecanismos de participação social na gestão pública;
h) convênio, ressalvado o disposto no art. 235;
II – exercer a fiscalização e o controle contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial do Distrito Federal e de suas entidades, quanto a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas, consoante o art. 60, XVI e § 1º, e os arts. 68, 77, 79 e 155, todos da Lei Orgânica, e arts. 242 e 243 do Regimento Interno.
§ 1º A comissão, diante de indícios de despesas não autorizadas, na forma do art. 79 da Lei Orgânica, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de incentivos, isenções, anistias, remissões, subsídios ou benefícios de natureza financeira, tributária ou creditícia não aprovados, pode solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de 5 dias, preste os esclarecimentos necessários, sendo que:
I – não prestados os esclarecimentos ou considerados insuficientes, a comissão deve solicitar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal que, no prazo de 30 dias, se pronuncie sobre a matéria;
II – entendendo o Tribunal de Contas do Distrito Federal como irregular a despesa, a comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à administração pública, pode propor ao Plenário a sua sustação, se ainda não realizado, ou seu reembolso devidamente atualizado monetariamente, consoante regras vigentes, se já efetuado.
§ 2º As conclusões da comissão devem ser, se for o caso, encaminhadas ao Presidente da Câmara Legislativa, ao Ministério Público, à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, ao Tribunal de Contas do Distrito Federal e ao órgão central do Poder Executivo encarregado da correição e controle, para promoção de responsabilidade civil, criminal, administrativa e tributária.
Subseção XIV
Da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana
Art. 73. Compete à Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) transporte público e privado;
b) planejamento viário do Distrito Federal;
c) ordenação e exploração dos serviços de transporte;
d) mobilidade urbana;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Subseção XV
Da Comissão de Produção Rural e Abastecimento
Art. 74. Compete à Comissão de Produção Rural e Abastecimento:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) exploração da terra, com fins econômicos ou de subsistência, por meio da agricultura, da pecuária, da silvicultura, do extrativismo sustentável, da aquicultura, além de atividades não agrícolas, respeitada a função social da terra;
b) planejamento rural do Distrito Federal;
c) utilização de agrotóxicos;
d) créditos rurais;
e) política de acesso aos mercados;
f) ordenação, exploração, distribuição e escoamento da produção rural;
g) função social da terra;
h) assistência técnica, infraestrutura e qualificação rural;
i) assistência social e à saúde do produtor rural;
j) relações de trabalho no meio rural;
II – acompanhar e fiscalizar a execução de programa e lei relativos às matérias de sua competência.
Seção III
Das Comissões Temporárias
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 75. As comissões temporárias são:
I – especiais;
II – parlamentares de inquérito;
III – de representação.
§ 1º Cada comissão temporária compõe-se do número de membros previsto no ato ou requerimento de sua criação, observados os arts. 60 e 61.
§ 2º É assegurada a inclusão do primeiro signatário do requerimento de criação de comissão temporária, contando-se seu nome no número de membros a que o seu partido ou bloco parlamentar tem direito.
§ 3º Se a bancada do primeiro signatário não tiver direito à vaga na comissão temporária pelo critério de contagem do § 2º, a proporcionalidade partidária deve ser aplicada apenas em relação às vagas remanescentes, observados os arts. 60 e 61.
Subseção II
Das Comissões Especiais
Art. 76. As comissões especiais são constituídas para fins predeterminados, por deliberação da Câmara Legislativa, mediante proposta da Mesa Diretora ou requerimento de no mínimo um oitavo dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. A proposta ou o requerimento de constituição de comissão especial deve:
I – indicar a finalidade, o número de membros e o prazo de funcionamento, limitado a 180 dias corridos, prorrogável uma vez, pela metade, automaticamente, por requerimento da maioria de seus membros, dirigido à Mesa Diretora, o qual deve ser lido em plenário e, em seguida, publicado;
II – ser submetido ao Plenário, no prazo de 5 dias, ouvida a comissão de mérito.
Subseção III
Das Comissões Parlamentares de Inquérito
Art. 77. A comissão parlamentar de inquérito é criada pela Câmara Legislativa, mediante requerimento:
I – subscrito por no mínimo um terço dos Deputados Distritais;
II – de iniciativa popular, nos termos do art. 68 da Lei Orgânica.
§ 1º A comissão parlamentar de inquérito destina-se à apuração de fato determinado e por prazo certo, e, observada a reserva de jurisdição, tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos neste Regimento Interno e na legislação.
§ 2º Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do Distrito Federal que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da comissão.
§ 3º Mediante solicitação de no mínimo um terço dos Deputados Distritais, o requerimento de que trata o caput pode ser aditado para modificar o seu objeto, observada a pertinência temática.
§ 4º O aditamento solicitado antes da instalação da comissão incorpora-se automaticamente ao requerimento original e, depois de a comissão ter sido instalada, depende de deliberação do Plenário.
§ 5º Recebido o requerimento, o Presidente da Câmara Legislativa deve mandar publicá-lo, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, devolve-o ao seu primeiro signatário, cabendo dessa decisão recurso ao Plenário, no prazo de 5 dias, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 6º O prazo de duração de comissão parlamentar de inquérito, previsto no requerimento de sua criação, é de até 180 dias corridos, prorrogável, uma única vez, pela metade, automaticamente, por requerimento da maioria de seus membros, dirigido à Mesa Diretora, o qual deve ser lido em plenário e, em seguida, publicado.
§ 7º Não se pode instalar comissão parlamentar de inquérito enquanto estiverem funcionando pelo menos 2, salvo mediante requerimento subscrito, no mínimo, pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 8º A provisão de meios, os recursos administrativos, as condições organizacionais e o assessoramento necessários ao bom desempenho da comissão devem constar do requerimento de criação, cabendo à Mesa Diretora adotar, em caráter preferencial, as providências que se fizerem necessárias.
§ 9º A comissão parlamentar de inquérito é instalada respeitada a ordem cronológica do protocolo, salvo deliberação diversa do Colégio de Líderes.
§ 10. A instalação de comissão parlamentar de inquérito de iniciativa popular tem precedência sobre as demais, e ao seu requerimento não se aplicam os §§ 7º e 9º deste artigo.
Art. 78. A comissão parlamentar de inquérito pode, observada a legislação específica:
I – requisitar, na forma e nos limites previstos no requerimento de criação, servidor da Câmara Legislativa e de qualquer órgão ou entidade públicos do Distrito Federal, em caráter transitório e sem ônus para a Câmara Legislativa, ou solicitar a cessão, nas mesmas condições, de servidor dos Poderes da União, Estado ou Município;
II – determinar diligência, ouvir indiciado, inquirir testemunha sob compromisso, requisitar de órgão e entidade públicos informação, documento e serviço, inclusive policial, requerer a audiência de Deputado Distrital e requisitar a oitiva de Secretário de Estado, autoridade e servidor do Distrito Federal, bem como tomar depoimento de autoridade federal, estadual e municipal e do Distrito Federal;
III – incumbir qualquer de seus membros, ou servidor requisitado, da realização de sindicância ou diligência;
IV – realizar diligência externa para investigação e audiência pública;
V – estipular prazo para o atendimento de qualquer providência ou realização de diligência, exceto quando da alçada exclusiva de autoridade judiciária.
§ 1º Se forem diversos os fatos inter-relacionados objeto de inquérito, a comissão pode dizer, em separado, sobre cada um deles, mesmo antes de finalizada a investigação.
§ 2º À comissão parlamentar de inquérito aplicam-se, subsidiariamente, a legislação especial e o Código de Processo Penal.
§ 3º Se, na data previamente designada, não houver número para deliberar, a comissão parlamentar de inquérito pode ouvir indiciado, inquirir testemunha e tomar depoimento de autoridade convocada, desde que presentes o presidente da comissão e o relator.
Art. 79. O relator deve apresentar relatório circunstanciado com suas conclusões até 10 dias antes do fim do prazo para o término dos trabalhos da comissão, o qual, se aprovado, deve ser publicado no Diário da Câmara Legislativa e encaminhado, conforme o caso:
I – à Mesa Diretora para as providências de sua competência ou da Câmara Legislativa;
II – ao Ministério Público, com inteiro teor da documentação, para que promova a responsabilidade civil ou criminal e adote outras medidas decorrentes de suas funções institucionais;
III – ao Poder Executivo para a adoção de providências saneadoras, de caráter disciplinar e administrativo, decorrentes do art. 37 da Constituição Federal, assinalando prazo hábil para seu cumprimento;
IV – à comissão permanente que tenha maior pertinência com a matéria, a qual deve fiscalizar o atendimento do inciso III;
V – ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para as providências previstas no art. 78 da Lei Orgânica;
VI – à Polícia Civil do Distrito Federal para a instauração do inquérito policial.
§ 1º Nos casos dos incisos II, III, V e VI, a remessa é feita pelo Presidente da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias.
§ 2º Rejeitado o relatório de que trata o caput, ou na hipótese de a comissão aprovar relatório diverso do proferido pelo relator, aplica-se o disposto do art. 163, X e XI.
Subseção IV
Das Comissões de Representação
Art. 80. A comissão de representação, que tem por finalidade representar a Câmara Legislativa em ato externo, pode ser instituída pela Mesa Diretora, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital, para cumprir missão temporária.
§ 1º Para os fins deste artigo, considera-se missão temporária aquela que implica o afastamento de Deputado Distrital, para representar a Câmara Legislativa em ato para o qual tenha sido convidado ou a que tenha de assistir.
§ 2º Preside a comissão de representação o Presidente da Câmara Legislativa, quando a integrar.
§ 3º Sujeita-se à deliberação da Câmara Legislativa a criação de comissão de representação que importar ônus para os cofres públicos.
Seção IV
Da Presidência das Comissões
Art. 81. Cada comissão tem um presidente e um vice-presidente eleitos pelos seus membros.
§ 1º O mandato, nas comissões permanentes, é de 1 ano, permitida a recondução; nas comissões temporárias, enquanto estiverem em funcionamento.
§ 2º São observados na eleição, no que couber, os procedimentos estabelecidos para a eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Câmara Legislativa.
§ 3º A reunião para eleição do presidente e do vice-presidente de comissão é convocada pelo Presidente da Câmara Legislativa:
I – para eleição e posse das comissões permanentes, na primeira sessão legislativa, a ser realizada no dia 1º de janeiro;
II – para eleição, nas sessões legislativas seguintes, a ser realizada na primeira quinzena de dezembro, e para posse no dia 1º de janeiro;
III – para eleição de presidente de comissão temporária, até 10 dias após sua constituição.
Art. 82. O presidente de comissão é substituído, nos seus impedimentos, pelo respectivo vice-presidente e, na ausência desse, pelo membro mais idoso, dentre os integrantes mais antigos na comissão.
Parágrafo único. Se vagar o cargo de presidente ou vice-presidente, procede-se a nova eleição para escolha do sucessor, salvo se faltarem menos de 3 meses para o término do mandato, caso em que é provido na forma indicada neste artigo.
Art. 83. Ao presidente de comissão compete:
I – representar a comissão;
II – solicitar ao Presidente da Câmara Legislativa a declaração de vacância na comissão, ou a designação de substituto eventual, na forma do art. 86;
III – determinar a publicação no Diário da Câmara Legislativa da matéria distribuída na comissão com o nome do relator, a data e o prazo regimental;
IV – requisitar assessoria ou consultoria técnico-legislativa ou especializada;
V – submeter à comissão as normas complementares de seu funcionamento, fixando dia e hora das reuniões ordinárias;
VI – designar relator e distribuir-lhe as matérias sujeitas a parecer;
VII – designar relator substituto, nas hipóteses previstas neste Regimento Interno;
VIII – elaborar a pauta da reunião e determinar sua publicação;
IX – quanto às reuniões da comissão:
a) dirigir a reunião, nela mantendo a ordem e fazendo observar o Regimento Interno;
b) conceder a palavra a Deputado Distrital que a solicitar;
c) conceder vista de proposição a membro da comissão;
d) interromper o orador que estiver falando sobre matéria vencida;
e) determinar a retirada de matéria da pauta, ouvidos os demais membros da comissão;
f) proceder à votação e proclamar o seu resultado;
g) decidir questão de ordem e reclamação sobre matéria regimental;
h) suspender a reunião, se as circunstâncias o exigirem;
X – determinar a publicação da ata de reunião;
XI – decidir sobre requerimentos sujeitos a seu despacho;
XII – convocar reunião extraordinária;
XIII – receber petição, reclamação ou representação de qualquer pessoa contra ato ou omissão de autoridade ou entidade pública e adotar o procedimento regimental adequado;
XIV – encaminhar à autoridade competente as indicações distribuídas à comissão, nos termos do art. 139.
§ 1º Da decisão proferida com base no inciso IX, g, deste artigo, cabe recurso ao Plenário, observados, no que couber, os arts. 122 e 124.
§ 2º A pauta da reunião da comissão é organizada de acordo com os critérios estabelecidos, no que couber, para a ordem do dia das sessões da Câmara Legislativa.
Art. 84. O presidente de comissão pode ser relator e tem direito a voto nas deliberações.
Parágrafo único. Em caso de empate em votação ostensiva, o voto proferido pelo presidente serve como critério de desempate
Seção V
Da Substituição dos Membros Titulares
Art. 85. O membro titular, nos impedimentos previstos no art. 17 e em suas ausências, é substituído pelo respectivo suplente.
§ 1º Cada membro titular é substituído pelo suplente de seu partido ou bloco parlamentar.
§ 2º Se não houver suplente, o Presidente da Câmara Legislativa, a requerimento do presidente da comissão, pode designar substituto eventual, devendo a substituição recair, sempre que possível, em Deputado Distrital do mesmo partido ou bloco parlamentar do titular impedido ou ausente.
§ 3º A substituição de que trata o § 2º dá-se exclusivamente nos casos em que a comissão não possa funcionar por falta de quorum.
§ 4º Ao titular ausente é assegurado assumir o seu lugar na comissão assim que comparecer à reunião.
Seção VI
Das Vagas
Art. 86. As vagas nas comissões verificam-se nos seguintes casos:
I – nas hipóteses do art. 25;
II – renúncia ao lugar na comissão;
III – perda do lugar;
IV – afastamento para o exercício de cargo previsto no art. 64 da Lei Orgânica.
§ 1º A renúncia de qualquer membro de comissão é ato perfeito e acabado, desde que manifestada por escrito e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Perde automaticamente o lugar na comissão o Deputado Distrital que não comparecer a 4 reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força maior, comunicado, por escrito, à comissão e por ela aceito, sendo a perda do lugar declarada pelo Presidente da Câmara Legislativa, à vista de comunicação do presidente da comissão.
§ 3º O Deputado Distrital que perder o seu lugar na comissão a ela não pode retornar na mesma sessão legislativa.
§ 4º A vaga em comissão é preenchida automaticamente pelo respectivo suplente, devendo o presidente da comissão solicitar ao Presidente da Câmara Legislativa a designação de novo suplente, observado o art. 60, § 3º.
Seção VII
Das Reuniões
Art. 87. As comissões reúnem-se ordinária ou extraordinariamente.
§ 1º As reuniões ordinárias realizam-se segundo o calendário organizado pela própria comissão, no início de cada sessão legislativa ordinária ou no curso da sessão legislativa, no caso de comissão temporária.
§ 2º A reunião extraordinária realiza-se por convocação:
I – do presidente da comissão:
a) de ofício;
b) mediante provocação de qualquer de seus membros;
c) por solicitação do Presidente da Câmara Legislativa ou da Mesa Diretora;
II – da maioria absoluta de seus membros titulares.
§ 3º A reunião de uma comissão permanente não pode coincidir com a de outra, ainda que em sentido parcial.
§ 4º A reunião de comissão temporária não pode ser realizada concomitantemente com reunião ordinária de comissão permanente.
§ 5º Nenhuma comissão pode reunir-se durante a realização de sessão ordinária ou de sessão extraordinária da Câmara Legislativa.
§ 6º A reunião extraordinária deve ser comunicada a todos os Deputados Distritais no Diário da Câmara Legislativa ou, quando mediar tempo inferior a 24 horas da convocação, por qualquer meio de comunicação que melhor atenda à urgência, designando-se, no aviso de convocação, dia, hora, local e pauta.
§ 7º A reunião dura o tempo necessário ao exame da pauta respectiva.
Art. 88. As reuniões são públicas, podendo ser reservadas mediante requerimento da maioria absoluta de seus membros.
Parágrafo único. Na reunião reservada, é permitida apenas a presença de servidor a serviço da comissão ou de seus membros e de terceiro devidamente convidado pela comissão.
Art. 89. Cada comissão pode reunir-se em audiência pública para esclarecer assunto específico e de interesse público atinente a sua competência.
§ 1º A audiência pública realiza-se mediante requerimento de qualquer dos membros da comissão.
§ 2º Aprovado o requerimento pelo colegiado, o presidente da comissão, em comum acordo com o autor, deve marcar a data de sua realização.
Art. 90. As comissões, por proposta dos respectivos presidentes, podem reunir-se, em conjunto e com a Mesa Diretora, para apreciação de matéria de competência concorrente ou de interesse específico da Câmara Legislativa.
§ 1º A direção dos trabalhos de reunião conjunta de comissões compete ao presidente mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas.
§ 2º Quando a Mesa Diretora da Câmara Legislativa participar da reunião conjunta, os trabalhos são dirigidos por seu Presidente.
Art. 91. De cada reunião de comissão deve ser lavrada a ata respectiva.
§ 1º A ata da reunião deve ser assinada pelo presidente da comissão e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Se o Deputado Distrital pretender retificar a ata, deve formular, no prazo de 5 dias contados da publicação, pedido por escrito, o qual deve ser necessariamente referido na ata seguinte, cabendo ao presidente da comissão acolhê-lo ou não e dar as explicações que se fizerem necessárias.
Seção VIII
Dos Trabalhos
Art. 92. Os trabalhos das comissões iniciam-se com a presença da maioria absoluta de seus membros, ou com qualquer número, se não houver matéria para deliberar, e obedecem à seguinte ordenação:
I – expediente:
a) resumo da correspondência e outros documentos recebidos;
b) comunicação da matéria distribuída aos relatores;
II – leitura de parecer cujas conclusões, votadas em reunião anterior, não tenham sido redigidas;
III – discussão e votação de proposição ou de parecer.
§ 1º A ordem dos trabalhos pode ser alterada pela comissão, a requerimento de qualquer de seus membros, para tratar de matéria em regime de urgência ou de tramitação ordinária, ou ainda no caso de comparecimento de Secretário de Estado ou de qualquer autoridade e de realização de audiência pública.
§ 2º O Deputado Distrital pode participar, sem direito a voto, dos trabalhos e debates da comissão de que não seja membro.
§ 3º Na impossibilidade de o relator designado comparecer à reunião para proferir seu parecer, tendo o parecer sido disponibilizado e a matéria constar da pauta da reunião, pode o presidente da comissão:
I – designar Deputado Distrital presente para ler o parecer, desde que não divirja das conclusões, passando a ser considerado relator, para todos os efeitos;
II – retirar a matéria de pauta.
CAPÍTULO VI
DAS PROCURADORIAS ESPECIAIS
Seção I
Da Procuradoria Especial da Mulher
Art. 93. A Procuradoria Especial da Mulher é constituída por uma Deputada Distrital procuradora especial da mulher e uma Deputada Distrital procuradora especial adjunta, designadas pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início da primeira e da terceira sessões legislativas.
§ 1º A procuradora especial adjunta substitui a procuradora especial da mulher em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
§ 2º A Procuradoria Especial da Mulher pode ser exercida por Deputado Distrital na hipótese de ausência de Deputada Distrital eleita na legislatura vigente.
Art. 94. Compete à Procuradoria Especial da Mulher:
I – incentivar a atuação mais efetiva dos Deputados Distritais na formulação de políticas públicas que melhor atendam às mulheres;
II – zelar pelo respeito à participação das mulheres nos órgãos e nas atividades da Câmara Legislativa;
III – receber denúncias de situações em que órgão ou entidade públicos tenha atuado de forma discriminatória ou agido com violência contra a mulher;
IV – fiscalizar e acompanhar a execução de programa do Governo do Distrito Federal que vise à promoção da igualdade de gênero, assim como a implementação de campanha educativa e antidiscriminatória;
V – cooperar com organismo distrital e nacional, público ou privado, voltado à implementação de políticas para as mulheres;
VI – promover pesquisa e estudo sobre violência e discriminação contra a mulher, bem como acerca de seu déficit de representação na política, inclusive para fins de divulgação pública e fornecimento de subsídio às comissões da Câmara Legislativa;
VII – combater e denunciar aos órgãos competentes o assédio, em todas as formas, contra a mulher no ambiente de trabalho;
VIII – atuar nas regiões administrativas do Distrito Federal com o objetivo de ampliar o alcance das políticas públicas, colhendo dados e demandas para buscar soluções junto ao Poder Executivo, bem como promover aproximação entre o órgão e a sociedade civil.
Seção II
Da Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa
Art. 95. A Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa é constituída por um Deputado Distrital procurador especial de defesa dos direitos da pessoa idosa e um Deputado Distrital procurador especial adjunto, designados pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início da primeira e da terceira sessões legislativas.
Parágrafo único. O procurador especial adjunto substitui o procurador especial de defesa dos direitos da pessoa idosa em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
Art. 96. Compete à Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa:
I – zelar pela participação mais efetiva dos Deputados Distritais nos órgãos e nas atividades da Câmara Legislativa para contribuir com a formulação de políticas públicas que melhor atendam esse segmento da população;
II – fiscalizar e acompanhar a execução de programa do Governo do Distrito Federal e políticas públicas e privadas sob a ótica da proteção dos direitos da pessoa idosa;
III – fiscalizar o efetivo cumprimento da legislação voltada aos direitos da pessoa idosa;
IV – fomentar a implantação de políticas públicas direcionadas à garantia dos direitos da pessoa idosa;
V – receber e encaminhar aos órgãos competentes denúncia relativa a ameaça ou violação a direitos da pessoa idosa;
VI – criar e ajudar a difundir campanhas educativas, antidiscriminatórias e de valorização da pessoa idosa;
VII – produzir e divulgar cartilha com legislação e informações sobre a pessoa idosa no Distrito Federal, com vistas a assegurar o cumprimento de seus direitos por toda a sociedade;
VIII – acompanhar a ação dos conselhos de direitos da pessoa idosa existentes no Distrito Federal e de outros órgãos públicos pertinentes.
Seção III
Da Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Juventude
Art. 97. A Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos Juventude é constituída por um Deputado Distrital procurador especial de defesa dos direitos da juventude e um Deputado Distrital procurador especial adjunto, designados pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início da primeira e da terceira sessões legislativas.
Parágrafo único. O procurador especial adjunto substitui o procurador especial de defesa dos direitos da juventude em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
Art. 98. Compete à Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos Juventude:
I – zelar pela participação mais efetiva dos Deputados Distritais na Câmara Legislativa e demais órgãos da administração direta e indireta para contribuir na formulação de políticas públicas que melhor atendam à juventude do Distrito Federal;
II – fiscalizar e acompanhar programas governamentais e políticas públicas e privadas que visem ao fortalecimento, à garantia e ao atendimento dos direitos da juventude;
III – receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes denúncias de qualquer ato atentatório aos direitos da juventude, bem como acompanhar as medidas despendidas na apuração e no combate;
IV – incentivar a participação social e política de jovens, de forma direta e por meio de suas representações;
V – fomentar políticas públicas de geração do primeiro emprego aos jovens e de incentivo e acesso ao ensino superior;
VI – desenvolver estratégias de acesso a crédito destinadas a promover a iniciativa empresarial por meio dos jovens do Distrito Federal;
VII – desenvolver políticas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados à implementação de políticas para os jovens;
VIII – promover pesquisas e estudos sobre direitos e obrigações da juventude e o déficit da sua representação na esfera política, inclusive para fins de divulgação pública e fornecimento de subsídio ao desenvolvimento de políticas públicas.
TÍTULO IV
DAS SESSÕES DA CÂMARA LEGISLATIVA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 99. As sessões da Câmara Legislativa são públicas, podendo se constituir em:
I – preparatórias, as que precedem a inauguração dos trabalhos da Câmara Legislativa na primeira e na terceira sessões legislativas de cada legislatura;
II – ordinárias, as de quaisquer sessões legislativas ordinárias, realizadas às terças, quartas e quintas-feiras;
III – extraordinárias, as realizadas em dia ou hora diversos dos prefixados para as ordinárias ou as realizadas nas sessões legislativas extraordinárias;
IV – solenes, as realizadas para comemoração ou homenagem especial.
Parágrafo único. A Bíblia Sagrada deve ficar, durante todo o tempo da sessão, aberta sobre a mesa, à disposição de quem dela quiser fazer uso.
Art. 100. A sessão da Câmara Legislativa pode ser suspensa ou encerrada, a juízo do Presidente, ou nos casos de:
I – tumulto grave ou conveniência da manutenção da ordem;
II – falecimento de Deputado Distrital, do Governador, do Vice-Governador do Distrito Federal ou, ainda, quando for decretado luto oficial;
III – presença nos debates de menos de um quarto dos Deputados Distritais.
§ 1º No caso de sessão ordinária, do período do tempo da sessão são descontadas as suspensões ocorridas.
§ 2º Presume-se encerrada a sessão, no momento da suspensão, cujos trabalhos não tenham sido retomados.
Art. 101. Para manutenção da ordem e respeito à austeridade das sessões, são observadas as seguintes normas:
I – não é permitida conversação que perturbe a ordem dos trabalhos;
II – o uso da palavra por Deputado Distrital ou convidado é feito por microfone;
III – a nenhum Deputado Distrital é permitido falar sem pedir a palavra e sem que o Presidente a conceda e, somente após essa concessão, a taquigrafia inicia o apanhamento do discurso;
IV – se o Deputado Distrital pretender falar ou permanecer na tribuna de modo antirregimental, o Presidente deve adverti-lo e se, apesar da advertência, o Deputado Distrital insistir em falar, o Presidente pode dar o seu discurso por encerrado;
V – sempre que o Presidente der por finalizado o discurso, os taquígrafos devem deixar de registrá-lo, podendo também o som ser desligado;
VI – se o Deputado Distrital perturbar a ordem ou o andamento regimental da sessão, o Presidente pode comunicar o fato à Mesa Diretora para a adoção das medidas previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
VII – o Deputado Distrital, ao falar, deve dirigir a palavra ao Presidente, ou aos Deputados Distritais, podendo também referir-se a visitante presente;
VIII – referindo-se, em discurso, a outro Deputado Distrital, o orador deve preceder o seu nome do tratamento "Senhor" ou "Deputado" e, quando a ele se dirigir, dar-lhe o tratamento de "Excelência";
IX – ao Deputado Distrital é vedado usar de expressão descortês ou insultuosa;
X – o orador não pode ser interrompido, salvo por concessão dele para formular questão de ordem ou aparteá-lo, ou nos casos em que este Regimento Interno permita ao Presidente fazê-lo.
Art. 102. O Deputado Distrital somente pode falar, nos expressos termos deste Regimento Interno, para:
I – apresentar proposições;
II – fazer comunicação ou versar assuntos diversos, à hora do Pequeno Expediente e do Grande Expediente;
III – discutir proposições;
IV – encaminhar a votação;
V – levantar questão de ordem ou usar da palavra pela ordem;
VI – fazer reclamação;
VII – contestar, a juízo do Presidente, acusação pessoal à própria conduta, feita durante os debates, ou contradizer o que lhe for indevidamente atribuído como opinião pessoal.
Art. 103. Concedida a palavra, o Deputado Distrital que, inscrito, não puder falar, pode entregar à Mesa o discurso que pretendia proferir, para ser publicado, observadas as seguintes normas:
I – se a inscrição houver sido para o Pequeno Expediente, são admitidos à publicação discursos que não contenham expressões antirregimentais e não ultrapassem 5 laudas;
II – a publicação do discurso é feita pela ordem de sua chegada à Mesa.
Art. 104. Nenhum discurso pode ser interrompido ou transferido para outra sessão, salvo se, findo o tempo a ele destinado, ocorrerem as hipóteses dos arts. 100 e 115, § 2º.
Art. 105. No recinto do plenário, durante as sessões, é admitida a presença de assessor credenciado.
§ 1º Os assessores devem ocupar as cadeiras a eles destinadas no plenário, só podendo permanecer junto a Deputado Distrital quando solicitados, devendo retornar a seus lugares até nova solicitação.
§ 2º É admitido o acesso ao plenário a outros parlamentares.
§ 3º Ao público é garantido o acesso à galeria do plenário para assistir às sessões.
§ 4º Ao jornalista credenciado é permitido o acesso ao recinto do plenário em local a eles reservado.
CAPÍTULO II
DAS SESSÕES ORDINÁRIAS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 106. A sessão ordinária dura normalmente 4 horas, inicia-se às quinze horas e compreende:
I – o Pequeno Expediente;
II – a Ordem do Dia;
III – o Grande Expediente.
Parágrafo único. O Presidente, ouvido o Plenário, pode determinar que a Ordem do Dia seja prolongada até o final da sessão, abolindo o tempo destinado ao Grande Expediente, com o fim de adequar os períodos de discussão, debates e deliberação do Plenário às necessidades da Câmara Legislativa.
Art. 107. À hora do início da sessão, o Presidente da Câmara Legislativa deve pronunciar as seguintes palavras: “Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos”.
§ 1º Não se achando o Presidente da Câmara Legislativa no plenário, é ele substituído, sucessivamente e na série ordinal, pelo Vice-Presidente, secretários e suplentes de secretário ou, finalmente, pelo Deputado Distrital mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas, procedendo-se da mesma forma quando houver necessidade de deixar sua cadeira.
§ 2º Achando-se presente no plenário pelo menos um quarto dos Deputados Distritais, o Presidente deve declarar aberta a sessão.
§ 3º Não se verificando o quorum de presença, o Presidente deve aguardar até que ele se complete, sendo o retardamento compensado no final da sessão.
§ 4º Passados 30 minutos do horário previsto para a abertura da sessão, persistindo a falta de quorum, o Presidente deve declarar que não pode haver sessão, ficando a ordem do dia transferida para a sessão seguinte.
§ 5º A ausência injustificada à sessão ordinária da Câmara Legislativa é descontada do subsídio do Deputado Distrital na proporção de 1/30 por ausência, observado o disposto no art. 121, § 4º.
§ 6º O Deputado Distrital ausente deve ser notificado para, no prazo de 2 dias, apresentar justificativa por escrito de sua ausência, junto à Presidência da Câmara Legislativa, versando exclusivamente sobre:
I – motivos de saúde própria ou de familiar;
II – participação em assembleia e outros atos públicos;
III – concessão de entrevista a meios de comunicação;
IV – participação em solenidade oficial;
V – atendimento ao clamor público vinculado a questões emergenciais;
VI – atividade parlamentar de reunião, seminário, congresso, movimento social e de missão de caráter diplomático ou cultural;
VII – representação da Câmara Legislativa em evento oficial;
VIII – participação em evento fora do Distrito Federal, relacionado à atividade parlamentar.
§ 7º O Deputado Distrital ou o líder, em relação à sua bancada, pode declarar-se em obstrução, no todo ou em parte:
I – à sessão ordinária ou à sessão extraordinária;
II – à discussão ou à votação da ordem do dia.
§ 8º Na obstrução, prerrogativa do mandato em que a presença não é considerada para fins de quorum, o Deputado Distrital deve constar na lista de presença da sessão e permanecer em plenário, tendo direito a voz, mas não a voto.
Art. 108. Iniciada a sessão, os 10 minutos iniciais são destinados à leitura pelo Primeiro-Secretário:
I – das proposições, incluídas as mensagens do Governador, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal;
II – das correspondências, petições ou outros documentos recebidos pelo Presidente da Câmara Legislativa ou pela Mesa Diretora, de interesse do Plenário.
Parágrafo único. A leitura das proposições de que trata o inciso I pode ser feita em qualquer momento da sessão, ou durante a suspensão do art. 107, § 3º.
Seção II
Do Pequeno Expediente
Art. 109. Após a leitura do expediente, tem início o Pequeno Expediente, com duração de 50 minutos, dividido em 2 partes, observado o seguinte:
I – a primeira parte é destinada aos comunicados de líderes e a segunda parte é destinada aos comunicados de parlamentares;
II – a duração dos comunicados é de 5 minutos, para cada líder ou Deputado Distrital.
§ 1º O tempo destinado ao Pequeno Expediente que exceder a duração prevista no caput é deduzido do Grande Expediente.
§ 2º Os líderes podem se pronunciar também como Deputado Distrital, no tempo destinado aos comunicados de parlamentares.
Art. 110. A inscrição do orador para os comunicados de parlamentares é feita na forma indicada pela Mesa Diretora.
Parágrafo único. A inscrição que não puder ser atendida em virtude do levantamento ou não realização da sessão é transferida para a sessão ordinária seguinte.
Art. 111. O Pequeno Expediente pode ser transferido, total ou parcialmente, para depois da Ordem do Dia, ouvido o Plenário.
Seção III
Da Ordem do Dia
Art. 112. Encerrado o Pequeno Expediente, ou na hipótese do art. 111, presente em plenário a maioria absoluta dos Deputados Distritais, declara-se aberto o tempo destinado à Ordem do Dia, com duração de 120 minutos.
Parágrafo único. Não se designa ordem do dia para a primeira sessão ordinária de cada sessão legislativa.
Art. 113. Durante a discussão, o Deputado Distrital pode se pronunciar sobre a matéria por 5 minutos.
§ 1º Anunciada a discussão de qualquer matéria, após os Deputados Distritais se manifestarem, ou não havendo quem queira usar da palavra, o Presidente dá início à votação.
§ 2º Não havendo número para votação, o Presidente deve declarar a inexistência de quorum e anunciar a discussão da matéria seguinte constante da ordem do dia.
§ 3º Encerrada a discussão de todas as matérias constantes da ordem do dia, persistindo a falta de quorum, ficam adiadas as votações para a sessão ordinária seguinte.
Art. 114. Esgotada a matéria constante da ordem do dia, havendo quorum, o Plenário pode votar proposição que independa de parecer.
Parágrafo único. A proposição que independa de parecer também pode ser apreciada sem o esgotamento de que trata o caput, havendo acordo entre os líderes.
Seção IV
Do Grande Expediente
Art. 115. Encerrada a Ordem do Dia, é dada a palavra aos Deputados Distritais inscritos para o Grande Expediente, com duração máxima de 60 minutos, não se aplicando o art. 100, III.
§ 1º A inscrição do orador é feita na forma indicada pela Mesa Diretora.
§ 2º A inscrição que não puder ser atendida em virtude do levantamento ou não realização da sessão é transferida para a sessão ordinária seguinte.
§ 3º A Câmara Legislativa pode destinar o Grande Expediente para comemorações de significação nacional ou interromper os trabalhos para recepção de personalidades, ouvido o Plenário.
Seção V
Do Término da Sessão
Art. 116. Findo o tempo da sessão, ou não havendo mais assunto a tratar, ela é encerrada pelo Presidente.
Parágrafo único. A sessão também é encerrada se não houver quorum para a Ordem do Dia e nenhum Deputado Distrital inscrito para o Grande Expediente.
Art. 117. O tempo de duração da sessão ordinária pode ser prorrogado, de ofício, pelo Presidente, ou por deliberação do Plenário, mediante requerimento.
§ 1º O término do tempo de sessão não interrompe o processo de votação, ou de sua verificação, nem o do requerimento de prorrogação obstado pelo surgimento de questão de ordem.
§ 2º A prorrogação destinada à votação de matéria da ordem do dia só pode ser concedida com a presença da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 3º Requerida a prorrogação e havendo orador na tribuna, o Presidente deve aguardar o fim do pronunciamento, para submeter o requerimento ao Plenário.
CAPÍTULO III
DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS
Art. 118. A sessão extraordinária realiza-se por convocação:
I – do Presidente da Câmara Legislativa;
II – de um terço dos Deputados Distritais, mediante requerimento.
§ 1º A sessão extraordinária destina-se exclusivamente à discussão e votação das matérias incluídas na ordem do dia.
§ 2º O Presidente da Câmara Legislativa deve prefixar o dia, a hora e a ordem do dia da sessão extraordinária, que devem ser comunicados aos Deputados Distritais em sessão ou no Diário da Câmara Legislativa ou, quando mediar tempo inferior a 24 horas da convocação, por qualquer meio de comunicação que melhor atenda à urgência.
Art. 119. É vedada a realização de sessão extraordinária no curso de sessão ordinária, ainda que suspensa.
CAPÍTULO IV
DAS SESSÕES SOLENES
Art. 120. A Câmara Legislativa pode realizar sessão solene para comemoração especial ou recepção de altas personalidades, a juízo da Mesa Diretora, mediante requerimento, obedecidas as seguintes normas:
I – o uso da palavra é definido pelo Deputado Distrital que presidir a sessão, podendo usar da palavra o Deputado Distrital que a solicitar e os convidados selecionados;
II – é realizada independentemente de quorum mínimo de presença;
III – os convidados podem ser admitidos à mesa e em plenário;
IV – pode ser realizada em qualquer local do Distrito Federal, não se aplicando o art. 2º, § 1º.
§ 1º São sempre solenes e independem de requerimento ou deliberação da Mesa Diretora a sessão:
I – de posse do Governador do Distrito Federal e do Vice-Governador;
II – de posse da Mesa Diretora eleita na primeira quinzena de dezembro da segunda sessão legislativa;
III – de entrega do título de cidadão benemérito e honorário.
§ 2º Nas sessões solenes, quando permitido o ingresso de convidados no plenário, os convites são feitos de maneira a assegurar lugares determinados.
CAPÍTULO V
DA COMISSÃO GERAL
Art. 121. A sessão ordinária da Câmara Legislativa transforma-se em comissão geral, mediante deliberação do Plenário, por proposta do Presidente ou a requerimento de no mínimo um oitavo dos Deputados Distritais, para:
I – debate de proposição de iniciativa popular, desde que presente seu primeiro signatário ou quem este tiver indicado, quando da sua apresentação;
II – debate de outras matérias relevantes;
III – comparecimento de Secretário de Estado e demais autoridades do Distrito Federal.
§ 1º No caso do inciso I, pode usar da palavra, por 15 minutos, um dos signatários da proposição ou o Deputado Distrital por ele indicado.
§ 2º No caso do inciso II, o uso da palavra é definido pelo Deputado Distrital que estiver presidindo a sessão, podendo usar da palavra o Deputado Distrital que a solicitar e os convidados selecionados.
§ 3º No caso do inciso III, procede-se na conformidade dos arts. 246 a 249.
§ 4º A realização da comissão geral independe de quorum, sendo dispensado o registro de presença na sessão objeto de sua transformação.
§ 5º Alcançada a sua finalidade, é a comissão geral encerrada, dando-se prosseguimento à sessão, a partir da fase em que se encontravam os trabalhos quando de sua suspensão.
§ 6º Encerrada a comissão geral, presume-se encerrada a sessão cujos trabalhos não tenham sido retomados.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
Seção I
Da Questão de Ordem
Art. 122. Considera-se questão de ordem toda dúvida sobre interpretação deste Regimento Interno ou de outra norma aplicável à matéria em discussão.
§ 1º Durante a Ordem do Dia ou durante a apreciação de matéria nas comissões, só pode ser levantada questão de ordem relacionada à matéria que estiver sendo apreciada.
§ 2º Nenhum Deputado Distrital pode exceder o tempo de 5 minutos para formular questão de ordem, nem dela falar mais de uma vez, salvo para acrescentar fundamento novo.
§ 3º A questão de ordem deve ser objetiva, claramente formulada, com a indicação precisa das disposições constitucionais ou regimentais cuja observância se pretende elucidar.
§ 4º Caso o Deputado Distrital não indique as disposições em que se assenta a questão de ordem, deve o Presidente pedir que o faça, sob pena de retirar-lhe o uso da palavra.
§ 5º Formulada a questão de ordem, só se admite a manifestação de um outro Deputado Distrital, por 5 minutos, quando pretender falar em sentido contrário ao ponto de vista do suscitante, cabendo ao Presidente decidir.
§ 6º O Deputado Distrital, em qualquer caso, pode recorrer da decisão do Presidente ao Plenário, sem efeito suspensivo, ouvindo-se a Comissão de Constituição e Justiça, que tem o prazo máximo de 5 dias para emitir seu parecer.
§ 7º Publicado o parecer da comissão, o recurso é submetido ao Plenário na sessão seguinte.
§ 8º As decisões sobre questão de ordem são registradas e indexadas, dando-se ampla divulgação, com a finalidade de facilitar as propostas de futuras alterações regimentais delas decorrentes.
§ 9º Para os fins do § 8º, a Mesa Diretora deve elaborar projeto de resolução propondo, se for o caso, alterações regimentais para apreciação, em tempo hábil, antes de findo o biênio.
Seção II
Do Uso do Pela Ordem
Art. 123. O Deputado Distrital pode pedir a palavra pela ordem para solicitar informação sobre assuntos da Câmara Legislativa ou para dar informe breve sobre assunto relevante de interesse do Plenário.
Parágrafo único. O Presidente pode postergar o deferimento do pedido, se entender que sua concessão imediata possa prejudicar o andamento dos trabalhos.
Seção III
Das Reclamações sobre Matéria Regimental
Art. 124. O Deputado Distrital pode, em qualquer fase da sessão, usar da palavra, por até 5 minutos, para formular reclamação, relacionada a indagação sobre andamento dos trabalhos, observância do Regimento Interno ou indicação de falha ou equívoco em relação a matéria da ordem do dia, vedado, porém, abordar assunto já resolvido pelo Presidente.
Parágrafo único. Aplicam-se às reclamações as normas referentes às questões de ordem.
Seção IV
Da Ata
Art. 125. De cada sessão é lavrada ata sucinta e ata circunstanciada.
§ 1º A ata sucinta é assinada pelo Primeiro-Secretário.
§ 2º Da ata sucinta deve constar:
I – a lista nominal de presenças e de ausências à sessão ordinária e extraordinária;
II – o resultado das votações e o voto dos Deputados Distritais.
§ 3º Os discursos proferidos durante a sessão são publicados de forma resumida na ata sucinta e por extenso na ata circunstanciada, salvo expressa restrição regimental, não sendo permitida republicação, motivada em correção de erro ou omissão, o que deve, nesse caso, constar da seção Errata.
§ 4º No Diário da Câmara Legislativa, devem ser publicadas a ata sucinta de cada sessão no prazo de 2 dias e, no prazo de 10 dias, a ata circunstanciada, com toda a sequência dos trabalhos.
§ 5º As atas circunstanciadas, redigidas em padrões uniformes estabelecidos pela Mesa Diretora, são organizadas em anais, por ordem cronológica, e as sucintas, organizadas por sessão legislativa e recolhidas ao arquivo.
§ 6º O Deputado Distrital pode:
I – requerer, para revisão, as notas taquigráficas de seu discurso, pelo prazo de 2 dias, após o qual, não devolvido o referido discurso, o Presidente dá publicação ao texto fornecido pelo setor de taquigrafia;
II – solicitar nota taquigráfica, com ou sem revisão do orador, devidamente identificada, de qualquer pronunciamento feito em sessão, reunião de comissão ou em audiência pública, independentemente de prazo.
§ 7º As informações, documento ou discurso de representante de outro Poder, que não tenham sido integralmente lidos pelo Deputado Distrital, são somente indicados na ata, com a declaração do objeto a que se referem, salvo se solicitada publicação por extenso pelo orador.
§ 8º A ata pode ser retificada mediante requerimento formulado no prazo de 5 dias de sua publicação no Diário da Câmara Legislativa.
§ 9º O requerimento de que trata o § 8º é decidido pelo Presidente da Câmara Legislativa, que deve dar as necessárias explicações pelas quais tenha considerado a retificação procedente ou improcedente, cabendo recurso ao Plenário.
TÍTULO V
DAS PROPOSIÇÕES
CAPÍTULO I
DAS PROPOSIÇÕES EM ESPÉCIE
Art. 126. Proposições são as seguintes matérias sujeitas à deliberação da Câmara Legislativa:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de decreto legislativo;
V – projeto de resolução;
VI – indicação;
VII – moção;
VIII – requerimento;
IX – emenda;
X – recurso.
CAPÍTULO II
DOS REQUISITOS GENÉRICOS
Art. 127. A proposição deve atender aos seguintes requisitos:
I – tratar de matéria da competência do Distrito Federal sujeita à deliberação da Câmara Legislativa;
II – estar em conformidade com os preceitos da Constituição Federal e da Lei Orgânica;
III – cumprir as disposições deste Regimento Interno;
IV – observar a juridicidade e sua correta inserção no ordenamento jurídico, se a matéria vier a ser aprovada;
V – guardar coerência:
a) com os princípios da Lei Orgânica, no caso de proposta que objetive emendá-la;
b) com a norma a ser alterada, no caso de projeto com esse objetivo;
c) com a proposição principal, no caso de emenda.
Parágrafo único. É vedado proposição:
I – que delegue competência de um Poder para outro;
II – cujo autor não tenha o poder de iniciativa;
III – que disponha sobre matéria não apropriada à proposição apresentada.
Art. 128. A proposição, para ser recebida, deve:
I – estar redigida de acordo com a técnica legislativa;
II – estar acompanhada das disposições normativas ou contratuais a que o texto fizer remissão;
III – conter o número mínimo de subscritores exigido para sua apresentação;
IV – conter:
a) epígrafe;
b) indicação do autor;
c) ementa;
d) indicação da Câmara Legislativa como órgão legiferante;
e) texto a ser deliberado;
f) justificação;
g) assinatura;
V – estar acompanhada dos demonstrativos, documentos ou estudos, exigidos pela legislação, para apreciar a matéria;
§ 1º Considera-se recebida a proposição a partir de sua numeração.
§ 2º O Presidente da Câmara Legislativa deve encaminhar ao autor a proposição que não observar os requisitos do caput deste artigo.
CAPÍTULO III
DA AUTORIA E DA INICIATIVA
Art. 129. Para efeitos regimentais, considera-se autor da proposição aquele que teve a iniciativa de sua apresentação.
§ 1º Se houver mais de um subscritor, a autoria da proposição é de todos que a subscreverem, ou do primeiro signatário, se as demais assinaturas forem de simples apoiamento.
§ 2º Não são deferidos requerimentos que solicitem a retirada ou inclusão de assinatura de proposição protocolada, após a respectiva publicação.
§ 3º Na proposição em que haja subscrição qualificada, se, com a retirada de assinatura, a proposição deixar de conter o número mínimo de subscritores exigido para sua apresentação, aplica-se o art. 128, III e § 2º.
Art. 130. A iniciativa de proposição, obedecidas as disposições regimentais, é da competência dos Deputados Distritais ou comissões da Câmara Legislativa, da Mesa Diretora e, nos casos e condições previstos na Lei Orgânica:
I – do Governador;
II – do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
III – da Defensoria Pública do Distrito Federal;
IV – dos cidadãos.
Art. 131. Estão sujeitas a número mínimo de subscritores as seguintes proposições:
I – assinadas por um oitavo dos Deputados Distritais:
a) requerimento de comissão geral;
b) recurso, nas hipóteses do art. 147, III e IV;
c) requerimento de constituição de comissão especial;
d) emenda de plenário, em segundo turno;
II – assinadas por um terço dos Deputados Distritais:
a) proposta de emenda à Lei Orgânica e respectivas emendas;
b) requerimento de criação de comissão parlamentar de inquérito, observado o inciso III, b, deste artigo;
c) requerimento de realização de audiência pública itinerante;
d) requerimento de convocação de sessão legislativa extraordinária, para apreciação de ato do Governador que importe crime de responsabilidade;
e) requerimento de convocação de sessão extraordinária;
f) requerimento de tramitação em regime de urgência;
g) projeto de resolução dispondo sobre alteração ou reforma do Regimento Interno;
III – assinadas pela maioria absoluta dos Deputados Distritais:
a) projeto de lei cuja matéria já tenha sido rejeitada na mesma sessão legislativa;
b) requerimento de instalação de comissão parlamentar de inquérito, quando já houver pelo menos 2 em funcionamento;
c) requerimento de convocação de sessão legislativa extraordinária, em caso de urgência ou interesse público relevante;
d) requerimento de encerramento de discussão de matéria urgente;
e) requerimento de adiamento de votação de matéria em regime de urgência;
f) emenda aglutinativa, quando não for apresentada pelos autores das emendas objeto de aglutinação.
CAPÍTULO IV
DA RETIRADA E DO ARQUIVAMENTO DAS PROPOSIÇÕES
Art. 132. A proposição pode ser retirada mediante requerimento de seu autor ou da maioria absoluta dos subscritores.
§ 1º O requerimento de retirada de proposição é deferido pelo Presidente da Câmara Legislativa, se não houver parecer favorável de comissão de mérito, ou submetido à deliberação do Plenário, se houver.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às proposições de iniciativa do Governador, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal.
Art. 133. Finda a legislatura, todas as proposições que se encontram em tramitação ficam com o andamento sobrestado, pelo prazo de 60 dias, salvo as seguintes:
I – com a tramitação concluída nas comissões;
II – já aprovadas em turno único, em primeiro ou em segundo turno;
III – de iniciativa popular;
IV – de iniciativa do Governador, do Tribunal de Contas do Distrito Federal ou da Defensoria Pública do Distrito Federal.
§ 1º Durante o prazo previsto no caput, mediante requerimento do autor, ou da maioria absoluta dos subscritores, a proposição pode retomar sua tramitação normal.
§ 2º Encerrado o prazo, a proposição cuja retomada da tramitação não tenha sido requerida é automaticamente arquivada.
Art. 134. É, ainda, automaticamente arquivada:
I – a proposição que se encontre em tramitação há 2 legislaturas;
II – a proposição inadmitida pela Comissão de Constituição e Justiça ou pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, em parecer terminativo, sem que tenha sido interposto o recurso no prazo previsto, ou se o recurso for rejeitado pelo Plenário;
III – a proposição declarada prejudicada, sem que tenha sido interposto o recurso no prazo previsto, ou se o recurso for rejeitado pelo Plenário.
CAPÍTULO V
DAS ESPÉCIES DE PROPOSIÇÕES
Seção I
Da Proposta de Emenda à Lei Orgânica
Art. 135. A Lei Orgânica pode ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos Deputados Distritais;
II – do Governador;
III – de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no mínimo, por 1% dos eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, 3 zonas eleitorais, com não menos 0,3% do eleitorado de cada uma delas.
§ 1º Não pode ser objeto de deliberação proposta de emenda à Lei Orgânica que ferir princípios da Constituição Federal.
§ 2º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
§ 3º A Lei Orgânica não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio.
Seção II
Dos Projetos
Art. 136. Os projetos de lei complementar e de lei destinam-se a dispor sobre matérias para as quais se exige a sanção do Governador.
Parágrafo único. A elaboração de lei complementar dá-se apenas nos casos expressamente previstos na Lei Orgânica.
Art. 137. Os projetos de resolução e de decreto legislativo destinam-se a dispor sobre matérias da competência privativa da Câmara Legislativa para as quais não se exige a sanção do Governador.
Parágrafo único. As matérias de interesse interno da Câmara Legislativa são reguladas por resolução; as demais, por decreto legislativo.
Art. 138. Não pode ser objeto de deliberação pela Câmara Legislativa:
I – projeto de lei complementar ou de lei que vise a conceder gratuidade ou subsídio em serviço público prestado de forma indireta, sem a correspondente indicação da fonte de custeio;
II – matéria constante de projeto de lei rejeitado ou havido por prejudicado na mesma sessão legislativa, salvo mediante proposta da maioria absoluta dos Deputados Distritais;
III – matéria constante de emenda que:
a) aumente a despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal;
b) aumente a despesa prevista nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara Legislativa;
c) não guarde pertinência temática com a matéria constante da proposição de iniciativa do Poder Executivo, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal.
§ 1º Nas matérias de iniciativa do Poder Executivo, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal, a reapresentação do projeto rejeitado depende da anuência prévia da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 2º Para os fins do inciso II, considera-se rejeitado o projeto cujo veto tiver sido mantido.
Seção III
Das Indicações
Art. 139. Indicação é a proposição por meio da qual a Câmara Legislativa sugere ao Poder Executivo a adoção de providência, a realização de ato administrativo ou de gestão, ou o envio de projeto sobre matéria de sua iniciativa exclusiva.
§ 1º Lida em plenário, a indicação deve ser distribuída à comissão de mérito.
§ 2º A indicação independe de aprovação e deve ser encaminhada pelo Presidente da comissão à autoridade competente.
§ 3º O Presidente da comissão deve devolver ao autor a indicação elaborada em desconformidade com as disposições deste Regimento Interno.
§ 4º Na hipótese do § 3º, o autor da indicação pode apresentar requerimento perante a comissão, para que o colegiado delibere sobre a matéria.
Seção IV
Das Moções
Art. 140. Moção é a proposição por meio da qual a Câmara Legislativa se pronuncia para manifestar louvor, pesar ou repúdio ou hipotecar solidariedade sobre determinado evento.
§ 1º A moção deve ser redigida com clareza e precisão e conter duas partes:
I – a primeira parte destina-se a solicitar a aprovação, devidamente justificada;
II – a segunda parte destina-se ao texto a ser deliberado.
§ 2º A moção independe de parecer das comissões e deve constar da ordem do dia da sessão seguinte à da sua leitura em plenário.
§ 3º A moção deve versar sobre ato público ou acontecimento de alta significação local, nacional ou internacional.
§ 4º A moção de pesar é cabível nos casos de luto oficial ou falecimento de pessoa que tenha exercido alto cargo público ou adquirido excepcional relevo na comunidade.
Seção V
Dos Requerimentos
Art. 141. São escritos e dependem de deliberação do Plenário os requerimentos cuja matéria não esteja compreendida nos arts. 40, § 1º, V e X; 41; e 43, I, h; especialmente os que solicitem:
I – representação da Câmara Legislativa por comissão externa;
II – convocação de Secretário de Estado e demais autoridades do Distrito Federal;
III – realização de sessão extraordinária;
IV – não realização de sessão em determinado dia;
V – audiência pública da Câmara Legislativa;
VI – retirada de proposição com parecer favorável de comissão de mérito;
VII – desapensamento de proposições que tramitem em conjunto;
VIII – urgência;
IX – preferência;
X – reabertura de discussão de projeto;
XI – adiamento de discussão ou de votação;
XII – encerramento de discussão;
XIII – destaque de emenda ou parte de proposição para constituir projeto em separado, previsto nos arts. 179 e 180;
XIV – destaque, para votação em separado, de parte da proposição principal, emenda ou proposição apensada;
XV – votação por determinado processo;
XVI – votação de proposição por partes.
Parágrafo único. Os requerimentos não estão sujeitos a discussão e só podem ter sua votação encaminhada pelo autor e pelos líderes, por 5 minutos cada, sendo decididos por processo simbólico, salvo quando exigida maioria absoluta ou maioria qualificada.
Seção VI
Das Emendas
Art. 142. Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra com o objetivo de alterar sua forma original.
§ 1º A emenda pode ser:
I – aditiva, a que faz acréscimo de dispositivo ao texto da proposição principal;
II – aglutinativa, a que resulta da fusão de outras emendas, ou de emenda com o texto da proposição principal, a fim de formar um novo texto, com objetivos aproximados;
III – modificativa, a que dá nova redação a dispositivo da proposição principal;
IV – supressiva, a que objetiva erradicar qualquer parte da proposição principal.
§ 2º Recebe a denominação de:
I – emenda de plenário, a apresentada após a inclusão da matéria na ordem do dia;
II – emenda de redação, a que objetiva sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa, lapso manifesto ou erro evidente;
III – emenda substitutiva, a que objetiva alterar substancialmente o conteúdo de parte da proposição, reescrevendo-a integralmente;
IV – subemenda, a emenda apresentada a outra emenda;
V – substitutivo, a emenda que objetiva:
a) alterar substancialmente o conteúdo de uma proposição, reescrevendo-a integralmente;
b) substituir integralmente uma ou mais proposições que tramitem em conjunto.
§ 3º A autoria do substitutivo não implica a alteração da autoria da proposição.
Art. 143. As emendas são apresentadas no prazo único e comum de 10 dias, a partir da publicação de abertura de prazo no Diário da Câmara Legislativa.
§ 1º A publicação de que trata o caput deve incluir o início e o fim do prazo para apresentação de emendas.
§ 2º A apresentação de substitutivo por comissão constitui atribuição da que for competente para emitir parecer sobre o mérito da proposição principal, exceto quando se destinar a aperfeiçoar a redação e a técnica legislativa, caso em que a iniciativa é da Comissão de Constituição e Justiça.
Art. 144. As emendas de plenário são apresentadas desde a inclusão da proposição na ordem do dia até o anúncio da votação:
I – por Deputado Distrital, em turno único, ou em primeiro turno;
II – por, no mínimo, um oitavo dos Deputados Distritais, em segundo turno.
Art. 145. As emendas de plenário são apreciadas pelas mesmas comissões para as quais tenha sido distribuída a proposição principal.
Art. 146. As emendas aglutinativas são apresentadas em plenário pelos autores das emendas objeto da aglutinação, ou pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. A emenda aglutinativa, quando apresentada, implica a retirada das emendas das quais resulta.
Seção VII
Dos Recursos
Art. 147. Pode ser interposto recurso:
I – de decisão do Presidente da Câmara Legislativa:
a) que não receber a proposição e devolvê-la ao seu autor;
b) que declarar prejudicada matéria pendente de deliberação;
c) proferida em questão de ordem;
d) que considerar improcedente pedido de retificação de ata;
e) que considerar improcedente impugnação de redação final;
II – de decisão de presidente de comissão proferida em questão de ordem;
III – do indeferimento dos requerimentos referidos nos arts. 40, § 1º, V e X; 41 e 120;
IV – do parecer de admissibilidade da Comissão de Constituição e Justiça ou da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
§ 1º O recurso é interposto no prazo de 5 dias, devendo contraditar, objetivamente, a decisão, parecer ou deliberação recorridos.
§ 2º O recurso é submetido à deliberação do Plenário na sessão seguinte ao de sua publicação no Diário da Câmara Legislativa, observadas as normas seguintes:
I – é dado conhecimento prévio ao autor da decisão recorrida e ao relator;
II – independe de parecer de comissão, salvo nos casos dos incisos I, a, b e c, e II deste artigo, sujeitos a parecer da Comissão de Constituição e Justiça;
III – é dada a palavra ao primeiro signatário do recurso por 5 minutos e, em seguida, ao autor da decisão recorrida ou ao relator pelo mesmo prazo;
IV – provido o recurso, considera-se:
a) reformada a decisão da Mesa Diretora, do Presidente da Câmara Legislativa ou de presidente de comissão;
b) autorizado o prosseguimento da tramitação da proposição.
TÍTULO VI
DA APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES
CAPÍTULO I
DO RECEBIMENTO, DA NUMERAÇÃO E DA PUBLICAÇÃO
Art. 148. A proposição pode ser protocolada em qualquer dia e horário, por meio eletrônico.
Art. 149. Toda proposição protocolada e lida em plenário, observado o art. 128, deve ser numerada e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 1º O protocolo das proposições é feito na forma indicada pela Mesa Diretora.
§ 2º Cada espécie de proposição é numerada por legislatura em séries específicas, salvo emendas, que obedecem às seguintes normas:
I – a numeração das emendas é feita em cada proposição principal;
II – as emendas são numeradas pela ordem de entrada no protocolo;
III – nas proposições sujeitas a dois turnos de votação, ao número correspondente a cada emenda de plenário deve ser acrescentada a identificação do turno a que se refere;
CAPÍTULO II
DA TRAMITAÇÃO CONJUNTA
Art. 150. A tramitação conjunta ocorre quando proposições da mesma espécie tratam de matéria análoga ou correlata e não incidam no óbice do art. 181, X.
§ 1º A tramitação conjunta é determinada pelo Presidente da Câmara Legislativa, nos termos do art. 152, I, ou pela Mesa Diretora, a requerimento de Deputado Distrital ou comissão.
§ 2º Não pode ser deferido o requerimento de tramitação conjunta se todas as comissões de mérito já houverem proferido os seus pareceres sobre qualquer das proposições.
Art. 151. Na tramitação conjunta, são obedecidas as seguintes normas:
I – as demais proposições são apensadas ao processo da proposição que deva ter precedência;
II – tem precedência na tramitação conjunta a proposição mais antiga sobre as mais recentes;
III – deferida a tramitação conjunta, devem as proposições ser encaminhadas para todas as comissões de mérito para as quais as matérias forem distribuídas;
IV – os pareceres das comissões devem referir-se tanto à matéria que deva ter precedência quanto às que com esta tramitem conjuntamente;
V – o parecer sobre as proposições que tramitem em conjunto pode concluir por substitutivo a qualquer uma ou a todas elas, devendo, neste caso, constar dos registros de cada proposição;
VI – o regime de tramitação com urgência de uma proposição é estendido às que lhe estejam apensas;
VII – em qualquer caso, as proposições são incluídas conjuntamente na ordem do dia da mesma sessão.
CAPÍTULO III
DA DISTRIBUIÇÃO
Art. 152. A distribuição da matéria às comissões é feita por despacho do Presidente da Câmara Legislativa, após a leitura em plenário e a numeração da proposição, observado o seguinte:
I – antes da distribuição, compete ao Presidente da Câmara Legislativa verificar a existência de proposição com matéria análoga ou correlata e, em caso afirmativo, determinar a tramitação conjunta, observadas as demais condições estabelecidas nos arts. 150 e 151;
II – salvo disposições em contrário na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno, as proposições são encaminhadas às comissões que devam pronunciar-se exclusivamente sobre o mérito e, em seguida, às comissões que devam proceder ao exame da admissibilidade;
III – o encaminhamento das proposições às comissões de mérito é feito pelo Presidente da Câmara Legislativa e, para as comissões de admissibilidade, pela última comissão que examinar o mérito.
CAPÍTULO IV
DA TRAMITAÇÃO NAS COMISSÕES
Seção I
Do Relator
Art. 153. A designação do relator deve ser feita, em cada comissão ou na Mesa Diretora, logo após a distribuição determinada pelo Presidente da Câmara Legislativa.
§ 1º Para proposições com tramitação conjunta, deve ser designado um único relator.
§ 2º O presidente da comissão pode, em virtude da complexidade da matéria, dividi-la, designando relatores parciais e um relator geral, de modo que haja apenas um parecer da comissão.
Art. 154. Deve ser designado novo relator, quando:
I – o relator:
a) se declarar impedido ou suspeito;
b) deixar de cumprir o prazo para parecer, sem justificar o atraso;
c) pedir para designar outro relator, por motivos pessoais;
II – a matéria constar da ordem do dia e o relator estiver ausente.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso I, b, a redistribuição depende de requerimento do autor da proposição principal ou do líder do Governo, em projetos de iniciativa do Poder Executivo.
Art. 155. A proposição deve ser disponibilizada ao relator para parecer:
I – nas comissões de mérito, logo após o encerramento do prazo para emendas;
II – nas comissões de admissibilidade, logo após a apreciação por todas as comissões de mérito;
III – no caso de emenda à proposição principal já apreciada, após a apreciação da matéria pelas comissões de admissibilidade.
Art. 156. Ao relator compete:
I – analisar as matérias que lhe forem distribuídas e sobre elas emitir parecer;
II – solicitar ao autor a apresentação de demonstrativo, informação, documento ou estudo exigidos pelo ordenamento jurídico;
III – suspender, mediante despacho, o curso do prazo para emissão de seu parecer:
a) nos casos requeridos pelo autor;
b) até que seja cumprida a diligência do inciso II;
c) enquanto não for respondida a consulta de que tratam os arts. 63, II e 64, II;
d) enquanto não for decidida a suscitação de incompetência ou o conflito de competência;
e) enquanto não for aprovada a proposição da qual a proposição em análise seja dependente;
f) enquanto não for aprovado pelo Plenário destaque de parte da proposição para constituição de proposição em separado.
Parágrafo único. Considera-se dependente de outra a proposição que:
I – seja consequência:
a) de proposta de emenda à Lei Orgânica em tramitação;
b) de proposição com matéria de lei de maior hierarquia;
II – tenha de aguardar alteração:
a) em lei orçamentária para com ela tornar-se compatível;
b) em outra lei para que haja coerência e harmonia no ordenamento jurídico do Distrito Federal.
Seção II
Dos Prazos
Art. 157. As comissões, para emitir parecer sobre a proposição e sobre emenda a ela oferecida, salvo as exceções previstas neste Regimento Interno, têm os seguintes prazos:
I – 6 dias, para matérias em regime de urgência, correndo em conjunto para as comissões que devam se pronunciar sobre a proposição;
II – 20 dias, para matérias em regime de tramitação ordinária, correndo em conjunto:
a) primeiro, nas comissões exclusivamente de mérito;
b) em seguida, nas comissões de admissibilidade.
§ 1º Antes de expirados os prazos estabelecidos neste artigo, o presidente da comissão pode, por uma única vez, prorrogá-los pela metade.
§ 2º Os prazos deste artigo começam a correr:
I – no caso dos incisos I e II, a, a partir do encerramento do prazo de emendas, de que trata o art. 143;
II – no caso do inciso II, b, a partir da apreciação por todas as comissões de mérito.
§ 3º Ao relator são assegurados dois terços do prazo destinado à comissão, iniciando-se a contagem a partir da disponibilização da matéria para ele.
§ 4º Esgotado o prazo destinado ao relator, sem a apresentação do parecer, o presidente da comissão pode conceder-lhe novo prazo, a ser descontado daquele concedido à comissão.
§ 5º A redação final é elaborada nos prazos estabelecidos no art. 201, III.
Art. 158. Se o parecer for apenas sobre emenda ou subemenda, a comissão deve incluí-lo na primeira reunião ordinária da comissão, assegurado o prazo mínimo de 5 dias, contados da disponibilização da matéria.
Parágrafo único. Sendo de urgência o regime de tramitação, o parecer pode ser proferido em plenário.
Seção III
Dos Pareceres
Art. 159. Parecer é o documento escrito que formaliza o pronunciamento de comissão sobre matéria sujeita a seu estudo.
Parágrafo único. Cada proposição tem parecer independente, salvo:
I – as que tramitarem em conjunto;
II – as emendas que forem apreciadas em conjunto com a proposição principal.
Art. 160. Do parecer deve constar:
I – parecer do relator, subdivido em:
a) preâmbulo;
b) relatório, com exposição da matéria em exame e aspectos inerentes à sua tramitação;
c) voto do relator, com os motivos e fundamentos para a sua conclusão;
d) conclusões a que se refere o art. 163, II;
e) fecho;
II – folha de votação, com as conclusões da comissão, a indicação dos Deputados Distritais votantes e os respectivos votos.
§ 1º É dispensável o relatório para parecer sobre emenda, quando analisada separadamente da proposição principal.
§ 2º Sempre que a comissão concluir pela apresentação de proposição, é ela elaborada pela própria comissão, considerando-se, como justificação, o parecer.
§ 3º O Presidente da Câmara Legislativa deve devolver à comissão o parecer emitido em desacordo com as disposições deste artigo.
Art. 161. O parecer pode ser oral quando for proferido em plenário, vedado o seu uso nas reuniões das comissões.
§ 1º O parecer proferido na forma deste artigo pode ser precedido de leitura integral de emenda de plenário, mediante requerimento.
§ 2º Aprovado o parecer, as notas taquigráficas são juntadas ao respectivo processo.
Seção IV
Da Apreciação das Matérias
Art. 162. Salvo disposição em contrário na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno, as deliberações das comissões são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
§ 1º Nenhum parecer é aprovado se o número de abstenções for igual ou superior ao número de votos favoráveis.
§ 2º O parecer que se encontrar na situação descrita no § 1º deve ser reincluído na pauta para nova deliberação.
Art. 163. No desenvolvimento dos trabalhos, as comissões devem observar as seguintes normas:
I – se a comissão se julgar incompetente para apreciar a matéria ou se o Deputado Distrital suscitar conflito de competência, a questão deve ser encaminhada ao Presidente da Câmara Legislativa para reconsideração ou por ele submetida à Mesa Diretora, para decidir em 5 dias ou de imediato se a matéria for urgente;
II – ao apreciar a matéria, a comissão, pode:
a) aprová-la ou rejeitá-la, em exame de mérito;
b) admiti-la ou inadmiti-la, em exame de admissibilidade;
c) sugerir o seu arquivamento;
d) formular projeto dela decorrente;
e) apresentar emenda ou subemenda;
f) propor sua prejudicialidade;
g) propor a sua devolução ao autor, nos termos do art. 128;
III – as comissões podem determinar o arquivamento de documento enviado à sua apreciação, exceto proposição, publicando-se o despacho respectivo na ata dos seus trabalhos;
IV – o relator, ao ler o seu parecer, pode enunciar apenas suas conclusões, sendo o parecer submetido de imediato à discussão;
V – durante a reunião, é assegurado o direito de vista do parecer do relator a qualquer membro da comissão, pelos seguintes prazos, determinados pelo presidente e que correm em conjunto para vista solicitada por mais de 1 Deputado Distrital:
a) até a reunião seguinte, para matéria em tramitação ordinária, com retorno automático para a pauta da próxima reunião ordinária;
b) até 2 horas durante o período da reunião em que tiver sido requerida, para matérias em regime de urgência;
VI – durante a discussão, o autor do projeto e o relator podem usar da palavra, por 15 minutos; os membros da comissão, por 5 minutos; e os Deputados Distritais que a ela não pertençam, por 3 minutos; podendo ser encerrada a discussão, por deliberação da comissão, a requerimento de qualquer de seus membros, após falarem 8 oradores;
VII – encerrada a discussão, pode ser dada a palavra ao relator por 10 minutos, procedendo-se, em seguida, à votação do seu parecer;
VIII – aprovado o parecer do relator, em todos os seus termos, é ele tido como da comissão;
IX – se ao parecer do relator forem sugeridas alterações com as quais ele concorde, deve ser-lhe concedido prazo até a reunião seguinte para a redação do novo texto;
X – vencido o relator, o presidente deve designar relator substituto a fim de, na reunião seguinte, apresentar novo parecer, contendo a vontade manifesta da comissão, a ser proferido em plenário se a matéria estiver em regime de urgência;
XI – na hipótese de a comissão aprovar voto diverso do proferido no parecer do relator, o desse constitui voto em separado, e o autor do voto aprovado passa a relator;
XII – para efeito da contagem dos votos relativos ao parecer do relator, são considerados:
a) favoráveis, os pelas conclusões, os com restrições e os em separado não divergentes das conclusões;
b) contrários, os contra as conclusões e os em separado divergentes das conclusões;
XIII – lançados os votos e proclamado o resultado, a folha de votação deve ser assinada por todos os membros da comissão presentes à reunião;
XIV – podem ser publicados os resumos das exposições orais, os extratos redigidos pelos próprios autores, as exposições escritas e as notas taquigráficas, se assim entender a comissão.
§ 1º Qualquer membro da comissão pode levantar questão de ordem, desde que ela se refira à matéria em deliberação ou assunto pertinente à respectiva comissão cabendo, de seu indeferimento, recurso ao Plenário.
§ 2º Na hipótese do art. 159, parágrafo único, II, antes de iniciada a votação do parecer, o Deputado Distrital pode pedir destaque de emenda, observadas as seguintes regras:
I – o destaque é votado após o parecer;
II – a folha de votação do parecer deve mencionar a matéria destacada;
III – vitorioso o relator, aplica-se o disposto no inciso VIII do caput;
IV – vencido o relator, aplica-se o disposto no inciso X do caput, sendo designado relator substituto apenas para a emenda destacada.
§ 3º Na apreciação das matérias nas comissões, aplicam-se, no que couber, as normas para apreciação das matérias em plenário.
Art. 164. Concluída a apreciação nas comissões de admissibilidade, a proposição emendada retorna às comissões que ainda não se pronunciaram sobre a emenda ou subemenda.
Parágrafo único. O retorno à comissão anterior é dispensado nos casos de emenda ou subemenda:
I – de redação;
II – supressiva que não acarrete ampliação ou inversão de sentido;
III – modificativa que suprima termo, expressão ou parte do texto sem ampliação ou inversão de sentido;
IV – de adequação orçamentária ou financeira;
V – de ajuste de constitucionalidade, juridicidade, legalidade, regimentalidade ou técnica legislativa.
Art. 165. A última comissão a apreciar a matéria, deve disponibilizar a proposição à Presidência.
CAPÍTULO V
DA INCLUSÃO NA ORDEM DO DIA
Art. 166. A proposição está em condições de ser incluída na ordem do dia, após sua apreciação pelas comissões.
Parágrafo único. Esgotados os prazos regimentais das comissões sem apreciação da matéria, o Presidente da Câmara Legislativa, a requerimento do autor da proposição, pode inclui-la na ordem do dia.
Art. 167. A ordem do dia é fixada pelo Presidente da Câmara Legislativa, observado o art. 34, I.
§ 1º As matérias devem ser agrupadas e incluídas na pauta na seguinte ordem:
I – vetos;
II – redações finais;
III – discussões e votações em segundo turno ou turno único;
IV – discussões e votações em primeiro turno.
§ 2º Após o agrupamento a que se refere o § 1º, as proposições são organizadas, sucessivamente, de acordo com a seguinte regra de precedência:
I – em regime de urgência;
II – em tramitação ordinária que tenham recebido preferência, nos termos do art. 176;
III – as demais.
§ 3º Observado, preliminarmente, o disposto no § 2º, a disposição das matérias, em cada grupo, deve ser feita na seguinte ordem:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de decreto legislativo;
V – projeto de resolução;
VI – demais proposições sujeitas à apreciação do Plenário.
§ 4º O Presidente, mediante acordo do Colégio de Líderes, pode fixar a ordem do dia de forma diversa da estabelecida nos §§ 1º ao 3º.
Art. 168. A ordem do dia deve ser disponibilizada no portal da Câmara Legislativa com, pelo menos, 24 horas de antecedência da respectiva sessão ordinária, devendo indicar, para cada proposição:
I – o número e o ano;
II – o autor;
III – a ementa;
IV – o quorum para deliberação;
V – o processo de votação;
VI – a conclusão dos pareceres;
VII – as demais informações complementares, a juízo do Presidente da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Quando, entre o encerramento da sessão ordinária e o horário previsto para a abertura da sessão ordinária seguinte, o intervalo for menor que 24 horas, ou na hipótese de ocorrer reunião do Colégio de Líderes na véspera da sessão ordinária, o prazo de que trata o caput não pode ser inferior a 6 horas.
CAPÍTULO VI
DOS TURNOS
Art. 169. As proposições são apreciadas pelo Plenário em turno único ou em 2 turnos.
§ 1º São apreciadas em 2 turnos as seguintes proposições:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de resolução que disponha sobre:
a) alteração ou reforma do Regimento Interno e Código de Ética e Decoro Parlamentar;
b) polícia interna;
c) criação, transformação e extinção de cargos da Câmara Legislativa.
§ 2º São apreciadas em turno único as seguintes proposições:
I – projeto de decreto legislativo;
II – projeto de resolução, salvo os previstos no § 1º, IV;
III – moção;
IV – requerimento;
V – recurso.
§ 3º Cada turno é constituído de discussão e votação, ressalvadas as exceções estabelecidas neste Regimento Interno.
CAPÍTULO VII
DO INTERSTÍCIO
Art. 170. Salvo disposição em contrário na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno, não há interstício entre a aprovação da matéria em primeiro turno e sua apreciação em segundo turno.
§ 1º A não ocorrência de interstício não dispensa a obrigatoriedade de que a apreciação de projeto em segundo turno ocorra em sessão posterior à sessão em que a matéria foi aprovada em primeiro turno.
§ 2º A requerimento de Deputado Distrital, mediante deliberação do Plenário, deve ser observado interstício mínimo de 2 dias para matérias em tramitação ordinária e 1 dia para matéria em regime de urgência.
CAPÍTULO VIII
DO REGIME DE TRAMITAÇÃO
Seção I
Das Disposições Comuns
Art. 171. A proposição pode tramitar em regime de urgência ou de tramitação ordinária.
Parágrafo único. Tramita em regime de urgência a proposição:
I – que objetive:
a) suspender as imunidades dos Deputados Distritais, na vigência de estado de sítio ou de sua prorrogação;
b) transferir temporariamente a sede do Governo do Distrito Federal para outra região administrativa;
c) autorizar o Governador ou o Vice-Governador a se ausentar do Distrito Federal;
d) promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências de competência da Câmara Legislativa;
e) atender calamidade pública;
II – para a qual o Plenário conceda esse regime;
III – a que se refere o art. 73 da Lei Orgânica;
IV – de iniciativa popular.
Seção II
Da Urgência
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 172. Urgência é o regime de tramitação em que, dada a excepcional necessidade de pronta apreciação da proposição, a Câmara Legislativa dispensa formalidades regimentais comuns à apreciação das proposições.
§ 1º Não são dispensáveis, na tramitação em regime de urgência, as seguintes exigências:
I – publicação da proposição principal;
II – pareceres das comissões ou de relator designado;
III – quorum para deliberação;
IV – cumprimento dos interstícios e prazos definidos neste Regimento Interno para matéria urgente, inclusive o prazo de emendas a que se refere o art. 143;
V – discussão e votação da matéria nos turnos a que está sujeita e apreciação, se for o caso, da redação final;
VI – elaboração dos respectivos autógrafos.
§ 2º Considera-se urgente a matéria incluída na ordem do dia de sessão extraordinária.
Subseção II
Do Requerimento de Urgência
Art. 173. O requerimento de urgência deve ser subscrito por, no mínimo, um terço e aprovado por dois terços dos Deputados Distritais.
§ 1º O requerimento de urgência pode ter sua votação encaminhada por seu primeiro signatário e por um Deputado Distrital que lhe seja contrário, pelo prazo improrrogável de 5 minutos para cada orador.
§ 2º Sendo concedido regime de urgência para proposição que esteja em pauta, essa deve ser transferida, na ordem do dia, para o grupo das matérias urgentes, adotando-se o mesmo tratamento delas a partir da concessão da urgência.
Subseção III
Da Apreciação de Matéria Urgente
Art. 174. Aprovado o requerimento de urgência, a matéria deve ser incluída na ordem do dia da sessão ordinária subsequente.
§ 1º Não havendo parecer da comissão que tiver de opinar sobre a matéria e se o relator não se julgar habilitado a emiti-lo na referida sessão, o Presidente da Câmara Legislativa pode conceder, para isso, prazo, no máximo, até a sessão seguinte, comunicando o fato ao Plenário.
§ 2º Findo o prazo concedido à comissão, caso não haja parecer, deve ser designado relator pelo presidente da comissão, para que o profira oralmente no decorrer da sessão ou, a seu pedido, na sessão seguinte.
§ 3º Na discussão e no encaminhamento da votação de proposição em regime de urgência, o autor, o relator e o Deputado Distrital inscrito podem usar da palavra por 3 minutos, alternando-se, quando possível, os oradores favoráveis e contrários.
§ 4º Após falarem 8 Deputados Distritais, podem ser encerrados, a requerimento da maioria absoluta dos Deputados Distritais, a discussão e o encaminhamento da votação.
§ 5º Havendo emenda de plenário, a matéria deve ser encaminhada às comissões competentes.
§ 6º A comissão tem prazo de 1 dia, a contar do recebimento de emenda, para sobre ela emitir parecer, podendo proferi-lo oralmente em plenário por motivo justificado.
Art. 175. Na tramitação das matérias constantes do art. 171, parágrafo único, I, a, o Presidente pode, considerada a relevância e a urgência, reduzir ou dispensar os prazos estabelecidos no art. 174 e incluir a proposição na ordem do dia, obedecidas, em qualquer hipótese, as disposições do art. 172, § 1º.
CAPÍTULO IX
DA PREFERÊNCIA
Art. 176. Denomina-se preferência a votação de uma matéria antes de outra.
§ 1º Além das preferências regimentais, o Deputado Distrital pode requerer preferência relativa:
I – à apreciação de uma matéria sobre outra do mesmo grupo;
II – à apreciação de um projeto sobre outro, quando em tramitação conjunta;
III – à votação de substitutivo destacado antes do texto da proposição principal;
IV – a votação de emenda antes de subemenda;
V – a votação de um requerimento antes de outro que tenha finalidade conflitante.
§ 2º Havendo mais de um substitutivo, a preferência é regulada pela ordem inversa de sua aprovação na comissão.
§ 3º Quando ao mesmo dispositivo for apresentada mais de uma emenda, a preferência regula-se pela ordem inversa de sua apresentação.
Art. 177. O Deputado Distrital, antes de iniciada a ordem do dia, pode requerer preferência para discussão ou votação de uma proposição sobre outras do mesmo grupo.
§ 1º Quando os requerimentos de preferência excederem a 5, o Presidente, se entender que isso pode tumultuar a ordem dos trabalhos, deve verificar, por consulta prévia, se o Plenário admite modificação na ordem do dia.
§ 2º Admitida a modificação, os requerimentos são considerados um a um, na ordem de sua apresentação.
§ 3º Recusada a modificação, consideram-se prejudicados todos os requerimentos apresentados, não se recebendo nenhum outro na mesma sessão.
§ 4º Não se aceita requerimento que tenha por objetivo dar preferência para que matéria em discussão seja apreciada antes de outra já em votação.
CAPÍTULO X
DO DESTAQUE
Art. 178. O destaque tem por finalidade tornar possível a votação de:
I – parte de proposição, independentemente do restante do dispositivo ou da matéria a que pertencer;
II – emenda.
Art. 179. Pode ser concedido destaque de emenda ou de parte de proposição para constituição de projeto em separado, a requerimento de Deputado Distrital ou por proposta de comissão.
§ 1º Concedido o destaque, o autor do requerimento tem prazo de 5 dias para oferecer o texto com que deve tramitar o novo projeto.
§ 2º O projeto resultante de destaque tem a tramitação de proposição inicial.
Art. 180. Em relação aos destaques, devem ser obedecidas as seguintes normas:
I – o requerimento deve ser formulado até ser anunciada:
a) a votação da proposição, se o destaque atingir alguma de suas partes;
b) a votação da proposição principal, se o destaque for de emenda;
II – não é permitido destaque de expressão cuja retirada inverta o sentido da proposição ou a modifique substancialmente;
III – o destaque é possível quando o texto destacado possa ajustar-se à proposição em que deva ser integrado e forme sentido completo;
IV – concedido o destaque para votação em separado, submete-se a votos, primeiramente, a matéria principal e, em seguida, a destacada;
V – a votação do destaque para constituição de projeto em separado precede a deliberação sobre a matéria principal.
§ 1º Consideram-se destacadas:
I – a emenda com pareceres divergentes das comissões de mérito, ou com todos os pareceres contrários;
II – as emendas incompatíveis entre si ou que abordem a mesma matéria de forma diversa;
III – a emenda com parecer no sentido de constituir projeto em separado.
§ 2º É permitido o destaque de emenda que tenha recebido parecer pela inadmissibilidade.
§ 3º As matérias destacadas podem ser submetidas em bloco ao Plenário, a requerimento de líderes que representem a maioria absoluta dos Deputados Distritais.
CAPÍTULO XI
DA PREJUDICIALIDADE
Art. 181. Consideram-se prejudicados:
I – a discussão ou a votação de matéria constante de projeto rejeitado na mesma sessão legislativa, salvo quando subscrito pela maioria absoluta dos Deputados Distritais;
II – a discussão ou a votação de projeto semelhante a outro considerado inconstitucional pelo Plenário;
III – a discussão ou a votação de proposição que tramite em conjunto, quando a aprovada tiver finalidade oposta à apensada;
IV – o texto original da proposição principal, com as respectivas emendas, que tiver substitutivo aprovado;
V – o substitutivo, quando a proposição principal for aprovada;
VI – a emenda, inclusive, se houver, substitutivo, quando a proposição principal for rejeitada;
VII – a emenda com finalidade oposta ou conflitante a outra emenda ou dispositivo já aprovado;
VIII – o requerimento com finalidade oposta à de outro já aprovado;
IX – o dispositivo que for consequência de dispositivo rejeitado, bem como a emenda apresentada a qualquer deles;
X – a proposição de teor igual ao de outra que já tramite na Câmara Legislativa;
XI – a matéria que houver perdido a oportunidade.
§ 1º Compete ao Presidente da Câmara Legislativa, de ofício ou mediante provocação de Deputado Distrital ou comissão, declarar prejudicada a matéria pendente de deliberação.
§ 2º A declaração de prejudicialidade, ressalvado o disposto no § 4º, é feita mediante publicação no Diário da Câmara Legislativa.
§ 3º Da declaração de prejudicialidade pode o autor da proposição, no prazo de 5 dias, a partir da publicação, ou imediatamente, na hipótese do § 4º, interpor recurso ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 4º Se a prejudicialidade, declarada no curso de votação, disser respeito a emenda ou dispositivo de matéria em apreciação, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça é proferido oralmente, na mesma ocasião.
§ 5º A proposição dada como prejudicada é definitivamente arquivada.
CAPÍTULO XII
DA DISCUSSÃO
Art. 182. Discussão é a fase dos trabalhos destinada ao debate das matérias em plenário.
§ 1º A discussão é feita em conjunto sobre a proposição principal e as emendas a ela apresentadas, excetuados os destaques.
§ 2º O Presidente, aquiescendo o Plenário, pode anunciar o debate por títulos, capítulos, seções ou grupos de artigos.
Art. 183. A proposição discutida na legislatura anterior deve ter sempre a discussão reiniciada para receber novas emendas.
Art. 184. O Deputado Distrital, salvo disposição regimental, somente pode falar 1 vez e pelo prazo de 5 minutos na discussão da matéria.
Art. 185. O Deputado Distrital que usar a palavra na discussão não pode:
I – desviar-se da questão em debate;
II – falar sobre o vencido;
III – ultrapassar o prazo regimental.
Art. 186. Antes de ser iniciada a discussão de matéria em tramitação ordinária, é permitido o seu adiamento pelo prazo máximo de 15 dias, mediante deliberação do Plenário, a requerimento de Deputado Distrital, ou independentemente de deliberação, por solicitação do autor da proposição.
CAPÍTULO XIII
DA VOTAÇÃO
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 187. As deliberações da Câmara Legislativa são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, salvo disposição em contrário neste Regimento Interno ou na Lei Orgânica.
Parágrafo único. As abstenções são computadas apenas para efeito de quorum.
Art. 188. A votação das matérias discutidas e das que independem de discussão é realizada:
I – imediatamente após o encerramento da discussão, se houver quorum;
II – após proferidos os pareceres das comissões, caso a proposição tenha recebido emenda de plenário.
Art. 189. Em caso de empate nas votações, o voto proferido pelo Presidente serve como critério de desempate.
Art. 190. O Deputado Distrital presente no plenário não pode se escusar de tomar parte na votação, salvo para se abster ou se declarar em obstrução.
Parágrafo único. Tratando-se de causa própria ou de matéria em que tenha interesse individual ou familiar, deve o Deputado Distrital dar-se por impedido e fazer comunicação nesse sentido à Mesa, sendo seu voto considerado como abstenção para efeito de quorum.
Art. 191. A votação de uma proposição só pode ser interrompida por falta de quorum e em caso de tumulto em plenário que inviabilize o seu prosseguimento.
Parágrafo único. No caso de sessão ordinária, o período da sessão fica automaticamente prorrogado pelo tempo necessário à conclusão da votação, nos termos do art. 117, § 1º.
Art. 192. Terminada a apuração, compete ao Presidente proclamar o seu resultado, especificando os votos favoráveis, os contrários e as abstenções.
Parágrafo único. O Deputado Distrital, depois da votação, pode enviar à Mesa, para publicação, declaração escrita de voto, redigida em termos regimentais, ou fazê-la oralmente da tribuna por 1 minuto.
Seção II
Das Modalidades e Processos de Votação
Art. 193. A votação deve ser ostensiva, adotando-se os processos simbólico ou nominal.
Art. 194. Pelo processo simbólico, utilizado na votação das proposições em geral, o Presidente, ao anunciar a votação de qualquer matéria, deve convidar os Deputados Distritais a favor a permanecerem como estão e os a ela contrários a se manifestarem, proclamando o resultado manifesto dos votos.
Parágrafo único. Se algum Deputado Distrital tiver dúvida quanto ao resultado proclamado, pode pedir, imediatamente, verificação de votação, que se realiza pelo processo nominal.
Art. 195. O processo nominal é utilizado:
I – em votação de proposição que exija maioria absoluta ou qualificada para aprovação;
II – por solicitação de Deputado Distrital;
III – quando houver pedido de verificação de votação;
IV – nos demais casos expressos neste Regimento Interno.
Art. 196. Aberta a votação nominal pelo Presidente, cada Deputado Distrital deve, eletronicamente, votar, conforme aprove ou rejeite a matéria, podendo ainda manifestar-se por abstenção ou obstrução.
§ 1º A votação eletrônica tem duração de 3 minutos, podendo ser declarada encerrada quando todos os Deputados Distritais presentes já tiverem votado.
§ 2º Não sendo possível a votação eletrônica, o registro dos votos é realizado por chamada nominal dos Deputados Distritais, em ordem alfabética, pelo Secretário, e o Deputado Distrital chamado responde “sim” ou “não”, conforme aprove ou rejeite a matéria, podendo ainda abster-se ou declara-se impedido ou em obstrução.
Seção III
Do Processamento da Votação
Art. 197. A votação das matérias obedece às seguintes normas:
I – a votação da proposição é feita por inteiro, junto com as emendas aprovadas e admitidas pelas comissões, ressalvados:
a) os destaques;
b) a votação por partes, a requerimento de Deputado Distrital, mediante deliberação do Plenário;
II – as matérias destacadas podem ser votadas uma a uma ou em um ou mais blocos;
III – ressalvado o disposto no art. 180, § 2º, não se submete a votos emenda inadmitida pela Comissão de Constituição e Justiça ou pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças;
IV – rejeitado o substitutivo, votado na forma do art. 176, § 1º, III, passa-se à votação da proposição, na forma do inciso I;
V – se a votação da proposição se fizer por partes, o texto de cada parte é votado junto com as emendas a ela correspondentes, observado o inciso I.
Seção IV
Do Encaminhamento da Votação
Art. 198. Ao ser anunciada a votação, o Deputado Distrital pode usar da palavra para encaminhá-la, pelo prazo de 5 minutos, salvo disposição regimental em contrário.
§ 1º No encaminhamento da votação, podem usar da palavra 4 oradores, 2 a favor e 2 contra a matéria, assegurada a preferência ao autor da proposição.
§ 2º Ressalvado o disposto no § 1º, cada líder pode manifestar-se, para orientar sua bancada, por tempo não excedente a 3 minutos.
§ 3º O Presidente, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital, pode convidar o relator ou o presidente da comissão a esclarecer, em encaminhamento da votação, as razões do seu parecer.
§ 4º Nenhum Deputado Distrital, salvo o relator, pode falar mais de 1 vez para encaminhar a votação da mesma matéria.
§ 5º Aprovado requerimento de votação de um projeto por partes, podem encaminhar a votação de cada parte 2 oradores, 1 a favor e 1 contra, assegurada ao líder a prerrogativa estabelecida no § 2º deste artigo.
§ 6º No encaminhamento da votação de emenda destacada, somente podem falar o seu primeiro signatário e o autor do requerimento de destaque.
Seção V
Do Adiamento da Votação
Art. 199. Antes de se iniciar a votação de qualquer proposição, o Plenário pode deferir o seu adiamento, a requerimento de Deputado Distrital, pelo prazo máximo de 5 dias.
§ 1º Solicitado, simultaneamente, mais de 1 adiamento, a adoção de um requerimento prejudica os demais.
§ 2º O adiamento da votação de proposição em regime de urgência deve ser requerido pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, por prazo não excedente a 24 horas.
CAPÍTULO XIV
DA REDAÇÃO FINAL E DOS AUTÓGRAFOS
Art. 200. Concluída a votação, a proposta de emenda à Lei Orgânica e os projetos são encaminhados para a elaboração da redação final, se aprovados em turno único ou em segundo turno.
§ 1º São competentes para elaborar a redação final:
I – dos projetos referidos no art. 216, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças;
II – das demais proposições, a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 2º A comissão, ao elaborar a redação final, independentemente de emenda, pode efetuar as correções de linguagem e eliminar inexatidão textual, lapso, erro manifesto e incoerência evidente, desde que não fique alterado o sentido da proposição, relatando-se o fato ao Plenário.
§ 3º Constatada a incompatibilidade entre emendas ou entre emenda e a proposição principal, compete ao Plenário decidir a questão.
Art. 201. À redação final aplica-se o seguinte:
I – é parte integrante do turno em que se concluir a apreciação da matéria;
II – independe de votação, salvo deliberação em contrário do Plenário;
III – o prazo para sua elaboração, contado do recebimento na comissão competente, é de 10 dias;
IV – deve ser publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 1º O Deputado Distrital pode, alternativamente:
I – antes da votação em segundo turno ou turno único, requerer que a redação final, elaborada nos termos do art. 200 e publicada no Diário da Câmara Legislativa, seja submetida à deliberação do Plenário;
II – no prazo de 5 dias, contados da publicação, impugnar a redação final ou pedir sua retificação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, II, a decisão cabe ao Presidente da Câmara Legislativa, com recurso ao Plenário, em caso de indeferimento.
§ 3º A redação final, quando submetida à apreciação do Plenário, independe de parecer, podendo receber emenda para eliminar inexatidão textual, lapso, erro manifesto ou incorreção evidente.
Art. 202. Quando, após a publicação da redação final, verificar-se inexatidão textual, lapso, erro manifesto ou incoerência evidente, o Presidente da Câmara legislativa deve:
I – proceder à respectiva correção, dando conhecimento ao Plenário;
II – não havendo impugnação, considerar aceita a correção;
III – havendo impugnação, submeter a correção à deliberação do Plenário.
Parágrafo único. É vedado, na correção do texto, alterar o mérito da matéria aprovada pelo Plenário.
Art. 203. A proposição aprovada em definitivo pela Câmara Legislativa deve ser encaminhada em autógrafos à sanção ou à promulgação no prazo de 10 dias.
§ 1º As resoluções e os decretos legislativos são promulgados no prazo de 10 dias, pelo Presidente da Câmara Legislativa ou, na falta dele, pelo Vice-Presidente.
§ 2º Os autógrafos dos projetos de lei e de lei complementar são encaminhados ao Governador, devendo ser devolvidos à Câmara Legislativa, após sanção ou veto.
Art. 204. Se, após a remessa dos autógrafos à sanção do Governador, for verificada inexatidão textual, lapso, erro manifesto ou incoerência evidente ou modificação em virtude de impugnação, o fato deve ser-lhe imediatamente comunicado pelo Presidente da Câmara Legislativa, com a substituição dos autógrafos anteriormente remetidos.
Parágrafo único. No caso deste artigo, se a verificação do erro ocorrer quando já promulgada a lei respectiva, o Presidente da Câmara Legislativa deve solicitar ao Governador a sua retificação, com esclarecimentos precisos sobre o ocorrido.
CAPÍTULO XV
DO VETO
Art. 205. A mensagem do Governador encaminhando as razões de veto a projeto aprovado pela Câmara Legislativa, uma vez recebida, deve ser publicada e despachada à comissão que elaborou a redação final, que tem o prazo de 15 dias corridos para apresentar seu relatório.
Parágrafo único. Do relatório deve constar apenas a exposição da comissão, sem se manifestar contra ou a favor.
Art. 206. O veto é apreciado no prazo de 30 dias corridos, a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 1º Esgotado, sem deliberação, o prazo previsto neste artigo, o veto é colocado na ordem do dia da sessão imediata, com relatório ou sem ele.
§ 2º Na apreciação de veto, aplicam-se, no que couber, as normas referentes à discussão e votação de projetos em regime de urgência, após 30 dias corridos de seu recebimento.
§ 3º Se o veto for rejeitado, a matéria vetada deve ser enviada ao Governador para promulgação.
§ 4º Se a promulgação pelo Governador não se der dentro do prazo de 48 horas, contado de sua remessa, o Presidente da Câmara Legislativa deve fazê-la e, se esse não o fizer em igual prazo, compete ao Vice-Presidente fazê-la.
CAPÍTULO XVI
DAS MATÉRIAS SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 207. Aplicam-se subsidiariamente às matérias deste Capítulo as normas regimentais relativas ao regime de tramitação ordinária das proposições.
Seção II
Da Proposta de Emenda à Lei Orgânica
Art. 208. Lida em plenário, a proposta de emenda à Lei Orgânica, apresentada na forma do art. 135, é distribuída à Comissão de Constituição e Justiça, bem como às demais comissões permanentes, de acordo com a pertinência temática.
Art. 209. A Comissão de Constituição e Justiça deve se pronunciar, preliminarmente, sobre a admissibilidade da proposta, no prazo de 20 dias, a contar da distribuição.
§ 1º Inadmitida a proposta, cabe recurso ao Plenário, subscrito por, no mínimo, um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias.
§ 2º Admitida a proposta, é ela encaminhada às comissões de mérito, conforme despacho de distribuição.
§ 3º Na Comissão de Constituição e Justiça, o relator pode apresentar emenda, desde que destinada a corrigir vícios acerca da constitucionalidade, da técnica legislativa e da redação, vedada modificação que altere o mérito da proposição.
Art. 210. Nas comissões que analisam o mérito, a proposta pode receber emendas pelo prazo de 10 dias, contados da admissibilidade da proposição, desde que subscritas por, no mínimo, um terço dos Deputados Distritais.
§ 1º O relator ou a comissão, em seu parecer, só pode oferecer emenda sobre o conteúdo da matéria objeto da proposta.
§ 2º Esgotado o prazo de emendas, a comissão deve emitir parecer sobre o mérito da matéria, no prazo de 20 dias.
§ 3º Ao emitir parecer, o relator pode concluir pela apresentação de emenda, desde que subscrita por, no mínimo, um terço dos Deputados Distritais.
Art. 211. Caso tenha recebido emenda nas comissões de mérito, a proposta de emenda à Lei Orgânica retorna à Comissão de Constituição e Justiça, para exame de admissibilidade, no prazo de 10 dias.
Art. 212. Encerrada a apreciação da matéria nas comissões, a proposta é encaminhada à Presidência para inclusão na ordem do dia, observando-se o seguinte:
I – a proposta é submetida a 2 turnos de discussão e votação, com interstício mínimo de 10 dias corridos;
II – a emenda de plenário à proposta de emenda à Lei Orgânica deve estar subscrita por, no mínimo, um terço dos Deputados Distritais;
III – havendo emenda de plenário, a proposta deve ser encaminhada às comissões, para exame de admissibilidade e mérito, no prazo de 5 dias;
IV – considera-se aprovada a proposta que obtiver, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos Deputados Distritais.
Art. 213. A emenda à Lei Orgânica deve ser promulgada pela Mesa Diretora em 15 dias, contados da publicação de sua redação final no Diário da Câmara Legislativa.
Seção III
Dos Projetos de Iniciativa do Governador com Solicitação de Urgência
Art. 214. A apreciação de projeto de iniciativa do Governador para o qual tenha solicitado urgência, nos termos do art. 73 da Lei Orgânica, obedece ao seguinte:
I – findo o prazo de 45 dias corridos de seu recebimento pela Câmara Legislativa, sem a manifestação definitiva do Plenário, o projeto deve ser incluído na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação;
II – o prazo de que trata o inciso anterior não corre nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, nem se aplica a projeto de código, aos projetos de que trata o art. 216 e a proposta de emenda à Lei Orgânica.
Parágrafo único. A solicitação do regime de urgência pode ser feita pelo Governador depois da remessa do projeto e em qualquer fase de sua tramitação, aplicando-se-lhe a partir daí o disposto neste artigo.
Seção IV
Dos Projetos de Fixação do Subsídio do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Administradores Regionais
Art. 215. À Mesa Diretora compete elaborar o projeto de lei sobre o subsídio do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Administradores Regionais.
Seção V
Dos Projetos de Leis Orçamentárias
Art. 216. Sujeitam-se às disposições desta seção os projetos de lei relativos:
I – ao plano plurianual;
II – às diretrizes orçamentárias;
III – ao orçamento anual;
IV – aos créditos adicionais.
Parágrafo único. Também está sujeito às disposições desta seção o projeto de lei que modifique as leis de que trata este artigo.
Art. 217. Após a leitura do projeto de lei, compete ao Presidente da Câmara Legislativa determinar de imediato:
I – a publicação do projeto e dos respectivos anexos no Diário da Câmara Legislativa;
II – a sua distribuição à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
Art. 218. O Governador pode propor modificação nos projetos desta seção, enquanto não iniciada, na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, a votação do parecer ou, quando houver, dos pareceres parciais.
Parágrafo único. As mensagens referidas neste artigo são imediatamente lidas em plenário, publicadas no Diário da Câmara Legislativa e encaminhadas à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
Art. 219. Recebido o projeto, o Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, ressalvados os projetos de lei relativos a créditos adicionais, deve:
I – mandar publicar, no Diário da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias, cronograma dos eventos relacionados à sua tramitação e análise;
II – designar, de imediato, um membro titular para elaborar o parecer preliminar, no prazo de:
a) 15 dias, para o projeto de lei orçamentária anual;
b) 7 dias, para os projetos de lei relativos às diretrizes orçamentárias e ao plano plurianual.
Art. 220. Após a publicação do parecer preliminar, as emendas aos projetos de lei de que trata esta seção são apresentadas exclusivamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, respeitado o prazo mínimo de 10 dias.
§ 1º Compete ao Colégio de Líderes definir, anualmente, o número e o valor máximos de emendas a serem apresentadas, por Deputado Distrital:
I – à despesa dos projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual;
II – ao anexo de metas e prioridades da lei diretrizes orçamentárias.
§ 2º As emendas são protocoladas e numeradas de acordo com a ordem de apresentação.
§ 3º As emendas coletivas apresentadas pela Mesa Diretora, por comissão, por partido ou bloco parlamentar devem ser subscritas pela maioria dos respectivos membros.
§ 4º Até o encerramento do prazo para apresentação de emendas, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode realizar audiências públicas com autoridades de outros Poderes ou com entidade representativa da sociedade que possam contribuir para o debate e o aprimoramento do projeto de lei.
§ 5º Até 2 dias após o encerramento do prazo para apresentação de emendas, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve emitir relatório de emendas a ser publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 6º A apreciação das emendas obedece ao seguinte:
I – a rejeição e a aglutinação de emendas e o oferecimento de subemendas devem ser justificados pelos relatores parciais e gerais a que se refere o art. 221;
II – as emendas são agrupadas para votação, conforme tenham parecer favorável ou contrário do relator, ressalvados os destaques.
§ 7º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, aos projetos de lei relativos aos créditos adicionais.
Art. 221. O Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, fixando os prazos para a apreciação dos pareceres, deve designar no prazo máximo de 5 dias após o recebimento do projeto de lei:
I – relator para os projetos de lei de diretrizes orçamentárias e de créditos adicionais;
II – relatores parciais e relator geral para os projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual.
§ 1º O ato de designação e de fixação dos prazos para apreciação dos pareceres deve ser publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º O parecer do relator geral tem por base as conclusões dos pareceres preliminares e parciais, quando for o caso, aprovados pela comissão.
§ 3º Os relatores parciais e geral dos projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual, em seus pareceres, só podem apresentar:
I – emenda aglutinativa ou que vise corrigir erro ou omissão;
II – emenda para remanejamento de recursos na mesma unidade orçamentária;
III – subemenda.
§ 4º O disposto no § 3º deste artigo não interfere na prerrogativa de apresentação de emendas, no prazo previsto no art. 220.
§ 5º Não se concede vista dos pareceres preliminares, parciais ou geral.
§ 6º Os prazos da comissão para emitir parecer começam a fluir com o recebimento do projeto e terminam 7 dias antes de se esgotar o prazo da Câmara Legislativa para sua apreciação.
§ 7º A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve dar publicidade imediata no Diário da Câmara Legislativa aos atos e textos aprovados.
§ 8º Salvo as proposições relativas aos créditos adicionais, os projetos de lei de que trata esta seção são incluídos na ordem do dia, independentemente do parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, se faltarem 4 dias para terminar o prazo da Câmara Legislativa para sua aprovação.
§ 9º No segundo turno, só podem ser apresentadas emendas:
I – pela Mesa Diretora;
II – por comissão permanente;
III – por um oitavo dos Deputados Distritais.
Seção VI
Das Contas
Subseção I
Da Prestação de Contas
Art. 222. O Governador e o Tribunal de Contas do Distrito Federal, anualmente, nos prazos previstos na Lei Orgânica, devem prestar contas à Câmara Legislativa.
§ 1º As contas do Governador são prestadas mediante a apresentação dos balanços gerais e do relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo.
§ 2º As contas do Tribunal de Contas do Distrito Federal, além das exigências da Lei Orgânica, são prestadas com todos os elementos legalmente exigidos dos demais agentes públicos obrigados a prestar contas.
Art. 223. Assim que forem lidas em plenário as contas do Governador e as do Tribunal de Contas do Distrito Federal, deve o Presidente da Câmara Legislativa determinar:
I – a publicação da mensagem no Diário da Câmara Legislativa;
II – a disponibilização, no portal da Câmara Legislativa, da mensagem e de todos os demais documentos recebidos.
§ 1º As contas devem ficar à disposição no portal da Câmara Legislativa para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade até o final do ano em que foram prestadas.
§ 2º A Câmara Legislativa deve disponibilizar no seu portal canais de fácil acesso para receber pedidos, consultas, sugestões, considerações e impugnações do cidadão e instituição da sociedade sobre as contas de que trata este artigo.
Art. 224. As contas são distribuídas exclusivamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças para exame e parecer.
Art. 225. Ao relator designado pelo Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças compete:
I – elaborar parecer preliminar sobre a admissibilidade das contas, indicando, se for o caso, os documentos, informações e dados complementares a serem requisitados do prestador respectivo;
II – apreciar os pedidos, consultas, sugestões, considerações e impugnações feitas por cidadão ou instituição da sociedade;
III – elaborar, após cumpridas as formalidades legais, o parecer definitivo, no qual deve considerar todos os elementos do inciso II.
Parágrafo único. A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode requisitar diretamente ao prestador das contas que apresente:
I – os documentos, informações e dados complementares de que trata o inciso I deste artigo;
II – manifestação escrita sobre as matérias do inciso II deste artigo.
Art. 226. Estando conformes, as contas prestadas pelo Governador, devem ser encaminhadas pelo Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para relatório analítico e parecer prévio.
§ 1º Cabe ao relator da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças acompanhar, no Tribunal de Contas do Distrito Federal, a tramitação das contas prestadas pelo Governador.
§ 2º Recebido o relatório analítico e o parecer prévio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, deve ele ser imediatamente disponibilizado no portal da Câmara Legislativa.
Art. 227. As contas, após cumpridas as formalidades legais, são apreciadas, no início do ano seguinte ao de sua prestação, pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, a quem compete:
I – decidir sobre o parecer definitivo;
II – elaborar a minuta do respectivo projeto de decreto legislativo.
Art. 228. O projeto de decreto legislativo apresentado pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças independe de parecer e deve ser apreciado pelo Plenário na forma das demais proposições.
Subseção II
Da Tomada de Contas
Art. 229. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças proceder à tomada das contas não prestadas no prazo legal.
§ 1º A tomada de contas deve ser efetivada no prazo de 90 dias, contados do término do prazo para a sua prestação.
§ 2º A prestação de contas, após iniciada a tomada de contas, não é óbice à adoção e continuidade das providências relativas ao processo por crime de responsabilidade.
Art. 230. A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode requisitar:
I – servidores da Câmara Legislativa para ficarem à sua disposição;
II – o auxílio do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo;
III – o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Art. 231. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças elaborar o regulamento da tomada de contas.
Art. 232. O Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve designar um só relator para organizar e realizar a tomada de contas.
§ 1º Na tomada de contas, ao relator são assegurados todos os poderes necessários para execução de suas funções, cabendo-lhe especialmente:
I – coordenar e orientar a equipe técnica de que trata o art. 230, conferindo-lhe atribuições específicas para a prática de atos junto aos órgãos e entidades;
II – convocar os responsáveis pelo sistema de controle interno e os ordenadores de despesa da administração pública, para comprovar, no prazo do regulamento, as contas na forma como deveriam ter sido prestadas;
III – requisitar documentos e informações aos órgãos e entidades responsáveis;
IV – requisitar senha de acesso a sistemas de informática para si e para os servidores da equipe técnica de que trata o art. 230.
§ 2º A organização das contas tomadas na forma desta subseção deve conter todos os elementos exigidos na prestação de contas.
Art. 233. Concluída a tomada de contas, devem elas ficar até o final do exercício à disposição, no portal da Câmara Legislativa, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 234. Encerrado o exercício de que trata o art. 233, aplicam-se à tomada de contas as disposições dos arts. 227 e 228.
Seção VII
Da Homologação de Convênios
Art. 235. Os convênios de que trata o art. 135, § 6º, da Lei Orgânica, somente produzem efeito no Distrito Federal após sua homologação pela Câmara Legislativa, mediante solicitação do Governador.
§ 1º A matéria é distribuída para parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças e, em seguida, da Comissão de Constituição e Justiça.
§ 2º Aprovada a matéria, compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças elaborar o projeto de decreto legislativo decorrente, ressalvada a hipótese de a matéria ser veiculada por projeto de lei complementar ou de lei ordinária.
§ 3º Na hipótese do art. 131 da Lei Orgânica, a proposição é aprovada por dois terços dos Deputados Distritais.
Seção VIII
Da Concessão de Título de Cidadão Benemérito e de Título de Cidadão Honorário de Brasília
Art. 236. O título de Cidadão Benemérito de Brasília e de Cidadão Honorário de Brasília é concedido por decreto legislativo, aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. Em cada sessão legislativa, o Deputado Distrital pode ser autor de, no máximo, 9 títulos de cidadão benemérito ou honorário.
Art. 237. O indicado ao título de Cidadão Benemérito de Brasília ou de Cidadão Honorário de Brasília deve satisfazer cumulativamente os seguintes requisitos:
I – ter nascido:
a) no Distrito Federal, no caso de Cidadão Benemérito;
b) fora do Distrito Federal, no caso de Cidadão Honorário;
II – ter realizado trabalhos de relevante interesse para a população do Distrito Federal;
III – ser pessoa de notório reconhecimento público;
IV – possuir idoneidade moral e reputação ilibada.
Parágrafo único. A proposição deve vir acompanhada de currículo ou de histórico com a trajetória do homenageado.
Art. 238. Fica suspensa durante o período eleitoral a concessão e a entrega de título cidadão benemérito e de cidadão honorário.
Art. 239. O agraciado com o título de cidadão benemérito ou honorário faz jus ao recebimento de insígnia que represente a honraria.
Parágrafo único. As características da insígnia, a ser entregue junto com o título, são definidas pela Mesa Diretora.
Seção IX
Da Alteração do Regimento Interno
Art. 240. O Regimento Interno pode ser alterado por meio de resolução de iniciativa:
I – de, no mínimo, um terço dos Deputados Distritais;
II – da Mesa Diretora;
III – de comissão permanente ou temporária.
§ 1º Após a leitura do projeto de resolução, compete ao Presidente da Câmara Legislativa determinar a sua distribuição:
I – à Mesa Diretora, se de iniciativa de Deputado Distrital ou de comissão;
II – à Comissão de Constituição e Justiça.
§ 2º O projeto é aprovado por maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Seção X
Da Proposta de Emenda Constitucional
Art. 241. A Câmara Legislativa pode deliberar sobre proposta de emenda constitucional, na forma do art. 60, III, da Constituição Federal.
§ 1º Quando a proposta de emenda constitucional tiver origem na Câmara Legislativa, observa-se o seguinte:
I – o texto da proposta de emenda constitucional deve ser:
a) elaborado segundo as normas usadas pela Câmara dos Deputados;
b) apresentado como anexo de projeto de decreto legislativo, com subscrição mínima de um terço dos Deputados Distritais;
II – no prazo de 10 dias, podem ser apresentadas emendas com a mesma subscrição qualificada do inciso I, b.
§ 2º Quando a proposta de emenda constitucional tiver origem em Assembleia Legislativa, observa-se o seguinte:
I – lida a proposta em plenário, compete à Mesa Diretora apresentar o respectivo projeto de decreto legislativo;
II – no prazo regimental, podem ser apresentadas emendas ao projeto de decreto legislativo para aditar ressalva a dispositivo da proposta de emenda constitucional;
III – as comissões por onde tramitar podem aprovar a proposta de emenda constitucional com ressalvas, expressamente indicadas por emenda ao texto do projeto de decreto legislativo.
§ 3º A tramitação de proposta de emenda constitucional inicia-se pela Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, pelas comissões de mérito com competência sobre a matéria.
§ 4º A proposta de emenda constitucional é apreciada em turno único e aprovada por maioria simples.
§ 5º Votada a proposta, o Presidente da Câmara Legislativa deve:
I – informar o resultado à Assembleia Legislativa de origem, com cópia dos documentos comprobatórios;
II – remeter cópia do texto com origem na Câmara Legislativa a todas as Assembleias Legislativas, solicitando que deliberem sobre a proposta.
§ 6º Compete à Mesa Diretora, após a manifestação favorável das Assembleias Legislativas em número que atenda à exigência da Constituição Federal, providenciar o protocolo na Câmara dos Deputados da proposta de emenda constitucional com origem na Câmara Legislativa.
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
CAPÍTULO I
DA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Art. 242. Constituem atos ou fatos sujeitos a fiscalização e controle da Câmara Legislativa e suas comissões:
I – os passíveis de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial referidos no art. 77 da Lei Orgânica;
II – os atos de gestão administrativa dos Poderes Legislativo e Executivo do Distrito Federal, incluídos os da administração indireta, qualquer que seja a autoridade que os tenha praticado.
Art. 243. Sem prejuízo do disposto nos arts. 16, VI, e 56, VIII e X, a fiscalização e o controle dos atos referidos no art. 242 obedecem às seguintes normas:
I – o requerimento de fiscalização e controle deve trazer a indicação específica do ato e a fundamentação da providência objetivada;
II – após a leitura do requerimento, o Presidente da Câmara Legislativa deve distribuí-lo à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle;
III – o presidente da comissão deve designar relator, para elaboração de relatório prévio, no qual são analisadas a oportunidade e a conveniência da medida e o alcance do ato impugnado, definindo-se o plano de execução e a metodologia de avaliação;
IV – aprovado pela comissão o relatório prévio, o mesmo relator fica encarregado de sua implementação, sendo aplicável à hipótese os arts. 77, § 8º e 78, I;
V – o prazo para conclusão dos trabalhos é de até 180 dias corridos, sendo aplicáveis, no que couber, as disposições do art. 77, § 6º;
VI – finda a legislatura, os requerimentos de fiscalização e controle ainda em análise podem ter prazo adicional de até 90 dias para a conclusão dos trabalhos, mediante requerimento de Deputado Distrital;
VII – o relatório final da fiscalização e controle, em termos de comprovação de legalidade do ato, avaliação política, administrativa, social e econômica de sua edição e quanto à eficácia dos resultados sobre a gestão orçamentária e financeira, deve atender, no que couber, ao disposto no art. 79.
§ 1º A comissão, para a execução das atividades de que trata este artigo, pode requisitar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal as providências ou informações previstas no art. 78 da Lei Orgânica.
§ 2º São assinalados prazos não inferiores a 5 dias para cumprimento da convocação, prestação de informações, atendimento às requisições de documentos públicos e realização de diligências e perícias.
CAPÍTULO II
DA INDICAÇÃO DE AUTORIDADES
Seção I
Das Autoridades Indicadas pelo Poder Executivo
Art. 244. No pronunciamento da Câmara Legislativa sobre indicação de autoridades, são observadas as normas seguintes:
I – a mensagem do Governador com esclarecimentos sobre o indicado é lida em plenário e encaminhada à comissão competente;
II – a comissão deve convocar o indicado, para ouvi-lo sobre matéria relacionada ao cargo a ser ocupado, no prazo de 10 dias, contado da leitura da mensagem;
III – a comissão pode realizar audiência pública para que os interessados se manifestem sobre a indicação e a pessoa do indicado, seguida, se necessário, de ampla investigação sobre as alegações levantadas na audiência;
IV – a arguição obedece a critérios previamente estabelecidos pela comissão, sendo a deliberação feita por votação ostensiva;
V – o parecer da comissão é encaminhado à Presidência, acompanhado do respectivo projeto de decreto legislativo, lido em plenário e, observadas as demais condições regimentais, incluído na ordem do dia para discussão e votação;
VI – o pronunciamento da Câmara Legislativa é comunicado ao Governador, consignando-se o resultado da votação.
Seção II
Das Autoridades Escolhidas pela Câmara Legislativa
Art. 245. Para escolha das autoridades da competência privativa da Câmara Legislativa, são observadas as normas seguintes:
I – assim que vagar qualquer dos cargos, a Mesa Diretora deve comunicar o fato ao Plenário e abrir prazo de 5 dias para que as indicações sejam feitas;
II – sem prejuízo das indicações feitas por Deputados Distritais, cada bancada de partido político ou bloco parlamentar pode indicar o cidadão de sua preferência, que atenda aos requisitos legais;
III – recebidas as indicações pela Mesa Diretora, são elas publicadas no Diário da Câmara Legislativa e distribuídas à Comissão de Constituição e Justiça para análise dos requisitos legais e à comissão que deva analisar o mérito para arguição;
IV – o indicado que não satisfizer os requisitos legais é eliminado da escolha;
V – observadas, no que couber, as normas do art. 244, a escolha é feita por eleição, em votação ostensiva, obedecido o seguinte:
a) havendo mais de 2 indicados, repete-se a votação entre os 2 mais votados, considerando-se escolhido o que obtiver maior número de votos;
b) em caso de empate, a indicação ou escolha recai naquele que tiver mais tempo no exercício da função ou da atividade profissional que exija os conhecimentos necessários para o cargo ou, em último caso, no mais idoso.
CAPÍTULO III
DO COMPARECIMENTO DE SECRETÁRIOS DE ESTADO E DEMAIS AUTORIDADES DO DISTRITO FEDERAL
Art. 246. Os Secretários de Estado e demais autoridades do Distrito Federal comparecem perante a Câmara Legislativa ou suas comissões:
I – quando convocados para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado;
II – por sua iniciativa, em entendimento com o Presidente da Câmara Legislativa ou a presidente da comissão, para expor assunto de relevância de sua Secretaria, órgão ou entidade.
III – quando determinado por lei.
§ 1º A convocação é resolvida pela Câmara Legislativa ou comissão, a requerimento de Deputado Distrital.
§ 2º O Presidente da Câmara Legislativa ou da comissão deve oficiar ao convocado, dando-lhe conhecimento da convocação e do assunto a ser tratado, para que, em comum acordo, estabeleçam data e hora para o seu comparecimento, em prazo não superior a 30 dias.
§ 3º Em qualquer hipótese, a presença de Secretário de Estado e demais autoridades no plenário não pode ultrapassar o horário normal de sessão ordinária da Câmara Legislativa.
Art. 247. O convocado deve encaminhar ao Presidente da Câmara Legislativa ou da comissão, até o dia útil anterior à sua presença na Câmara Legislativa, sumário da matéria de que vem tratar, para distribuição aos Deputados Distritais.
§ 1º O convocado, na fase destinada à sua exposição, pode falar por até 30 minutos, prorrogáveis por mais 15 pelo Plenário ou por comissão.
§ 2º Encerrada a exposição do convocado, podem ser formuladas interpelações por Deputado Distrital, por até 10 minutos, exceto o autor do requerimento, que tem o tempo de 15 minutos e preferência na interpelação.
§ 3º O convocado tem até 10 minutos para responder a cada interpelação.
§ 4º Atendidas as inscrições, pode o Deputado Distrital, no tempo de 5 minutos, replicar, contestar a resposta ou solicitar mais esclarecimentos ao convocado, que dispõe de igual tempo para a tréplica.
§ 5º É assegurado aos líderes, após o término dos debates, usar da palavra por 5 minutos.
Art. 248. No caso do comparecimento espontâneo ao plenário ou a comissão, essa intenção deve ser comunicada ao Presidente da Câmara Legislativa ou de comissão, a quem cabe dar ciência do comparecimento aos Deputados Distritais, com antecedência mínima de 2 dias.
§ 1º O Secretário de Estado ou autoridade pode usar da palavra no início da sessão ou reunião, se para expor assuntos de seu órgão, de interesse da Câmara Legislativa e do Distrito Federal; ou, durante a Ordem do Dia, se para falar de proposição legislativa em trâmite, relacionada com a Secretaria, o órgão ou a entidade sob sua direção.
§ 2º O Secretário de Estado ou autoridade pode usar da palavra durante 40 minutos, podendo o prazo ser prorrogado pela metade desse tempo, por deliberação do Plenário ou de comissão.
§ 3º Finda a exposição, o Presidente deve conceder a palavra aos Deputados Distritais, respeitada a ordem de inscrição, para, no tempo de 10 minutos cada, formular suas considerações ou pedido de esclarecimento, dispondo o Secretário ou autoridade do mesmo tempo para resposta.
Art. 249. A Câmara Legislativa reúne-se em comissão geral toda vez que perante o Plenário comparecer Secretário de Estado.
CAPÍTULO IV
DA AUTORIZAÇÃO PARA PROCESSAR O GOVERNADOR POR CRIME DE RESPONSABILIDADE
Art. 250. O cidadão, com domicílio eleitoral no Distrito Federal, pode denunciar à Câmara Legislativa o Governador por crime de responsabilidade.
§ 1º O partido político, associação ou entidade sindical pode patrocinar a denúncia de que trata este artigo, desde que:
I – seus dirigentes se qualifiquem também como cidadão com domicílio eleitoral no Distrito Federal;
II – esteja legalmente constituído e em funcionamento há pelo menos um ano, e haja autorização específica de seus órgãos deliberativos.
§ 2º A denúncia deve:
I – estar dirigida ao Presidente da Câmara Legislativa;
II – conter:
a) a identificação do denunciante, com nome completo, endereço eletrônico e número do título de eleitor;
b) a qualificação do denunciado;
c) a exposição do fato que configura o crime de responsabilidade, com todas as suas circunstâncias e com os elementos indiciários imprescindíveis à sua demonstração;
d) a adequação do fato às normas que o tipifiquem como crime de responsabilidade;
e) o rol de até 5 testemunhas, nos crimes em que haja prova testemunhal;
f) o pedido;
g) o local e a data;
h) a assinatura do denunciante, de forma eletrônica ou com firma reconhecida;
III – estar acompanhada:
a) de cópia do título de eleitor do cidadão ou do representante do partido político, associação ou entidade sindical que subscrever a denúncia;
b) de comprovante de regularidade perante a Justiça Eleitoral;
c) de cópia do estatuto, da ata de eleição da diretoria e da autorização do respectivo órgão deliberativo, no caso de denúncia de partido político, associação ou entidade sindical;
d) dos elementos que comprovem a denúncia ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, mas com indicação do local em que possam ser encontrados.
Art. 251. Protocolada a denúncia, compete ao Presidente da Câmara Legislativa a análise dos elementos legais para o seu recebimento ou arquivamento, em despacho fundamentado, no prazo de 20 dias.
§ 1º O Presidente da Câmara Legislativa, ao verificar que a denúncia não preenche os requisitos do art. 250, pode autorizar que o denunciante, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
§ 2º A denúncia não pode ser recebida:
I – se não for atendida a exigência do § 1º;
II – se o denunciado já tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo;
III – se não estiverem presentes os elementos materiais necessários à configuração e comprovação do crime de responsabilidade;
IV – se não forem atendidos os requisitos do art. 250;
V – se os fatos objeto da denúncia já tiverem sido apreciados em outro processo pela Câmara Legislativa ou pelo tribunal especial;
VI – se a acusação for claramente inepta ou desprovida de justa causa.
§ 3º O despacho do Presidente da Câmara Legislativa de que trata o caput deve ser lido em plenário e publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 4º O silêncio do Presidente da Câmara Legislativa, após o prazo de que trata o caput, é considerado arquivamento tácito.
§ 5º Do não recebimento da denúncia pelo Presidente da Câmara Legislativa cabe recurso ao Plenário, subscrito por um terço dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias, contados:
I – da publicação do despacho referido no § 3º;
II – do término do prazo de que trata o caput do artigo, no caso de arquivamento tácito.
§ 6º A aprovação do recurso de que trata o § 5º depende do voto favorável da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 252. A denúncia por crime de responsabilidade atribuído ao Governador, recebida pelo Presidente da Câmara Legislativa, está sujeita às fases de:
I – autorização para instaurar o processo, de competência privativa da Câmara Legislativa;
II – processo e julgamento perante o tribunal especial constituído de Deputados Distritais e Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Art. 253. Recebida a denúncia, deve ser constituída uma comissão especial para analisar e emitir parecer sobre a denúncia.
§ 1º A comissão especial é composta por 7 membros titulares e 7 membros suplentes, segundo a proporcionalidade partidária.
§ 2º À comissão especial, após eleger seu presidente e vice-presidente e escolher o relator na forma deste Regimento Interno, compete:
I – citar o denunciado para apresentar defesa escrita no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período, a pedido do denunciado e a juízo da comissão;
II – designar defensor dativo para, em 15 dias, apresentar defesa escrita, se não for apresentada pelo denunciado;
III – realizar as diligências necessárias, no prazo de até 30 dias, contados do recebimento da defesa escrita;
IV – emitir parecer com o respectivo projeto de decreto legislativo, no prazo de 10 dias, contados do encerramento das diligências.
§ 3º Na reunião que apreciar o parecer, é assegurado ao denunciado, pessoalmente ou por seu procurador, o uso da palavra para sustentação oral, por 30 minutos, após o relatório e antes do voto do relator.
Art. 254. Aprovado o parecer da comissão especial, o projeto de decreto legislativo deve ser incluído na ordem do dia da sessão especialmente convocada para discussão e votação da matéria.
§ 1º Antes da discussão, é assegurada a palavra, sucessivamente:
I – por 30 minutos para o autor da denúncia e por 30 minutos para a defesa, prorrogáveis pela metade por anuência do Presidente;
II – por 10 minutos para a réplica e 10 minutos para a tréplica;
III – por 10 minutos ao relator pela comissão especial.
§ 2º Se houver mais de 1 autor, o prazo de que trata o § 1º, I, é dividido entre eles.
§ 3º Na discussão, cada Deputado Distrital pode fazer uso da palavra por 10 minutos, alternando-se entre os que falam contra e os que falam a favor da autorização para instaurar o processo por crime de responsabilidade do Governador.
§ 4º Concluída a discussão, cada líder pode encaminhar a matéria por 3 minutos.
§ 5º A votação é em turno único.
§ 6º A autorização para instaurar processo por crime de responsabilidade contra o Governador depende do voto favorável de dois terços dos Deputados Distritais.
Art. 255. Aplicam-se quanto ao mais as normas deste Regimento Interno e, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Penal.
Art. 256. Autorizada a instauração do processo, os autos devem ser enviados ao Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para formação do tribunal especial.
Parágrafo único. No prazo de 5 dias, contados do encaminhamento de que trata este artigo, a Câmara Legislativa deve escolher os Deputados Distritais para compor o tribunal especial, observada a proporcionalidade partidária.
Art. 257. Perante o tribunal especial de que trata o art. 252, II, o processo e o julgamento por crime de responsabilidade atribuído ao Governador regem-se pelas normas da legislação federal.
Art. 258. A denúncia é arquivada quando:
I – não for recebida;
II – for negada a autorização para instaurar o processo pelo Plenário;
III – não for instaurado o processo pelo tribunal especial;
IV – for julgada improcedente pelo tribunal especial.
TÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 259. A Câmara Legislativa deve disponibilizar ao cidadão canais de fácil acesso para participação da sociedade civil.
Art. 260. A Mesa Diretora deve disciplinar a forma pela qual a assinatura e o envio de documentos possam ser realizados por meio eletrônico.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de documentos.
CAPÍTULO II
DA INICIATIVA POPULAR
Art. 261. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara Legislativa:
I – de proposta de emenda à Lei Orgânica, assinada, no mínimo, por 1% dos eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, 3 zonas eleitorais, com não menos de 0,3% do eleitorado de cada uma delas;
II – de projeto de lei e de lei complementar assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado do Distrito Federal, distribuído por 3 zonas eleitorais;
III – de requerimento de criação de comissão parlamentar de inquérito assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado do Distrito Federal, distribuído por 3 zonas eleitorais.
§ 1º As proposições a que se refere este artigo devem obedecer às seguintes condições:
I – a assinatura de cada eleitor deve ser acompanhada de seu nome completo e legível, endereço e dados identificadores de seu título eleitoral;
II – podem ser patrocinadas por entidade da sociedade civil legalmente constituída, que deve se responsabilizar pela coleta das assinaturas;
III – são instruídas com documento hábil da Justiça Eleitoral quanto ao eleitorado de cada zona eleitoral, aceitando-se, para esse fim, os dados referentes ao ano anterior, se não disponíveis outros mais recentes;
IV – são protocoladas perante a Mesa Diretora, a quem compete verificar se foram cumpridas as exigências regimentais para sua apresentação;
V – a proposição de iniciativa popular integra a numeração geral das proposições, acrescida da expressão "de iniciativa popular";
VI – nas comissões em que tramitar, é assegurada a defesa da proposição por representantes dos respectivos autores;
VII – devem circunscrever-se a um único assunto, estar articulado e devidamente justificado;
VIII – não se pode rejeitar, liminarmente, proposição de iniciativa popular por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições de técnica legislativa, incumbindo à Comissão de Constituição e Justiça escoimá-los, para sua regular tramitação;
IX – a Mesa Diretora deve designar um Deputado Distrital para exercer os poderes ou atribuições conferidos por este Regimento Interno ao autor de proposição, devendo a escolha recair sobre quem tenha sido, com a sua anuência, previamente indicado com essa finalidade.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 1º, I, são admitidas subscrições por meio eletrônico, nos termos de legislação específica.
§ 3º Os projetos de lei e de lei complementar de iniciativa popular tramitam em regime de urgência, observado o art. 214.
CAPÍTULO III
DAS PETIÇÕES, RECLAMAÇÕES E REPRESENTAÇÕES E OUTRAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
Art. 262. A petição, reclamação, representação ou queixa de pessoa física ou jurídica contra ato ou omissão de autoridade, órgão ou entidade públicos são recebidas e examinadas pelas comissões, desde que:
I – encaminhadas por escrito, vedado o anonimato do autor ou autores;
II – o assunto envolva matéria de sua competência.
Parágrafo único. Compete ao membro da comissão a que for distribuído o processo, exaurida a fase de instrução, apresentar relatório, quando couber, do qual se deve dar ciência aos interessados.
Art. 263. A participação da sociedade civil pode, ainda, ser exercida pelo oferecimento, às comissões, de parecer técnico, exposição e proposta oriundos de entidade científica e cultural, de associação, organização não governamental e sindicato e demais instituições representativas, legalmente constituídas, sobre matéria pertinente à sua respectiva área de atuação.
CAPÍTULO IV
DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
Art. 264. Cada comissão pode realizar audiência pública, nos termos do art. 89.
§ 1º Aprovada a audiência pública requerida por qualquer membro da comissão, compete ao respectivo presidente, em comum acordo com o autor do requerimento, marcar a data de sua realização.
§ 2º Compete à comissão selecionar, para serem ouvidas, as autoridades, as pessoas interessadas e os especialistas ligados às entidades participantes, cabendo ao presidente da comissão expedir os convites.
§ 3º Na hipótese de haver defensores e opositores relativamente à matéria objeto de exame, a comissão deve possibilitar a audiência das diversas correntes de opinião.
§ 4º O convidado deve limitar-se ao tema ou à questão em debate e dispõe, para tanto, de até 20 minutos para exposição, prorrogáveis a juízo da comissão, não podendo ser aparteado.
§ 5º Caso o expositor se desvie do assunto ou perturbe a ordem dos trabalhos, o presidente da comissão pode adverti-lo, cassar-lhe a palavra ou determinar a sua retirada do recinto.
§ 6º A parte convidada pode valer-se de assessor credenciado, se para tal fim tiver obtido o consentimento do presidente da comissão.
§ 7º O Deputado Distrital inscrito para interpelar o expositor pode fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, por 5 minutos, tendo o interpelado igual tempo para responder, facultadas a réplica e a tréplica, pelo mesmo tempo, vedado ao expositor interpelar qualquer dos presentes.
§ 8º Da reunião de audiência pública deve-se lavrar ata, arquivando-se na comissão os pronunciamentos escritos e documentos que os acompanharem.
Art. 265. A Câmara Legislativa pode realizar audiência pública, mediante requerimento subscrito por Deputado Distrital e aprovado pelo Plenário.
Parágrafo único. As audiências públicas da Câmara Legislativa podem ser itinerantes, realizadas fora das dependências da sede, exigida aprovação por maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 266. As disposições do art. 264 aplicam-se, no que couber, à audiência da população interessada, quando exigido por lei.
TÍTULO IX
DA ADMINISTRAÇÃO, DA ECONOMIA INTERNA E DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
CAPÍTULO I
DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
Art. 267. Os serviços administrativos da Câmara Legislativa regem-se por resolução, sendo dirigidos pela Mesa Diretora, a quem compete expedir as normas ou instruções complementares necessárias, obedecidas as seguintes diretrizes:
I – simplificação, desburocratização e modernização dos processos de trabalho e uso de tecnologias digitais e de mecanismos de transparência e de monitoramento da qualidade;
II – orientação da política de recursos humanos da Câmara Legislativa, no sentido de que as atividades administrativas e legislativas, inclusive o assessoramento institucional, sejam executados por integrantes de quadros ou tabelas de pessoal adequados às suas peculiaridades, cujos ocupantes tenham sido recrutados mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvados os cargos em comissão, preferencialmente destinados a recrutamento interno dentre os servidores da Carreira Legislativa, ou declarados de livre nomeação e exoneração, nos termos de resolução específica;
III – adoção de política de valorização de recursos humanos, por meio de programas e atividades permanentes e sistemáticas de capacitação, treinamento, desenvolvimento e avaliação profissional; de instituição do sistema de carreira e do mérito; e de processos de reciclagem e realocação de pessoal entre as diversas atividades administrativas e legislativas;
IV – existência de assessoramento institucional unificado, de caráter técnico-legislativo ou especializado, à Mesa Diretora, às comissões, aos Deputados Distritais e à administração da Câmara Legislativa, na forma de resolução específica, cujos trabalhos são considerados parte integrante do acervo do Poder Legislativo, fixando-se, desde logo, a obrigatoriedade da realização de concurso público para provimento de vagas ocorrentes sempre que não haja candidatos anteriormente habilitados para qualquer das áreas de especialização ou campos temáticos compreendidos nas atividades da assessoria legislativa;
V – existência de assessoria de orçamento, controle e fiscalização financeira e de acompanhamento de planos, programas e projetos, a ser regulamentada por resolução própria, para atendimento à Mesa Diretora e às comissões;
VI – sustentabilidade socioambiental, com vistas ao uso racional e eficiente de recursos materiais, água e energia.
Art. 268. Nenhuma proposição que modifique os serviços administrativos da Câmara Legislativa pode ser submetida à deliberação do Plenário sem parecer da Mesa Diretora.
Art. 269. As reclamações sobre irregularidades nos serviços administrativos da Câmara Legislativa devem ser encaminhadas à Mesa Diretora, para responder no prazo de 5 dias.
CAPÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA, CONTÁBIL, OPERACIONAL E PATRIMONIAL
Art. 270. A administração orçamentária, financeira, contábil, operacional e patrimonial e o sistema de controle interno são coordenados e executados por unidades organizacionais da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. As despesas da Câmara Legislativa são ordenadas pelo Presidente da Câmara Legislativa.
Art. 271. O patrimônio da Câmara Legislativa é constituído de bens móveis e imóveis no Distrito Federal que forem por ela adquiridos e por aqueles que lhe forem doados.
CAPÍTULO III
DA POLÍCIA DA CÂMARA LEGISLATIVA
Art. 272. Compete à Mesa Diretora fazer manter a ordem e a disciplina no edifício da Câmara Legislativa e suas adjacências.
Art. 273. O policiamento do edifício da Câmara Legislativa e suas adjacências compete, privativamente, à Mesa Diretora, sob a suprema direção do Presidente da Câmara Legislativa, sem intervenção de qualquer outro Poder.
Parágrafo único. O policiamento é feito, ordinariamente, com a segurança própria da Câmara Legislativa ou por esta contratada e, se necessário, ou na sua falta, por efetivos das Polícias Civil e Militar do Distrito Federal, requisitados ao Poder Executivo do Distrito Federal, postos à inteira e exclusiva disposição da Mesa Diretora e dirigidos por pessoas por ela designadas.
CAPÍTULO IV
DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Art. 274. A delegação de competência administrativa é utilizada como instrumento de desconcentração, visando assegurar maior rapidez e objetividade às decisões e situá-las na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
§ 1º É facultado à Mesa Diretora, a qualquer de seus membros delegar competência para a prática de atos administrativos.
§ 2º O ato de delegação deve indicar, com precisão, a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto da delegação.
Art. 275. O Presidente da Câmara Legislativa e a Mesa Diretora podem delegar parte de sua competência para a prática dos seguintes atos processuais legislativos, observadas as formalidades previstas neste Regimento Interno:
I – distribuição de proposição;
II – arquivamento de proposição;
III – decisão sobre requerimento de:
a) realização de sessão solene;
b) tramitação conjunta;
c) retomada de tramitação.
Parágrafo único. O ato de delegação deve indicar a autoridade delegante, a autoridade delegada, as atribuições objeto da delegação, bem como eventuais ressalvas ao exercício da competência delegada.
TÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 276. Salvo disposição em contrário, os prazos estabelecidos em dias ou sessões neste Regimento Interno computam-se, respectivamente, em dias úteis ou sessões ordinárias, e os prazos fixados por mês, de data a data.
§ 1º No cômputo dos prazos, exclui-se o dia ou a sessão da decisão e inclui-se o dia ou a sessão do vencimento.
§ 2º Os prazos, salvo disposição em contrário, contam-se da publicação no Diário da Câmara Legislativa e ficam suspensos durante os períodos de recesso da Câmara Legislativa.
Art. 277. Os atos ou providências cujos prazos se achem em fluência devem ser praticados durante o período do expediente normal da Câmara Legislativa ou das suas sessões ordinárias, conforme o caso.
Art. 278. Na falta de outro prazo estipulado neste Regimento Interno, considera-se:
I – de 2 dias, quando depender de decisão do Presidente da Câmara Legislativa;
II – de 5 dias, quando depender de decisão da Mesa Diretora;
III – de 10 dias, nos demais casos.
Art. 279. É vedado dar denominação de pessoa viva a qualquer dependência ou edifício da Câmara Legislativa.
Art. 280. É vedado o exercício de comércio nas dependências da Câmara Legislativa, salvo expressa autorização da Mesa Diretora.
Art. 281. Os casos omissos neste Regimento Interno são resolvidos pelo Presidente, ouvida a Mesa Diretora.
TÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 282. As proposições apresentadas na vigência do Regimento Interno anterior passam a ser regidas pelas disposições deste Regimento Interno, observado o seguinte:
I – o disposto no art. 157, II, aplica-se às proposições que estiverem em tramitação;
II – a proposta de emenda à Lei Orgânica que ainda não tenham recebido parecer da comissão especial deve ser redistribuída às comissões de mérito que devam opinar sobre a matéria.
§ 1º No caso do inciso II, cabe à comissão especial onde se encontra a proposição encaminhá-la à Presidência para redistribuição.
§ 2º Os disciplinamentos dos atos do processo legislativo estatuídos por este Regimento Interno não atingem nem prejudicam os atos praticados na vigência do Regimento Interno anterior.
Art. 283. As questões de ordem formuladas com base no Regimento Interno anterior ainda não decididas, ou contra as quais tenha sido interposto recurso ainda não decidido, regem-se pelas disposições vigentes à data de sua formulação.
Parágrafo único. Se do acatamento da questão de ordem resultar a nulidade de qualquer ato ou etapa do processo legislativo, a proposição volta a tramitar a partir do último ato ou etapa válidos, com base nas disposições deste Regimento Interno.
Art. 284. Os prazos para apreciação de matéria ou prática de atos relativos ao processo legislativo que estejam em curso ou suspensos na data da entrada em vigência deste Regimento Interno regem-se pelas disposições do Regimento Interno anterior.
Art. 285. Na data da entrada em vigência deste Regimento Interno, são arquivados todos os projetos de resolução com objetivo de alterar o Regimento Interno anterior.
JUSTICAÇÃO
As primeiras normas regimentais para a Câmara Legislativa do Distrito Federal foram instituídas pelo Senado Federal, por meio da Resolução nº 49, de 1990. Essa resolução disciplinou a estrutura normativa básica inicial para: a) procedimentos para instalação da Câmara Legislativa e para a posse dos Deputados Distritais; b) posse do Governador e do Vice-Governador; c) composição, eleição e posse da Mesa Diretora; d) funcionamento da Câmara Legislativa, com sessões a partir de 1º de janeiro de 1991, de segunda a sexta-feira; e) criação da Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Assuntos Econômicos e Comissão de Assuntos Sociais, cada uma com 7 membros; f) tramitação das proposições, com apresentação de emendas apenas na primeira comissão a que a matéria fosse distribuída, votação em dois turnos, deliberação por maioria simples, voto de desempate do Presidente nas votações ostensivas; g) aplicação subsidiária do Regimento Interno do Senado Federal.
Em janeiro de 1991 foi aprovada a Resolução nº 3, dispondo sobre: a) horário de início das sessões e tempo destinado a cada parte; b) segundas e sextas-feiras destinadas apenas ao Pequeno e Grande Expediente; c) terças, quartas e quintas-feiras destinadas ao Pequeno Expediente, Ordem do Dia e Grande Expediente. Em março de 1991 foi aprovada a Resolução nº 10, dando novo disciplinamento às sessões, tendo sido excluída a realização de sessões às sextas-feiras. Nesse mesmo mês foi aprovada a Resolução nº 12, estabelecendo regras específicas para discussão e votação do Regimento Interno da Câmara Legislativa.
O primeiro Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal foi instituído pela Resolução nº 19, 1991 (publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 18/06/1991). Previa a existência de 4 comissões permanentes (Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, Comissão de Assuntos Sociais e Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania) e que a análise das proposições teria início pelas comissões encarregadas de apreciar a admissibilidade e, depois, pelas comissões responsáveis pelo mérito. Continha 229 dispositivos na sua parte permanente, além de 38 artigos na parte transitória (voltados principalmente para disciplinar a elaboração da Lei Orgânica do Distrito Federal).
No ano 2000, portanto, 9 anos depois, foi promulgado o segundo Regimento Interno da Câmara Legislativa, instituído pela Resolução nº 167, de 2000 (publicada no Diário da Câmara Legislativa de 17/11/2000), contendo 257 dispositivos na sua parte permanente, além de 6 artigos na parte transitória. O número de comissões permanentes foi ampliado para 7, com a criação de 3 comissões (Comissão de Defesa do Consumidor, Comissão de Assuntos Fundiários e Comissão de Educação, Saúde e Segurança), e a alteração da nomenclatura (com a ampliação das atribuições) da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, que passou a ser também de Ética e Decoro Parlamentar. Foi implementada a inversão na apreciação das proposições, começando a análise pelas comissões de mérito e só depois sendo feita a análise de admissibilidade. As propostas de emenda à Lei Orgânica (que mantiveram a sistemática anterior) e as leis orçamentárias passaram a contar com disposições especiais. Foram criadas a Corregedoria e a Comissão Representativa. Foi instituído o limite máximo de 2 legislaturas para que as proposições pudessem tramitar, além de outras alterações e inovações, com vistas a aprimorar o processo legislativo distrital.
Passados 23 anos da promulgação de nosso atual Regimento Interno, é chegada a hora de ser instituído um novo regramento regimental para a Câmara Legislativa. Não que o atual Regimento não tenha sofrido, ao longo dessas mais de 2 décadas, alterações: houve, e não foram poucas. O atual RICLDF foi alterado por 32 resoluções: Resoluções nºs 173/2001; 177/2002; 181/2002; 193/2002; 195/2003; 199/2003; 200/2003; 205/2004; 208/2004; 209/2004; 227/2007; 228/2007; 248/2011; 261/2013; 262/2013; 263/2013; 272/2014; 280/2016; 282/2016; 285/2017; 286/2017; 291/2017; 292/2017; 294/2017; 303/2018; 304/2018; 310/2019; 315/2019; 316/2020; 321/2020; 335/2023 e 336/2023.
Entre outros assuntos, foram criadas mais 5 comissões permanentes (Comissão de Segurança; Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo; Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle; Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana e Comissão de Produção Rural e Abastecimento) além de 3 procuradorias especiais (Procuradoria Especial da Mulher, Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Juventude). Foi feita a compatibilização do Regimento Interno com a Emenda à Lei Orgânica nº 47/2006, que veda o escrutínio secreto nas deliberações da Câmara Legislativa. As figuras do líder da maioria e do líder da minoria passaram a ser previstas, assim como a figura da obstrução. As emendas de Plenário passaram a ter leitura obrigatória quando o parecer for oral. As ausências injustificadas às sessões ordinárias passaram a implicar a perda de 1/30 avos do subsídio. A votação por sistema eletrônico tornou-se a regra nas votações nominais.
Da parte permanente do atual RICLDF, 42 dispositivos sofreram alteração: arts. 10, 18, 19, 22, 25, 31, 33, 34, 35, 39, 42, 46, 47, 50, 51, 58, 60, 63, 64, 65, 67, 68, 69, 72, 83, 93, 109, 110, 111, 121, 132, 133, 145, 153, 194, 195, 197, 209, 216, 219, 221 e 227.
Foram inseridos na parte permanente 16 dispositivos (que hoje conta com 269 artigos), por meio da fórmula do algarismo seguido de letra (16-A, 33-A, 69-A, 69-B, 69-C, 69-D, 69-E, 98-A, 98-B, 98-C, 98-D, 98-E, 98-F, 98-G, 98-H e 98-I).
Apesar de 1/5 dos artigos do atual Regimento Interno ter a sua redação dada pelas 32 resoluções alteradoras, ainda assim há muitas outras alterações que precisam ser feitas. Isso para permitir que o Regimento Interno da CLDF possa estar em perfeita harmonia com a Constituição Federal, com a Lei Orgânica do Distrito Federal, com a Lei Complementar nº 13/1996 e com os sistemas que desde a 8ª Legislatura passaram a ser utilizados por toda a Câmara Legislativa: o Sistema Eletrônico de Informações – SEI, que aboliu o uso do papel (2020) e o Processo Legislativo Eletrônico – PLe (2021).
Importantes assuntos não estão contemplados no Regimento Interno, sendo tratados por resoluções extravagantes (Ouvidoria – Resolução nº 178/2002; Frentes Parlamentares – Resolução nº 255/2012; Títulos de Cidadão Honorário e Benemérito – Resolução nº 334/2023;) ou não têm previsão nem no RICLDF nem em outra resolução (homologação dos convênios de ICMS; sustação de ação penal contra Deputado Distrital; processamento das denúncias de crime de responsabilidade do Governador; propostas de emenda constitucional de autoria da CLDF e das assembleias legislativas).
Portanto, além da mais que recomendável sistematização e consolidação do atual Regimento, em face da modificação de 20% de suas disposições permanentes; de um relevante conjunto de modificações para que o RICLDF possa estar em perfeito compasso com a Carta Magna e com a LODF (além da LC 13/1996 e dos Sistemas SEI e PLe), há importantes assuntos que precisam ser inseridos nas disposições regimentais da CLDF.
Em 2022, a partir de uma iniciativa da Terceira-Secretaria da CLDF, unidade responsável pelo processo legislativo no âmbito da Casa, foi iniciado um processo (Processo SEI nº 00001-00007801/2021-19) que culminou na formação de Grupo de Trabalho para elaborar a minuta de projeto de resolução para um novo Regimento Interno. Esse Grupo de Trabalho, formado por 11 servidores, foi criado pela Portaria do Secretário-Geral nº 68, de 2/6/2022 (publicada no DCL de 3/6/2022). Ao longo de 24 reuniões presenciais (ocorridas entre os meses de junho a outubro), todos os dispositivos do atual Regimento Interno foram analisados, um a um. Foram também analisadas as resoluções extravagantes e os temas não tratados nem no RICLDF nem em outras resoluções. O resultado desse trabalho foi a entrega, em 29/11/2022, da minuta do projeto de resolução do novo Regimento Interno.
Em 2023, com o início da 9ª Legislatura, o Terceiro-Secretário, Deputado Martins Machado, decidiu retomar os trabalhos de elaboração de um novo Regimento Interno. Com esse intento, foi publicado, no Diário da Câmara Legislativa de 20/3/2023, o Ato do Terceiro-Secretário nº 3/2023, com a finalidade de constituir Grupo de Trabalho para elaborar proposta de reforma do Regimento Interno da CLDF.
Esse grupo de trabalho, formado por 13 servidores, teve como ponto de partida o texto elaborado pelo GT de 2022. Ao longo de 18 reuniões presenciais (ocorridas entre os meses de março a setembro de 2023), todos os dispositivos do atual Regimento Interno foram analisados, um a um, assim como as resoluções extravagantes e os temas não tratados.
Após revisão do texto elaborado, realizada por revisora de texto da Casa, o trabalho realizado foi apresentado ao Terceiro-Secretário, em 30/10/2023. O resultado desse trabalho é a presente proposição, que ora submetemos à apreciação de todos os Deputados Distritais.
O Grupo de Trabalho, ao elaborar o conteúdo da presente proposição, norteou-se pelos seguintes princípios e vetores:
1) Compatibilização com a Constituição Federal. Um fenômeno bastante comum em nosso País é a promulgação de emendas constitucionais. Com isso, dispositivos do nosso RICLDF que, em 2000, eram constitucionais, com o advento da mudança do texto da Constituição, não foram recepcionados pela nova ordem constitucional. Exemplo disso é a Seção V do Capítulo IV do Título II (da Licença para Instauração de Processo contra Deputado Distrital)[1]. O atual RICLDF contém dispositivos inconstitucionais em virtude de mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal. Temos como exemplo o Capítulo IV do Título VII (da Autorização para Instauração de Processo Criminal contra o Governador, o Vice-Governador e os Secretários de Estado do Distrito Federal)[2]. Ou a maioria exigida para aprovação de proposta de emenda à Lei Orgânica[3]. Sobre o Supremo Tribunal Federal, ao longo dos anos a Corte vem decidindo matérias de natureza regimental. É o caso da questão atinente à eleição da Mesa Diretora[4], ou o direito de o Deputado Distrital ter livre acesso aos órgãos da administração pública do Distrito Federal[5].
2) Compatibilização com a Lei Orgânica do Distrito Federal. O atual RICLDF contém dispositivos que não guardam perfeita simetria com a LODF, a exemplo das licenças voluntárias para que o Deputado Distrital possa ser investido em funções no Poder Executivo (art. 19 do RICLDF x art. 64 da LODF). Ou das Comissões Parlamentares de Inquérito, haja vista o RICLDF não prever a criação de CPI a partir de iniciativa popular. Também, em atenção à LODF, foi mantida a Comissão Representativa (prevista no art. 68, § 5º da LODF), a despeito do sabido desuso da figura.
3) Compatibilização com a Lei Complementar nº 13/1996. O processo legislativo distrital deve observar o disposto na lei complementar que dispõe sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis do Distrito Federal. Nesse sentido, o atual RICLDF não traz a importante disciplina prevista no art. 22 da lei (igualdade entre o número de abstenções e o número de votos favoráveis). E, no tocante ao prazo de promulgação das Emendas à Lei Orgânica, há diferença entre o Regimento Interno e a lei (art. 211 do RICLDF x art. 39 da LC 13/1996).
4) Compatibilização com as ferramentas tecnológicas, Sistema Eletrônico de Informações – SEI e do Processo Legislativo Eletrônico – PLe. Com a implantação do SEI e do PLe, todas as tramitações na CLDF deixaram de ser realizadas em papel. O atual RICLDF possui alguns dispositivos que falam, por exemplo, da vetusta figura da rubrica (arts. 88, 98 e 128) ou que proíbe que os processos saiam da Comissão (art. 95, inciso XVII).
5) Inserção de matérias contidas em resoluções extravagantes. A Ouvidoria (Resolução nº 178/2002), as Frentes Parlamentares (Resolução nº 255/2012) e a Concessão do Título de Cidadão Honorário e de Cidadão Benemérito, além da respectiva insígnia (Resolução nº 334/2023), agora estão contempladas no texto do Regimento Interno.
6) Inserção de matérias não previstas no Regimento Interno nem em resoluções extravagantes. A homologação dos convênios de ICMS, o processamento das denúncias de crimes de responsabilidade do Governador no âmbito da CLDF, a sustação do andamento da ação penal contra Deputado Distrital e a tramitação de propostas de emenda constitucional de autoria da CLDF ou de assembleias legislativas são alguns dos assuntos que não constam do atual RICLDF, nem de outras resoluções, embora sejam matéria tipicamente regimental.
7) Racionalização dos prazos nas comissões. O atual Regimento Interno prevê que, para as matérias em tramitação ordinária, o prazo é de 20 dias úteis, em sequência; já para as matérias em regime de urgência, o prazo é de 2 dias úteis, sendo comum para todas as comissões. Se por um lado 20 dias úteis (sem falar do prazo de emenda), em sequência, é um prazo muito longo para proposições que tramitem em 3 ou mais comissões, 2 dias úteis não se afigura, no mais das vezes, um prazo realista. Nesse contexto, foi elevado para 6 dias úteis o prazo para as matérias em regime de urgência, depois de superado o prazo de 10 dias úteis para apresentação de emendas. Quanto às matérias em tramitação ordinária, em face do acerto da previsão de prazo comum para as comissões que se aplica no regime de urgência, essa regra foi ampliada também para a tramitação ordinária, com prazo mais longo (os atuais 20 dias úteis) e com separação entre análise de mérito e análise de admissibilidade.
8) Simetria em relação às atribuições das comissões. No tocante às atribuições, foram ajustados os dispositivos que tratam da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle, da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana e da Comissão de Produção Rural e Abastecimento. Em cotejo com as demais comissões de mérito, igualmente importantes, os artigos que tratam dessas 3 comissões são demasiadamente extensos e detalhistas, como se as 3 últimas comissões criadas na CLDF fossem mais relevantes que CAS, CDC, CDDHCEDP, CAF, CESC, CS e CDESCTMAT.
9) Otimização do trabalho das comissões. Por um lado, as comissões permanentes se ocupam atualmente de discutir e deliberar (votar) as indicações, assunto que, a rigor, não demandaria essa sistemática. O presente texto modifica essa sistemática, retirando a necessidade de discussão e deliberação das indicações. Ao mesmo tempo, com a figura da Comissão Especial para a apreciação das Propostas de Emenda à Lei Orgânica, o conhecimento e a expertise das comissões permanentes são desperdiçados, justamente na apreciação da mais importante das proposições. O presente texto prevê que caberá às comissões permanentes existentes a apreciação do mérito das PELOs.
10) Supressão de matérias não utilizadas em âmbito prático. Sessões secretas e reuniões secretas, embora teoricamente possíveis, em termos práticos, não há como se cogitar de sua realização. Se no Congresso Nacional cogita-se a existência de sessão secreta para tratar de guerra, não se imagina um assunto distrital que justifique tal figura. Da mesma forma, a denominada redação do vencido, a ser elaborada após a aprovação, em 1º turno, de propostas e projetos. Constando tanto do Regimento Interno de 1991 quanto do atual Regimento, ao longo das décadas revelou-se um instituto praticamente previsto “no papel”, com honrosas exceções, aptas a confirmarem a regra do sabido desuso. E, de igual forma, o regime de prioridade, quase nunca adotado pela Casa.
11) Previsão textual de práticas reiteradas da Casa. A delegação de competência legislativa da Mesa Diretora e do Presidente para sessões solenes, tramitação conjunta e distribuição de proposições; a elaboração da ordem do dia de acordo com as reuniões semanais do Colégio de Líderes; a aprovação da redação final antes de ser elaborado o respectivo texto; a realização de audiências públicas pela Câmara Legislativa; a supressão do interstício entre os turnos nos projetos; a manutenção da composição das comissões, a despeito da mudança na composição dos partidos e dos blocos parlamentares; a apresentação de subemendas não apenas pelo relator, mas por qualquer deputado, são alguns exemplos de práticas reiteradas no âmbito da CLDF que, a despeito de não violarem nenhum princípio constitucional ou legal, ou não estão contempladas no Regimento Interno ou diferem do que está previsto no texto vigente.
12) Modernização do texto do Regimento Interno em face de novos valores. Se no ano 2000, preocupações com sustentabilidade socioambiental, planejamento institucional e gestão estratégica não eram prioridades, no ano 2023 são temas imprescindíveis, que, portanto, devem ser abordados.
Esperamos dos pares que, convencidos da conveniência, da oportunidade e da necessidade da instituição de um novo Regimento Interno, aprovem a matéria.
[1] Vide Emenda Constitucional nº 35/2001.
[2] STF. Plenário. ADI 4362/DF. Rel. Min Dias Toffoli. Publicação: 06/02/2018.
[3] STF. Plenário. ADI 7205/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Publicação: 20/4/2023.
[4] STF. Plenário. ADI 6688/PR, ADI 6698/MS, ADI 6714/PR, ADI 7016/MS (Rel. Min. Gilmar Mendes); ADI 6683/AP, ADI 6686/PE, ADI 6687/PI e ADI 6711/PI (Rel. Min. Nunes Marques), julgados em 7/12/2022 (Info 1079).
[5] STF. Plenário. ADI 3046/SP Rel. Min. Sepúlveda Pertence DJ 28-05-2004.
Sala das Sessões, 28 de novembro de 2023.
deputado wellington luiz
Presidente
deputado ricardo vale
Vice-Presidente
deputado pastor daniel de castro
Primeira Secretária
deputado roosevelt
Segundo Secretário
deputado martins machado
Terceiro Secretário
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Despacho - 1 - SELEG - (106034)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria Legislativa
Despacho
A Mesa Diretora para publicação (RICL, art. 153) em seguida ao SACP, para conhecimento e providências protocolares, informando que a matéria tramitará em análise de admissibilidade na CCJ (RICL, art. 63, I).
_______________________________________
MARCELO FREDERICO M. BASTOS
Matrícula 23.141
Assessor Especial
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Despacho - 2 - Cancelado - SACP - (106084)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
Despacho
À CCJ, para exame e parecer, podendo receber emendas durante o prazo de 10 dias úteis, conforme publicação no DCL.
Brasília, 04 de dezembro de 2023
daniel vital
Assistente Técnico Legislativo
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Documento assinado eletronicamente por DANIEL VITAL DE OLIVEIRA JUNIOR - Matr. Nº 12315, Assistente Técnico Legislativo, em 04/12/2023, às 10:42:51 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02, de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembo de 2020. A autenticidade do documento pode ser conferida no site
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Despacho - 3 - SACP - (106161)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
Despacho
À Mesa Diretora, para apresentação de emendas no prazo de 10 dias úteis, conforme publicação no DCL.
Brasília, 4 de dezembro de 2023
CLARA LEONEL ABREU
Analista Legislativa
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Emenda (Modificativa) - 1 - PLENARIO - Não apreciado(a) - (107486)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Robério Negreiros - Gab 19
EMENDA MODIFICATIVA
(Do Sr. Deputado Robério Negreiros)
Ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Dê-se ao §2 do art. 3º do Projeto de Resolução nº 24 de 2023, a seguinte redação:
Art. 3º.
(…)
§ 2º Nas hipóteses em que o número de legislaturas for previsto como critério de desempate ou escolha, considera-se legislatura o período completo de 4 anos ou aquele em que o Deputado Distrital exerceu o mandato, como titular, por mais de 2 anos.
JUSTIFICAÇÃO
A presente emenda visa aprimorar o texto para melhor entendimento do Projeto de Resolução nº 24 de 2023.
Sala das Sessões, 13 de dezembro de 2023.
DEPUTADO ROBÉRIO NEGREIROS
PSD/DF
Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, 4º Andar, Gab 19 - CEP: 70094902 - Brasília - DF - Tel.: (61)3348-8192
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Documento assinado eletronicamente por ROBERIO BANDEIRA DE NEGREIROS FILHO - Matr. Nº 00128, Deputado(a) Distrital, em 13/12/2023, às 18:30:10 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02, de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembo de 2020. A autenticidade do documento pode ser conferida no site
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Emenda (Aditiva) - 2 - PLENARIO - Não apreciado(a) - Deputado Ricardo Vale e Outros Deputados - (107928)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Ricardo Vale - Gab 13
emenda ADITIVA
(Do Deputado RICARDO VALE e outros Deputados)
Ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Aditem-se os seguintes artigos ao texto proposto para o novo Regimento Interno pelo Projeto de Resolução nº 24, de 2023, a fim de serem instituídas as reuniões e sessões virtuais, renumerando-se os demais artigos e os agrupamentos de artigos, com as adaptações para esses indicadas:
TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA LEGISLATIVA
(...)
CAPÍTULO V
DAS COMISSÕES
(...)
Seção VII
Das Reuniões Presenciais
Subseção I
Das Disposições Gerais
Art. 87. ...
Subseção II
Dos Trabalhos
Art. 92. ...
Seção VIII
Das Reuniões Virtuais
Art. 93. A comissão pode realizar reunião virtual, em ambiente do processo legislativo eletrônico, especialmente preparado para essa finalidade.
§ 1º A reunião virtual pode ser ordinária ou extraordinária e constitui-se das seguintes etapas:
I – discussão, com duração correspondente à primeira metade do tempo destinado à reunião;
II – votação, com duração correspondente à segunda metade do tempo destinado à reunião.
§ 2º Durante a etapa de discussão, cada Deputado Distrital, mesmo não sendo membro da comissão, pode apresentar suas considerações por escrito, mais de uma vez, sobre a matéria examinada.
§ 3º Durante a etapa de votação, apenas os membros da comissão manifestam sua posição sobre a matéria examinada, na forma do art. 96.
§ 4º O membro da comissão pode:
I – antecipar seu voto, inclusive com declaração, durante a etapa de discussão;
II – apresentar suas considerações durante a etapa de votação.
Art. 94. Só pode ser incluída, na pauta da reunião virtual, proposição que:
I – independa de parecer;
II – tenha parecer disponibilizado no processo legislativo eletrônico.
Art. 95. Não pode ser incluída na pauta da reunião virtual:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de código;
III – projeto sobre qualquer plano de duração plurienal;
IV – projeto de lei do plano plurianual, projeto de lei de diretrizes orçamentárias e projeto de lei orçamentária anual;
V – projeto sobre matéria fundiária ou tributária;
VI – proposição cujo autor ou relator tenha pedido apreciação em reunião presencial.
Parágrafo único. A vedação deste artigo não se aplica quando a proposição principal, já tendo sido apreciada, retorna para análise apenas de emenda apresentada posteriormente.
Art. 96. A convocação da reunião virtual, feita pelo presidente da comissão, deve conter:
I – o dia e horário de início e término;
II – a pauta com:
a) as matérias objeto de deliberação na reunião;
b) a indicação da conclusão do parecer, quando for o caso;
III – o tempo destinado à etapa de discussão.
Parágrafo único. O ambiente virtual deve ficar disponível para o Deputado Distrital durante todo o tempo em que durar reunião virtual.
Art. 97. No ambiente do processo legislativo eletrônico preparado para a reunião virtual, o Deputado Distrital deve manifestar sua posição em cada item da pauta, podendo:
I – votar sim, acompanhando as conclusões do parecer do relator;
II – votar não, divergindo das conclusões do parecer do relator;
III – abster-se;
IV – declarar-se em obstrução;
V – sugerir alterações no parecer, inclusive emenda e subemenda;
VI – pedir destaque de parte do parecer, da proposição ou de emenda, para votar em separado;
VII – pedir vista;
VIII – requisitar a retirada da proposição da pauta.
§ 1º Após externar sua posição em cada item da pauta da reunião virtual, pode o Deputado Distrital fazer declaração escrita de voto.
§ 2º O voto, na reunião virtual, torna-se público com a assinatura eletrônica do Deputado Distrital, devendo ser automaticamente disponibilizado na ficha eletrônica de votação.
§ 3º Considera-se não apreciada na reunião virtual a proposição:
I – sobre a qual não houve manifestação de todos os membros da comissão;
II – para a qual:
a) foi requisitada a retirada da pauta;
b) houve pedido de destaque ainda não apreciado por todos os membros da comissão;
c) tenha sido pedido vista.
§ 4º A sugestão para alterar o parecer ou acrescer emenda ou subemenda retira a proposição de pauta com retorno ao relator para manifestação até a reunião virtual seguinte.
§ 5º O pedido de vista feito por um membro da comissão é extensivo a todos os demais membros, não podendo ser renovado na reunião seguinte.
§ 6º A proposição ou parecer com pedido de vista retorna, automaticamente, à pauta da reunião virtual seguinte.
§ 7º A matéria destacada que não tenha sido apreciada por todos os membros deve ser incluída na reunião virtual seguinte, sendo desconsiderados os votos já lançados.
§ 8º Ao requisitar a retirada de pauta da reunião virtual, o Deputado Distrital deve indicar se o faz para que a matéria seja deliberada em reunião presencial ou na próxima reunião virtual.
§ 9º A requisição de retirada da proposição da pauta da reunião virtual tem efeito automático, independe de decisão e torna sem efeito os votos já lançados.
§ 10. Considera-se votada a proposição, se o número de membros em obstrução for inferior à maioria absoluta da composição da comissão.
§ 11. Antes de proclamado o resultado, o Deputado Distrital pode alterar sua posição sobre a matéria já votada por ele.
§ 12. Cabe ao presidente da comissão proclamar o resultado da votação de cada proposição incluída em reunião virtual.
§ 13. O presidente da comissão pode proclamar o resultado de cada proposição à medida que for sendo concluída sua votação.
§ 14. Considera-se encerrada a reunião virtual, antes do prazo previsto para sua duração, quando todos os membros da comissão houverem lançado seu voto em cada proposição da pauta.
Art. 98. Cada comissão deve realizar, pelo menos, uma reunião virtual por mês, na forma do calendário por ela aprovado no início de cada sessão legislativa ordinária.
Parágrafo único. A reunião virtual tem duração mínima de 2 dias e máxima de 4 dias.
Art. 99. O presidente da comissão pode convocar reunião virtual extraordinária para deliberar sobre proposição que, cumulativamente:
I – esteja com o prazo de emenda encerrado;
II – tenha parecer:
a) disponibilizado no processo legislativo eletrônico;
b) com voto do relator pela aprovação ou pela admissibilidade, conforme o caso;
III – tenha sido objeto de acordo no Colégio de Líderes para inclusão na ordem do dia.
§ 1º A pauta da reunião virtual extraordinária deve ser disponibilizada na internet e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º A reunião virtual extraordinária encerra-se com o início da ordem do dia no Plenário.
§ 3º O presidente da comissão pode proclamar o resultado de cada proposição à medida que for sendo concluída sua votação, observado o art. 97, §§ 3º e 10.
TÍTULO IV
DAS SESSÕES DA CÂMARA LEGISLATIVA
(...)
CAPÍTULO II
DAS SESSÕES ORDINÁRIAS PRESENCIAIS
(...)
CAPÍTULO III
DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS PRESENCIAIS
(...)
CAPÍTULO IV
DAS SESSÕES VIRTUAIS
Art. 120. A sessão virtual realiza-se:
I – em ambiente do processo legislativo eletrônico;
II – uma vez por semana, durante a sessão legislativa ordinária.
Parágrafo único. A sessão virtual é exclusivamente deliberativa.
Art. 121. A ordem do dia deve ser disponibilizada na internet até o dia anterior da respectiva sessão virtual.
Parágrafo único. Na ordem do dia da sessão virtual, pode ser incluída apenas:
I – a proposição que independa de parecer;
II – o veto, com relatório lançado, após anuência do Colégio de Líderes e com acordo para sua manutenção.
Art. 122. O ambiente eletrônico da sessão virtual abre-se às 9 horas do primeiro dia útil da semana e encerra-se às 23h59min de quinta-feira da mesma semana, devendo ficar disponível pelo tempo que durar a sessão virtual.
§ 1º A sessão virtual constitui-se das seguintes etapas:
I – discussão, com duração correspondente à primeira metade do tempo destinado à sessão;
II – votação, com duração correspondente à segunda metade do tempo destinado à sessão.
§ 2º Durante a etapa de discussão, cada Deputado Distrital pode apresentar suas considerações por escrito, mais de uma vez, sobre a matéria examinada.
§ 3º Durante a etapa de votação, cada Deputado Distrital manifesta sua posição sobre a matéria examinada, na forma do art. 123.
§ 4º Cada Deputado Distrital pode:
I – antecipar seu voto, inclusive com declaração, durante a etapa de discussão;
II – apresentar suas considerações durante a etapa de votação.
Art. 123. No ambiente do processo legislativo eletrônico, o Deputado Distrital deve marcar sua posição em cada item da ordem do dia da sessão virtual, podendo:
I – votar sim, pela aprovação;
II – votar não, pela rejeição;
III – abster-se;
IV – requisitar a retirada da proposição da ordem do dia;
V – declarar-se em obstrução;
VI – destacar parte da proposição, de emenda ou subemenda para votação em separado.
§ 1º Após externar sua posição no item da ordem do dia da sessão virtual, pode o Deputado Distrital fazer declaração escrita de voto.
§ 2º O voto na sessão virtual torna-se público, na folha de votação eletrônica, com a assinatura eletrônica do Deputado Distrital.
§ 3º A requisição de retirada da proposição da ordem do dia da sessão virtual tem efeito automático, independe de decisão e torna sem efeito os votos já lançados.
§ 4º A matéria destacada que não tenha sido apreciada pela maioria absoluta dos Deputados Distritais é incluída automaticamente na sessão virtual seguinte ou, a critério do Presidente, na ordem do dia de sessão presencial.
§ 5º Considera-se não apreciada na sessão virtual a proposição:
I – sobre a qual não houve manifestação de, no mínimo, dois terços dos Deputados Distritais;
II – para a qual houve pedido de destaque ainda não apreciado, no mínimo, pela maioria absoluta da composição da Câmara Legislativa.
§ 6º Contam-se, para efeitos de manifestação, apenas os votos favoráveis, contrários e abstenções.
§ 7º Antes de proclamado o resultado, o Deputado Distrital pode alterar sua posição sobre a matéria já votada por ele.
§ 8º Cabe ao Presidente da Câmara Legislativa proclamar o resultado da votação de cada proposição incluída na sessão virtual e divulgá-lo no Diário da Câmara Legislativa.
§ 9º Considera-se encerrada a discussão e votação da sessão ordinária virtual, antes do prazo previsto para sua duração, quando todos os Deputados Distritais houverem lançado seu voto em cada proposição da ordem do dia.
Art. 124. O Presidente da Câmara Legislativa pode, de ofício ou mediante provocação, incluir na ordem do dia de sessão presencial matéria da ordem do dia de sessão virtual.
Parágrafo único. É obrigatória a inclusão, na ordem do dia de sessão presencial, de veto cujo resultado na votação da sessão virtual seja contrário ao acordo dos líderes.
Art. 125. O Presidente da Câmara Legislativa, desde que não haja objeção de nenhum líder, pode convocar sessão extraordinária virtual para deliberar sobre matéria urgente.
§ 1º Só pode ser incluída em sessão extraordinária virtual a proposição:
I – cujo prazo para emendas tenha sido encerrado;
II – que tenha parecer das comissões disponibilizado no processo legislativo eletrônico;
III – que tenha sido:
a) aprovada pelas comissões de mérito;
b) considerada admissível pelas comissões de admissibilidade.
§ 2º A ordem do dia da sessão extraordinária virtual deve ser comunicada a todos os Deputados Distritais e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 3º O ambiente eletrônico da sessão extraordinária virtual deve ficar aberto pelo prazo mínimo de 24 horas, só podendo ser encerrado antes se houver o voto de todos os Deputados Distritais.
§ 4º Aplicam-se à sessão extraordinária virtual as demais disposições da sessão virtual.
JUSTIFICAÇÃO
A presente emenda objetiva incluir no Projeto de Resolução a possibilidade de serem realizadas reuniões virtuais das comissões e sessões virtuais em Plenário para algumas matérias, taxativamente relacionadas em seu texto.
Essas sugestões normativas já foram objeto do Projeto de Resolução nº 7, de 2023, o qual contou com a assinatura de 16 Deputados Distritais da presente legislatura:
RICARDO VALE DA SILVA
GABRIEL MAGNO PEREIRA CRUZ
JOAQUIM DOMINGOS RORIZ NETO
PEDRO PAULO DE OLIVEIRA
ROBERIO BANDEIRA DE NEGREIROS FILHO
JOAO HERMETO DE OLIVEIRA NETO
JOAO ALVES CARDOSO
WELLINGTON LUIZ DE SOUZA SILVA
FABIO FELIX SILVEIRA
DAYSE AMARILIO DONETTS DINIZ
MAX MACIEL CAVALCANTI
DANIEL DE CASTRO SOUSA
ROOSEVELT VILELA PIRES
BERNARDO ROGERIO MATA DE ARAUJO JUNIOR
JANE KLEBIA DO NASCIMENTO SILVA REIS
PAULA MORENO PARO BELMONTE
Submetido à apreciação da Mesa Diretora, a proposição recebeu o parecer favorável do DEPUTADO MARTINS MACHADO, que apresentou algumas emendas de aperfeiçoamento à sistemática apresentada, tendo sido aprovado por esse órgão diretivo colegiado, encontrando-se atualmente na Comissão de Constituição e Justiça para parecer de admissibilidade.
Com isso, pelo menos 17 dos atuais Deputados Distritais manifestaram, expressamente, sua concordância com a inovação aqui sugerida.
A proposta encontra-se em análise na Comissão de Constituição e Justiça.
A ideia, inspirada no plenário virtual dos tribunais judiciários, é permitir que o Deputado Distrital possa votar pela internet em algumas matérias que possuem pouca ou nenhuma complexidade, como é o caso daquelas que sequer dependem de parecer e de alguns projetos cujas matérias tenham consenso no mais das vezes.
Tomou-se o cuidado especial de permitir que o Deputado Distrital nas Comissões ou em Plenário possa requisitar a retirada da pauta ou da ordem do dia, o que tem efeito automático e independe de votação.
Isso, no nosso entender, afasta a subjetividade do que venha a ser complexo ou não e, ao mesmo tempo, preserva o direito parlamentar de cada Deputado de poder discutir as matérias presencialmente.
Todavia, a prática tem demonstrado que muitas proposições seguem um longo rito burocrático, em que as votações são feitas sem discussão, porque a matéria normalmente não encontra objeção para ser aprovada, como ocorre com boa parte de proposições de iniciativa parlamentar, como requerimentos de audiência pública, projetos de inclusão de data no calendário de eventos, projetos de lei com diretrizes para políticas públicas, etc.
Essa sistemática contribuirá para agilizar os trabalhos das comissões e permitir que as proposições cheguem ao Plenário com apreciação concluída, evitando parecer oral e votações quase sempre mecânicas, especialmente nos finais de cada período legislativo em que aumenta bastante a carga de trabalho.
Trata-se de uma inovação significativa no processo legislativo, que tem o potencial de ampliar o debate e as votações, pois o Deputado Distrital, além de registrar seu voto, pode tecer considerações sobre a proposição, o que nem sempre é possível nas reuniões presenciais, em razão das agendas quase sempre apertadas dos Parlamentares.
Creio piamente que é ora de trazermos para a Câmara Legislativa uma tentativa de incluir nossas deliberações na era digital, tal como vem acontecendo nos mais diversos ramos de atividade humana, inclusive no Poder Público, com deliberações virtuais em todos ou praticamente todos os tribunais judiciários de nosso País, como dito acima.
Por isso, espero a aprovação da presente Emenda.
Brasília-DF, 14 de dezembro de 2023
Deputado RICARDO VALE – PT
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Emenda (Substitutiva) - 3 - GMD - Não apreciado(a) - (109203)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Ricardo Vale - Gab 13
emenda SUBSTITUTIVA
(DA BANCADA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES)
Ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Desdobre-se em cinco artigos, com nova redação e acréscimo de dispositivo, a matéria do art. 79 do Projeto de Resolução em epígrafe, renumerando-se os demais artigos:
Art. 79. O relator deve apresentar relatório circunstanciado com suas conclusões até 10 dias antes do fim do prazo para o término dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.
Art. 80. Durante a leitura do relatório circunstanciado e até ser anunciada a sua votação, o membro titular da comissão parlamentar de inquérito pode apresentar:
I – voto em separado para substituir, integral ou parcialmente, o conteúdo do relatório circunstanciado;
II – aditamento de conteúdo ao relatório, com apresentação do texto a ser acrescido e indicação do local do relatório em que o texto deva ser inserido;
III – destaque, para votação em separado, com efeito supressivo de palavra, nome, expressão, frase, parágrafo, item ou capítulo contido no relatório.
Art. 81. O relatório é votado pela comissão, ressalvados:
I – o voto em separado para substituição parcial de conteúdo;
II – o aditamento;
III – o destaque com efeito supressivo.
§ 1º Aprovado o relatório circunstanciado, passa-se à votação da matéria destacada, ficando prejudicado o voto em separado para substituir a integralidade do seu conteúdo.
§ 2º Aprovado o voto em separado para substituir parcialmente o conteúdo do relatório circunstanciado, o texto do voto deve ser inserido no relatório, com formatação diferenciada e indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor da sugestão e do resultado da votação.
§ 3º A aprovação de voto em separado para substituir parcialmente o conteúdo do relatório circunstanciado não prejudica o aditamento de conteúdo nem o destaque com efeito supressivo, salvo se o objetivo já tiver sido alcançado.
§ 4º Aprovado o aditamento de conteúdo, deve ele ser incluído no relatório, com formatação diferenciada e indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor do aditamento e do resultado da votação.
§ 5º Aprovado o destaque com efeito supressivo, a parte destacada deve ficar ilegível e ser coberta com tarja da mesma cor do texto do relatório, com a indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor do destaque e do resultado da votação.
§ 6º Rejeitado o relatório circustanciado, passa-se à votação, se houver, de voto em separado para substituir a integralidade do conteúdo do relatório, com as mesmas ressalvas do caput deste artigo, salvo se o objetivo já tiver sido alcançado.
§ 7º Aprovado voto em separado, aplicam-se as demais disposições deste artigo para a matéria destacada, além do art. 163, X e XI.
§ 8º A consolidação do relatório final da CPI é feita pela própria comissão, sob a supervisão do relator.
Art. 82. Aprovado na forma do art. 81, o relatório circunstanciado da comissão parlamentar de inquérito deve ser publicado no Diário da Câmara Legislativa e encaminhado, conforme o caso:
I – à Mesa Diretora para as providências de sua competência ou da Câmara Legislativa;
II – à comissão permanente que tenha maior pertinência com a matéria, a qual deve fiscalizar o atendimento dos incisos V e VI;
III – ao Presidente da Câmara Legislativa, quando a CPI apresentar proposição;
IV – ao Ministério Público, com inteiro teor da documentação, para que promova a responsabilidade civil ou criminal e adote outras medidas decorrentes de suas funções institucionais;
V – ao Poder Executivo para a adoção:
a) das medidas de responsabilização civil;
b) das providências saneadoras, de caráter disciplinar ou administrativo, decorrentes do art. 37 da Constituição Federal, assinalando prazo hábil para seu cumprimento;
VI – ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para as providências previstas no art. 78 da Lei Orgânica;
VII – à Polícia Civil do Distrito Federal para a instauração do inquérito policial.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos IV a VII, a remessa é feita pelo Presidente da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias.
Art. 83. Na ausência de relatório aprovado pela comissão parlamentar de inquérito, toda a documentação coligida deve ser arquivada.
JUSTIFICAÇÃO
I – Considerações Teóricas de Ordem Geral
Durante a votação do Relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos, ocorrida em 29/11/2023, surgiram divergências de interpretação do Regimento Interno quanto a destaque de nomes para votação em separado.
Por trás dessas divergências, além do componente ideológico e partidário, há duas categorias distintas de argumentos: uma, de natureza hermenêutica, analisa o texto regimental positivado; a outra, de natureza ontológica, no sentido que lhe empregou o aristotelismo, analisa a composição existencial do relatório apresentado pelo relator.
Por outras palavras, em termos jurídicos, essas divergências ora sustentam seus argumentos em fontes formais; ora, em fontes materiais. A origem do dissenso está no texto do Regimento Interno e no conceito de destaque.
Com a presente emenda, temos a pretensão de superar essas divergências interpretativas e mesmo ontológicas para deixar expressa, no texto do Regimento Interno, a possibilidade de serem feitas alterações no relatório apresentado pelo relator da CPI, pois esse documento, em que pese a importância e relevância da função de quem o escreveu, precisa expressar a convicção da maioria da Comissão Parlamentar de Inquérito, que pode concordar ou discordar do relator, no todo ou em parte.
Por conta desse entendimento, cremos que a maioria da CPI não pode ficar adstrita a fórmulas regimentais preestabelecidas, pois, numa Casa formada por políticos, deve prevalecer a vontade política dos integrantes da respectiva legislatura e não a vontade dos integrantes de legislaturas pretéritas, sacralizadas por meio de fórmulas regimentais proibitivas.
As controvérsias havidas na análise do relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos decorrem, de um lado, do modo como vemos o nosso Regimento Interno e, do outro, dos substratos políticos pelos quais concebemos o mundo. A bem da verdade, o pano de fundo da discussão travada na votação do referido relatório não era o destaque, mas a quem responsabilizar pela barbárie de 8 de janeiro de 2023.
Ultrapassado o calor dos debates na votação do relatório da CPI dos Atos Antidemocráticos e já que nos incumbimos de fazer um novo Regimento Interno, parece-nos oportuno fazer essa reflexão sobre a etapa de discussão do relatório da CPI, a fim de evitarmos novos e desnecessários questionamentos sobre destaque, que é um procedimento simples e próprio das deliberações parlamentares.
Para nós, o Regimento Interno não pode ser uma camisa de força, nem um instrumento da burocracia, pois ele é fruto de uma conjuntura política específica e momentânea, formalizada numa certa legislatura, que representa um dado momento da vida em sociedade e do modo como ela pensa e se posiciona sobre os assuntos de seu interesse.
Nesse aspecto, a legislatura é efêmera, assim como efêmeros são todos os momentos de nossas vidas. Não podemos pretender eternizar a efemeridade, nem deixar travas desnecessárias para os que nos sucederem. Não cremos ser direito das gerações presentes impor às gerações futuras seus modos de ver o mundo.
Na gangorra da História, para uma ideologia subir, é necessário que a outra desça, num vai e vem constantemente inconstante dos paradoxos que nutrem os anseios das sociedades e de suas sucessivas gerações, porque não há tese sem antítese, nem há uma e outra sem a síntese.
Para bem compreendermos esse fenômeno, podemos analisa-lo à luz da dialética hegeliana ou mesmo do materialismo histórico de Karl Marx e Friedrich Engels. Esse referencial teórico permite ver que uma dada legislatura é produto das relações humanas de um certo momento por nós vivenciados e, como tal, ela deve ser vista como um processo dinâmico, transitório e eivado de contradições, decorrente do contexto social que a configurou. É por meio do embate e do debate que se produzem mudanças nas estruturas da sociedade e não por meio da estagnação do pensamento, imposta por aqueles que pretendem cerceá-lo.
Por isso, o Regimento Interno tem de ser uma norma aberta, para potencializar o pluralismo político, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, e para possibilitar o seu pleno exercício pelos integrantes de cada legislatura, que devem ser livres para atuar segundo os parâmetros pactuados com quem os elegeu.
Isso porque, fruto do voto direto, secreto, universal e periódico, cada legislatura, renovada a cada quatriênio, tem suas próprias características, devendo estar à altura das exigências da democracia representativa que a constituiu. Não por outras razões nenhuma legislatura pode impor engessamentos às legislaturas subsequentes, por meio de regras que tolham a liberdade e a inovação, próprias das gerações que se sucedem no tempo, e fonte material do voto periódico.
Os embriões desses postulados democráticos, desenvolvidos na contemporaneidade, surgiram há mais de dois séculos, tendo sido divulgados em o Federalista, por Alexander Hamilton, James Madison e John Jay, numa série de 85 artigos jornalísticos publicados em 1787 na cidade de Nova York, com o intuito de convencer os convencionais de Filadélfia a ratificar a Constituição Americana.
Algumas dessas ideias, inclusive, foram copiadas por Rui Barbosa, quando foi Ministro da Fazenda, para fundamentar, por metamorfoseamento, a criação do Tribunal de Contas da União em 1890.
Semelhantemente a essas concepções norte-americanas, no outro lado do Atlântico, mais de um século depois, na sua concepção de hierarquia das normas jurídicas, o jurista alemão Hans Kelsen afirmou que, olhando a pirâmide jurídica de cima para baixo, as normas de escalão inferior são sempre aplicação das normas de escalão superior, e à proporção que se vão descendo os degraus da pirâmide também se vai diminuindo a liberdade de criação e aumentando a limitação do aplicador. Olhando a pirâmide de baixo para cima, a norma de escalão superior é criação de direito em relação à norma de escalão inferior. O aplicador da norma tem pouca liberdade de criação; já o legislador tem pouca limitação.
Na marcha da História, o desenvolvimento da civilização humana está diretamente associado a essa liberdade de pensar e criar. Quanto mais ela foi tolhida, como no imperialismo monárquico e clerical da Idade Média, menos avanços a sociedade experimentou. Quanto mais asas teve o pensamento para voar, especialmente a partir no início da Idade Moderna, em que ciência e religião começaram a se bifurcar, mais progressos houve em prol da humanidade. Os atrasos, verificados a partir de então e experimentados apenas nos regimes ditatoriais, restringem-se a um ou outro ponto do globo terrestre, mas nunca ao conjunto das civilizações.
Por isso, sedimentado em lições como essas, entendemos que o Regimento Interno é instrumento da democracia representativa, que serve para viabilizar a tomada de decisões políticas, e não para limitá-las, tolhê-las, impedi-las ou fossilizar entendimentos políticos de um momento dado.
Esse conceito de Regimento Interno não é apenas da Bancada do PT. Está impregnado nas nossas práticas parlamentares, tanto no Plenário, quanto nas comissões, apesar de sequer percebermos isso com tanta clareza.
De fato, inúmeras vezes deixamos de lado disposições expressas do Regimento Interno para viabilizarmos a vontade política, mesmo quando essa vontade é contrária a normas prescritas regimentalmente. Inclusive, temos afastado a aplicação de normas de hierarquia superior ao Regimento Interno para viabilizar o exercício das decisões políticas.
Isso porque, no entendimento comum e muitas vezes subjacente às práticas de todos os Deputados Distritais, inclusive da presente legislatura, as decisões políticas se sobrepõem à burocracia procedimental do Regimento Interno.
Lembremos alguns exemplos:
1º) O veto, se não for apreciado em 30 dias, impede a votação de qualquer outra matéria, por determinação expressa da Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 74, § 5º), até que ele seja apreciado.
No momento em que escrevemos esta emenda, existem na ordem do dia mais de 240 vetos. Todos estão com prazo vencido, mas isso não tem impedido de continuarmos votando outras matérias, segundo a vontade da maioria dos Deputados Distritais, mesmo tendo consciência do impedimento legal.
2º) De igual modo, o projeto para o qual o Governador pede urgência, se não for apreciado em 45 dias, impede a votação de qualquer outra matéria, também por determinação expressa da Lei Orgânica do Distrito Federal (art. 73, § 1º), até que ele seja apreciado.
Há vários projetos de lei com urgência governamental, inclusive da legislatura passada, que estão com prazo vencido, mas isso não tem impedido de votarmos outras proposições na frente.
Essa matéria, inclusive, já foi objeto de apreciação pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,[1] que assim se manifestou:
A inobservância da pauta constitui matéria interna corporis do Poder Legislativo, que eventualmente poderia atingir outros projetos também com solicitação de urgência em prejuízo do próprio Poder Executivo.
Por outras palavras, cabe a cada legislatura e à sua conformação política resolver o que votar e o que não votar. Não nos parece ser isso função de norma preestabelecida, pois ela sempre é fruto de uma concepção momentânea de uma legislatura pretérita.
3º) Pelo nosso Regimento Interno, todas as emendas devem ser votadas após a votação da proposição principal (art. 197, I), mas isso jamais foi observado. Vota-se a proposição principal junto com as emendas a ela oferecidas, na forma dos pareceres das comissões.
Ressalvam-se apenas as matérias destacadas, incluído aqui o destaque de emendas, o que, aliás, é o mais comum.
4º) De igual modo, prevê o nosso Regimento Interno (art. 161, II) o interstício mínimo de dois dias úteis entre o primeiro e o segundo turno. Raramente isso é observado, pois costumamos votar o segundo turno logo em seguida ao primeiro turno.
Já houve até caso – e isso ocorreu nesta legislatura – de fazermos sessão extraordinária dentro de sessão ordinária para votar o segundo turno, sem qualquer preocupação com os prazos intersticiais.
5º) Também pelo nosso Regimento Interno, a votação da redação final só poderia ocorrer após ter sido elaborado o seu texto (arts. 202 a 204), mas tem-se o costume de o Presidente dar a redação final por lida e aprovada, embora ela sequer tenha sido formalizada num texto.
O texto da redação final tem sido sempre elaborado depois de ela ter sido aprovada, num nítido descompasso entre a norma expressa e a norma prática.
6º) Pelo Regimento Interno (art. 76), a eleição para presidente de comissão permanente deveria ocorrer no último dia útil da primeira quinzena de dezembro de cada sessão legislativa. Isso nunca foi observado na Câmara Legislativa, pois, quase sempre, o presidente e o vice-presidente de comissão são eleitos no início das segunda, terceira e quarta sessões legislativas.
Isso ocorreu, inclusive, na primeira sessão legislativa desta legislatura. Encerramos os trabalhos no dia 13 de dezembro de 2023, sem que a eleição dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes fosse sequer cogitada em Plenário, embora o mandato de todos os presidentes e vice-presidentes de comissão termine no dia 1º de janeiro de 2024.
7º) Prevê, ainda, o Regimento Interno que a posse dos presidentes e vice-presidentes de comissão, que deveriam ser eleitos no último dia útil da primeira quinzena de dezembro, ocorresse no dia 1º de janeiro do ano da sessão legislativa seguinte.
Isso também jamais ocorreu.
8º) Por fim, para não nos alongarmos interminavelmente, no dia 1º de janeiro de 2023, todos nós concordamos em fazer a sessão de eleição da Mesa Diretora e comissões às 11 horas. O Regimento Interno, porém, é taxativo em determinar que a sessão seja sempre às 15 horas.
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos que, para o conjunto dos Deputados Distritais, a decisão política prevalece sobre a letra do Regimento Interno, sem que isso tenha trazido qualquer prejuízo à representatividade política e à nossa instituição.
Ainda que implicitamente, todos nós temos aceitado que as decisões políticas se sobreponham às disposições regimentais. Por outras palavras, há um Regimento Interno escrito, mas várias de suas normas têm sido postas de lado para viabilizarmos a vontade política.
Se quisermos fundamentar, no senso comum, essas condutas práticas de aplicação das normas regimentais, podemos dizer que há normas regimentais expressas e há normas regimentais tácitas. Normas “que pegam” e normas “que não pegam”. E muitas dessas normas regimentais tácitas têm derrogado, nas nossas práticas, normas regimentais expressas, à semelhança do que ocorre com os costumes contra legem.
O Grupo de Trabalho que elaborou o projeto do novo Regimento Interno esforçou-se para aproximar as disposições regimentais às práticas regimentais, numa tentativa válida de reduzir o fosso existente entre umas e outras, mas isso não impedirá que novas derrogações tácitas venham a ocorrer, nesta ou nas próximas legislaturas.
Como evidenciado acima, nós costumamos fazer acordos diários, muitas vezes por decisão não unânime, para tomarmos decisões políticas à margem da letra das disposições regimentais.
Parafraseando o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, há um “contrato parlamentar” em que cada legislatura abre mão do Regimento Interno formal para fazer valer a vontade política da legislatura, com a adoção de um Regimento Interno segundo suas possíveis fontes materiais.
Se quisermos fundamentar nossas práticas com elementos jurídicos, podemos ancorar nossa argumentação na teoria dos contratos do Direito Civil, com o apoio do princípio do diálogo das fontes, em que a boa-fé objetiva cria direitos e obrigações tácitas, “pós-contratuais” – adaptemos para pós-regimentais –, por meio de institutos a que os juristas chamam, por exemplo, de supressio (adaptação: inércia em exigir o cumprimento da letra do Regimento Interno) e surrectio (adaptação: consolidação fática de comportamentos contrários ou alheios ao Regimento Interno).
Feitas essas considerações de ordem geral, que por si só seriam suficientes para assentar as premissas do cabimento de destaque em relatório de CPI, a interpretação sistêmica das normas regimentais vigentes, aliada à intepretação do Direito Comparado, também leva à mesma conclusão, isto é, o texto apresentado pelo relator, seja na CPI, seja nas comissões, pode sofrer alterações por sugestões dos demais membros.
Sobre essa possibilidade, aliás, não há controvérsia, conforme veremos adiante. A divergência está apenas na forma como se pode alterar o voto do relator.
II – Fundamentação Específica
Antes de apresentar os fundamentos da interpretação sistêmica e do Direito Comparado, relembramos que, no caso dos destaques apresentados a relatório de CPI, tal como ocorrido na CPI dos Atos Antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, há os que defendem sua inaplicabilidade, e há os que entendem ser ele perfeitamente aplicável.
Passemos em análise, primeiramente, os argumentos contrários ao destaque. Depois, analisaremos os argumentos favoráveis.
2.1 – Análise dos argumentos contrários ao destaque em relatório de CPI
Os defensores da tese contrária a destaque em relatório de CPI argumentam que essa medida regimental só seria possível em relação a proposições. Relatório de CPI não seria proposição, por não estar listado no parágrafo único do art. 129 do Regimento Interno.
Trata-se de um argumento que leva em conta a literalidade do dispositivo regimental e que encontraria sustentação no princípio do Direito Administrativo, segundo o qual a ausência de previsão legal deve ser interpretada como proibição.
2.1.1 – Conceito de proposição e respectiva lista
Quanto à primeira parte do argumento, não parece difícil demonstrar, com base nos imperativos de ordem prática, que a relação das proposições contida no parágrafo único do art. 129 do Regimento Interno não é taxativa, pois ela não se subsume no conceito de proposição contido no caput, para o qual proposição é toda matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa.
Comprova-o a existência de outras matérias recorrentemente submetidas à deliberação do Plenário desta Câmara Legislativa e que não estão na mencionada relação.
Veto, por exemplo, não está listado no referido parágrafo único, mas é matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa.
Quando o veto é total, a Lei Complementar nº 13/1996 permite sua rejeição parcial. Para dar efetividade a esse preceito, é preciso apresentar destaque da parte do veto que se pretenda rejeitar. Logo, sendo o veto matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa, inclusive com procedimento especial em relação às proposições vetadas, ele adequa-se ao conceito de proposição contido no caput do art. 129 do Regimento Interno.
Parecer também não consta da lista das proposições do parágrafo único do art. 129. No entanto, inúmeras vezes aprovamos parecer em plenário, no qual está contido nome indicado para cargo que exige a aprovação prévia da Câmara Legislativa, como ocorreu com alguns Conselheiros do Tribunal de Contas, com alguns procuradores-gerais, diretores da ADASA, diretores de instituições financeiras, diretores da Junta Comercial, etc.
Nesses casos, parecer encaixa-se no conceito de proposição previsto no art. 129 do Regimento Interno, embora não esteja na lista do parágrafo único desse artigo.
Como exemplo concreto ocorrido nesta legislatura, na sessão de 13/12/2023, foi aprovado pelo Plenário o parecer da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo para reconduzir o senhor Antônio Apolinário Rebelo Figueirêdo ao cargo de Diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal — ADASA.
Se houvesse dois ou mais nomes no mesmo parecer, seria perfeitamente possível destacar um deles para votar em separado da lista, pois nenhum Deputado Distrital é obrigado a votar contra suas convicções políticas. Só que parecer, como dito, também não está no rol das proposições, apesar de, inegavelmente, ser matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa.
Muitas vezes também, tanto no plenário quanto nas comissões, se fez destaque em matéria contida em parecer sobre proposição, embora para isso também não exista expressa previsão regimental, o que está sendo suprido no Projeto de Resolução aqui emendado.
2.1.2 – Inaplicabilidade do Direito Administrativo
Também não nos parece difícil contra-argumentar à invocação do Direito Administrativo para subsidiar a interpretação literal do Regimento Interno.
A atividade parlamentar não é regida pelo Direito Administrativo. Como vimos acima com Hans Kelsen, nós, como legisladores, temos ampla liberdade na criação do Direito, pois não estamos adstritos a prescrições de normas subalternas, sequer estamos sujeitos à observância do princípio da legalidade. Apenas a Constituição Federal e a Lei Orgânica limitam nossa atuação e, ainda assim, com ampla liberdade de interpretação. Sequer nos submetemos a interpretações ou decisões judiciais em sentido contrário ao nosso entendimento.
Basta lembrarmos que, enquanto a Administração Pública está obrigada aos efeitos das decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade e aos efeitos das súmulas vinculantes por ele editadas, o Poder Legislativo, na sua atividade parlamentar, está imune a essas decisões e súmulas, numa clara e inequívoca distinção, feita pela própria Constituição Federal, entre a função legislativa e a função administrativa.
Como demonstração de que as funções parlamentares são muito diversas das funções administrativas, pode-se lembrar também da imunidade parlamentar, quer em seus aspectos materiais, quer em seus aspectos formais.
Considerando que apenas os parlamentares são invioláveis, civil e criminalmente, pelas suas opiniões, palavras e votos, parece-nos óbvio que o Direito Administrativo não alcança o Poder Legislativo na sua função típica.
Até poderíamos alongar a argumentação nesse ponto, mas soam-nos tão puras as distinções que nos parecem forjados os argumentos para defender que a atividade parlamentar está subordinada aos preceitos do Direito Administrativo. Se estivesse, o voto, as opiniões e as palavras dos Deputados deveriam estar sujeitos não só aos órgãos de controle interno e externo, mas também à fiscalização do Ministério Público e ao controle pelo Poder Judiciário.
Como não estão, não se pode aplicar o Direito Administrativo ao exercício da atividade parlamentar, aqui incluída a interpretação das normas aplicáveis às suas decisões. Do contrário, esmaecer-se-ia a liberdade parlamentar na representação advinda das urnas e na busca das soluções legislativas para resolver os problemas da polução.
2.1.3 – Opções para divergir do relatório
Também tem sido dito que não se poderia fazer destaque em respeito ao trabalho do relator, mas, como opção para se discordar de apenas um nome, poderia ser apresentado um voto em separado.
O argumento é insustentável à luz do princípio da não contradição, formulado ainda nos áureos tempos da Filosofia grega. Um mesmo fato não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Ou é, ou não é. Ou o relatório apresentado pelo relator é imexível, como diria o Ministro do Trabalho Rogério Magri, do Governo Collor, ou não é. Ser intocável e, ao mesmo tempo, poder ser tocado são argumentos inconciliáveis sob a ótica da lógica formal.
Se o relatório não pudesse ser alterado por destaque, também não poderia ser por voto em separado com divergência apenas num ou noutro ponto.
Lado outro, o respeito ao trabalho do relator está em dizer a ele que concordamos com praticamente tudo que está contido em seu relatório, mas há um ou alguns nomes que queremos rediscutir segregadamente. A contraio sensu, não nos parece ser respeitoso copiar, ainda que por parafraseamento, todo o trabalho do relator para, lá no meio ou nas conclusões, retirar um nome ou uma frase qualquer.
Embora o voto em separado seja instrumento legítimo da atuação parlamentar, ele deve ser usado para refazer um relatório com premissas e parâmetros muito diversos daqueles que nortearam a relatoria e sua equipe. É indene de dúvidas que, tecnicamente e sem entrar no mérito da qualidade das assessorias, o relator está muito mais bem assessorado do que os demais integrantes da CPI. O relator de CPI tem equipe técnica à sua inteira disposição, o que raramente acontece com os outros membros.
Usar todo o trabalho do relator, com reprodução integral de tudo, apenas para substituir um nome, não parece exigência razoável e a nós não soa respeitoso nem elegante com o relator e seu trabalho, além de ser contraproducente.
Para evitar trabalho desnecessário e esforço vão, podemos fazer uso do destaque, que atende perfeitamente e com maior eficácia o efeito político e jurídico pretendido, no lugar de lançar mão da via oblíqua do voto em separado sem divergência substancial.
Essas minudências, em verdade, revelam que o destaque em relatório de CPI não é o elemento central da discussão, porque a possibilidade de se votar contra apenas em parte do relatório é admitida pelo argumento aqui analisado. A discussão é apenas quanto à forma de fazer.
O que subjaz à negativa da possibilidade de destaque em relatório de CPI é um conjunto de inúmeros outros ingredientes de natureza estritamente política, que, onticamente, no sentido que lhe empregou Martin Heidegger, possui os mesmos componentes ideológicos que atribuem aos que pensam de forma diversa.
Poderíamos esmiuçar essas afirmações sob a ótica da filosofia heideggeriana para trazer as evidências exigidas pelas teorias da argumentação, esboçadas nos manuais de comunicação em língua portuguesa, e assim proteger o que sustento contra as afirmações diversas.
Mas não vamos nos alongar no debate desse argumento, porque à frente, ao expor a análise da matéria com enfoque na interpretação sistêmica – esse antigo, batido e tradicional método de hermenêutica – será fácil perceber que, no nosso Regimento Interno sobre destaque e no Direito comparado, há não só evidências, mas elementos fortes o bastante e mais do que suficientes para sustentar a academicidade do argumento que defende a possibilidade de destaque em relatório de CPI.
2.1.4 – Teoria dos precedentes
Além dos argumentos de que haveria uma falta de previsão regimental, a tese contrária a destaque em relatório de CPI também afirma que, antes da CPI dos Atos Antidemocráticos, não teria havido precedente sobre essa matéria.
Não investigamos as CPIs anteriores para ver se isso de fato é procedente. Como a discussão não é nova, é possível que o destaque em relatório da CPI já tenha sido ao menos cogitado em CPIs pretéritas. Mas não nos demos ao trabalho de fazer a investigação, porque o argumento é insubsistente por si só.
A teoria dos precedentes, bastante comum nos países de orientação jurídica anglo-saxônica, começou a ganhar força no Brasil apenas com o Código de Processo Civil de 2015, sancionado, por sinal, pela Presidenta Dilma Rousseff.
O precedente, porém, é sempre uma decisão anterior sobre caso análogo. E, ainda que haja uma sucessão de vários deles, sempre haverá um precedente que foi o primeiro da série, isto é, sempre houve uma decisão tomada pela primeira vez. Aliás, tudo na vida tem a primeira vez.
Isso demonstra que o destaque aprovado na CPI dos Atos Antidemocráticos, se procedente a inexistência de seu uso em outras CPIs, passou a ser precedente, nesta Casa, para as próximas CPIs, embora sem efeito vinculante.
Além disso, os precedentes podem ser superados pelas técnicas do overruling, e distinguishing, esses dois termos estrangeiros empregados no Brasil para significar a possibilidade de alteração do entendimento anterior, ou para demonstrar a inaplicabilidade de uma decisão a um caso que, apenas na aparência, seria semelhante.
Assim, ainda que não tenha havido precedente de destaque em CPI pretérita ou que se tenha decidido pela sua inaplicabilidade, é sempre possível, na dinâmica da atividade parlamentar, tomar uma decisão nova pela primeira vez, ou superar decisões pretéritas para fazer surgir um novo entendimento sobre a matéria.
Sobre isso, basta lembrar que a rejeição da matéria de um dado projeto não impede sua reapresentação, exigindo-se apenas a maioria absoluta de subscritores na mesma sessão legislativa. Nas seguintes, não há exigência, numa clara e inequívoco demonstração que a própria Constituição Federal, repetida na Lei Orgânica, admite a revisão de entendimento anterior.
Pensamos, então, que a existência ou não de precedente pouco ou em nada ajuda no debate aqui empreendido. Tudo depende das forças políticas que atuam num momento dado de nossa história.
A CPI dos Atos Antidemocráticos, por maioria, entendeu possível o destaque. E essa decisão não pode ser revista pelo Plenário, pois contra as decisões da CPI não cabe qualquer espécie de recurso.
2.2 – Argumentos favoráveis ao destaque em relatório de CPI
Inicialmente, lembremos que está em curso nas sociedades modernas – e o Brasil não está alheio a isso – uma completa revisão dos fundamentos que orientaram a hermenêutica jurídica tradicional.
Lições como a dos professores Ronald Dworkin, Jürgen Habermas, Peter Häberle, Robert Alexy, Boaventura de Sousa Santos e tantos outros encontram-se presentes, já há um certo tempo, nos cursos de Direito e nos votos de Ministros dos Tribunais Superiores.
Essas lições têm contribuído com novas reflexões para possibilitar uma visão aberta do ordenamento jurídico, num gigantesco esforço acadêmico e jurisprudencial de romper com a ancestralidade de postulados e axiomas há muito sedimentados, e assim adequar o Direito, a partir de novas bases gnosiológicas, a uma concepção de mundo condizente com os desafios de dar efetividade aos direitos fundamentais e à dignidade da pessoa humana, com respeito à diversidade e ao pluralismo político, hoje largamente aceitos pelas sociedades que adotam o Estado Democrático de Direito.
Por isso, se analisarmos a matéria aqui debatida à luz desses novos preceitos, como a integridade, a discursividade, a abertura da interpretação, a teoria da argumentação, a representatividade democrática, a funcionalidade dos conceitos e a motivação principiológica, que subjazem às regras regimentais, facilmente iremos identificar uma alta tensão de posições ideológicas diametralmente opostas, que aparentemente seriam inconciliáveis.
Conforme já disse acima, a discussão sobre o destaque em relatório de CPI, no entanto, é apenas a ponta de um iceberg no qual se afloram as diferenças do modo como vemos o mundo. Não é a possiblidade ou não de destaque o pano de fundo de nossa discussão. É o embate ideológico por conta de um caso concreto analisado na CPI dos Atos Antidemocráticos.
Por isso, essas discussões de cunho mais teórico e alvissareiras da nova sociedade almejada nos objetivos fundamentais de nossa Constituição, embora imprescindíveis para compreendermos os imperativos de ordem prática de nossas posições sobre o Regimento Interno, podem ser postas de lato por ora, para fazermos uma análise pelo prisma da exegese tradicional, usando para tanto da interpretação sistêmica e de forma bem singela.
E não se trata aqui de uma interpretação momentânea, de ocasião, mas de interpretação juridicamente possível e defensável em qualquer fórum sério de discussão sobre hermenêutica jurídica.
2.2.1 – Interpretação sistêmica
O Regimento Interno prevê a possibilidade de destaque nos seguintes termos:
Art. 172. O destaque tem por finalidade tornar possível a votação de:
I – parte de proposição, independentemente do restante do dispositivo ou da matéria a que pertencer;
Como a compreensão do inciso I depende do conceito de proposição, necessário se faz ir ao art. 129 do Regimento Interno:
Art. 129. Proposição é toda matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. As proposições consistem em:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de decreto legislativo;
V – projeto de resolução;
VI – indicação;
VII – moção;
VIII – requerimento;
IX – emenda;
X – recursos.
O Relatório de CPI não está na relação das proposições previstas no parágrafo único do art. 129, que relaciona as proposições, o que serviu, como visto, à afirmação de que não cabe destaque nesse documento.
Todavia, apesar de alguns entendimentos diversos acima analisados, essa relação não é taxativa, especialmente porque o próprio conceito de proposição é mais amplo do que a relação. Assim como, para a filosofia existencialista, o ente é sempre manifestação incompleta do ser, também o rol de proposições é manifestação incompleta do conceito de proposição.
Portanto, o conceito de proposição é aberto e, por conseguinte, a relação do parágrafo único é numerus apertus.
Em termos conceituais, o Relatório da CPI é o produto dessa comissão, a ser analisado, discutido e votado pelos respectivos membros, sem previsão para ir ao Plenário. Logo, a CPI, órgão fracionário com representação pela proporcionalidade partidária, decide pela própria Câmara Legislativa, que sequer pode rever suas conclusões.
Nesse ponto, portanto, o Relatório da CPI deve ser compreendido como a principal proposição da CPI, o que o enquadra no conceito de proposição do art. 129 do nosso Regimento Interno e, consequentemente, no art. 172, que cuida de destaque.
Complementando esse conceito, nas disposições regimentais sobre a análise das matérias feita pelas comissões, está previsto:
Art. 95. ...
Parágrafo único. Na apreciação das matérias nas comissões, aplicam-se, no que couber, as normas para apreciação das matérias em Plenário.
Parece-nos incontroverso que essa disposição regimental é potencialmente apta a gerar o dissenso, pois o modo como se lê a expressão no que couber pode variar segundo os sabores de quem a interpreta, servindo tanto para atrair como para afastar o destaque em relatório de CPI, em momentos especialmente controvertidos como o foram os de apreciação do Relatório do Deputado Hermeto sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Justamente por servir a posições antagônicas é que a decisão sobre destaque em relatório de CPI é política e não jurídica. Envolve a criação de espaços discursivos aptos a dar viabilidade a todas as vozes representadas no Parlamento.
Para reforçar nosso argumento sobre a possibilidade de destaque em relatório de CPI com base no art. 95, parágrafo único do nosso Regimento Intento, vamos nos socorrer do que escreveu o consultor legislativo desta Casa José Willemann, que assessorou o Presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos em sua última reunião.
Em 2017, longe do calor do debate objeto de nossas discussões, o consultor legislativo, ao comentar o art. 95, parágrafo único, na obra Regimento Interno da Câmara Legislativa: Interpretado e Explicado (p. 226), a qual tive a honra de prefaciar, assim escreveu:
Normas subsidiárias: As normas do artigo em comento são complementadas pelas normas de apreciação das matérias em Plenário, como as regras de preferência (art. 170 e segg.), de destaque (art. 172 e segg.), de prejudicialidade (art. 175 e segg.), de discussão (art. 177 e segg.) e de votação (art. 184 e segg.).Tive a honra de prefaciar esse livro, que tem sido referência na mesa de muitos assessores e até de Deputados.
A interpretação feita há mais de seis anos é clara ao afirmar a possibilidade de destaque na apreciação das matérias pelas comissões, o que engloba as CPIs.
Não bastasse isso, precisamos relembrar que o destaque é um instrumento parlamentar que está a serviço da democracia representativa, substrato ontológico de onde emanam suas regras.
Com efeito, nas Casas Legislativas, a deliberação é feita pelo voto favorável ou contrário da maioria, quer em relação ao todo, quer em relação à parte.
Para viabilizar a votação apenas em parte é que, inteligentemente, foi instituída a figura do destaque, especialmente para viabilizar que um Deputado possa votar favoravelmente a uma parte da matéria e contrário à outra, numa demonstração hialina de que o nosso mundo e as nossas concepções de mundo não são binários. E não é função do Regimento Interno silenciar as vozes de quem quer manifestar objeção a este ou àquele ponto do relatório de CPI.
Principiologicamente, portanto, as regras regimentais sobre destaque assentam-se em conceitos que transcendem ao texto do Regimento Interno quando interpretado de forma restritiva. Parafraseado o Prof. Menelick de Carvalho, da UnB, na essência, o conceito de destaque vai muito além do que aparenta a interpretação burocrática e literal de seu texto.
2.2.2 – Direito Comparado: o destaque em relatório de CPI na Câmara dos Deputados
Podemos avançar na defesa de nossa interpretação e ir para o Direito Comparado, ou melhor, para as práticas comparadas de interpretação de Regimento Interno.
Na Câmara dos Deputados, cujo Regimento Interno serviu de paradigma para o Regimento Interno da CLDF de 1991, com várias normas mantidas no atual Regimento Interno de 2000, especialmente o art. 95 e seus incisos, existe destaque em relatário de CPI, há mais de duas décadas.
Lá, como aqui, o Regimento Interno não prevê destaque de forma expressa em relatório de CPI. Lá sequer há norma parecida com o parágrafo único do art. 95 do nosso Regimento Interno, há pouco mencionado.
No entanto, é da rotina das CPIs da Câmara dos Deputados que o Presidente da comissão, na abertura dos trabalhos, ao dar as orientações gerais sobre os procedimentos e organização da reunião, informe, antes de passar a palavra para o relator, a possibilidade de destaques, como nesta passagem do início da reunião da CPI das Pirâmides Financeiras, realizada em 09/10/2023, presidida pelo Deputado Aureo Ribeiro, do Solidariedade do Rio de Janeiro:
Os requerimentos procedimentais e os destaques devem ser apresentados pelo sistema Infoleg Autenticador. Os destaques poderão ser apresentados até o início da votação.
Isso também consta de reunião da CPI das Americanas, realizada em 26/09/2023, presidida pelo Deputado Gustinho Ribeiro, do Republicanos de Sergipe.
O mesmo pode ser dito da reunião da CPI do BNDES, realizada em 22/10/2019, presidida pelo Deputado Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, com a Vice-Presidência da então Deputada Paula Belmonte, hoje representando o Distrito Federal na Câmara Legislativa como Deputada Distrital.
Nessa reunião, que apreciou o relatório da CPI do BNDES, cuja ata está sendo anexada a esta emenda como evidência inafastável da minha argumentação, foram votados vários destaques para retirar nomes da lista de indiciamentos. Colho a seguinte passagem para demonstrar:
O SR. PRESIDENTE (Vanderlei Macris. PSDB - SP) - É um destaque coletivo. Admitiram a votação de um destaque coletivo.
Seguindo, agora vamos votar os destaques.
Está em votação o Destaque nº 28, de 2019, de autoria coletiva, dos Deputados Carlos Henrique Gaguim, Silvio Costa Filho, Marcelo Ramos e Margarida Salomão, de acordo com o Regimento, para votação em separado do nome do Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa, da lista de indicações do Relator.
Está em votação.
Quem votar favoravelmente ao destaque estará retirando da lista de indiciados o Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa — da lista de indicados do Relator.
Está em votação.
Para encaminhamento, tem a palavra a Deputada Margarida.
(...)
O SR. PRESIDENTE (Vanderlei Macris. PSDB - SP) - Quem votar "não" retira o nome do indiciamento.
O SR. KIM KATAGUIRI (DEM - SP) - Quem quer tirar o nome do Décio Oddone levanta a mão na votação.
(Intervenções fora do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Vanderlei Macris. PSDB - SP) - Está em votação, portanto, o DVS, o Destaque 28. (Pausa.)
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (DEM - TO) - "Não". Rejeitado.
O SR. PRESIDENTE (Vanderlei Macris. PSDB - SP) - Está rejeitado.
Está retirado o nome.
O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ) - Eu quero que registre o meu voto "sim", para manter o nome do Sr. Décio Oddone.
O SR. PRESIDENTE (Vanderlei Macris. PSDB - SP) - Vota "sim". O Deputado Paulo Ramos registra o voto "sim".
Nessa mesma reunião, houve discussão e votação de vários outros destaques, alguns aprovados; outros rejeitados, mas todos objetivando retirar do Relatório nomes que ali constavam.
Na reunião da CPI de Brumadinho que apreciou o Relatório em 05/11/2019, tendo sido presidida pelo Deputado Júlio Delgado, do PSB de Minas Gerais, também consta que os destaques poderiam ser apresentados até ser iniciada a votação:
O SR. PRESIDENTE (Júlio Delgado. PSB - MG) - Há mais alguém que quer falar antes da votação? (Pausa.) Deputados André Janones, Domingos Sávio e Padre João. Os outros respeitarão a ordem de inscrição aqui.
Vou conceder 10 minutos para cada orador — o tempo é longo —, a permuta é permitida, desde que estejam presentes os oradores; o tempo de inscrição poderá ser somado ao tempo de Liderança; os autores de eventuais votos em separado devem se inscrever nominalmente para a discussão, a fim de defenderem o seu voto e os destaques poderão ser apresentados no anúncio da votação, se houver algum destaque apresentado.
Isso parece-nos suficiente para demonstrar que, diversamente de algumas afirmações panfletárias, existe destaque em relatório de CPI em outras Casas Legislativas, especialmente na Câmara dos Deputados, que tem servido de paradigma para os parlamentos estaduais.
Os exemplos mencionados acima abarcam um conjunto significativo de presidências de CPI, de diferentes partidos políticos, o que demonstra não ser essa uma posição deste ou daquele partido, mas do conjunto dos Deputados Federais.
2.2.3 – Direito Comparado: o destaque em relatório de CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo
O destaque em relatório de CPI não é restrito à Câmara dos Deputados.
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, cujo conceito regimental de destaque é bastante parecido com o nosso, também é comum destaque em relatório de CPI.
É o que revela, por exemplo, esta Ata da reunião de 14/12/2023, ocorrida após nossa CPI, que apreciou o relatório da CPI da ENEL:
A Deputada MÔnica sugeriu um destaque no texto do relatório com alterações a um de seus parágrafos. Em seguida, fez uso da palavra o Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. De volta com a palavra o Senhor Presidente Thiago Auricchio colocou em votação o destaque proposto pela Deputada Monica Seixas. Em votação nominal, foram favoráveis os Deputados Luiz Claudio Marcolino, Luiz Fernando T. Ferreira e Monica Seixas do Movimento Pretas. Foram contrários os Deputados Carlos Cezar, Thiago Auricchio, Sebastião Santos, Dr. Eduardo Nóbrega, Oseias de Madureira e a Deputada Carla Morando.
III – Conclusão
Feitas essas considerações, precisamos entender que o destaque, mais do que permitir a votação em separado de parte da matéria em deliberação, tem por finalidade tornar possível que os Deputados Distritais possam exercer suas opções de voto segundo as concepções políticas que representam. E isso não vale apenas para uma das várias ideologias aqui representadas; vale para todas elas.
Nesse sentido, não houvesse o destaque, nós só poderíamos votar favoravelmente ou contrariamente a toda a matéria. Mas as concepções de mundo não são binárias. Existem meios-termos. Podemos ser favoráveis ou contrários no todo ou em parte.
Há afirmações, argumentos e proposições para as quais, às vezes, dizemos sim para o todo; às vezes, dizemos não para o todo; mas, às vezes, dizemos sim para uma parte e não para outra.
Justamente para viabilizar a votação de uma parte num sentido e de outra parte noutro sentido, para viabilizar o meio-termo, é que foi concebida a ideia de destaque, recurso que, aliás, usamos frequentemente nesta Casa, numa clara demonstração de que ele é um instrumento já pactuado nas nossas práticas parlamentares.
Nas CPIs, não pode ser diferente. O Regimento Interno, para ser democrático, tem de viabilizar o exercício do pluralismo político, tem de garantir o direito de o Deputado votar segundo suas concepções de mundo e não segundo fórmulas supostamente preestabelecidas alhures para irradiar-se até o presente.
Nas Casas Legislativas, não se adota o princípio processual da adstrição, em que o Juiz fica limitado pela matéria trazida pelas partes. Ao contrário, as proposições e todas as matérias sujeitas à deliberação dos Deputados podem sofrer acréscimos, modificações e supressões no curso de sua tramitação.
Com o relatório de CPI, não é diferente, porque o relator não tem o monopólio da verdade, e seu trabalho, por mais sério e profundo que seja, está sujeito a críticas e modificações pelos colegas que compõem a comissão.
Enfim, esse conjunto de assertivas demonstra ser possível, material e formalmente, o destaque de nomes ou mesmo de parágrafos e capítulos inteiros de relatório da CPI e, com base nos mesmos argumentos, também de aditamentos e alterações parciais.
Por tudo isso e principalmente porque o destaque é o instrumento apropriado para viabilizar a democracia participativa, exercitar o pluralismo político e dar voz às manifestações da diversidade existente na representatividade política, esperamos a aprovação da presente Emenda, o que certamente contribuirá para nos aprofundarmos nas discussões de mérito, superando de uma vez por todas discussões sobre forma e, assim, ficarmos apenas no conteúdo.
Brasília-DF, 01 de fevereiro de 2024
Deputado CHICO VIGILANTE
Líder
Deputado GABRIEL MAGNO
Líder da Minoria
Deputado RICARDO VALE
Vice-Líder da Bancada
[1]TJDFT: ADI 20000020002977, julgada em 28/08/2001, Relator Des. Campos Amaral, Conselho Especial, DJe, de 28/09/2009.
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Emenda (Modificativa) - 4 - GMD - Não apreciado(a) - Deputado Ricardo Vale - (109308)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Ricardo Vale - Gab 13
emenda MODIFICATIVA
(Do Deputado RICARDO VALE - PT)
Ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Dê-se ao inciso II do art. 5º do PR 24/2023 a seguinte redação:
Art. 5º ...
II – no dia 1º de janeiro do ano da terceira sessão legislativa, para a posse dos membros da Mesa Diretora eleitos na primeira quinzena de dezembro da sessão legislativa anterior.
JUSTIFICAÇÃO
A presente emenda objetiva apenas corrigir um lapso no texto original. No artigo emendado, foi mantida a regra do Regimento Interno atual. No art. 11, porém, a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio foi alterada para a primeira quinzena de dezembro da segunda sessão legislativa:
Art. 11. À eleição dos membros da Mesa Diretora, para o segundo biênio de cada legislatura, aplica-se o disposto nos arts. 9º e 10, salvo o seguinte:
I – a eleição deve ser realizada na primeira quinzena de dezembro da segunda sessão legislativa;
Portanto, a presente emenda apenas elimina a incoerência existente entre os dispositivos.
Por essas razões, espero a aprovação da presente Emenda.
Brasília-DF, 1º de fevereiro de 2024
Deputado RICARDO VALE – PT
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Emenda (Aditiva) - 5 - GMD - Não apreciado(a) - Deputado Ricardo Vale - (109311)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Ricardo Vale - Gab 13
emenda aditiva
(Do Deputado Ricardo Vale - PT)
Ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Adite-se o seguinte § 4º ao art. 81 do Projeto de Resolução nº 24/2023:
Art. 81. ...
§ 4º Não sendo realizadas as eleições nas datas previstas no § 3º, prorroga-se o mandato de que trata o § 1º até tomarem posse os novos presidentes e vice-presidentes.
JUSTIFICAÇÃO
Embora o Projeto tenha mantido as datas de eleição e posse dos presidentes e vice-presidentes de comissões permanentes, previstas no Regimento Interno vigente (art. 76), é fato que, no mais das vezes, a eleição e posse ocorrem no início de fevereiro.
Isso acaba levando à prorrogação dos mandatos de forma tácita, sem previsão regimental.
Foi o que aconteceu nesta legislatura. Elegemos os presidentes e vice-presidentes de comissão no dia 1º de janeiro de 2023, mas não fizemos as eleições no último dia útil da primeira quinzena de dezembro desse ano, conforme art. 76, § 2º, II, do atual Regimento Interno.
Assim, parece-me oportuno disciplinar essa situação, prevendo expressamente a prorrogação do mandato.
Por essas razões, esperarmos a aprovação da presente Emenda, a fim de suprirmos a lacuna.
Brasília-DF, 01 de fevereiro de 2024
Deputado RICARDO VALE – PT
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Despacho - 4 - Cancelado - GMD - (109607)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete da Mesa Diretora
Despacho
De ordem. Ao Deputado Martins Machado (Terceiro Secretário) para a fineza de relatar pela Mesa Diretora, conforme designação em anexo.
Brasília, 6 de fevereiro de 2024.
Paulo Henrique Ferreira da Silva
Analista Legislativo - GMD
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Despacho - 5 - GMD - (109624)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete da Mesa Diretora
Despacho
AO SACP, para providências.
Brasília, 6 de fevereiro de 2024
PAULO HENRIQUE FERREIRA DA SILVA
Analista Legislativo - GMD
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Despacho - 6 - Cancelado - SACP - (109626)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
Despacho
À CCJ, para exame e parecer, conforme distribuição da SELEG no Despacho 1 (106034).
Brasília, 6 de fevereiro de 2024
RAYANNE RAMOS DA SILVA
Analista Legislativa
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Despacho - 7 - Cancelado - SACP - (109938)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
Despacho
À CCJ, para exame e parecer, conforme distribuição da SELEG no Despacho 1(106034), observando-se o regime de prioridade (arts. 162,§2º, II e 90, II- RICLDF).
Brasília, 7 de fevereiro de 2024
LUCIANA NUNES MOREIRA
Analista Legislativo- Matrícula: 11357
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Despacho - 8 - SACP - (110232)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Setor de Apoio às Comissões Permanentes
Despacho
À CCJ, para exame e parecer, conforme distribuição da SELEG no Despacho 1(106034), observando-se o regime de prioridade (arts. 162,§2º, II - RICLDF).
Brasília, 9 de fevereiro de 2024
RAYANNE RAMOS DA SILVA
Analista Legislativa
Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, 1º Andar, Sala 1.5 - CEP: 70094902 - Brasília - DF - Tel.: (61)3348-8660
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Documento assinado eletronicamente por RAYANNE RAMOS DA SILVA - Matr. Nº 23018, Analista Legislativo, em 09/02/2024, às 17:35:49 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02, de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembo de 2020. A autenticidade do documento pode ser conferida no site
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Emenda (Substitutivo) - 6 - CCJ - Aprovado(a) - Substitutivo do Relator - (134482)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Thiago Manzoni - Gab 08
EMENDA SUBSTITUTIVA (SUBSTITUTIVO)
(Autoria: Thiago Manzoni)
Emenda ao Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
Dá-se ao Projeto de Resolução n.º 24/2023 a seguinte redação:
Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.
A CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL resolve:
Art. 1º É instituído o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na forma estabelecida nesta Resolução.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor:
I - na data da sua publicação, quanto aos Capítulos XI a XX e à Seção VIII, do Capítulo XXI, todos do Título VI, deste Regimento Interno;
II - no dia 6 de janeiro de 2025, quanto às demais disposições.
Art. 3º Às eleições realizadas em 7 de agosto de 2024 aplicam-se o seguinte:
I - os cargos eleitos da Mesa Diretora, das comissões permanentes, das procuradorias especiais, da ouvidoria e da corregedoria são considerados empossados automaticamente a partir de 6 de janeiro de 2025, dispensada a realização de qualquer solenidade oficial para o efetivo exercício nos respectivos mandatos;
II - aos cargos eleitos das comissões permanentes, das procuradorias especiais, da ouvidoria e da corregedoria aplicam-se o mandato bienal previsto neste regimento;
III - a composição da Mesa Diretora aplica-se a partir de 6 de janeiro de 2025;
IV - a comissão permanente de saúde será constituída automaticamente a partir de 6 de janeiro de 2025, mantendo-se a Comissão de Educação, Saúde e Cultura em funcionamento até a referida data.
Art. 4º Fica prorrogado até 05 de janeiro de 2025 o mandato:
I – dos membros da Mesa Diretora, eleita em 1º de janeiro de 2023;
II – dos presidentes de comissão permanente, Corregedor e Ouvidor, eleitos para a 2ª sessão legislativa ordinária da 9ª Legislatura.
Art. 5º Na data da entrada em vigor desta Resolução, são arquivados todos os projetos de resolução que tenham como objetivo alterar o Regimento Interno revogado.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as Resoluções:
I – 167, de 2000;
II – 173, de 2001;
III – 177, de 2002;
IV – 178, de 2002;
V – 181, de 2002;
VI – 193, de 2002;
VII – 195, de 2003;
VIII – 199, de 2003;
IX – 200, de 2003;
X – 205, de 2004;
XI – 206, de 2004;
XII – 208, de 2004;
XIII – 209, de 2004;
XIV – 218, de 2005;
XV – 227, de 2007;
XVI – 228, 2007;
XVII – 248, de 2011;
XVIII – 255, de 2012;
XIX – 261, de 2013;
XX – 262, de 2013;
XXI – 263, de 2013;
XXII – 272, de 2014;
XXIII – 280, de 2016;
XXIV – 282, de 2016;
XXV – 285, de 2017;
XXVI – 286, de 2017;
XXVII – 291, de 2017;
XXVIII – 292, de 2017;
XXIX – 294, de 2017;
XXX – 301, de 2018;
XXXI – 303, de 2018;
XXXII – 304, de 2018;
XXXIII – 310, de 2019;
XXXIV – 315, de 2019;
XXXV – 316, de 2020;
XXXVI – 321, de 2020;
XXXVII – 334, de 2023;
XXXVIII – 335, de 2023;
XXXIX – 336, de 2023;
XL - 346, de 2024;
XLI - art. 1º da Resolução n.º 344, de 2024;
XLII - 345, de 2024;
XLIII - art. 1º da Resolução n.º 350, de 2024.
REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
TÍTULO I
DO FUNCIONAMENTO
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO E DA SEDE
Art. 1º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, composta por Deputados Distritais, representantes do povo, eleitos e investidos na forma da legislação federal, com a competência que lhe é atribuída pela Lei Orgânica e pela Constituição Federal.
Parágrafo único. O Poder Legislativo é representado por seu Presidente e, judicialmente, nos casos em que a Câmara Legislativa compareça a juízo em nome próprio, por sua Procuradoria-Geral.
Art. 2º A sede da Câmara Legislativa é em Brasília, Capital da República Federativa do Brasil.
§ 1º A Câmara Legislativa, mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, pode reunir-se, temporariamente, em qualquer local do Distrito Federal, sempre que houver motivo relevante e de conveniência pública, ou em virtude de acontecimento que impossibilite o seu funcionamento na sede.
§ 2º A Câmara Legislativa adota os símbolos oficiais do Distrito Federal.
§ 3º A Câmara Legislativa pode criar marca oficial como símbolo próprio de sua identidade institucional.
CAPÍTULO II
DA LEGISLATURA E DAS SESSÕES LEGISLATIVAS
Seção I
Da Legislatura
Art. 3º Cada legislatura tem duração de 4 anos e inicia-se com a posse dos Deputados Distritais.
§ 1º As legislaturas são designadas por sua sequência ordinal, contadas da instalação da Câmara Legislativa em 1º de janeiro de 1991.
§ 2º Considera-se legislatura, para fins de desempate em eleição ou escolha pela proporcionalidade partidária, o período em que o Deputado Distrital exerceu o mandato, como titular, por mais de 2 anos.
Seção II
Das Sessões Legislativas
Art. 4º A Câmara Legislativa reúne-se, em sua sede:
I – ordinariamente em dois períodos legislativos, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro;
II – extraordinariamente, durante os recessos parlamentares.
§ 1º A sessão legislativa não é interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, nem encerrada sem a aprovação do projeto de lei do orçamento anual.
§ 2º A primeira sessão legislativa ordinária de cada legislatura não é encerrada sem a aprovação do projeto de lei do plano plurianual.
§ 3º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Legislativa somente pode deliberar sobre a matéria para a qual tiver sido convocada, vedado o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação.
§ 4º Mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, o ato de convocação de sessão legislativa extraordinária pode ser aditado para inclusão de outras matérias na ordem do dia.
Seção III
Das Sessões Preparatórias
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 5º A Câmara Legislativa reúne-se, em sessões preparatórias, no dia 6 de janeiro do primeiro ano de cada legislatura para a posse dos Deputados Distritais e a eleição e posse:
I - dos membros da Mesa Diretora;
II - da Comissão Representativa;
III - dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes;
IV - do Corregedor e do Corregedor Adjunto;
V - do Ouvidor e do Ouvidor Adjunto.
Subseção II
Da Posse dos Deputados Distritais
Art. 6º O Deputado Distrital eleito deve apresentar à Mesa Diretora, até o dia 20 de dezembro do ano anterior à instalação de cada legislatura:
I – cópia do diploma expedido pela Justiça Eleitoral;
II – o nome parlamentar;
III – a legenda partidária;
IV – a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativa ao ano-calendário anterior, apresentada à Receita Federal do Brasil;
V – os documentos necessários ao seu cadastro funcional.
§ 1º Cabe à Mesa Diretora organizar a relação dos Deputados Distritais, que deve ser feita na sucessão alfabética dos nomes parlamentares, com as respectivas legendas partidárias.
§ 2º O Deputado Distrital que, ao longo da legislatura, se desvincular de sua bancada perde, para efeitos regimentais, o direito a cargos ou funções que ocupar em razão dela, salvo os cargos da Mesa Diretora.
Art. 7º Às dez horas do dia 6 de janeiro do primeiro ano de cada legislatura, os Deputados Distritais diplomados devem reunir-se, em sessão preparatória, para a posse na sede da Câmara Legislativa.
§ 1º Assume a direção dos trabalhos o membro da Mesa Diretora anterior, se reeleito, observando-se a sequência prevista no art. 39, e, na falta deles, o Deputado Distrital diplomado mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas.
§ 2º Aberta a sessão, o presidente deve convidar 2 Deputados Distritais de partidos diferentes para servirem de secretários e proclamar os nomes dos Deputados Distritais diplomados.
§ 3º O presidente deve convidar o Deputado Distrital diplomado mais jovem para, da tribuna, prestar o seguinte compromisso: "Prometo cumprir a Constituição Federal e a Lei Orgânica, observar as leis, desempenhar fiel e lealmente o mandato que o povo me conferiu e trabalhar pela justiça social, pelo progresso e pelo desenvolvimento integrado do Distrito Federal”.
§ 4º O secretário designado pelo presidente faz, em seguida, a chamada de cada Deputado Distrital que, solenemente, declara: "Assim o prometo”.
§ 5º Concluída a prestação do compromisso, os Deputados Distritais são declarados empossados pelo presidente.
§ 6º Salvo motivo de força maior ou enfermidade devidamente comprovada, a posse deve ocorrer no prazo de 30 dias, contados:
I – da primeira sessão preparatória da legislatura;
II – da diplomação, se eleito Deputado Distrital durante a legislatura;
III – do registro do fato que a ensejar, por convocação da Mesa Diretora.
§ 7º O prazo estabelecido no § 6º pode ser prorrogado, por igual período, a requerimento do interessado.
Art. 8º À posse de suplente de Deputado Distrital aplica-se o disposto nesta subseção, dispensada a prestação de compromisso após a primeira convocação.
Subseção III
Da Eleição da Mesa Diretora
Art. 9º A Mesa Diretora é eleita para mandato de 2 anos, permitida uma única recondução para o mesmo cargo, na mesma legislatura ou na seguinte, assegurando-se, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária.
Parágrafo único. Não se considera recondução aquela em que o membro da Mesa Diretora tenha assumido a titularidade do cargo no curso do último ano do biênio imediatamente anterior.
Art. 10. A eleição dos membros da Mesa Diretora, para o primeiro biênio de cada legislatura, obedece às seguintes normas:
I – a sessão preparatória para a eleição da Mesa Diretora tem início às quinze horas do dia 6 de janeiro do primeiro ano da legislatura;
II – a direção dos trabalhos cabe à Mesa que conduziu a sessão preparatória da posse dos Deputados Distritais, vedada a participação na direção dos trabalhos de quem registrar candidatura;
III – iniciados os trabalhos, verifica-se o quorum, e, se não estiver presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, suspendem-se os trabalhos até que ele se complete;
IV – presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, é declarada aberta a sessão de eleição da Mesa Diretora;
V – o registro de candidatura é feito junto à Mesa até 60 minutos após a abertura da sessão;
VI – a eleição é feita em votações nominais, destinando-se a primeira à eleição do Presidente, e as seguintes aos demais cargos da Mesa Diretora;
VII – terminada a apuração da primeira eleição, o presidente deve proclamar o resultado, considerado eleito o candidato mais votado;
VIII – se ocorrer empate, deve ser realizada nova eleição entre os candidatos mais votados, salvo se houver apenas 2 candidatos;
IX – havendo novo empate, ou empate na hipótese de haver apenas 2 candidatos, é considerado eleito, o candidato que, sucessivamente:
a) contar com o maior número de legislaturas;
b) pertencer a partido ou bloco parlamentar com maior número de Deputados Distritais;
c) houver obtido o maior número de votos na última eleição;
d) for o mais idoso.
X – proclamado eleito o novo Presidente, quem estiver presidindo a sessão deve convidá-lo para assumir a presidência dos trabalhos para eleição dos demais cargos da Mesa Diretora;
XI – proclamado o resultado da eleição, a Mesa Diretora é empossada, elegendo-se, a seguir, a Comissão Representativa para os períodos de recesso da primeira sessão legislativa;
XII – empossada a comissão representativa, passa-se, na mesma sessão, à eleição dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes e do Corregedor, Corregedor Adjunto, Ouvidor e Ouvidor Adjunto;
XIII – terminadas as eleições e empossados os eleitos, encerra-se a sessão.
Parágrafo único. Mediante acordo entre todos os Deputados Distritais eleitos, o horário de eleição da Mesa Diretora pode ser alterado.
Art. 11. À eleição dos membros da Mesa Diretora para o segundo biênio de cada legislatura aplica-se o disposto nos arts. 9º e 10, salvo o seguinte:
I – a eleição deve ser realizada na segunda sessão legislativa, em data definida pelo Presidente com a anuência do Colégio de Líderes;
II – a sessão é presidida pela Mesa Diretora em exercício, vedada a participação na direção dos trabalhos de quem registrar candidatura;
III – a posse da nova Mesa Diretora ocorre automaticamente no dia 6 de janeiro do ano da terceira sessão legislativa, independentemente de qualquer solenidade formal.
TÍTULO II
DOS DEPUTADOS DISTRITAIS
CAPÍTULO I
DAS PRERROGATIVAS, VEDAÇÕES E DEVERES
Art. 12. O Deputado Distrital é inviolável por suas opiniões, palavras e votos, e, desde a expedição do diploma:
I - não pode ser preso, salvo em flagrante de crime inafiançável;
II - é submetido a julgamento perante o juízo competente.
§1º O Deputado Distrital não é obrigado a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§2º A incorporação de Deputado Distrital às Forças Armadas, embora militar e ainda que em tempo de guerra, depende de prévia licença da Câmara Legislativa.
§3º Pode o Deputado Distrital, mediante licença da Câmara Legislativa, desempenhar missões de caráter diplomático, técnico ou cultural.
Art. 13. As imunidades dos Deputados Distritais não se suspendem durante o estado de sítio, salvo nos casos de atos incompatíveis com a execução da medida, praticados fora do recinto da Câmara Legislativa, mediante aprovação de dois terços dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. Recebida a solicitação de suspensão das imunidades, deve ela ser lida em plenário e distribuída à Comissão de Constituição e Justiça, para parecer.
Art. 14. O Deputado Distrital não pode:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível ad nutum nas entidades constantes da alínea a;
II – desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 15. Sem prejuízo do disposto no art. 6º, o Deputado Distrital deve encaminhar à Mesa Diretora, até 15 dias após o prazo final assinalado pela Receita Federal do Brasil, a declaração de bens constante da Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física relativa ao ano-calendário anterior.
§ 1º A declaração de bens, com a indicação de suas fontes, na forma disciplinada pela Mesa Diretora, deve ser publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Se o Deputado Distrital fizer declaração retificadora, deve apresentá-la à Mesa Diretora no prazo de 15 dias após a entrega à Receita Federal do Brasil.
CAPÍTULO II
DO EXERCÍCIO DO MANDATO
Art. 16. O exercício do mandato inicia-se com a posse, competindo ao Deputado Distrital:
I – a representatividade política que lhe foi conferida pelas urnas;
II – a participação nas diferentes etapas e atos do processo legislativo e nas demais matérias sujeitas à deliberação da Câmara Legislativa ou sujeitas à atuação parlamentar;
III – a prerrogativa de integrar o Plenário e as comissões, tomar parte nas sessões e reuniões, votar e ser votado;
IV – o oferecimento de proposição, a discussão e a deliberação sobre matéria em tramitação;
V – o uso da palavra, nos termos deste Regimento Interno;
VI – a atuação no controle externo, com acesso franqueado a todos os sistemas informatizados;
VII – a requisição às autoridades, diretamente ou por intermédio da Mesa Diretora, de providências para garantia de sua imunidade e de suas funções institucionais;
VIII – o encaminhamento, por intermédio da Mesa Diretora, de:
a) pedido escrito de informação a Secretário de Estado ou autoridade equivalente;
b) requisição de inspeção e auditoria pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal;
c) pedido escrito de providências;
IX – o exame de qualquer processo e documento existentes na Câmara Legislativa, respeitados os critérios legais de acesso à informação;
X – a utilização dos serviços administrativos da Câmara Legislativa, para assessoramento e apoio às atividades parlamentares;
XI – o livre acesso, durante o horário de expediente, a órgão e entidade públicos do Distrito Federal, mesmo sem prévio aviso, sendo-lhe devida toda informação solicitada, inclusive o conteúdo de qualquer documento ou processo já concluído ou de parte já concluída de processo em andamento.
Parágrafo único. O Deputado Distrital, no exercício da função fiscalizatória, deve atuar em representação dos órgãos colegiados da Câmara Legislativa.
Art. 17. Sem prejuízo de outras disposições regimentais, o Deputado Distrital é impedido de:
I – exercer cumulativamente os cargos de:
a) membro titular da Mesa Diretora e presidente de comissão permanente;
b) procurador especial com outro da mesma natureza;
c) Corregedor e membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
II – votar:
a) em causa própria ou em matéria que tenha interesse individual ou familiar;
b) sendo suplente, quando presente o membro titular da Mesa Diretora ou de comissão;
III – ser relator de proposição de sua autoria, salvo emenda à proposição da qual não seja autor;
IV – presidir os trabalhos da Câmara Legislativa ou de comissão quando se tratar:
a) de assunto de seu interesse pessoal ou familiar;
b) de apreciação de proposição de sua autoria, salvo de emenda ou de proposição que independa de parecer;
c) de proposição de sua relatoria.
§ 1º Cada Deputado Distrital, observados os impedimentos regimentais, pode ser eleito ou designado para, no máximo, 4 lugares, consideradas as titularidades:
I – de membro da Mesa Diretora;
II – de membro de comissão permanente;
III – de membro do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar;
IV – de Procuradoria Especial;
V – da Corregedoria;
VI – da Ouvidoria.
§ 2º Os impedimentos dos incisos III e IV, b, do caput não se aplicam aos casos em que todos os Deputados Distritais que compõem a comissão ou o Plenário forem subscritores da proposição.
§ 3º O Presidente da Câmara Legislativa somente pode integrar comissão externa.
§ 4º A infringência das vedações previstas neste artigo implica:
I – a nulidade:
a) do ato praticado em regime de acumulação;
b) do voto, no caso dos incisos II, b, do caput;
c) do parecer, no caso do inciso III, do caput;
d) da votação, no caso do inciso IV, do caput;
II – a contabilização do voto como abstenção, no caso do inciso II, a, do caput.
CAPÍTULO III
DO DECORO PARLAMENTAR
Art. 18. São definidos e disciplinados no Código de Ética e Decoro Parlamentar:
I – os procedimentos incompatíveis com o decoro parlamentar;
II – os atos contrários à boa conduta parlamentar;
III – o processo disciplinar para apurar infração disciplinar e aplicar a sanção cominada.
Parágrafo único. O Código de Ética e Decoro Parlamentar é norma integrante deste Regimento Interno, e às suas alterações ou reforma aplicam-se as disposições do art. 248.
CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
Seção I
Das Licenças Voluntárias
Art. 19. O Deputado Distrital pode licenciar-se do cargo sem perda do mandato:
I – para exercer qualquer dos cargos previstos no art. 64 da Lei Orgânica, podendo optar pelo subsídio do mandato;
II – para tratar de interesse particular, sem subsídio, desde que o afastamento não seja superior a 120 dias, por sessão legislativa;
III – para tratar da própria saúde, sem prejuízo do subsídio.
§ 1º Exceto na hipótese do inciso I, as licenças previstas no caput não importam em perda de cargo ocupado na Mesa Diretora.
§ 2º São ainda asseguradas aos Deputados Distritais, nas mesmas condições previstas no regime jurídico dos servidores públicos civis do Distrito Federal:
I – a licença-maternidade ou licença-paternidade, inclusive no caso de adoção;
II – a licença ou a ausência justificada:
a) em razão de casamento;
b) decorrente da morte do cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão;
c) por motivo de doença em pessoa da família.
§ 3º Para obtenção ou prorrogação da licença prevista no inciso III do caput, é necessária a apresentação de atestado médico, que independe de qualquer tipo de homologação para produzir efeitos.
§ 4º As licenças de que trata este artigo são concedidas pela Mesa Diretora e publicadas no Diário da Câmara Legislativa.
§ 5º O Deputado Distrital pode solicitar à Mesa Diretora, a qualquer tempo, o encerramento das licenças de que trata este artigo.
Seção II
Do Afastamento por Incapacidade Civil ou Mental
Art. 20. Em caso de incapacidade civil, decretada em juízo, ou em caso de incapacidade mental, avaliada na forma da legislação federal por equipe multi e interdisciplinar nomeada pela Mesa Diretora, o Deputado Distrital fica afastado do exercício do mandato, sem perda do subsídio, enquanto durarem seus efeitos, desde que não ultrapasse o fim da legislatura.
§ 1º A declaração de incapacidade somente surte efeitos após a publicação de resolução, aprovada pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 2º No caso de o Deputado Distrital negar-se a submeter-se ao exame de saúde, pode a Câmara Legislativa, por maioria absoluta dos Deputados Distritais, aplicar-lhe a medida de afastamento.
Seção III
Da Licença para Incorporação às Forças Armadas
Art. 21. O Deputado Distrital, mediante prévia autorização da Câmara Legislativa, pode, sem perder o mandato, incorporar-se às Forças Armadas nos casos de convocação prevista em lei federal.
§ 1º Recebido o documento de convocação, deve o Presidente da Câmara Legislativa, após a leitura em plenário, fazer a distribuição à Comissão de Constituição e Justiça, para emitir parecer em 5 dias.
§ 2º Juntamente com o seu parecer, a Comissão de Constituição e Justiça deve elaborar o respectivo projeto de resolução.
§ 3º Durante o afastamento, o Deputado Distrital pode optar pelo subsídio do mandato.
§ 4º Concluído o serviço militar, o Deputado Distrital tem até 30 dias, sem subsídio, para reassumir o exercício do mandato.
CAPÍTULO V
DA PRISÃO EM FLAGRANTE E DA INSTAURAÇÃO DE PROCESSO CONTRA DEPUTADO DISTRITAL
Art. 22. No caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, os autos devem ser remetidos, no prazo de 24 horas, à Câmara Legislativa, para que resolva sobre a prisão.
Parágrafo único. A manutenção da prisão depende do voto favorável da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 23. Recebidos os autos de flagrante, deve o Presidente da Câmara Legislativa despachar o expediente à Comissão de Constituição e Justiça, observadas as seguintes normas:
I – deve a comissão resolver, preliminarmente, sobre a prisão, e também:
a) verificar a situação individual do Deputado Distrital preso;
b) oferecer parecer prévio, no prazo de 72 horas, sobre a manutenção da prisão, assegurada a palavra ao Deputado Distrital envolvido ou ao seu procurador;
c) propor projeto de decreto legislativo, juntamente com o parecer prévio, dispondo sobre o relaxamento, a revogação ou a manutenção da prisão;
d) submeter ao Plenário da Câmara Legislativa, por intermédio da Mesa Diretora, na primeira sessão que houver, o parecer prévio e o projeto de decreto legislativo;
II – a decisão deve ser comunicada pelo Presidente da Câmara Legislativa ao juízo competente no prazo de 3 dias.
Parágrafo único. Nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, as competências previstas no inciso I deste artigo são exercidas pela Comissão Representativa.
Art. 24. A Câmara Legislativa, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta dos Deputados Distritais, pode sustar, até a decisão final do juízo competente, o andamento da ação penal contra o Deputado Distrital, por crime cometido após a diplomação.
§ 1º Recebido o pedido de sustação da ação penal, deve o Presidente da Câmara Legislativa despachar o expediente à Comissão de Constituição e Justiça para, em 15 dias, emitir parecer conclusivo, acompanhado do devido projeto de decreto legislativo.
§ 2º Numerado e publicado no Sistema de Publicações Legislativas, o projeto de decreto legislativo deve ser lido em Plenário e incluído na ordem do dia, observado o prazo de apreciação previsto no art. 61 da Lei Orgânica.
§ 3º A sustação da ação penal suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
CAPÍTULO VI
DA VACÂNCIA
Art. 25. As vagas na Câmara Legislativa são declaradas pela Mesa Diretora e se verificam em virtude de:
I – falecimento;
II – renúncia;
III – perda de mandato.
Art. 26. A declaração de renúncia do mandato deve ser dirigida por escrito à Mesa Diretora e independe de aprovação da Câmara Legislativa, mas somente se torna efetiva e irretratável depois de lida em plenário e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Considera-se também haver renunciado:
I – o Deputado Distrital que:
a) não tomar posse no prazo regimental;
b) não reassumir o mandato no prazo de 30 dias após o término de licença ou afastamento, salvo motivo de força maior ou de enfermidade devidamente comprovada;
II – o suplente de Deputado Distrital que, convocado, não exercer a faculdade do art. 27, § 1º, e deixar de:
a) tomar posse no prazo de 15 dias;
b) assumir o mandato em igual prazo, quando já tiver prestado o compromisso e sido empossado anteriormente.
CAPÍTULO VII
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE
Art. 27. A Mesa Diretora deve convocar, no prazo de 2 dias, o suplente de Deputado Distrital, nos casos de:
I – ocorrência de vaga;
II – investidura do titular nas funções definidas no art. 19, I;
III – licença para tratamento de saúde do titular, desde que o prazo original seja superior a 120 dias, vedada a soma de períodos para esse efeito, estendendo-se a convocação por todo o período da licença e de suas prorrogações.
§ 1º Assiste ao suplente de Deputado Distrital que for convocado o direito de se declarar impossibilitado de assumir o mandato, dando ciência por escrito à Mesa Diretora, a fim de ser convocado o suplente imediato.
§ 2º Ocorrendo vaga em período superior a 15 meses antes do término do mandato e não havendo suplente de Deputado Distrital a ser convocado, o Presidente deve comunicar o fato à Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no art. 64 da Lei Orgânica.
§ 3º O suplente assume a vaga do titular nas comissões, ressalvada a presidência e a vice-presidência.
§ 4º O suplente de Deputado Distrital pode ser eleito para presidente ou vice-presidente de comissão, vedada sua eleição para cargo da Mesa Diretora, da Corregedoria ou da Ouvidoria.
§ 5º Para reassumir o mandato, o Deputado Distrital afastado deve formalizar sua intenção à Mesa Diretora, a quem compete dar ciência ao suplente respectivo.
CAPÍTULO VIII
DAS LIDERANÇAS E DOS BLOCOS PARLAMENTARES
Art. 28. Líder é o Deputado Distrital escolhido por seus pares para falar em nome da bancada de seu partido ou bloco parlamentar.
§ 1º A escolha do líder é comunicada à Mesa Diretora no início de cada sessão legislativa, ou após a criação do bloco parlamentar, em documento subscrito pela maioria absoluta dos membros da representação, podendo, a qualquer tempo, ser substituído.
§ 2º Cada líder pode indicar vice-líderes, na proporção de 1 para 3 Deputados Distritais ou fração que constituam sua bancada, facultada a indicação de um como primeiro vice-líder.
§ 3º O Governador, por meio de mensagem dirigida ao Presidente da Câmara Legislativa, pode indicar um líder e um vice-líder dentre os Deputados Distritais como seus representantes junto à Câmara Legislativa.
§ 4º O líder do Governo tem as prerrogativas e restrições regimentais conferidas ao líder de partido ou bloco parlamentar, salvo o estabelecido no art. 29, II, V e VI.
§ 5º O vice-líder do Governo tem as prerrogativas e as restrições regimentais conferidas ao líder do Governo, de que trata o § 4º, em caso de ausência ou impedimento e por delegação desse.
Art. 29. Ao líder, além de outras atribuições regimentais, compete:
I – fazer uso da palavra, nos casos previstos neste Regimento Interno;
II – indicar ao Presidente da Câmara Legislativa os membros da bancada para comporem comissões de qualquer natureza e, a qualquer tempo, substituí-los;
III – tomar parte nas reuniões do Colégio de Líderes;
IV – orientar, por tempo não superior a 2 minutos, a votação de proposição;
V – declarar a obstrução de sua bancada;
VI – subscrever proposição representando os integrantes de sua bancada, quando autorizado por este Regimento Interno.
§ 1º O Deputado Distrital pertencente a partido de representação unitária pode expressar a posição do partido, em defesa da respectiva linha política, no período dos comunicados de líderes.
§ 2º As prerrogativas estabelecidas neste artigo podem ser estendidas a vice-líder ou a membro da respectiva bancada, por delegação do líder.
Art. 30. As representações de 2 ou mais partidos, por deliberação das respectivas bancadas, podem constituir bloco parlamentar sob liderança comum.
§ 1º O bloco parlamentar tem, no que couber, o tratamento dispensado por este Regimento Interno a partido político representado na Câmara Legislativa.
§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas regimentais, salvo o disposto no art. 33, parágrafo único.
§ 3º O bloco parlamentar é composto de, no mínimo, 3 Deputados Distritais.
§ 4º Se o desligamento de Deputado Distrital de uma bancada implicar redução do número fixado no § 3º, extingue-se o bloco parlamentar.
§ 5º O bloco parlamentar tem existência circunscrita à legislatura, devendo o ato de sua criação e as alterações posteriores ser apresentados à Mesa Diretora para registro e publicação.
§ 6º O partido político integrante de um bloco parlamentar não pode fazer parte de outro, concomitantemente.
§ 7º O Deputado Distrital sem filiação partidária pode integrar bloco parlamentar.
§ 8º A constituição ou a permanência em bloco parlamentar depende da anuência da maioria absoluta dos Deputados Distritais que compõem a bancada de cada partido integrante da representação.
Art. 31. Além dos líderes de partido político e de bloco parlamentar, a maioria e a minoria também podem escolher seus líderes respectivos.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se:
I – maioria: o partido político ou bloco parlamentar com maior número de integrantes que, por unanimidade, formalize ser base ou oposição ao Governo;
II – minoria: o partido político ou bloco parlamentar com maior número de integrantes que, por unanimidade, formalize posição inversa à da maioria.
§ 2º Nos casos de partidos políticos ou blocos parlamentares com o mesmo número de integrantes, devem ser observados os seguintes critérios de desempate, em ordem sucessiva:
I – maior número de legislaturas das bancadas, obtido pela soma do número de legislaturas que cada integrante tenha;
II – maior número de votos, obtido pela soma do número de votos que cada integrante teve na última eleição.
§ 3º As modificações numéricas nas bancadas de partido político ou bloco parlamentar têm repercussão imediata no direito de escolha do líder da maioria ou da minoria.
§ 4º A maioria e a minoria podem indicar um vice-líder da mesma bancada ou deferir que a escolha seja feita por outro partido ou bloco parlamentar que expresse a mesma posição em relação ao Governo.
CAPÍTULO IX
DO COLÉGIO DE LÍDERES
Art. 32. O Colégio de Líderes é constituído pelos líderes dos partidos políticos, dos blocos parlamentares, do Governo, da maioria e da minoria.
Art. 33. Sempre que possível, as deliberações do Colégio de Líderes são tomadas mediante consenso entre seus integrantes ou, na falta deste, pelo critério da maioria, calculando-se o voto dos líderes em função da composição numérica de cada bancada.
Parágrafo único. Os líderes de partido político que participem de bloco parlamentar, o líder do Governo, o líder da maioria e o líder da minoria têm direito a voz no Colégio de Líderes, mas não a voto.
Art. 34. Compete ao Colégio de Líderes:
I – deliberar sobre a instalação das comissões parlamentares de inquérito, nos termos do art. 80, § 9º;
II – definir o número e o valor máximos de emendas aos projetos de matéria orçamentária, nos termos do art. 228, § 1º;
III – deliberar sobre os demais assuntos definidos neste Regimento Interno, além de outros levados à sua consideração.
Art. 35. As reuniões do Colégio de Líderes podem ser convocadas pelo Presidente da Câmara Legislativa ou por líderes que representem a maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. Quando se tratar de assuntos relativos ao processo legislativo, os líderes podem ser consultados em Plenário, observado o seguinte:
I - ao Presidente compete fazer a chamada dos líderes, da maior bancada para a menor;
II - ao líder é concedido 1 minuto para justificar o voto proferido em nome de sua bancada;
III - os votos são computados na forma do art. 33;
IV - na ausência do líder em Plenário, serão chamados os vice-líderes ou, na falta destes, o membro mais idoso da bancada, dentre os de maior número de legislaturas.
CAPÍTULO X
DAS FRENTES PARLAMENTARES
Art. 36. Frente parlamentar é a organização suprapartidária composta por pelo menos um terço dos Deputados Distritais, destinada a promover o aprimoramento da legislação sobre determinado tema ou a discutir demandas específicas da sociedade do Distrito Federal.
Parágrafo único. O ingresso ou desligamento de Deputado Distrital de frente parlamentar pode ocorrer a qualquer tempo, mediante requerimento, observado o art. 38.
Art. 37. O registro de frente parlamentar é feito por meio de requerimento, instruído com sua ata de fundação e constituição, bem como com seu estatuto.
§ 1º O requerimento de registro deve indicar o nome da frente parlamentar e um representante dentre os Deputados Distritais que a integrem, responsável perante a Câmara Legislativa por todas as informações que prestar à Mesa Diretora.
§ 2º Recebido o requerimento, o Presidente da Câmara Legislativa deve mandar publicá-lo no Diário da Câmara Legislativa, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, procede à devolução ao seu primeiro signatário.
Art. 38. A frente parlamentar extingue-se automaticamente ao final da legislatura ou se o número de integrantes for inferior a um terço dos Deputados Distritais.
TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA CÂMARA LEGISLATIVA
CAPÍTULO I
DA MESA DIRETORA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 39. A Mesa Diretora, órgão diretor colegiado, compõe-se do Presidente, de dois Vice-Presidentes e de quatro Secretários.
Parágrafo único. Cada Secretário possui um suplente de secretário, sempre que possível, do mesmo partido ou bloco parlamentar do titular.
Seção II
Das Reuniões da Mesa Diretora
Art. 40. A Mesa Diretora reúne-se, periodicamente, em horário e local previamente acordados entre seus membros, ou, extraordinariamente, quando convocada por seu presidente ou por, no mínimo, 4 de seus membros titulares.
§ 1º As deliberações da Mesa Diretora são tomadas pela maioria absoluta de seus membros, e as atas e os atos delas decorrentes, após a assinatura, são publicados no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Todos os membros da Mesa Diretora devem ser previamente comunicados de reunião convocada extraordinariamente.
§ 3º O suplente de secretário pode participar de todas as reuniões da Mesa Diretora com direito a voz e, quando em substituição a membro titular, com direito a voto.
§ 4º O Deputado Distrital pode comparecer às reuniões da Mesa Diretora e usar da palavra, se assim o Presidente da Câmara Legislativa permitir.
§5º No início de cada biênio, a Mesa Diretora deve reunir-se para estabelecer, por delegação de competência, as atividades legislativas e administrativas de cada membro.
Seção III
Das Atribuições da Mesa Diretora
Art. 41. À Mesa Diretora, órgão diretor colegiado, compete a direção dos trabalhos do Poder Legislativo e dos serviços administrativos estabelecidos neste Regimento Interno.
§ 1º Na direção dos trabalhos do Poder Legislativo, compete especialmente à Mesa Diretora:
I – convocar sessão legislativa extraordinária, no caso do art. 67, II, da Lei Orgânica;
II – tomar as providências necessárias à regularidade dos trabalhos legislativos;
III – iniciar o processo legislativo quando a matéria for de sua competência;
IV – emitir parecer sobre matéria regimental ou da administração interna da Câmara Legislativa, quando a proposição não for de sua autoria;
V – aplicar ao Deputado Distrital as sanções disciplinares previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
VI – promulgar emenda à Lei Orgânica;
VII – propor ação de controle de constitucionalidade, por iniciativa própria ou a requerimento de Deputado Distrital ou de comissão;
VIII – determinar o arquivamento de relatório ou parecer de comissão especial, ou de inquérito que não haja sido concluído com apresentação de projeto ou não solicite providências;
IX – requisitar auditoria e inspeção do Tribunal de Contas do Distrito Federal sobre atos sujeitos à fiscalização da Câmara Legislativa, por iniciativa própria ou a requerimento de Deputado Distrital;
X – receber representação de infração contra Deputado Distrital, nas hipóteses previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
XI - decidir sobre requerimento que solicite:
a) a não realização de sessão em determinado dia;
b) a realização de sessão solene.
§ 2º Na direção dos serviços administrativos, compete especialmente à Mesa Diretora:
I – promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências de sua alçada ou de competência da Câmara Legislativa;
II – adotar as providências cabíveis, por solicitação do interessado, para a defesa judicial e extrajudicial de Deputado Distrital contra ameaça ou prática de ato atentatório ao livre exercício e às prerrogativas constitucionais e legais do mandato parlamentar;
III – determinar o desconto, no subsídio do Deputado Distrital, proporcional às ausências injustificadas às sessões ordinárias;
IV – conceder licença a Deputado Distrital, nos termos deste Regimento Interno;
V – adotar medidas para promover e valorizar o Poder Legislativo e resguardar o seu conceito perante a sociedade;
VI – aprovar o plano de comunicação social da Câmara Legislativa;
VII – aprovar as propostas em matéria orçamentária da Câmara Legislativa, inclusive as solicitações de créditos adicionais;
VIII – expedir atos para regular os serviços administrativos da Câmara Legislativa;
IX – estabelecer as normas para a celebração de contratos, convênios, acordos, ajustes e instrumentos congêneres;
X – examinar a prestação de contas a ser remetida ao Tribunal de Contas do Distrito Federal;
XI – julgar, em última instância, recursos administrativos.
Art. 42. Compete, ainda, à Mesa Diretora decidir, no prazo de 10 dias, sobre requerimento de informação, sujeito às normas seguintes:
I – somente é admissível o requerimento que:
a) se refira a ato ou fato sujeito à competência ou supervisão da autoridade requerida;
b) se relacione com matéria sujeita à deliberação, à fiscalização ou ao controle da Câmara Legislativa;
c) não contenha pedido de providência, consulta, sugestão, conselho ou indagação sobre os propósitos da autoridade a quem é dirigido;
II – se a informação já tiver chegado à Câmara Legislativa, espontaneamente ou em resposta a requerimento anterior, o requerente deve dela receber cópia, e seu requerimento é tido por prejudicado;
III – a informação recebida, quando se destinar a elucidar matéria relacionada a proposição em curso na Câmara Legislativa, é incorporada ao respectivo processo.
§ 1º Do indeferimento do requerimento de informação, cabe recurso ao Plenário, na forma e condições do art. 144.
§ 2º Aprovado o requerimento de informação, cabe à Mesa Diretora encaminhá-lo à autoridade competente.
§ 3º Se a informação requerida não for prestada em 30 dias ou se for falsa, a Câmara Legislativa deve reunir-se, no prazo de 72 horas, para declarar a ocorrência do fato e adotar as providências do art. 60, XXXIII, da Lei Orgânica.
Seção IV
Das Atribuições do Presidente
Art. 43. O Presidente é o representante da Câmara Legislativa, o regulador dos seus trabalhos e o fiscal da sua ordem, na conformidade deste Regimento Interno.
Art. 44. São competências do Presidente da Câmara Legislativa, além de outras expressas neste Regimento Interno, ou que decorram da natureza de suas funções ou prerrogativas:
I – quanto às sessões da Câmara Legislativa:
a) convocar sessão legislativa extraordinária, nos casos previstos na Lei Orgânica;
b) elaborar a ordem do dia das sessões;
c) convocar, abrir, presidir, suspender, interromper e encerrar as sessões ordinárias e extraordinárias;
d) manter a ordem e fazer observar este Regimento Interno;
e) determinar a verificação de presença, em qualquer fase dos trabalhos, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital;
f) fazer ler o expediente e as comunicações feitas à Mesa;
g) anunciar a ordem do dia e o número de Deputados Distritais presentes;
h) decidir sobre requerimento que solicite:
1) a palavra ou a desistência dela;
2) a prorrogação de prazo para o orador na tribuna;
3) a leitura de qualquer matéria sujeita ao conhecimento do Plenário;
4) a observância de disposição regimental;
5) a retirada, pelo autor, de proposição que não tenha parecer favorável de comissão;
6) a retirada, pelo autor, de emenda ou subemenda, na forma do art. 153, §2º;
7) a inclusão, na ordem do dia, de proposição em condições regimentais de nela figurar;
8) a informação sobre a ordem dos trabalhos ou a ordem do dia;
9) a inversão de item de discussão e votação da ordem do dia;
10) a votação destacada de emenda ou de dispositivo ou de parte de proposição;
11) a verificação de votação;
12) a requisição de documentos.
i) interromper o orador que:
1) se desviar da questão;
2) falar sobre o vencido;
3) incorrer em infração prevista no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
4) fizer pronunciamento contendo propaganda de guerra, de ação de grupos armados, civis ou militares, ou qualquer afronta à ordem constitucional.
j) determinar que não seja registrado discurso ou aparte pela taquigrafia, quando antirregimental;
k) convidar, ouvido o Plenário, Deputado Distrital a retirar-se do recinto da sessão, quando perturbar a ordem;
l) alertar o orador quanto ao término do tempo a ele destinado;
m) decidir questão de ordem e reclamação sobre matéria regimental, cabendo recurso, interposto por Deputado Distrital, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça;
n) submeter matéria à discussão e à votação;
o) estabelecer o ponto da questão a ser objeto da votação;
p) comunicar ao Tribunal Regional Eleitoral a ocorrência de vaga, quando não haja suplente a convocar;
q) designar relator de Plenário, quando as comissões permanentes ainda não tiverem sido constituídas e nos demais casos previstos neste Regimento Interno;
II – quanto às proposições:
a) devolver ao autor, de ofício ou mediante provocação de comissão, proposição que não atenda às exigências regimentais;
b) determinar, de ofício ou mediante requerimento, a tramitação conjunta de proposições análogas ou correlatas;
c) distribuir as proposições e processos às comissões;
d) determinar a retirada de proposição da ordem do dia, nas hipóteses previstas neste Regimento Interno;
e) declarar prejudicada qualquer proposição, na forma do art. 187;
f) determinar o envio de proposição às comissões de admissibilidade ou ao Plenário, na forma do art. 174;
g) revisar o despacho de distribuição de proposição às comissões, nos termos do art. 162, § 1º.
h) promulgar resolução e decreto legislativo;
i) arquivar e deferir o desarquivamento de proposição, na forma deste Regimento;
j) prorrogar o prazo para emissão do parecer pelas comissões, na forma do art. 167, §1º;
III – quanto às comissões:
a) designar os membros e suplentes das comissões, indicados pelos líderes;
b) designar substituto eventual na ausência dos membros das comissões e de seus suplentes, observada a indicação de partido político ou de bloco parlamentar;
c) declarar a perda de lugar de membro de comissão que incidir no número de faltas previsto no art. 92, § 2º;
d) convidar o relator a esclarecer o parecer;
e) convocar as comissões para a eleição dos respectivos presidentes e vice-presidentes;
f) convocar e reunir, periodicamente, o Colégio de Líderes, a Mesa Diretora e os presidentes das comissões permanentes, para avaliação dos trabalhos da Câmara Legislativa, exame das matérias em tramitação e adoção das providências necessárias ao bom andamento das atividades legislativas;
IV – quanto à Mesa Diretora:
a) presidir suas reuniões;
b) tomar parte nas discussões e deliberações, com direito a voto;
c) executar ou fazer executar as suas decisões, quando tal incumbência não seja atribuída a outro membro;
d) designar relator para as matérias que dependam de parecer;
V – quanto às publicações e divulgação:
a) determinar a divulgação das decisões do Plenário, da Mesa Diretora e do Colégio de Líderes;
b) vedar a publicação de pronunciamento proferido com infringência das normas regimentais;
c) resolver sobre a publicação de expediente não oficial no Diário da Câmara Legislativa;
d) determinar que as informações oficiais sejam publicadas por extenso, em resumo ou somente referidas na ata;
e) fazer publicar, no Diário da Câmara Legislativa, a relação dos Deputados Distritais.
§ 1º Compete, ainda, ao Presidente da Câmara Legislativa:
I – dar posse aos Deputados Distritais, ao Governador e ao Vice-Governador do Distrito Federal;
II – exercer o Governo do Distrito Federal, nos termos da lei;
III – zelar pelo prestígio e decoro da Câmara Legislativa, bem como pela liberdade e dignidade dos Deputados Distritais, assegurando-lhes o devido respeito às suas imunidades e demais prerrogativas;
IV – promulgar leis, nos termos do art. 74 da Lei Orgânica;
V – assinar correspondência em nome da Câmara Legislativa;
VI – assinar contrato, convênio, acordo ou instrumento congênere, em nome da Câmara Legislativa;
VII – dirigir, com suprema autoridade, a polícia da Câmara Legislativa e requisitar reforço policial, quando necessário;
VIII – emitir pronunciamento sobre a prestação e tomada de contas e submetê-las a exame da Mesa Diretora;
IX – encaminhar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal a prestação de contas das unidades orçamentárias da Câmara Legislativa;
X – prover os cargos e designar servidor da Carreira Legislativa para as funções de confiança;
XI – requisitar ou ceder servidor efetivo;
XII – instaurar sindicância, processo disciplinar e tomada de contas especial;
XIII – proferir decisão em sindicância e processo disciplinar;
XIV – coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhe forem delegadas pela Mesa Diretora;
XV - propor o calendário anual de eventos.
§ 2º O Presidente pode, a qualquer momento, fazer ao Plenário comunicação de interesse do Distrito Federal, da Câmara Legislativa e da Mesa Diretora.
§ 3º O Presidente da Câmara Legislativa, no exercício do cargo de Governador, fica automaticamente afastado de suas funções parlamentares.
§ 4º O Presidente pode submeter ao Plenário calendário anual de eventos, que, se aprovado, dispensa a deliberação de novos requerimentos para os eventos nele previstos, cabendo à Mesa Diretora regulamentar a participação proporcional dos parlamentares em sua formulação.
Seção V
Das Atribuições dos Vice-Presidentes
Art. 45. Ao Primeiro Vice-Presidente compete:
I – substituir o Presidente da Câmara Legislativa em suas ausências e impedimentos e suceder-lhe no caso de vacância até realizar-se nova eleição;
II – promulgar leis, nos casos previstos na Lei Orgânica;
III – promulgar decreto legislativo e resolução, quando o Presidente deixar de fazê-lo no prazo regimental;
IV – coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhe forem delegadas pela Mesa Diretora.
Art. 46. Ao Segundo Vice-Presidente compete:
I – substituir o Presidente da Câmara Legislativa nas suas ausências e impedimentos, quando o Primeiro Vice-Presidente não puder fazê-lo;
II – suceder o Primeiro Vice-Presidente em caso de vacância até realizar-se nova eleição;
III – coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhe forem delegadas pela Mesa Diretora.
Seção VI
Das Atribuições dos Secretários
Art. 47. Compete aos secretários coordenar, controlar e executar as atividades legislativas e administrativas que lhes forem delegadas pela Mesa Diretora.
Parágrafo único. Os secretários substituem-se conforme sua numeração ordinal e, nesta ordem, substituem o Presidente da Câmara Legislativa nas suas ausências e impedimentos, quando os Vice-Presidentes não puderem fazê-lo.
Seção VII
Da Vacância em Cargos da Mesa Diretora
Art. 48. A vacância em cargo da Mesa Diretora ocorre quando o titular:
I – deixar de ser Deputado Distrital;
II – licenciar-se, para tratar da própria saúde, por mais de 120 dias;
III – renunciar ao cargo que detém;
IV – incorporar-se às Forças Armadas, após licença da Câmara Legislativa;
V – não comparecer a 4 reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força maior, comunicado por escrito à Mesa Diretora.
Parágrafo único. O secretário pode se afastar do exercício do cargo de membro da Mesa Diretora, por até 120 dias, sem perda do cargo, sendo substituído temporariamente pelo respectivo suplente.
Art. 49. Declarado vago o cargo de Presidente da Câmara Legislativa, de Vice-Presidente ou de suplente de secretário da Mesa Diretora, é ele preenchido mediante eleição, dentro de 7 dias, observadas as formalidades dos arts. 9º a 11.
§ 1º No caso de vacância de cargo de secretário da Mesa Diretora, o cargo é ocupado pelo respectivo suplente.
§ 2º O disposto no caput não se aplica se faltarem menos de 2 meses para o término do mandato da Mesa Diretora, hipótese em que o substituto regimental imediato assume as funções até o início do exercício da nova Mesa Diretora.
CAPÍTULO II
DA CORREGEDORIA PARLAMENTAR
Art. 50. A Corregedoria Parlamentar é constituída por um Corregedor e por um Corregedor Adjunto, eleitos dentre os Deputados Distritais na mesma data da eleição dos presidentes das comissões permanentes, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.
§ 1º Compete ao Corregedor da Câmara Legislativa:
I – zelar pelo decoro parlamentar, a ordem e a disciplina na Câmara Legislativa;
II – realizar investigação prévia acerca de notícia de infração ao Código de Ética e Decoro Parlamentar;
III – inspecionar, periodicamente, os processos referentes às proposições.
§ 2º No caso de suspeição ou impedimento do Corregedor e do Corregedor Adjunto para atuar no feito, deve ser eleito Corregedor ad hoc.
§ 3º Para a caracterização da suspeição e do impedimento do Corregedor ou do Corregedor Adjunto, aplicam-se, no que couber, as disposições do Código de Processo Civil.
§ 4º O Corregedor Adjunto substitui o Corregedor em seus afastamentos, impedimentos e suspeições e sucede-o no caso de vacância.
§ 5º Declarado vago o cargo de Corregedor Adjunto, ou na hipótese de vacância simultânea dos cargos de Corregedor e de Corregedor Adjunto, deve ser realizada nova eleição.
CAPÍTULO III
DA OUVIDORIA DA CÂMARA LEGISLATIVA
Art. 51. A Ouvidoria da Câmara Legislativa é constituída por um Ouvidor e um Ouvidor Adjunto, eleitos dentre os Deputados Distritais, na mesma data da eleição dos presidentes das comissões permanentes, para mandato de 2 anos, permitida a recondução.
§ 1º Compete à Ouvidoria da Câmara Legislativa:
I – receber sugestão, crítica, elogio, reclamação e denúncia, encaminhados pelo cidadão, sobre as atividades da Câmara Legislativa, especialmente as relacionadas a:
a) serviços legislativos e administrativos;
b) prestação de serviços públicos pelo Poder Público distrital;
II – registrar, classificar e encaminhar as manifestações a que se refere o inciso I aos destinatários, conforme sua pertinência;
III – informar ao interessado, em até 30 dias, sobre o encaminhamento de suas manifestações, exceto na hipótese em que a lei assegurar o dever de sigilo;
IV – atuar como Serviço de Informações ao Cidadão – SIC, observadas as diretrizes estabelecidas na legislação federal e distrital;
V – promover, em conjunto com a unidade administrativa de comunicação, a divulgação de informações de interesse coletivo e geral referentes às atividades da Câmara Legislativa, independentemente de requerimento;
VI – sugerir às comissões a realização de audiência pública que guarde relação com temas suscitados pelos demandantes;
VII – propor à Mesa Diretora medidas que permitam o efetivo controle social das atividades desenvolvidas na Câmara Legislativa, bem como o aperfeiçoamento de sua organização interna.
§ 2º A Ouvidoria deve elaborar, anualmente, relatório de suas atividades, a ser publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 3º Não é processada pela Ouvidoria da Câmara Legislativa a manifestação vazia nem a que contenha teor ofensivo ou discriminatório.
§ 4º O Ouvidor pode solicitar informação ou documento, quando necessário, a qualquer unidade organizacional da Câmara Legislativa, garantida a autonomia no desempenho de suas funções.
§ 5º O Ouvidor Adjunto substitui o Ouvidor em seus afastamentos, suspeições e impedimentos e sucede-o no caso de vacância.
§ 6º Declarado vago o cargo de Ouvidor Adjunto, ou na hipótese de vacância simultânea dos cargos de Ouvidor e de Ouvidor Adjunto, deve ser realizada nova eleição.
CAPÍTULO IV
DA COMISSÃO REPRESENTATIVA
Art. 52. A Comissão Representativa a que se refere o art. 68, § 5º, da Lei Orgânica, funciona durante os recessos parlamentares e é constituída, mediante votação ostensiva, por 3 membros titulares e igual número de suplentes, exercendo um deles o cargo de Presidente.
§ 1º A Comissão Representativa pode ser eleita para períodos distintos no mesmo recesso parlamentar.
§ 2º A eleição é realizada na última quinzena de cada sessão legislativa ordinária, entre candidatos previamente inscritos, observado o seguinte:
I – na composição da Comissão Representativa, é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária;
II – as inscrições são realizadas junto à Mesa pelos próprios candidatos;
III – feitas as inscrições, aplicam-se, no que couber, as normas para eleição da Mesa Diretora.
§ 3º Não havendo candidato inscrito, ou se os inscritos forem em número insuficiente, o Presidente da Câmara Legislativa deve solicitar aos líderes que façam as indicações, sob pena de se aplicar o disposto no art. 62, § 1º.
§ 4º A Comissão Representativa, observado o § 1º, exerce suas funções no recesso que se seguir à sua eleição e no recesso de julho da sessão legislativa seguinte.
§ 5º Na ausência de Comissão Representativa eleita, as competências previstas no art. 54 são exercidas pela Mesa Diretora.
Art. 53. As reuniões da Comissão Representativa são realizadas em dia, horário e local previamente acertados entre seus membros e, extraordinariamente, quando convocadas pelo seu Presidente ou pela maioria absoluta de seus membros efetivos.
Parágrafo único. O Deputado Distrital que não integra a Comissão Representativa pode participar de suas reuniões, sem direito a voto.
Art. 54. Compete à Comissão Representativa:
I – zelar pelas prerrogativas do Poder Legislativo e pela observância da Constituição Federal, da Lei Orgânica e das garantias nelas consignadas;
II – convocar sessão legislativa extraordinária, nos casos previstos na Lei Orgânica;
III – deliberar sobre o pedido do Governador ou do Vice-Governador para se ausentar do Distrito Federal por mais de 15 dias;
IV – resolver preliminarmente sobre a prisão de Deputado Distrital nos casos de flagrante de crime inafiançável;
V – apresentar parecer conclusivo sobre pedido de sustação de ação penal.
VI – receber e examinar petição, reclamação e representação de qualquer pessoa física ou jurídica;
VII – receber comunicação de veto, nos termos do art. 74 da Lei Orgânica.
Parágrafo único. Havendo convocação de sessão legislativa extraordinária, suspendem-se as competências da Comissão Representativa.
CAPÍTULO V
DAS COMISSÕES
Seção I
Das Disposições Comuns
Subseção I
Das Disposições Preliminares
Art. 55. As comissões da Câmara Legislativa são:
I – permanentes, as de caráter técnico-legislativo ou especializado, tendo por finalidade apreciar assuntos e proposições submetidos ao seu exame e sobre eles emitir parecer, além de exercer o acompanhamento de planos e programas governamentais e o controle dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo, bem como exercer a fiscalização orçamentária do Distrito Federal, no âmbito do respectivo campo temático e áreas de atuação;
II – temporárias, as criadas para apreciar determinado assunto e que se extinguem ao término da legislatura, ou antes dele, quando alcançado o fim a que se destinam ou expirado o prazo de duração, ou, ainda, se a sua instalação não se der nos 10 dias seguintes à sua constituição.
§ 1º Cada comissão tem um presidente e um vice-presidente eleitos entre seus membros titulares, observadas, no que couber, as normas de eleição dos membros da Mesa Diretora.
§ 2º As comissões contam com assessoramento técnico e apoio das unidades organizacionais da Câmara Legislativa.
§ 3º O Diário da Câmara Legislativa deve publicar, em todas as suas edições, a relação das comissões permanentes, especiais e de inquérito, com a indicação dos membros titulares e suplentes.
Art. 56. Na constituição das comissões, é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade partidária.
Subseção II
Das Competências Comuns
Art. 57. São competências comuns a todas as comissões:
I – apreciar proposições e sobre elas emitir parecer, na forma deste Regimento Interno;
II – estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo temático ou área de atuação, podendo:
a) promover conferência, exposição, palestra, simpósio, seminário, audiência pública ou eventos assemelhados;
b) produzir e divulgar relatórios periódicos sobre temas inerentes ao seu campo temático, podendo destacar avanços, desafios ou recomendações para políticas públicas;
III – receber petição, reclamação, representação, denúncia ou queixa contra ato ou omissão de autoridade, órgão ou entidade públicos do Distrito Federal, bem como de violação de direitos compreendidos dentro do seu campo temático;
IV – solicitar audiência ou colaboração de entidades, públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, visando troca de experiências, cooperação técnica ou elucidação de questões acerca de matéria sujeita a seu pronunciamento;
V - articular atuação conjunta de entidades, públicas ou privadas, para solução de demandas da sociedade compreendidas no respectivo campo temático;
VI – requisitar depoimento de autoridade ou servidor público e solicitar a oitiva de cidadão;
VII – requerer, por intermédio da Mesa Diretora, informação a Secretário de Estado ou a órgão e entidade públicos do Distrito Federal;
VIII – convocar Secretário de Estado, dirigente e servidor de órgão e entidade públicos do Distrito Federal a prestar pessoalmente informação sobre assunto previamente determinado;
IX – apreciar e fiscalizar programas, planos regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
X – fiscalizar ato que envolva despesa de órgão e entidade públicos;
XI – exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta e empresas controladas;
XII – fiscalizar ajuste, consórcio, convênio, acordo e decisão administrativa ou instrumentos assemelhados firmados pelo Distrito Federal com a União, com Estado ou com Município;
XIII – realizar, com auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, ou determinar a realização de diligências, perícias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas em órgão e entidade públicos do Distrito Federal;
XIV – propor a sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar, elaborando o respectivo projeto de decreto legislativo.
XV - acompanhar e fiscalizar a execução de lei em vigor ou de programa de governo relativos às matérias de sua competência.
Parágrafo único. As competências estabelecidas nos incisos IV e VII deste artigo não excluem a iniciativa concorrente de Deputado Distrital.
Subseção III
Das Subcomissões
Art. 58. As comissões podem constituir subcomissões, integradas por seus próprios membros, para estudo de proposição, desempenho de atividades específicas ou trato de assuntos definidos no respectivo ato de criação, o qual deve indicar o prazo para conclusão dos trabalhos.
§ 1º Nenhuma comissão pode contar com mais de 3 subcomissões em funcionamento simultâneo.
§ 2º A comissão deve designar 3 membros para cada subcomissão, respeitado o princípio da proporcionalidade partidária.
§ 3º A subcomissão deve concluir seus trabalhos com parecer ou relatório a ser submetido à deliberação da respectiva comissão.
Seção II
Das Comissões Permanentes
Subseção I
Das Disposições Preliminares
Art. 59. São comissões permanentes:
I – Comissão de Constituição e Justiça;
II – Comissão de Economia, Orçamento e Finanças;
III – Comissão de Assuntos Sociais;
IV – Comissão de Defesa do Consumidor;
V – Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa;
VI – Comissão de Assuntos Fundiários;
VII – Comissão de Educação e Cultura;
VIII – Comissão de Segurança;
IX – Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo;
X – Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle;
XI – Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana;
XII – Comissão de Produção Rural e Abastecimento;
XIII - Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher;
XIV - Comissão de Saúde.
Subseção II
Da Composição e Instalação
Art. 60. As comissões permanentes têm 5 membros titulares; as temporárias, o número indicado no ato de sua criação.
Art. 61. O número de lugares de cada partido ou bloco parlamentar nas comissões é definido pelo Presidente da Câmara Legislativa:
I – para as comissões permanentes:
a) no dia 6 de janeiro do primeiro ano de cada legislatura, para o primeiro biênio;
b) em até 1 dia antes da data das respectivas eleições, para o segundo biênio;
II – para as comissões temporárias, em até 10 dias após o ato de sua criação.
§ 1º O número de lugares de que trata o caput obedece às seguintes regras:
I – divide-se o número de Deputados Distritais pelo número de membros de cada comissão;
II – o número de Deputados Distritais de cada partido ou bloco parlamentar é dividido pelo quociente obtido na forma do inciso I;
III – o inteiro do quociente obtido na forma do inciso II representa o número de lugares que o partido ou bloco parlamentar tem em cada comissão;
IV – os lugares remanescentes são fixados por escolha dos líderes pela seguinte ordem sucessiva:
a) da maior fração do quociente de proporcionalidade partidária para a menor;
b) da maior bancada para a menor;
c) maior número de legislaturas das bancadas, obtido pela soma do número de legislaturas que cada integrante tiver contabilizado na forma do art. 3º, § 2º;
d) maior soma dos períodos em que cada integrante da bancada exerceu o mandato, incluído o exercício como suplente;
V – o Deputado Distrital sem partido político e que não integre bloco parlamentar escolhe os lugares que sobrarem após a escolha dos líderes, tendo preferência na opção o mais idoso dentre os de maior número de legislaturas.
§ 2º Para os fins do inciso IV, a, considera-se fração a casa decimal ou centesimal que suceda o inteiro.
§ 3º Cada partido ou bloco parlamentar tem, em cada comissão, tantos suplentes quantos forem os seus membros titulares, observado, na substituição, o art. 91.
§ 4º Cumprido o disposto no § 3º, os lugares remanescentes são ocupados conforme os critérios estabelecidos neste artigo.
§ 5º Cada Deputado Distrital, observados os impedimentos regimentais e o disposto no art. 17, §1º, tem o direito de ser integrante de pelo menos 2 comissões permanentes.
Art. 62. Estabelecido o número de lugares de cada partido ou bloco parlamentar, compete ao líder comunicar ao Presidente da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias, os nomes dos Deputados Distritais que, como titulares e suplentes, vão integrar cada comissão.
§ 1º O Presidente da Câmara Legislativa deve fazer, de ofício, a designação se, no prazo fixado, o líder não comunicar os nomes para compor as comissões.
§ 2º Juntamente com a composição nominal, o Presidente da Câmara Legislativa deve publicar, no Sistema de Publicações Legislativas, a convocação das comissões para eleição dos respectivos presidentes e vice-presidentes.
§ 3º Na primeira sessão legislativa da legislatura, os atos previstos neste artigo devem ser praticados conforme calendário especial definido pelo Presidente em exercício.
Subseção III
Das Competências e Matérias Específicas das Comissões
Art. 63. As comissões permanentes exercem suas competências em razão da matéria, sendo vedado a uma comissão:
I – exercer competência de outra comissão;
II – manifestar-se sobre matéria que não seja de sua competência.
Parágrafo único. A proposição que contiver matéria de mérito da competência de mais de uma comissão deve ser distribuída às comissões respectivas pelo Presidente da Câmara Legislativa, de ofício, no início da tramitação, ou a requerimento de Deputado Distrital, na forma e nos limites do art. 162, §1º.
Subseção IV
Da Comissão de Constituição e Justiça
Art. 64. Compete à Comissão de Constituição e Justiça:
I – examinar a admissibilidade das proposições em geral, quanto à constitucionalidade, juridicidade, legalidade, regimentalidade, técnica legislativa e redação;
II – responder a consultas formuladas pelo Presidente da Câmara Legislativa, Mesa Diretora ou outra comissão sobre aspectos do inciso I;
III – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) direito constitucional, eleitoral, civil, penal, penitenciário, processual e notarial;
b) direito administrativo em geral, resguardada, quando for o caso, a competência concorrente com as demais comissões;
c) transferência temporária da sede do Governo;
d) pedido de licença do Governador ou do Vice-Governador para se ausentar do Distrito Federal por mais de 15 dias, oferecendo o respectivo projeto de decreto legislativo;
e) arguição pública do cidadão indicado para Procurador-Geral e dos cidadãos indicados para compor o Conselho de Governo;
f) deveres e prerrogativas do mandato, bem como pedidos de licença para incorporação de Deputado Distrital às Forças Armadas, de suspensão das imunidades parlamentares ou de sustação de ação penal;
g) consolidação das leis distritais;
h) solicitação de intervenção federal;
i) alterações no regimento interno, quando a proposição não for de sua autoria;
j) recursos, nos casos previstos neste Regimento Interno;
k) sustação dos atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar.
IV – proceder ao exame dos aspectos constitucionais, legais e jurídicos do parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em caso de perda do mandato, suspensão das prerrogativas do mandato ou suspensão temporária do mandato de Deputado Distrital;
VIII – elaborar a redação final, nos casos previstos neste Regimento Interno;
IX – editar enunciados de súmulas sobre constitucionalidade, juridicidade, legalidade e regimentalidade.
Parágrafo único. É terminativo o parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre a admissibilidade de proposição quanto à constitucionalidade, juridicidade e legalidade, cabendo, no caso de inadmissibilidade, recurso ao Plenário interposto por um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias.
Subseção V
Da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças
Art. 65. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças:
I – examinar a admissibilidade de proposição quanto à adequação orçamentária e financeira;
II – responder a consulta formulada pela Mesa Diretora ou por outra comissão sobre aspectos do inciso I;
III – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) repercussão orçamentária ou financeira das proposições;
b) plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, crédito adicional, contas públicas e operações de crédito sujeitas à autorização legislativa;
c) de natureza tributária, creditícia, orçamentária, financeira e patrimonial;
d) prestação de garantia, pelo Distrito Federal, em operação de crédito contratada por suas entidades públicas;
e) prestação ou tomada de contas do Governador e do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
f) relatório anual encaminhado pelo Governador com a identificação dos bens do Distrito Federal objeto de concessão ou permissão de uso no exercício, assim como sua destinação e beneficiário;
g) fixação de subsídio dos Deputados Distritais, do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Administradores Regionais;
h) dívida pública interna e externa;
i) arguição pública de cidadão indicado para cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal e de presidente de instituição financeira oficial do Distrito Federal;
j) normas sobre serviço de veículos de aluguel;
IV – elaborar a redação final dos projetos de lei relacionados no art. 224;
V – fiscalizar a execução orçamentária, financeira e contábil.
§1º É terminativo o parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças sobre a admissibilidade de proposição quanto à adequação orçamentária e financeira, cabendo, no caso de inadmissibilidade, recurso ao Plenário interposto por um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias.
§ 2º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve realizar audiência pública para apresentação pelo Secretário de Estado da Fazenda da demonstração e avaliação de que trata o art. 9º, § 4º, da Lei Complementar federal nº 101, de 04 de maio de 2000.
Subseção VI
Da Comissão de Assuntos Sociais
Art. 66. Compete à Comissão de Assuntos Sociais analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - desporto, recreação e lazer;
II - questões relativas ao trabalho, previdência e assistência social;
III - proteção, integração e garantias das pessoas com deficiência;
IV - proteção à infância, à adolescência, à juventude e ao idoso;
V - promoção da integração social;
VI - critérios de fixação de tarifa e preço público para serviço da competência do Distrito Federal;
VII - relações de trabalho e política de incentivo à criação de emprego e renda;
VIII - política de combate às causas da pobreza, subnutrição, insegurança alimentar e fatores de marginalização;
IX - política de integração social dos segmentos desfavorecidos;
X - sistema regional de defesa civil e política de combate a calamidades;
XI - concessão de título de cidadão benemérito e honorário;
XII - serviços públicos em geral, salvo matéria específica de outra comissão;
XIII - comunicação social;
XIV - servidor público civil do Distrito Federal, seu regime jurídico, plano de carreira, provimento de cargo, estabilidade, remuneração, aposentadoria e regime próprio de previdência social;
XV - criação, estruturação, reestruturação, desmembramento, extinção, incorporação, fusão e atribuições de órgão e entidade públicos.
Subseção VII
Da Comissão de Defesa do Consumidor
Art. 67. Compete à Comissão de Defesa do Consumidor analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - relações de consumo e medidas de proteção e defesa do consumidor;
II - orientação e educação do consumidor;
III - composição, qualidade, apresentação, publicidade e distribuição de bens e serviços;
IV - política de abastecimento;
V - consumo e comércio, inclusive o ambulante;
VI - organização e funcionamento de órgão ou entidade que atue na defesa do consumidor, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção VIII
Da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa
Art. 68. Compete à Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos;
b) direitos inerentes à pessoa humana;
c) discriminação de qualquer natureza;
d) sistema penitenciário e direitos do detento;
e) violência e abuso de autoridade;
f) defesa dos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade social e da população em situação de rua;
g) organização e funcionamento de órgão ou entidade que atue na área de direitos humanos, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores;
II – visitar, periodicamente:
a) delegacias, estabelecimentos penais e unidades do sistema socioeducativo;
b) centros de triagem e unidades de acolhimento institucional;
c) lugares onde se abrigam pessoas em situação de rua;
d) vítimas ou familiares de vítimas falecidas em situação de violação de direitos humanos;
e) unidades de atenção psicossocial e de tratamento de usuários de drogas;
III – receber sugestões legislativas:
a) de entidades organizadas da sociedade civil, exceto partidos políticos;
b) quando contarem com o apoio de no mínimo 5 mil cidadãos com domicílio eleitoral no Distrito Federal apresentadas por meio de ferramenta eletrônica, na forma do Ato da Mesa Diretora.
§1º A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa deve apresentar à Mesa Diretora relatório bimestral sobre as competências previstas no inciso II deste artigo.
§2º As sugestões legislativas que receberem parecer favorável da Comissão devem ser transformadas em proposição legislativa de sua autoria, arquivando-se definitivamente as que receberem parecer contrário.
Subseção IX
Da Comissão de Assuntos Fundiários
Art. 69. Compete à Comissão de Assuntos Fundiários analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - instrumentos das políticas de ordenamento territorial e de expansão e desenvolvimento urbano;
II - parcelamento do solo e criação de núcleos rurais;
III - normas gerais de construção e mudança de destinação de área;
IV - propaganda ou publicidade em logradouro público ou dele visíveis;
V - política fundiária;
VI - criação, incorporação, fusão e desmembramento de região administrativa;
VII - habitação;
VIII - aquisição, administração, utilização, desafetação, afetação, alienação, arrendamento e cessão de bem público e desapropriação;
IX - direito urbanístico;
X - política de combate à erosão;
XI - utilização e exploração das águas subterrâneas, bem como registro, acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais no território do Distrito Federal;
XII - organização e funcionamento de órgão ou entidade que atue em assuntos fundiários, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção X
Da Comissão de Educação e Cultura
Art. 70. Compete à Comissão de Educação, Saúde e Cultura analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - educação pública e privada;
II - cultura, espetáculos e diversões públicas;
III - política de educação para segurança no trânsito;
IV - atividades de profissionais de educação e cultura;
V - organização e funcionamento de órgão e entidade de educação e cultura, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores;
VI - patrimônio cultural, histórico, artístico, natural e paisagístico, material e imaterial, do Distrito Federal.
Subseção XI
Da Comissão de Segurança
Art. 71. Compete à Comissão de Segurança analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - segurança pública;
II - ação preventiva em geral;
III - atividades dos profissionais de segurança;
IV - organização e funcionamento de órgão ou entidade que atue na área de segurança pública, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores;
V - biossegurança, concorrentemente com a Comissão de Saúde.
Subseção XII
Da Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo
Art. 72. Compete à Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - política industrial, comercial e de serviços;
II - política de incentivo à microempresa;
III - política de interação com a Região Integrada do Desenvolvimento Econômico do Entorno;
IV - política econômica, planos e programas regionais e setoriais de desenvolvimento integrado do Distrito Federal;
V - plano e programa de natureza econômica;
VI - estudo, pesquisa e programa de desenvolvimento da ciência e tecnologia;
VII - produção;
VIII - turismo;
IX - energia, telecomunicações e informática;
X - cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e dos animais e controle da poluição;
XI - desenvolvimento econômico sustentável;
XII - arguição pública de cidadão indicado para dirigente de agência reguladora;
XIII - organização e funcionamento de órgão ou entidade que atue nas áreas de desenvolvimento econômico, ciência, tecnologia, meio ambiente ou turismo, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção XIII
Da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle
Art. 73. Compete à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle:
I – analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
a) sistema de ouvidoria e serviço de atendimento ao cidadão;
b) sistema de corregedoria;
c) política de acesso à informação;
d) transparência na gestão pública;
e) organização, atribuição e funcionamento dos órgãos de fiscalização e controle interno e externo, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores;
f) criação e reformulação de conselho;
g) mecanismos de participação social na gestão pública;
h) convênio, ressalvado o disposto no art. 243;
II – exercer a fiscalização e o controle contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial do Distrito Federal e de suas entidades, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.
§ 1º A comissão, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de incentivos, isenções, anistias, remissões, subsídios ou benefícios de natureza financeira, tributária ou creditícia não aprovados, pode solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de 5 dias, preste os esclarecimentos necessários, sendo que:
I – não prestados os esclarecimentos ou considerados insuficientes, a comissão deve solicitar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal que, no prazo de 30 dias, se pronuncie sobre a matéria;
II – entendendo o Tribunal de Contas do Distrito Federal como irregular a despesa, a comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à administração pública, pode propor ao Plenário a sua sustação, se ainda não realizado, ou seu reembolso devidamente atualizado monetariamente, consoante regras vigentes, se já efetuado.
§ 2º As conclusões da comissão devem ser, se for o caso, encaminhadas ao Presidente da Câmara Legislativa, ao Ministério Público, à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, ao Tribunal de Contas do Distrito Federal e ao órgão central do Poder Executivo encarregado da correição e controle, para promoção de responsabilidade civil, criminal, administrativa e tributária.
Subseção XIV
Da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana
Art. 74. Compete à Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - transporte público e privado;
II - planejamento viário do Distrito Federal;
III - ordenação e exploração dos serviços de transporte;
IV - mobilidade urbana;
V - organização e funcionamento de órgão ou entidade sobre transporte e mobilidade urbana, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção XV
Da Comissão de Produção Rural e Abastecimento
Art. 75. Compete à Comissão de Produção Rural e Abastecimento analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - exploração da terra rural;
II - planejamento rural do Distrito Federal;
III - utilização de agrotóxicos;
IV - créditos rurais;
V - política de acesso aos mercados;
VI - ordenação, exploração, distribuição e escoamento da produção rural;
VII - assistência técnica, infraestrutura e qualificação rural;
VIII - assistência social e à saúde do produtor rural;
IX - relações de trabalho no meio rural;
X - organização e funcionamento de órgão ou entidade sobre produção rural e abastecimento, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção XVI
Da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
Art. 76. Compete à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - direitos das mulheres em geral, incluindo combate à violência doméstica e familiar, discriminação de qualquer natureza e políticas públicas destinadas à mulher;
II - saúde da mulher em geral;
III - participação das mulheres nas diversas esferas da sociedade;
IV - educação de qualidade para as mulheres, com vistas a combater o analfabetismo e promover a formação profissional e acadêmica;
V - garantia de direitos das mulheres em situação de vulnerabilidade;
VI - proteção e promoção dos direitos das crianças e adolescentes do sexo feminino;
VII - prevenção e combate ao tráfico de mulheres e à exploração sexual;
VIII - assistência social e segurança alimentar voltadas especificamente para mulheres em situação de vulnerabilidade;
IX - organização e funcionamento de órgão ou entidade sobre política pública e direitos das mulheres, inclusive as matérias relacionadas aos respectivos servidores.
Subseção XVII
Da Comissão de Saúde
Art. 77. Compete à Comissão de Saúde analisar e, quando necessário, emitir parecer sobre o mérito das seguintes matérias:
I - saúde pública e privada;
II - educação e vigilância sanitária;
III - controle de drogas e medicamentos;
IV - bioética e biossegurança;
V - organização e funcionamento dos órgãos e entidades de saúde pública, inclusive matérias relacionadas aos respectivos servidores;
VI - atividades de profissionais de saúde;
VII - arguição pública de cidadão indicado para dirigente de instituição de saúde;
Parágrafo único. Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, a Comissão de Saúde deve realizar audiência pública para apresentação pelo gestor do Sistema Único de Saúde do relatório de que trata o art. 36 da Lei Complementar federal nº 141, de 13 de janeiro de 2012.
Seção III
Das Comissões Temporárias
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 78. As comissões temporárias são:
I – especiais;
II – parlamentares de inquérito;
III – externas.
§ 1º Cada comissão temporária compõe-se do número de membros previsto no ato ou requerimento de sua criação, observados os arts. 61 e 62.
§ 2º É assegurada a inclusão do primeiro signatário do requerimento de criação de comissão temporária, contando-se seu nome no número de membros a que o seu partido ou bloco parlamentar tem direito.
§ 3º Se a bancada do primeiro signatário não tiver direito à vaga na comissão temporária pelo critério de contagem do § 2º, a proporcionalidade partidária deve ser aplicada apenas em relação às vagas remanescentes.
Subseção II
Das Comissões Especiais
Art. 79. As comissões especiais são constituídas para fins predeterminados, por deliberação da Câmara Legislativa, mediante proposta da Mesa Diretora ou a requerimento de um oitavo dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. A proposta ou o requerimento de constituição de comissão especial deve:
I – indicar a finalidade, o número de membros e o prazo de funcionamento, limitado a 180 dias corridos, prorrogável uma vez, pela metade, automaticamente, por requerimento da maioria de seus membros, dirigido à Mesa Diretora, o qual deve ser numerado, publicado e, em seguida, lido em plenário;
II – ser submetido ao Plenário.
Subseção III
Das Comissões Parlamentares de Inquérito
Art. 80. A comissão parlamentar de inquérito é criada pela Câmara Legislativa, mediante requerimento:
I – subscrito por um terço dos Deputados Distritais;
II – de iniciativa popular, nos termos do art. 68 da Lei Orgânica.
§ 1º A comissão parlamentar de inquérito destina-se à apuração de fato determinado e por prazo certo, e, observada a reserva de jurisdição, tem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos neste Regimento Interno e na legislação.
§ 2º Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do Distrito Federal que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da comissão.
§ 3º Mediante solicitação de um terço dos Deputados Distritais, o requerimento de que trata o caput pode ser aditado para modificar o seu objeto, observada a pertinência temática.
§ 4º O aditamento solicitado antes da instalação da comissão incorpora-se automaticamente ao requerimento original e, depois de a comissão ter sido instalada, depende de deliberação do Plenário.
§ 5º Recebido o requerimento, o Presidente da Câmara Legislativa deve mandar publicá-lo, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, devolve-o ao seu primeiro signatário, cabendo dessa decisão recurso ao Plenário, no prazo de 5 dias, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 6º O prazo de duração de comissão parlamentar de inquérito, previsto no requerimento de sua criação, é de até 180 dias corridos, prorrogável, uma única vez, pela metade, automaticamente, por requerimento da maioria de seus membros, dirigido à Mesa Diretora, o qual deve ser lido em plenário e, em seguida, publicado.
§ 7º Não se pode instalar comissão parlamentar de inquérito enquanto estiverem funcionando pelo menos 2, salvo mediante requerimento subscrito pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 8º A provisão de meios, os recursos administrativos, as condições organizacionais e o assessoramento necessários ao bom desempenho da comissão devem constar do requerimento de criação, cabendo à Mesa Diretora adotar, em caráter preferencial, as providências que se fizerem necessárias.
§ 9º A comissão parlamentar de inquérito é instalada respeitada a ordem cronológica do protocolo, salvo deliberação diversa do Colégio de Líderes.
§ 10. A instalação de comissão parlamentar de inquérito de iniciativa popular tem precedência sobre as demais, e ao seu requerimento não se aplicam os §§ 7º e 9º deste artigo.
Art. 81. A comissão parlamentar de inquérito pode, observada a legislação específica:
I – requisitar, na forma e nos limites previstos no requerimento de criação, servidor da Câmara Legislativa e de qualquer órgão ou entidade públicos do Distrito Federal, em caráter transitório e sem ônus para a Câmara Legislativa, ou solicitar a cessão, nas mesmas condições, de servidor dos Poderes da União, Estado ou Município;
II – determinar diligência, ouvir indiciado, inquirir testemunha sob compromisso, requisitar de órgão e entidade públicos informação, documento e serviço, inclusive policial, requerer a audiência de Deputado Distrital e requisitar a oitiva de Secretário de Estado, autoridade e servidor do Distrito Federal, bem como tomar depoimento de autoridade federal, estadual e municipal e do Distrito Federal;
III – incumbir qualquer de seus membros, ou servidor requisitado, da realização de sindicância ou diligência;
IV – realizar diligência externa para investigação e audiência pública;
V – estipular prazo para o atendimento de qualquer providência ou realização de diligência, exceto quando da alçada exclusiva de autoridade judiciária.
§ 1º Se forem diversos os fatos inter-relacionados objeto de inquérito, a comissão pode dizer, em separado, sobre cada um deles, mesmo antes de finalizada a investigação.
§ 2º À comissão parlamentar de inquérito aplicam-se, subsidiariamente, a legislação especial e o Código de Processo Penal.
§ 3º Se, na data previamente designada, não houver número para deliberar, a comissão parlamentar de inquérito pode ouvir indiciado, inquirir testemunha e tomar depoimento de autoridade convocada, desde que presentes o presidente da comissão e o relator.
Art. 82. O relator deve apresentar relatório circunstanciado com suas conclusões até 10 dias antes do fim do prazo para o término dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.
Art. 83. O relatório é votado pela comissão, ressalvados:
I – o voto em separado para substituição parcial de conteúdo;
II – o aditamento;
III – o destaque com efeito supressivo.
§ 1º Aprovado o relatório circunstanciado, passa-se à votação da matéria ressalvada, ficando prejudicado o voto em separado para substituir a integralidade do seu conteúdo.
§ 2º Aprovado o voto em separado para substituir parcialmente o conteúdo do relatório circunstanciado, o texto do voto deve ser inserido no relatório, com formatação diferenciada e indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor da sugestão e do resultado da votação.
§ 3º A aprovação de voto em separado para substituir parcialmente o conteúdo do relatório circunstanciado não prejudica o aditamento de conteúdo nem o destaque com efeito supressivo, salvo se o objetivo já tiver sido alcançado.
§ 4º Aprovado o aditamento de conteúdo, deve ele ser incluído no relatório, com formatação diferenciada e indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor do aditamento e do resultado da votação.
§ 5º Aprovado o destaque com efeito supressivo, a parte destacada deve ficar ilegível e ser coberta com tarja da mesma cor do texto do relatório, com a indicação, à frente e entre parêntesis, do nome do autor do destaque e do resultado da votação.
§ 6º Rejeitado o relatório circunstanciado, passa-se à votação, se houver, de voto em separado para substituir a integralidade do conteúdo do relatório, com as mesmas ressalvas do caput deste artigo, salvo se o objetivo já tiver sido alcançado.
§ 7º Aprovado voto em separado, aplicam-se as demais disposições deste artigo para a matéria destacada, além do art. 172, XIII e XIV.
§ 8º A consolidação do relatório final da CPI é feita pela própria comissão, sob a supervisão do relator.
Art. 84. Aprovado na forma do art. 83, o relatório circunstanciado da comissão parlamentar de inquérito deve ser publicado no Diário da Câmara Legislativa e encaminhado, conforme o caso:
I – à Mesa Diretora para as providências de sua competência ou da Câmara Legislativa;
II – à comissão permanente que tenha maior pertinência com a matéria, a qual deve fiscalizar o atendimento dos incisos V e VI;
III – ao Presidente da Câmara Legislativa, quando a CPI apresentar proposição;
IV – ao Ministério Público, com inteiro teor da documentação, para que promova a responsabilidade civil ou criminal e adote outras medidas decorrentes de suas funções institucionais;
V – ao Poder Executivo para a adoção:
a) das medidas de responsabilização civil;
b) das providências saneadoras, de caráter disciplinar ou administrativo, decorrentes do art. 37 da Constituição Federal, assinalando prazo hábil para seu cumprimento;
VI – ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para as providências previstas no art. 78 da Lei Orgânica;
VII – à Polícia Civil do Distrito Federal para a instauração do inquérito policial.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos IV a VII, a remessa é feita pelo Presidente da Câmara Legislativa, no prazo de 5 dias.
Art. 85. Na ausência de relatório aprovado pela comissão parlamentar de inquérito, toda a documentação coligida deve ser arquivada.
Subseção IV
Das Comissões Externas
Art. 86. A comissão externa tem por finalidade representar a Câmara Legislativa em ato externo, podendo ser instituída pela Mesa Diretora, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital, para cumprir missão temporária.
§ 1º Para os fins deste artigo, considera-se missão temporária aquela que implica o afastamento de Deputado Distrital para representar a Câmara Legislativa em ato para o qual tenha sido convidado ou a que tenha de assistir.
§ 2º Preside a comissão externa o Presidente da Câmara Legislativa, quando a integrar.
§ 3º Sujeita-se à deliberação da Câmara Legislativa a criação de comissão externa que importar ônus para os cofres públicos.
Seção IV
Da Presidência das Comissões
Art. 87. Cada comissão tem um presidente e um vice-presidente eleitos pelos seus membros.
§ 1º Nas comissões permanentes, o mandato do presidente e do vice-presidente é de 2 anos, permitida a recondução; nas comissões temporárias, o prazo é indeterminado, enquanto estiverem em funcionamento.
§ 2º São observados na eleição, no que couber, os procedimentos estabelecidos para a eleição da Mesa Diretora da Câmara Legislativa.
§ 3º A eleição do presidente e do vice-presidente de comissão permanente realiza-se por convocação do Presidente da Câmara Legislativa:
I – no dia 6 de janeiro do primeiro ano da legislatura, para o primeiro biênio da legislatura, com posse na mesma sessão em que forem eleitos;
II – na segunda sessão legislativa, em data definida com a anuência do Colégio de Líderes, com posse automática no dia 6 de janeiro do ano seguinte.
§ 4º A eleição do presidente e do vice-presidente de comissão temporária ocorre por convocação do presidente em até 10 dias após sua constituição para eleição e posse imediatos.
§ 5º Não sendo realizadas as eleições no período previsto no §3º, inciso II, prorroga-se o mandato de que trata o § 1º até tomarem posse os novos presidentes e vice-presidentes.
Art. 88. O presidente de comissão é substituído, nos seus impedimentos, pelo respectivo vice-presidente e, na ausência deste, pelo membro mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas.
Parágrafo único. Se vagar o cargo de presidente ou vice-presidente, procede-se a nova eleição, salvo se faltarem menos de 2 meses para o término do mandato, caso em que é provido na forma indicada neste artigo.
Art. 89. Ao presidente de comissão compete:
I – representar a comissão;
II – solicitar ao Presidente da Câmara Legislativa a declaração de vacância na comissão, ou a designação de substituto eventual;
III – determinar a publicação no Sistema de Publicações Legislativas da matéria distribuída na comissão com o nome do relator, a data e o prazo regimental;
IV – requisitar assessoria ou consultoria legislativa ou técnico-legislativa;
V – submeter à comissão as normas complementares de seu funcionamento, inclusive acerca do dia e da hora das reuniões ordinárias;
VI – designar relator e distribuir-lhe as matérias sujeitas a parecer;
VII – designar relator substituto, nas hipóteses previstas neste Regimento Interno;
VIII – elaborar a pauta da reunião e determinar sua publicação no Sistema de Publicações Legislativas;
IX – quanto às reuniões da comissão:
a) dirigir a reunião, nela mantendo a ordem e fazendo observar o Regimento Interno;
b) conceder a palavra a Deputado Distrital que a solicitar;
c) conceder vista de proposição a membro da comissão;
d) interromper o orador que estiver falando sobre matéria vencida;
e) determinar a retirada de matéria da pauta, ouvidos os demais membros da comissão;
f) proceder à votação e proclamar o seu resultado;
g) assinar a folha de votação de proposição;
h) decidir questão de ordem e reclamação sobre matéria regimental;
i) suspender a reunião, se as circunstâncias o exigirem;
X – determinar a publicação da ata de reunião;
XI – decidir sobre requerimentos sujeitos a seu despacho;
XII – convocar reunião extraordinária;
XIII – receber petição, reclamação, representação, denúncia ou queixa contra ato ou omissão de autoridade ou de órgão e entidade públicos do Distrito Federal, bem como de violação de direitos compreendidos dentro do seu campo temático, conforme o disposto no art. 271;
XIV - encaminhar indicações aprovadas pela comissão.
§ 1º Da decisão proferida com base no inciso IX, h, deste artigo, cabe recurso ao Plenário, observados, no que couber, os arts. 132 e 134.
§ 2º A pauta da reunião da comissão é organizada de acordo com os critérios estabelecidos, no que couber, para a ordem do dia das sessões da Câmara Legislativa.
Art. 90. O presidente da comissão pode ser relator e tem direito a voto nas deliberações.
Parágrafo único. Em caso de empate em votação ostensiva, o voto proferido pelo presidente serve como critério de desempate
Seção V
Da Substituição dos Membros Titulares
Art. 91. O membro titular, nos impedimentos previstos no art. 17 e em suas ausências, é substituído pelo suplente de seu partido ou bloco parlamentar.
§ 1º Se não houver suplente, o Presidente da Câmara Legislativa, a requerimento do presidente da comissão, pode designar substituto eventual, devendo a substituição recair, sempre que possível, em Deputado Distrital do mesmo partido ou bloco parlamentar do titular impedido ou ausente.
§ 2º Ao titular ausente é assegurado assumir o seu lugar na comissão assim que comparecer à reunião.
Seção VI
Das Vagas
Art. 92. As vagas nas comissões verificam-se nas hipóteses do art. 25 e nos seguintes casos:
I – renúncia ao lugar na comissão;
II – perda do lugar;
III – afastamento para o exercício de cargo previsto no art. 64 da Lei Orgânica.
§ 1º A renúncia de qualquer membro de comissão é ato perfeito e acabado, desde que manifestada por escrito e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Perde automaticamente o lugar na comissão o Deputado Distrital que não comparecer a 4 reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força maior, comunicado, por escrito, à comissão e por ela aceito, sendo a perda do lugar declarada pelo Presidente da Câmara Legislativa, à vista de comunicação do presidente da comissão.
§ 3º O Deputado Distrital que perder o seu lugar na comissão a ela não pode retornar na mesma sessão legislativa.
§ 4º A vaga em comissão é preenchida automaticamente pelo respectivo suplente, devendo o presidente da comissão solicitar ao Presidente da Câmara Legislativa a designação de novo suplente, observado o art. 61, § 3º.
Seção VII
Das Reuniões
Art. 93. As comissões reúnem-se:
I - ordinariamente, segundo o calendário proposto pela presidência do colegiado e votado, preferencialmente, na primeira reunião de cada sessão legislativa;
II - extraordinariamente, por convocação:
a) do presidente da comissão:
1) de ofício;
2) mediante provocação de qualquer de seus membros;
3) por solicitação do Presidente da Câmara Legislativa ou da Mesa Diretora;
b) da maioria absoluta de seus membros titulares.
§ 1º As reuniões das comissões podem coincidir com a de outra, desde que haja disponibilidade de infraestrutura para sua realização.
§ 2º Nenhuma comissão pode estar reunida durante a ordem do dia do Plenário da Câmara Legislativa.
§ 3º A reunião extraordinária deve ser comunicada a todos os Deputados Distritais no Sistema de Publicações Legislativas e, quando mediar tempo inferior a 12 horas da convocação, por qualquer meio de comunicação adicional que melhor atenda à urgência, designando-se, no aviso de convocação, dia, hora, local e pauta.
§ 4º A reunião, ordinária ou extraordinária, dura o tempo necessário ao exame da pauta respectiva.
Art. 94. As reuniões são públicas, podendo ser reservadas mediante requerimento da maioria absoluta de seus membros.
Parágrafo único. Na reunião reservada, é permitida apenas a presença de servidor a serviço da comissão ou de seus membros e de terceiro devidamente convidado pela comissão.
Art. 95. Cada comissão pode, visando debater ou estudar qualquer assunto compreendido em seu campo temático, promover conferência, exposição, palestra, simpósio, seminário, audiência pública ou eventos assemelhados.
§ 1º A realização dos eventos previstos no caput depende de requerimento apresentado por qualquer dos membros da comissão e aprovado pelo colegiado.
§ 2º Aprovado o requerimento, o presidente da comissão, em comum acordo com o autor, deve marcar a data de sua realização e selecionar, se for o caso, os convidados a serem ouvidos, expedindo-se os convites em nome da comissão.
Art. 96. As comissões, por proposta dos respectivos presidentes, podem reunir-se, em conjunto e com a Mesa Diretora, para apreciação de matéria de competência concorrente ou de interesse específico da Câmara Legislativa.
§ 1º A direção dos trabalhos de reunião conjunta de comissões compete ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça.
§ 2º Quando a Mesa Diretora da Câmara Legislativa participar da reunião conjunta, os trabalhos são dirigidos por seu Presidente.
Art. 97. De cada reunião de comissão deve ser lavrada a ata respectiva.
§ 1º A ata da reunião deve ser assinada pelo presidente da comissão e publicada no Diário da Câmara Legislativa.
§ 2º Se o Deputado Distrital pretender retificar a ata, deve formular, no prazo de 5 dias contados da publicação, pedido por escrito, o qual deve ser necessariamente referido na ata seguinte, cabendo ao presidente da comissão acolhê-lo ou não e dar as explicações que se fizerem necessárias.
Seção VIII
Dos Trabalhos
Art. 98. Os trabalhos das comissões iniciam-se com a presença da maioria absoluta de seus membros, ou com qualquer número, se não houver matéria para deliberar, e obedecem à seguinte ordenação:
I – expediente:
a) resumo da correspondência e de outros documentos recebidos;
b) comunicado da Presidência sobre assuntos atinentes ao funcionamento do colegiado ou sobre fato relevante no cenário do Distrito Federal;
c) breve comunicado de membro que solicite o uso da palavra;
II – leitura de parecer cujas conclusões, votadas em reunião anterior, não tenham sido redigidas;
III – discussão e votação das matérias constantes da pauta.
§ 1º A ordem dos trabalhos pode ser alterada pela comissão, a juízo do Presidente, mediante requerimento de qualquer de seus membros, para tratar de matéria de sua competência, para comparecimento de qualquer autoridade ou para realização de audiência pública.
§ 2º O Deputado Distrital pode participar, sem direito a voto, dos trabalhos e debates da comissão de que não seja membro.
§ 3º Na impossibilidade de o relator designado comparecer à reunião para proferir seu parecer, tendo o parecer sido disponibilizado e a matéria constar da pauta da reunião, pode o presidente da comissão:
I – designar Deputado Distrital presente para ler o parecer, desde que não divirja das conclusões, passando a ser considerado relator, para todos os efeitos;
II – retirar a matéria de pauta.
Seção IX
Das Reuniões Virtuais
Art. 99. A comissão pode realizar reunião virtual, em ambiente do processo legislativo eletrônico, especialmente preparado para essa finalidade.
Art. 100. A reunião virtual é sempre extraordinária e observa as seguintes diretrizes:
I - a convocação é realizada pelo Presidente da comissão, por meio do Sistema de Publicações Legislativas, e deve informar:
a) o dia e horário de início e término da deliberação virtual;
b) a pauta com as matérias objeto de deliberação na reunião;
II - iniciado o período de deliberação, os membros da comissão devem consignar o voto para cada item da pauta, facultado o envio de suas considerações por escrito;
III - ao consignar voto na proposição, o membro pode:
a) manifestar voto favorável;
b) manifestar voto contrário;
c) abster-se;
d) declarar-se em obstrução;
e) requerer a retirada da proposição da pauta;
f) requerer que a proposição seja deliberada em reunião presencial;
IV - o voto, na reunião virtual, torna-se público com a assinatura eletrônica do Deputado Distrital, devendo ser automaticamente disponibilizado na ficha eletrônica de votação;
V - considera-se deliberada a proposição para a qual houve manifestação virtual de todos os membros titulares da comissão;
VI - considera-se não apreciada na reunião virtual a proposição:
a) sobre a qual não houve manifestação de todos os membros da comissão;
b) para a qual foi requisitada a retirada da pauta ou a deliberação em reunião presencial;
c) para a qual os votos consignados como obstrução superem a maioria absoluta dos membros do colegiado;
VII - salvo deliberação prévia dos membros da comissão, a reunião virtual têm duração mínima de 1 dia e máxima de 5 dias, podendo, a critério do Presidente, ser encerrada antes do prazo quando todas as proposições tiverem sido deliberadas;
VIII - encerrada a reunião virtual pelo Presidente, o resultado das deliberações é consolidado automaticamente e considerado proclamado para todos os efeitos regimentais;
IX - antes de proclamado o resultado, o Deputado Distrital pode alterar sua posição sobre a matéria já votada por ele;
X - as proposições consideradas não apreciadas em reunião virtual anterior podem, desconsiderados os votos já consignados anteriormente, ser incluídas na reunião virtual seguinte, exceto quando a não apreciação tenha se dado por requerimento para deliberação em reunião presencial;
XI - as requisições para retirada da proposição da pauta da reunião virtual ou para deliberação da matéria em reunião presencial:
a) podem ser realizadas por líder, pelo autor ou relator da proposição ou pelos membros do colegiado antes do encerramento da reunião virtual;
b) têm efeito automático, independem de decisão e tornam sem efeito os votos já consignados;
c) não vinculam as outras comissões para as quais a proposição tenha sido distribuída.
Art. 101. Em qualquer hipótese, na pauta da reunião virtual só pode constar proposição que:
I – independa de parecer;
II - que vise, exclusivamente:
a) conceder título de cidadão honorário ou benemérito;
b) incluir ou instituir data comemorativa no calendário oficial de eventos do Distrito Federal;
c) propor nova designação a equipamento público.
CAPÍTULO VI
DAS PROCURADORIAS ESPECIAIS
Seção I
Da Procuradoria Especial da Mulher
Art. 102. A Procuradoria Especial da Mulher é constituída por uma Deputada Distrital procuradora especial da mulher e uma Deputada Distrital procuradora especial adjunta, designadas pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início de cada biênio da legislatura.
Parágrafo único A procuradora especial adjunta substitui a procuradora especial da mulher em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
Art. 103. Compete à Procuradoria Especial da Mulher:
I – incentivar a atuação mais efetiva dos Deputados Distritais na formulação de políticas públicas que melhor atendam às mulheres;
II – zelar pelo respeito à participação das mulheres nos órgãos e nas atividades da Câmara Legislativa;
III – receber denúncias de situações em que órgão ou entidade públicos tenha atuado de forma discriminatória ou agido com violência contra a mulher;
IV – fiscalizar e acompanhar a execução de programa do Governo do Distrito Federal que vise à promoção da mulher, assim como a implementação de campanha educativa e antidiscriminatória;
V – cooperar com organismo distrital ou nacional, público ou privado, voltado à implementação de políticas para as mulheres;
VI – promover pesquisas ou estudos sobre a situação e a participação da mulher nas diversas esferas da sociedade, inclusive para fins de divulgação pública e fornecimento de subsídio às ações da Câmara Legislativa;
VII – combater e denunciar aos órgãos competentes o assédio, em todas as formas, contra a mulher no ambiente de trabalho;
VIII – atuar nas regiões administrativas do Distrito Federal com o objetivo de ampliar o alcance das políticas públicas, colhendo dados e demandas para buscar soluções junto ao Poder Público, bem como promover aproximação entre o órgão e a sociedade civil.
Seção II
Da Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa
Art. 104. A Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa é constituída por um Deputado Distrital procurador especial de defesa dos direitos da pessoa idosa e um Deputado Distrital procurador especial adjunto, designados pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início de cada biênio da legislatura.
Parágrafo único. O procurador especial adjunto substitui o procurador especial de defesa dos direitos da pessoa idosa em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
Art. 105. Compete à Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa:
I – zelar pela participação mais efetiva dos Deputados Distritais nos órgãos e nas atividades da Câmara Legislativa para contribuir com a formulação de políticas públicas que melhor atendam esse segmento da população;
II – fiscalizar e acompanhar a execução de programa do Governo do Distrito Federal e políticas públicas e privadas sob a ótica da proteção dos direitos da pessoa idosa;
III – fiscalizar o efetivo cumprimento da legislação voltada aos direitos da pessoa idosa;
IV – fomentar a implantação de políticas públicas direcionadas à garantia dos direitos da pessoa idosa;
V – receber e encaminhar aos órgãos competentes denúncia relativa a ameaça ou violação a direitos da pessoa idosa;
VI – criar e ajudar a difundir campanhas educativas, antidiscriminatórias e de valorização da pessoa idosa;
VII – produzir e divulgar cartilha com legislação e informações sobre a pessoa idosa no Distrito Federal, com vistas a assegurar o cumprimento de seus direitos por toda a sociedade;
VIII – acompanhar a ação dos conselhos de direitos da pessoa idosa existentes no Distrito Federal e de outros órgãos públicos pertinentes.
Seção III
Da Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Juventude
Art. 106. A Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Juventude é constituída por um Deputado Distrital procurador especial de defesa dos direitos da juventude e um Deputado Distrital procurador especial adjunto, designados pelo Presidente da Câmara Legislativa, a cada 2 anos, no início de cada biênio da legislatura.
Parágrafo único. O procurador especial adjunto substitui o procurador especial de defesa dos direitos da juventude em suas ausências e impedimentos e colabora no cumprimento das atribuições da Procuradoria.
Art. 107. Compete à Procuradoria Especial de Defesa dos Direitos da Juventude:
I – zelar pela participação mais efetiva dos Deputados Distritais na Câmara Legislativa e demais órgãos da administração direta e indireta para contribuir na formulação de políticas públicas que melhor atendam à juventude do Distrito Federal;
II – fiscalizar e acompanhar programas governamentais e políticas públicas e privadas que visem ao fortalecimento, à garantia e ao atendimento dos direitos da juventude;
III – receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes denúncias de qualquer ato atentatório aos direitos da juventude, bem como acompanhar as medidas despendidas na apuração e no combate;
IV – incentivar a participação social e política de jovens, de forma direta e por meio de suas representações;
V – fomentar políticas públicas de geração do primeiro emprego aos jovens e de incentivo e acesso ao ensino superior;
VI – desenvolver estratégias de acesso a crédito destinadas a promover a iniciativa empresarial por meio dos jovens do Distrito Federal;
VII – desenvolver políticas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados à implementação de políticas para os jovens;
VIII – promover pesquisas e estudos sobre direitos e obrigações da juventude e o déficit da sua representação na esfera política, inclusive para fins de divulgação pública e fornecimento de subsídio ao desenvolvimento de políticas públicas.
TÍTULO IV
DAS SESSÕES DA CÂMARA LEGISLATIVA
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 108. As sessões da Câmara Legislativa são públicas, podendo ser:
I – preparatórias, as que precedem a inauguração dos trabalhos da Câmara Legislativa no início de cada legislatura;
II – ordinárias, as de quaisquer sessões legislativas ordinárias, realizadas às terças, quartas e quintas-feiras;
III – extraordinárias, as realizadas em dia ou hora diversos dos prefixados para as ordinárias ou as realizadas nas sessões legislativas extraordinárias;
IV – solenes, as realizadas para comemoração ou homenagem especial.
Parágrafo único. A Bíblia Sagrada deve ficar, durante todo o tempo da sessão, aberta sobre a mesa, à disposição de quem dela quiser fazer uso.
Art. 109. A sessão da Câmara Legislativa pode ser suspensa ou encerrada, a juízo do Presidente, ou nos casos de:
I – tumulto grave ou conveniência da manutenção da ordem;
II – falecimento de Deputado Distrital, do Governador, do Vice-Governador do Distrito Federal ou, ainda, quando for decretado luto oficial;
III – presença nos debates inferior a 2 Deputados Distritais.
Parágrafo único. Presume-se encerrada a sessão, no momento da suspensão, cujos trabalhos não tenham sido retomados.
Art. 110. Para manutenção da ordem e respeito à austeridade das sessões, são observadas as seguintes normas:
I – não é permitida conversação que perturbe a ordem dos trabalhos;
II – o uso da palavra por Deputado Distrital ou convidado é feito por microfone;
III – a nenhum Deputado Distrital é permitido falar sem pedir a palavra e sem que o Presidente a conceda e, somente após essa concessão, a taquigrafia inicia o apanhamento do discurso;
IV – se o Deputado Distrital pretender falar ou permanecer na tribuna de modo antirregimental, o Presidente deve informá-lo da possibilidade de punição, podendo dar seu discurso por encerrado e, caso o Deputado Distrital insista na conduta antirregimental, aplicar sanção de advertência;
V – sempre que o Presidente der por finalizado o discurso, os taquígrafos devem deixar de registrá-lo, podendo também o som ser desligado;
VI – se o Deputado Distrital perturbar a ordem ou o andamento regimental da sessão, o Presidente pode comunicar o fato à Mesa Diretora para a adoção das medidas previstas no Código de Ética e Decoro Parlamentar;
VII – o Deputado Distrital, ao falar, deve dirigir a palavra ao Presidente, ou aos Deputados Distritais, podendo também referir-se a visitante presente;
VIII – referindo-se, em discurso, a outro Deputado Distrital, o orador deve preceder o seu nome do tratamento "Senhor" ou "Deputado" e, quando a ele se dirigir, dar-lhe o tratamento de "Excelência";
IX – ao Deputado Distrital é vedado usar de expressão descortês ou insultuosa;
X – o orador não pode ser interrompido, salvo por concessão dele para formular questão de ordem ou aparteá-lo, ou nos casos em que este Regimento Interno permita ao Presidente fazê-lo.
Art. 111. O Deputado Distrital somente pode falar, nos expressos termos deste Regimento Interno, para:
I – fazer comunicação ou versar assuntos diversos, à hora dos comunicados de líderes ou de parlamentares;
II – discutir proposições;
III – encaminhar a votação;
IV – levantar questão de ordem ou usar da palavra pela ordem;
V – fazer reclamação;
VI – contestar, a juízo do Presidente, acusação pessoal à própria conduta, feita durante os debates, ou contradizer o que lhe for indevidamente atribuído como opinião pessoal;
VII - a critério do Presidente, versar assunto diverso, ao final da ordem do dia.
Art. 112. Nenhum discurso pode ser interrompido ou transferido para outra sessão, salvo se, antes de finalizado o tempo a ele destinado, ocorrer a hipótese do art. 109, I.
Art. 113. No recinto do plenário, durante as sessões, é admitida a presença:
I - de assessores credenciados, que devem ocupar as cadeiras a eles destinadas, admitindo-se a permanência junto ao Deputado Distrital quando solicitados, devendo retornar a seus lugares até nova solicitação;
II - de membros de outros Parlamentos;
III - de jornalistas credenciados, que devem permanecer em local a eles reservado.
Parágrafo único. Ao público em geral é garantido o acesso à galeria do plenário para assistir às sessões, na forma definida pela Mesa Diretora.
CAPÍTULO II
DAS SESSÕES ORDINÁRIAS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 114. A sessão ordinária inicia-se às quinze horas e compreende:
I – o expediente;
II - o comunicado de líderes;
III - o comunicado de parlamentares;
IV – a ordem do dia.
§1º A sessão dura o tempo necessário ao exame da pauta respectiva.
§2º O Presidente da Câmara Legislativa pode não designar ordem do dia para sessão ordinária, hipótese em que se converte em sessão de debates.
Art. 115. À hora do início da sessão, o Presidente da Câmara Legislativa deve pronunciar as seguintes palavras: “Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos”.
§ 1º Não se achando o Presidente da Câmara Legislativa no plenário, é ele substituído, sucessivamente e na série ordinal, pelos Vice-Presidentes, Secretários e Suplentes de Secretário ou, finalmente, pelo Deputado Distrital mais idoso, dentre os de maior número de legislaturas, procedendo-se da mesma forma quando houver necessidade de deixar sua cadeira.
§ 2º Achando-se presente no plenário pelo menos um quarto dos Deputados Distritais, o Presidente deve declarar aberta a sessão.
§ 3º Não se verificando o quorum de presença, o Presidente deve suspender os trabalhos e aguardar até que ele se complete.
§ 4º Passados 30 minutos do horário previsto para a abertura da sessão, persistindo a falta de quorum, o Presidente pode declarar o encerramento da sessão.
§ 5º A ausência injustificada à sessão ordinária da Câmara Legislativa é descontada do subsídio do Deputado Distrital na proporção de 1/30 por ausência, exceto na hipótese do arts. 114, §2º, e 131.
§ 6º O Deputado Distrital ausente deve ser notificado para, no prazo de 2 dias, apresentar justificativa por escrito de sua ausência, junto à Presidência da Câmara Legislativa, versando exclusivamente sobre:
I – motivos de saúde própria ou de familiar;
II – participação em assembleia ou outros atos públicos;
III – concessão de entrevista a meios de comunicação;
IV – participação em solenidade oficial;
V – atendimento ao clamor público vinculado a questões emergenciais;
VI – atividade parlamentar de reunião, seminário, congresso, movimento social e de missão de caráter diplomático ou cultural;
VII – representação da Câmara Legislativa em evento oficial;
VIII – participação em evento fora do Distrito Federal, relacionado à atividade parlamentar.
§ 7º O Deputado Distrital ou o líder, em relação à sua bancada, pode declarar-se em obstrução, no todo ou em parte:
I – à sessão, ordinária ou extraordinária;
II – à discussão ou à votação de qualquer proposição constante da ordem do dia.
§ 8º Na obstrução, prerrogativa do mandato em que a presença não é considerada para fins de quorum, o Deputado Distrital deve constar na lista de presença da sessão e pode permanecer em plenário, tendo direito a voz, mas não a voto.
Seção II
Do Expediente
Art. 116. Iniciada a sessão, os minutos iniciais são destinados à leitura do expediente pelo Primeiro-Secretário, contendo:
I – as mensagens que encaminharem proposição de autoria externa para tramitação na Câmara Legislativa;
II – as correspondências, petições ou outros documentos recebidos pelo Presidente da Câmara Legislativa ou pela Mesa Diretora, de interesse do Plenário.
Parágrafo único. A leitura das proposições de que trata o inciso I pode ser feita em qualquer momento da sessão, ou durante a suspensão do art. 115, § 3º.
Seção III
Dos Comunicados de Líderes
Art. 117. Após a leitura do expediente, tem início o Comunicado de Líderes, em que cada líder tem direito ao uso da palavra, da maior bancada para a menor, pelo prazo de 5 minutos.
Seção IV
Dos Comunicados de Parlamentares
Art. 118. Encerrado o período do Comunicado de Líderes, dá-se início ao Comunicado de Parlamentares, observado o seguinte:
I – a duração dos comunicados é de 5 minutos para cada Deputado Distrital;
II – o pronunciamento independe de inscrição e é feito pela ordem cronológica dos Deputados Distritais que solicitarem o uso da palavra.
Seção V
Da Ordem do Dia
Art. 119. Após o Comunicado de Parlamentares, havendo número para deliberar, na forma do art. 196, tem início a ordem do dia.
Art. 120. Ouvidos os Líderes, a ordem do dia pode ser iniciada antes ou durante o Comunicado de Líderes ou de Parlamentares.
Parágrafo único. Na hipótese do caput, os comunicados de líderes ou de parlamentares são iniciados ou retomados, conforme o caso, após o fim da ordem do dia, asseguradas as inscrições remanescentes e o tempo para uso da palavra.
Seção VI
Do Encerramento da Ordem do Dia
Art. 121. Esgotada a matéria prevista para deliberação, encerra-se a ordem do dia.
Art. 122. Na hipótese do art. 120, encerrada a ordem do dia, é iniciado ou retomado o período dos comunicados de líderes ou de parlamentares, conforme o caso.
Parágrafo único. Independentemente do disposto no caput, o Presidente pode, ao final da ordem do dia, conceder a palavra aos Deputados Distritais que fizerem menção de usá-la.
Seção VII
Do Término da Sessão
Art. 123. Não havendo mais assunto a tratar, a sessão é encerrada pelo Presidente.
Parágrafo único. A sessão também pode ser encerrada quando não houver quorum para a ordem do dia e nenhum Deputado Distrital fizer menção para uso da palavra dentro das hipóteses previstas regimentalmente.
CAPÍTULO III
DAS SESSÕES EXTRAORDINÁRIAS
Art. 124. A sessão extraordinária realiza-se por convocação:
I – do Presidente da Câmara Legislativa;
II – de um terço dos Deputados Distritais, mediante requerimento.
Art. 125. A sessão extraordinária inicia-se no dia e horário definido no ato de convocação e compreende exclusivamente à discussão e votação das matérias incluídas na pauta, podendo o Presidente, ao final, conceder a palavra aos parlamentares que fizerem menção de usá-la.
Art. 126. É vedada a realização de sessão extraordinária no curso de sessão ordinária, ainda que suspensa.
CAPÍTULO IV
DAS SESSÕES VIRTUAIS
Art. 127. O Presidente da Câmara Legislativa pode convocar sessão virtual, em ambiente do processo legislativo eletrônico, especialmente preparado para essa finalidade.
Art. 128. A sessão virtual é sempre extraordinária e observa as seguintes diretrizes:
I - a convocação é feita pelo Presidente, por meio do Sistema de Publicações Legislativas, e deve informar:
a) o dia e horário de início e término da deliberação virtual;
b) a pauta com as matérias objeto de deliberação na sessão.
II - iniciado o período de deliberação, os Deputados Distritais devem consignar o voto para cada item da pauta, facultado o envio de suas considerações por escrito;
III - ao consignar voto na proposição, o Deputado Distrital pode:
a) manifestar voto favorável;
b) manifestar voto contrário;
c) abster-se;
d) declarar-se em obstrução;
e) requerer a retirada da proposição da pauta;
f) requerer que a proposição seja deliberada em sessão presencial.
IV - o voto, na sessão virtual, torna-se público com a assinatura eletrônica do Deputado Distrital, devendo ser automaticamente disponibilizado na ficha eletrônica de votação;
V - considera-se deliberada a proposição para a qual houver manifestação virtual de dois terços dos membros da Câmara;
VI - considera-se não apreciada na reunião virtual a proposição:
a) sobre a qual não houve manifestação de dois terços dos membros da Câmara;
b) para a qual foi requisitada a retirada da pauta ou a deliberação em sessão presencial;
c) para a qual os votos consignados como obstrução superem a maioria absoluta dos membros da Câmara.
VII - salvo deliberação diversa do Colégio de Líderes, a sessão virtual tem duração de 24h;
VIII - encerrada a sessão virtual pelo Presidente, o resultado das deliberações é consolidado automaticamente e considerado proclamado para todos os efeitos regimentais;
IX - antes de proclamado o resultado, o Deputado Distrital pode alterar sua posição sobre a matéria já votada por ele;
X - as proposições consideradas não apreciadas em sessão virtual anterior podem, desconsiderados os votos já consignados anteriormente, ser incluídas na sessão virtual seguinte, exceto quando a não apreciação tenha se dado por requerimento para deliberação em sessão presencial;
XI - as requisições para retirada da proposição da pauta da reunião virtual ou para deliberação da matéria em reunião presencial:
a) podem ser realizadas por Deputado Distrital até o encerramento da sessão virtual;
b) têm efeito automático, independem de decisão e tornam sem efeito os votos já consignados.
Art. 129. Em qualquer hipótese, na pauta da sessão virtual só pode constar proposição que independa de parecer.
CAPÍTULO V
DAS SESSÕES SOLENES
Art. 130. A Câmara Legislativa pode realizar sessão solene para comemoração especial ou recepção de altas personalidades, a juízo da Mesa Diretora, mediante requerimento, obedecidas as seguintes normas:
I – o uso da palavra é definido pelo Deputado Distrital que presidir a sessão, podendo usar da palavra o Deputado Distrital que a solicitar e os convidados selecionados;
II – é realizada independentemente de quorum mínimo de presença;
III – os convidados podem ser admitidos à mesa e em plenário;
IV – pode ser realizada em qualquer local do Distrito Federal, não se aplicando o art. 2º, § 1º.
§ 1º São sempre solenes e independem de requerimento a sessão:
I – de posse do Governador do Distrito Federal e do Vice-Governador;
II – de entrega do título de cidadão benemérito e honorário.
§ 2º Nas sessões solenes, quando permitido o ingresso de convidados no plenário, os convites são feitos, preferencialmente, de maneira a assegurar lugares determinados.
CAPÍTULO VI
DA COMISSÃO GERAL
Art. 131. A sessão ordinária da Câmara Legislativa transforma-se em comissão geral, mediante deliberação do Plenário, por proposta do Presidente ou a requerimento de Deputado Distrital, para:
I – debate de proposição de iniciativa popular;
II – debate de outras matérias relevantes;
III – comparecimento de Secretário de Estado e demais autoridades do Distrito Federal.
§ 1º No caso do inciso I, pode usar da palavra, por 15 minutos, um dos signatários da proposição ou o Deputado Distrital por ele indicado.
§ 2º No caso do inciso II, o uso da palavra é definido pelo Deputado Distrital que estiver presidindo a sessão, podendo usar da palavra o Deputado Distrital que a solicitar e os convidados selecionados.
§ 3º No caso do inciso III, procede-se na conformidade dos arts. 255 a 258.
§ 4º A realização da comissão geral independe de quorum, sendo dispensado o registro de presença na sessão objeto de sua transformação.
§ 5º Alcançada a sua finalidade, é a comissão geral encerrada, admitido o prosseguimento à sessão, a partir da fase em que se encontravam os trabalhos quando de sua transformação, desde que haja quorum.
§ 6º Encerrada a comissão geral, presume-se encerrada a sessão cujos trabalhos não tenham sido imediatamente retomados.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
Seção I
Da Questão de Ordem
Art. 132. Considera-se questão de ordem toda dúvida sobre interpretação deste Regimento Interno ou de outra norma aplicável à matéria em discussão.
§ 1º Durante a ordem do dia, no Plenário ou em comissão, só pode ser levantada questão de ordem relacionada à matéria que estiver sendo apreciada.
§ 2º Nenhum Deputado Distrital pode exceder o tempo de 5 minutos para formular questão de ordem, nem dela falar mais de uma vez, salvo para acrescentar fundamento novo.
§ 3º A questão de ordem deve ser objetiva, claramente formulada, com a indicação precisa das disposições constitucionais ou regimentais cuja observância se pretende elucidar.
§ 4º Caso o Deputado Distrital não indique as disposições em que se assenta a questão de ordem, deve o Presidente pedir que o faça, sob pena de, exclusivamente nessa hipótese, retirar-lhe o uso da palavra.
§ 5º Formulada a questão de ordem, admite-se a manifestação de outro Deputado Distrital para, no prazo de 5 minutos, falar em sentido contrário ao ponto de vista do suscitante, cabendo, ao final, a decisão do Presidente.
§ 6º O Deputado Distrital, em qualquer caso, pode recorrer da decisão do Presidente ao Plenário, sem efeito suspensivo, ouvindo-se a Comissão de Constituição e Justiça, que tem o prazo de 5 dias para emitir seu parecer.
§ 7º Publicado o parecer da comissão, o recurso é submetido ao Plenário.
§ 8º As decisões sobre questão de ordem são registradas e indexadas em livro próprio, a ser disponibilizado em ambiente do Processo Legislativo Eletrônico.
§ 9º Para os fins do § 8º, a Mesa Diretora deve elaborar projeto de resolução propondo, se for o caso, alterações regimentais para apreciação, em tempo hábil, antes de finalizado o biênio.
Seção II
Do Uso da Palavra Pela Ordem
Art. 133. O Deputado Distrital pode pedir a palavra pela ordem para solicitar informação sobre assuntos da Câmara Legislativa ou para dar informe breve sobre assuntos de relevante interesse do Plenário.
Parágrafo único. O prazo para uso da palavra na forma deste artigo é discricionário do Presidente, que pode postergar o deferimento do pedido, se entender que sua concessão imediata pode prejudicar o andamento dos trabalhos.
Seção III
Das Reclamações sobre Matéria Regimental
Art. 134. O Deputado Distrital pode, em qualquer fase da sessão, usar da palavra, por até 5 minutos, para formular reclamação, relacionada a indagação sobre andamento dos trabalhos, observância do Regimento Interno ou indicação de falha ou equívoco em relação a matéria da ordem do dia, vedado, porém, abordar assunto já resolvido pelo Presidente.
Parágrafo único. Aplicam-se às reclamações as normas referentes às questões de ordem.
Seção IV
Da Ata
Art. 135. De cada sessão é lavrada ata sucinta e ata circunstanciada, observado o seguinte:
I - a ata sucinta é publicada no prazo de 2 dias, devendo constar:
a) a lista nominal de presenças e de ausências à sessão ordinária ou extraordinária;
b) o resultado das votações e o voto dos Deputados Distritais;
c) o resumo dos discursos proferidos durante a sessão;
II - a ata circunstanciada é publicada no prazo de 10 dias, devendo constar toda a sequência dos trabalhos, inclusive com a reprodução, por extenso, dos discursos proferidos durante a sessão, salvo expressa restrição regimental;
§ 1º O Deputado Distrital pode:
I – requerer, para revisão, as notas taquigráficas de seu discurso, pelo prazo de 2 dias, após o qual, não devolvido o referido discurso, o Presidente dá publicação ao texto fornecido pelo setor de taquigrafia;
II – solicitar nota taquigráfica, com ou sem revisão do orador, devidamente identificada, de qualquer pronunciamento feito em sessão, reunião de comissão ou em audiência pública, independentemente de prazo.
§ 2º As informações, documento ou discurso de representante de outro Poder, que não tenham sido integralmente lidos pelo Deputado Distrital, são somente indicados na ata, com a declaração do objeto a que se referem, salvo se solicitada publicação por extenso pelo orador.
§ 3º A ata pode ser retificada mediante requerimento formulado no prazo de 5 dias de sua publicação no Diário da Câmara Legislativa, devendo constar, quando motivada em correção de erro ou omissão, na seção Errata.
§ 4º O requerimento de que trata o § 3º é decidido, justificadamente, pelo Presidente da Câmara Legislativa, cabendo recurso ao Plenário.
§ 5º Ato da Mesa Diretora deve estabelecer os demais requisitos para elaboração, publicação e organização dos documentos referidos neste artigo.
TÍTULO V
DAS PROPOSIÇÕES
CAPÍTULO I
DAS PROPOSIÇÕES EM ESPÉCIE
Seção I
Disposições Gerais
Art. 136. Proposição é toda matéria sujeita à deliberação da Câmara Legislativa, em especial:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de decreto legislativo;
V – projeto de resolução;
VI – indicação;
VII – moção;
VIII – requerimento;
IX – emenda;
X – recurso.
Seção II
Da Proposta de Emenda à Lei Orgânica
Art. 137. A Lei Orgânica pode ser emendada mediante proposta:
I – de um terço dos Deputados Distritais;
II – do Governador;
III – de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no mínimo, por 1% dos eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, 3 zonas eleitorais, com não menos 0,3% do eleitorado de cada uma delas.
§ 1º Não pode ser objeto de deliberação proposta de emenda à Lei Orgânica que ferir princípios da Constituição Federal.
§ 2º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
§ 3º A Lei Orgânica não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio.
Seção III
Dos Projetos
Art. 138. Os projetos de lei complementar e de lei destinam-se a dispor sobre matérias para as quais se exige a sanção do Governador.
Parágrafo único. A elaboração de lei complementar dá-se apenas nos casos expressamente previstos na Lei Orgânica.
Art. 139. Os projetos de decreto legislativo e de resolução destinam-se a dispor sobre matérias da competência privativa da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. As matérias de interesse interno da Câmara Legislativa são reguladas por resolução; as demais, por decreto legislativo.
Seção IV
Das Indicações
Art. 140. Indicação é a proposição por meio da qual a Câmara Legislativa sugere ao Poder Executivo a adoção de providência, a realização de ato administrativo ou de gestão, ou o envio de projeto sobre matéria de sua iniciativa exclusiva.
§ 1º Numerada e publicada no Sistema de Publicações Legislativas, a indicação deve ser distribuída à comissão de mérito.
§ 2º Aprovada, a matéria deve ser encaminhada pelo presidente da comissão à autoridade competente.
Seção V
Das Moções
Art. 141. Moção é a proposição por meio da qual a Câmara Legislativa se pronuncia para manifestar louvor, pesar ou repúdio ou hipotecar solidariedade sobre determinado evento, observando-se que:
I - deve ser redigida com clareza e precisão, contendo duas partes, destinadas:
a) a primeira a solicitar, justificadamente, a aprovação pela Câmara Legislativa;
b) a segunda ao texto por meio do qual a Câmara Legislativa se manifestará acerca do evento objeto da moção;
II - deve versar sobre ato público ou acontecimento de alta significação local, nacional ou internacional, sendo cabível, especialmente, nos casos de luto oficial ou falecimento de pessoa que tenha exercido alto cargo público ou adquirido excepcional relevo na comunidade;
III - independe de parecer das comissões e é deliberada em Plenário aplicando-se o disposto no parágrafo único, do art. 142.
Seção VI
Dos Requerimentos
Art. 142. São escritos e dependem de deliberação do Plenário os requerimentos cuja matéria não esteja compreendida nos arts. 41, § 1º, XI; 42; e 44, I, h e II, i; especialmente os que solicitem:
I – representação da Câmara Legislativa por comissão externa;
II – convocação de Secretário de Estado e demais autoridades do Distrito Federal;
III – realização de sessão extraordinária;
V – retirada de proposição com parecer favorável de comissão de mérito;
VI – desapensamento de proposições que tramitem em conjunto;
VII – urgência;
VIII – preferência;
IX – reabertura de discussão de projeto;
X – adiamento de discussão ou de votação;
XI – encerramento de discussão;
XII – destaque de parte de proposição para constituir projeto em separado, previsto no art. 185, III;
XIII - destaque para votação de emenda inadmitida, previsto no art. 186, §2º;
XIV – votação por determinado processo;
XV – votação de proposição por partes;
XVI - transformação de sessão ordinária em comissão geral;
XVII - realização de audiência pública da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Os requerimentos não estão sujeitos a discussão e só podem ter sua votação encaminhada por seu autor e por um Deputado Distrital que lhe seja contrário, pelo prazo improrrogável de 5 minutos para cada orador.
Seção VII
Das Emendas
Art. 143. Emenda é a proposição que, apresentada como acessória de outra, tem o objetivo de alterar a redação da proposição principal.
§ 1º A emenda pode ser:
I – aditiva, a que faz acréscimo de dispositivo ao texto da proposição principal;
II – aglutinativa, a que resulta da fusão de outras emendas, ou de emenda com o texto da proposição principal, a fim de formar um novo texto, com objetivos aproximados;
III – modificativa, a que dá nova redação a dispositivo da proposição principal;
IV - substitutiva, a que objetiva alterar substancialmente o conteúdo de parte da proposição principal;
V – supressiva, a que objetiva retirar qualquer parte da proposição principal.
§ 2º Recebe a denominação de:
I – emenda de plenário, a apresentada após a inclusão da matéria na ordem do dia;
II – emenda de redação, a que objetiva sanar vício de linguagem, incorreção de técnica legislativa, lapso manifesto ou erro evidente;
III – subemenda, a emenda apresentada a outra emenda;
IV – substitutivo, a emenda que objetiva:
a) alterar substancialmente o conteúdo de uma proposição, reescrevendo-a integralmente;
b) substituir integralmente uma ou mais proposições que tramitem em conjunto;
V - substitutivo de comissão, aquele que for apresentado pelo relator e aprovado na respectiva comissão.
§ 3º A autoria do substitutivo não implica a alteração da autoria da proposição.
Seção VIII
Dos Recursos
Art. 144. Pode ser interposto recurso:
I – de decisão do Presidente da Câmara Legislativa:
a) que não receber a proposição e devolvê-la ao seu autor;
b) que declarar prejudicada matéria pendente de deliberação;
c) proferida em questão de ordem;
d) que considerar improcedente pedido de retificação de ata;
e) que considerar improcedente impugnação de redação final;
f) que indeferir requerimento de tramitação conjunta;
II – de decisão de presidente de comissão proferida em questão de ordem;
III – do indeferimento dos requerimentos referidos nos arts. 41, § 1º, IX; 42; e 130;
IV – do parecer pela inadmissibilidade da Comissão de Constituição e Justiça ou da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
§ 1º O recurso é interposto no prazo de 5 dias, devendo contraditar, objetivamente, a decisão, parecer ou deliberação recorridos.
§ 2º O recurso é submetido à deliberação do Plenário, observadas as normas seguintes:
I – é dado conhecimento prévio ao autor da decisão recorrida e ao relator;
II – independe de parecer de comissão, salvo nos casos dos incisos I, a, b e c; e II deste artigo, sujeitos a parecer da Comissão de Constituição e Justiça;
III – é dada a palavra ao primeiro signatário do recurso por 5 minutos e, em seguida, ao autor da decisão recorrida ou ao relator pelo mesmo prazo;
IV – provido o recurso, considera-se:
a) reformada a decisão da Mesa Diretora, do Presidente da Câmara Legislativa ou de presidente de comissão;
b) autorizado o prosseguimento da tramitação da proposição.
TÍTULO VI
DA TRAMITAÇÃO E APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES
CAPÍTULO I
DO RECEBIMENTO, DA NUMERAÇÃO E DA PUBLICAÇÃO
Art. 145. A proposição pode ser protocolada eletronicamente em qualquer dia e horário.
Art. 146. A proposição, uma vez protocolada, é numerada, publicada no Sistema de Publicações Legislativas e disponibilizada em ambiente do Processo Legislativo Eletrônico.
§ 1º O protocolo eletrônico de proposição, sua numeração, publicação e disponibilização são feitos na forma indicada pela Mesa Diretora.
§ 2º Cada espécie de proposição é numerada por legislatura em séries específicas, salvo emendas, que obedecem às seguintes normas:
I – a numeração das emendas é feita em cada proposição principal;
II – as emendas são numeradas pela ordem de entrada no protocolo;
III – nas proposições sujeitas a dois turnos de votação, ao número correspondente a cada emenda de plenário deve ser acrescentada a identificação do turno a que se refere;
IV - a numeração de subemenda é feita na mesma série de numeração das emendas, observados os incisos anteriores.
§3º Cumpridas as formalidades previstas no caput, a proposição de autoria externa ao Poder Legislativo deve ser lida em Plenário antes de sua distribuição às comissões.
CAPÍTULO II
DOS REQUISITOS GENÉRICOS
Art. 147. A proposição deve atender aos seguintes requisitos:
I – tratar de matéria da competência do Distrito Federal sujeita à deliberação da Câmara Legislativa;
II – estar em conformidade com os preceitos da Constituição Federal e da Lei Orgânica;
III – cumprir as disposições deste Regimento Interno;
IV – observar a juridicidade e sua correta inserção no ordenamento jurídico, se a matéria vier a ser aprovada;
V – guardar coerência:
a) com os princípios da Lei Orgânica, no caso de proposta que objetive emendá-la;
b) com a norma a ser alterada, no caso de projeto com esse objetivo;
c) com a proposição principal, no caso de emenda.
Art. 148. Não pode ser objeto de deliberação pela Câmara Legislativa:
I – matéria que delegue competência de um Poder para outro;
II – matéria cujo autor não tenha o poder de iniciativa;
III – proposição que disponha sobre matéria não apropriada à espécie apresentada;
IV - proposição que contrarie súmula da Comissão de Constituição e Justiça;
V – projeto de lei complementar ou de lei que vise a concessão de gratuidade ou subsídio em serviço público prestado de forma indireta, sem a correspondente indicação da fonte de custeio;
VI – matéria constante de projeto de lei rejeitado ou havido por prejudicado na mesma sessão legislativa, salvo mediante proposta da maioria absoluta dos Deputados Distritais;
VII – matéria constante de emenda que:
a) aumente a despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador, ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal;
b) aumente a despesa prevista nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara Legislativa;
c) não guarde pertinência temática com a matéria constante da proposição de iniciativa do Poder Executivo, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal.
Parágrafo único. Nas matérias de iniciativa do Poder Executivo, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal, a reapresentação do projeto rejeitado depende da anuência prévia da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 149. Considera-se recebida a proposição a partir de sua distribuição às comissões competentes.
§ 1º A proposição, para ser distribuída, deve:
I – estar redigida de acordo com a técnica legislativa;
II – estar acompanhada das disposições normativas ou contratuais a que o texto fizer remissão;
III – conter o número mínimo de subscritores exigido para sua apresentação;
IV – conter:
a) epígrafe;
b) indicação do autor;
c) ementa;
d) indicação da Câmara Legislativa como órgão legiferante;
e) texto a ser deliberado;
f) justificação;
g) assinatura.
V – estar acompanhada dos demonstrativos, documentos ou estudos, exigidos pela legislação, para apreciar a matéria;
§ 2º As proposições de iniciativa externa ao Poder Legislativo distrital devem, em sua exposição de motivos, apresentar:
I - o resultado que se pretende alcançar com a edição da norma proposta;
II - comparativo entre a legislação em vigor e a legislação proposta;
III - impacto financeiro-orçamentário;
IV - outros demonstrativos exigidos pela legislação.
§ 3º As emendas e requerimentos prescindem de justificação, devendo, contudo, observar as demais normas previstas neste artigo.
§ 4º A proposição que não preencher os requisitos dos arts. 148 e 149 deve ser devolvida ao autor na forma do art. 284.
§ 5º Na hipótese de proposição apresentada em desacordo com o §2º, deste artigo, a Mesa Diretora deve notificar o autor para envio das informações até a conclusão da tramitação da matéria nas comissões, sob pena de inadmissibilidade.
CAPÍTULO III
DA AUTORIA E DA INICIATIVA
Art. 150. Para efeitos regimentais, considera-se autor da proposição aquele que teve a iniciativa de sua apresentação ou, na hipótese de subscrição qualificada, o primeiro signatário.
§ 1º Após a respectiva publicação no Sistema de Publicações Legislativas, não são deferidos requerimentos que solicitem a retirada ou inclusão de assinatura de proposição protocolada.
§ 2º Na proposição em que haja subscrição qualificada, se, com a retirada de assinatura, a proposição deixar de conter o número mínimo de subscritores exigido para sua apresentação, aplica-se o art. 149, § 1º, III e § 4º.
Art. 151. A iniciativa de proposição, obedecidas as disposições regimentais, é da competência dos Deputados Distritais ou comissões da Câmara Legislativa, da Mesa Diretora e, nos casos e condições previstos na Lei Orgânica:
I – do Governador;
II – do Tribunal de Contas do Distrito Federal;
III – da Defensoria Pública do Distrito Federal;
IV – dos cidadãos.
Art. 152. Estão sujeitas a número mínimo de subscritores as seguintes proposições:
I – assinadas por um oitavo dos Deputados Distritais:
a) recurso, nas hipóteses do art. 144, III e IV;
b) requerimento de constituição de comissão especial;
c) emenda de plenário, em segundo turno;
d) destaque para votação de emenda inadmitida, na hipótese do art. 186, §2º.
II – assinadas por um terço dos Deputados Distritais:
a) proposta de emenda à Lei Orgânica e respectivas emendas;
b) requerimento de criação de comissão parlamentar de inquérito, observado o inciso III, b, deste artigo;
c) requerimento de convocação de sessão legislativa extraordinária, para apreciação de ato do Governador que importe crime de responsabilidade;
d) requerimento de convocação de sessão extraordinária;
e) requerimento de tramitação em regime de urgência;
f) projeto de resolução dispondo sobre alteração ou reforma do Regimento Interno;
g) requerimento de desarquivamento de proposição;
III – assinadas pela maioria absoluta dos Deputados Distritais:
a) projeto de lei cuja matéria já tenha sido rejeitada na mesma sessão legislativa;
b) requerimento de instalação de comissão parlamentar de inquérito, quando já houver pelo menos 2 em funcionamento;
c) requerimento de convocação de sessão legislativa extraordinária, em caso de urgência ou interesse público relevante;
d) requerimento de encerramento de discussão de matéria urgente;
e) requerimento de adiamento de votação de matéria em regime de urgência;
f) emenda aglutinativa, quando não for apresentada pelos autores das emendas objeto de aglutinação.
CAPÍTULO IV
DA RETIRADA E DO ARQUIVAMENTO DAS PROPOSIÇÕES
Art. 153. A proposição pode ser retirada mediante requerimento de seu autor ou da maioria absoluta dos subscritores.
§ 1º Se não houver parecer favorável de comissão de mérito, o requerimento de retirada de proposição é deferido pelo Presidente da Câmara Legislativa; se houver, é submetido à deliberação do Plenário.
§ 2º O requerimento de retirada de emenda ou subemenda, com ou sem parecer favorável de comissão, pode ser deferido pelo Presidente da Câmara Legislativa, desde que não tenha sido votada pelo Plenário em primeiro turno ou turno único e a retirada não implique em prejuízo à deliberação da proposição principal.
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se às proposições de iniciativa do Governador, do Tribunal de Contas do Distrito Federal e da Defensoria Pública do Distrito Federal.
Art. 154. As proposições apresentadas na forma regimental tramitam por, no máximo, 2 Legislaturas, sendo, ao final do período, arquivadas.
Parágrafo único. Arquivada na forma do caput, a proposição pode ser desarquivada, para tramitar por mais uma única legislatura, se requerida, até 60 dias após o início da primeira sessão legislativa da legislatura seguinte ao arquivamento, a continuidade da tramitação por um terço dos Deputados Distritais.
CAPÍTULO V
DA TRAMITAÇÃO CONJUNTA
Art. 155. A tramitação conjunta ocorre quando proposições da mesma espécie tratam de matéria análoga ou correlata e não incidam no óbice do art. 187, XI.
§ 1º A tramitação conjunta é determinada pelo Presidente da Câmara Legislativa, de ofício, antes da distribuição da matéria às comissões, ou a requerimento de Deputado Distrital ou comissão, até a conclusão da tramitação da matéria pelas comissões de mérito.
§ 2º Para os fins deste artigo, consideram-se análogas ou correlatas as proposições que, embora coincidentes em seus objetivos, apresentem uma ou mais soluções que as distingam.
§ 3º O requerimento de que trata o §1º deve ser deferido imediatamente quando subscrito por todos os autores das proposições para as quais se requer a tramitação conjunta, ou, nas demais hipóteses, decidido no prazo de 5 dias.
Art. 156. Na tramitação conjunta, são obedecidas as seguintes normas:
I – tem precedência na tramitação conjunta a proposição mais antiga sobre as mais recentes;
II – as demais proposições são apensadas ao processo da proposição que deva ter precedência;
III – deferida a tramitação conjunta, devem as proposições ser encaminhadas para todas as comissões de mérito para as quais as matérias forem distribuídas;
IV – os pareceres das comissões devem referir-se tanto à matéria que deva ter precedência quanto às que com esta tramitem conjuntamente;
V – o parecer sobre as proposições que tramitem em conjunto pode concluir por substitutivo a qualquer uma ou a todas elas, devendo, neste caso, constar dos registros de cada proposição;
VI – o regime de tramitação com urgência de uma proposição é estendido às que lhe estejam apensas;
VII – em qualquer caso, as proposições são incluídas conjuntamente na ordem do dia da mesma sessão.
CAPÍTULO VI
DO REGIME DE TRAMITAÇÃO
Seção I
Das Disposições Comuns
Art. 157. A proposição pode tramitar em regime de urgência ou de tramitação ordinária.
§ 1º Tramita em regime de urgência a proposição:
I – que objetive:
a) suspender as imunidades dos Deputados Distritais, na vigência de estado de sítio;
b) transferir temporariamente a sede do Governo do Distrito Federal para outra região administrativa;
c) autorizar o Governador ou o Vice-Governador a se ausentar do Distrito Federal;
d) promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências de competência da Câmara Legislativa;
e) atender calamidade pública;
II – para a qual o Plenário conceda esse regime;
III – a que se refere o art. 73 da Lei Orgânica.
§ 2º A proposta de emenda à lei orgânica tramita no regime especial previsto nos arts. 215 a 221 deste Regimento Interno, vedada, em qualquer hipótese, atribuição de regime urgente.
Seção II
Da Urgência
Subseção I
Das Disposições Comuns
Art. 158. Urgência é o regime de tramitação em que, dada a excepcional necessidade de pronta apreciação da proposição, a Câmara Legislativa dispensa formalidades regimentais comuns à apreciação das proposições.
§ 1º Não são dispensáveis, na tramitação em regime de urgência, as seguintes exigências:
I – publicação da proposição principal;
II – pareceres das comissões ou de relator designado;
III – quorum para deliberação;
IV – cumprimento dos interstícios e prazos definidos neste Regimento Interno para matéria urgente, inclusive o prazo de emendas a que se refere o art. 163;
V – discussão e votação da matéria nos turnos a que está sujeita e apreciação, se for o caso, da redação final;
VI – elaboração dos respectivos autógrafos.
§ 2º Considera-se urgente a matéria incluída na ordem do dia de sessão extraordinária, ressalvado o disposto no art. 157, §2º.
Subseção II
Do Requerimento de Urgência
Art. 159. O requerimento de urgência deve ser subscrito por um terço e aprovado por dois terços dos Deputados Distritais.
§ 1º O requerimento de urgência pode ter sua votação encaminhada por seu primeiro signatário e por um Deputado Distrital que lhe seja contrário, pelo prazo improrrogável de 5 minutos para cada orador.
§ 2º Sendo concedido regime de urgência para proposição que esteja em pauta, essa deve ser transferida, na ordem do dia, para o grupo das matérias urgentes, adotando-se o mesmo tratamento delas a partir da concessão da urgência.
Subseção III
Da Apreciação de Matéria Urgente
Art. 160. Aprovado o requerimento de urgência, a matéria pode ser incluída na ordem do dia da sessão em curso.
§ 1º Não havendo parecer da comissão que tiver de opinar sobre a matéria e se o relator não se julgar habilitado a emiti-lo na referida sessão, o Presidente da Câmara Legislativa pode conceder, para isso, prazo até a sessão seguinte, comunicando o fato ao Plenário.
§ 2º Findo o prazo concedido, caso não haja parecer, deve ser designado relator pelo presidente da comissão, para que o profira oralmente no decorrer da sessão, na forma do art. 190, ou, a seu pedido, na sessão seguinte.
§ 3º Na discussão e no encaminhamento da votação de proposição em regime de urgência, o autor, o relator e o Deputado Distrital inscrito podem usar da palavra por 5 minutos, alternando-se, tanto quanto possível, os oradores favoráveis e contrários.
Art. 161. Na tramitação das matérias constantes do art. 157, §1º, I, a, o Presidente pode, considerada a relevância e a urgência, reduzir ou dispensar os requisitos estabelecidos no art. 158, § 1º, IV, e incluir a proposição na ordem do dia, obedecidas, em qualquer hipótese, as demais disposições do art. 158, § 1º.
CAPÍTULO VII
DA DISTRIBUIÇÃO
Art. 162. A distribuição da matéria às comissões é feita por despacho do Presidente da Câmara Legislativa, observado o seguinte:
I - encerrado o prazo para emendas, previsto no art. 163, I, a proposição é encaminhada para análise conjunta das comissões que devam se pronunciar exclusivamente quanto ao mérito;
II - encerrado o prazo para emendas, previsto no art. 163, II, a proposição é encaminhada para análise conjunta das comissões que devam se pronunciar quanto à admissibilidade.
§1º Distribuída a matéria, a inclusão de novas comissões no despacho de distribuição depende de requerimento escrito, apresentado exclusivamente antes da deliberação da matéria nas comissões de mérito e deferido por ato do Presidente da Câmara Legislativa.
§ 2º Não se distribui proposição à comissão que seja autora da matéria.
CAPÍTULO VIII
DA APRESENTAÇÃO DE EMENDAS EM PROPOSIÇÃO DISTRIBUÍDA ÀS COMISSÕES
Art. 163. Distribuída às comissões, a proposição, independentemente do regime de tramitação, pode ser emendada em dois períodos:
I - antes do envio da matéria às comissões exclusivamente de mérito: no prazo único e comum de 5 dias;
II - antes do envio da matéria às comissões de admissibilidade: no prazo único e comum de 5 dias.
§1º Nenhuma emenda pode ser apresentada fora dos períodos definidos no caput, exceto no caso das emendas de relator apresentadas antes da deliberação definitiva do parecer na respectiva comissão, sob pena de inadmissibilidade.
§ 2º Os prazos de emendas de que trata o caput devem ser publicados no Sistema de Publicações Legislativas com a indicação objetiva do dia de início e do dia de encerramento.
§ 3º A apresentação de substitutivo por comissão constitui atribuição da que for competente para emitir parecer sobre o mérito da proposição principal, exceto quando se destinar a consolidar o texto aprovado pelas comissões de mérito ou a aperfeiçoar a redação e a técnica legislativa, caso em que a iniciativa é da Comissão de Constituição e Justiça.
§ 4º É dispensada a abertura do prazo para emendas na proposição que vise exclusivamente conferir título de Cidadão Honorário ou Benemérito.
CAPÍTULO IX
DA TRAMITAÇÃO NAS COMISSÕES
Seção I
Do Relator
Art. 164. A designação do relator e a disponibilização da proposição para apresentação do parecer deve ser feita após a entrada da matéria na comissão.
§ 1º Para proposições com tramitação conjunta, deve ser designado um único relator.
§ 2º O presidente da comissão pode, em virtude da complexidade da matéria, dividi-la, designando relatores parciais e um relator geral, de modo que haja apenas um parecer da comissão.
Art. 165. Deve ser designado novo relator, quando:
I – o relator:
a) se declarar impedido ou suspeito;
b) deixar, injustificadamente, de cumprir o prazo para parecer;
c) declinar do direito de relatar a matéria;
II – a matéria constar da ordem do dia da comissão e o relator estiver ausente.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso I, b, a redistribuição depende de requerimento do autor da proposição principal ou do líder do Governo, em projetos de iniciativa do Poder Executivo.
Art. 166. Ao relator compete:
I – analisar as matérias que lhe forem distribuídas e sobre elas emitir parecer;
II – solicitar ao autor a apresentação de demonstrativo, informação, documento ou estudo exigidos pelo ordenamento jurídico;
III – solicitar, na forma do art. 167, §1º, a prorrogação do prazo para emissão de seu parecer:
a) nos casos requeridos pelo autor;
b) até que seja cumprida a diligência do inciso II;
c) enquanto não for respondida a consulta de que tratam os arts. 64, II e 65, II;
d) enquanto não for decidida a suscitação de incompetência ou o conflito de competência;
e) enquanto não for aprovada a proposição da qual a proposição em análise seja dependente;
f) enquanto não for aprovado pelo Plenário destaque de parte da proposição para constituição de proposição em separado.
Parágrafo único. Considera-se dependente de outra a proposição que:
I – seja consequência:
a) de proposta de emenda à Lei Orgânica em tramitação;
b) de proposição com matéria de lei complementar em tramitação;
II – tenha de aguardar alteração:
a) em lei orçamentária para com ela tornar-se compatível;
b) em outra lei para que haja coerência e harmonia no ordenamento jurídico do Distrito Federal.
Seção II
Dos Prazos
Art. 167. As comissões, para emitir parecer sobre a proposição e sobre emenda a ela oferecida, salvo as exceções previstas neste Regimento Interno, têm o prazo de 5 dias, para matéria em regime de urgência, e de 20 dias, para matéria em regime de tramitação ordinária, correndo em conjunto:
I - primeiro, nas comissões exclusivamente de mérito;
II - em seguida, nas comissões de admissibilidade.
§ 1º O Presidente da Câmara Legislativa pode, na hipótese do art. 166, III, prorrogar os prazos a que se refere este artigo, aplicando-se o novo prazo a todas as comissões que estiverem deliberando concomitantemente a matéria.
§ 2º Os prazos deste artigo começam a correr a partir do recebimento da matéria no colegiado.
§ 3º Ao relator são assegurados quatro quintos do prazo destinado à comissão, iniciando-se a contagem a partir da disponibilização da matéria para ele.
§ 4º Esgotado o prazo destinado ao relator, sem a apresentação do parecer, o presidente da comissão pode conceder-lhe novo prazo, a ser descontado daquele concedido à comissão.
§ 5º A redação final é elaborada nos prazos estabelecidos no art. 208, III.
Art. 168. Se o parecer for apenas sobre emenda ou subemenda, a comissão deve apreciar a matéria no prazo de 5 dias, para matéria em regime de urgência, e de 10 dias, para matéria em regime de tramitação ordinária, contados da entrada da matéria na comissão.
Seção III
Dos Pareceres
Art. 169. Parecer é o documento escrito que formaliza o pronunciamento de comissão sobre matéria sujeita a seu estudo.
Parágrafo único. Cada proposição tem parecer independente, salvo:
I – as que tramitarem em conjunto;
II – as emendas que forem apreciadas em conjunto com a proposição principal.
Art. 170. Do parecer do relator deve constar:
I - preâmbulo;
II - relatório, com exposição da matéria em exame e aspectos inerentes à sua tramitação;
III - voto do relator, com os motivos e fundamentos para a sua conclusão e a síntese das alterações eventualmente propostas;
IV - conclusões a que se refere o art. 172, III;
V - fecho.
§ 1º É dispensável o relatório para parecer sobre emenda, quando analisada separadamente da proposição principal.
§ 2º Sempre que a comissão concluir pela apresentação de proposição, esta deve ser elaborada pela própria comissão, considerando-se, como justificação, o parecer.
§ 3º O Presidente da Câmara Legislativa deve devolver à comissão o parecer emitido em desacordo com as disposições deste artigo.
Art. 171. O parecer pode ser oral exclusivamente quando for proferido em apreciação preliminar no plenário.
§ 1º O parecer proferido na forma deste artigo pode ser precedido de leitura integral de emenda de plenário, mediante requerimento.
§ 2º Aprovado o parecer, as notas taquigráficas são juntadas ao respectivo processo.
Seção IV
Da Apreciação das Matérias nas Comissões
Art. 172. No desenvolvimento dos trabalhos, as comissões devem observar as seguintes normas:
I - as deliberações das comissões são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposição em contrário na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno;
II – se a comissão se julgar incompetente para apreciar a matéria, ou se o Deputado Distrital suscitar conflito de competência, a questão deve ser encaminhada ao Presidente da Câmara Legislativa para reconsideração ou por ele submetida à Mesa Diretora, para decidir em 5 dias ou de imediato se a matéria for urgente;
III – ao apreciar a matéria, a comissão, pode:
a) aprová-la ou rejeitá-la, em exame de mérito;
b) admiti-la ou inadmiti-la, em exame de admissibilidade;
c) sugerir o seu arquivamento;
d) apresentar emenda ou subemenda;
e) propor sua prejudicialidade;
f) propor a sua devolução ao autor, nos termos do art. 149.
IV – as comissões podem determinar o arquivamento de documento enviado à sua apreciação, exceto proposição, publicando-se o despacho respectivo na ata dos seus trabalhos;
V – o relator, ao ler o seu parecer, pode, independentemente de requerimento, enunciar apenas suas conclusões, sendo o parecer submetido de imediato à discussão;
VI – durante a reunião, é assegurado o direito de vista do parecer do relator a qualquer membro da comissão, pelos seguintes prazos, determinados pelo presidente e que correm em conjunto para vista solicitada por mais de 1 Deputado Distrital:
a) até a reunião seguinte, para matéria em tramitação ordinária, com retorno automático para a pauta da próxima reunião ordinária;
b) até 2 horas durante o período da reunião em que tiver sido requerida, para matérias em regime de urgência;
VII – durante a discussão, podem usar da palavra:
a) o autor e o relator, por 15 minutos;
b) os membros da comissão, por 5 minutos;
c) os Deputados Distritais que a ela não pertençam, por 3 minutos;
VIII - a discussão pode ser encerrada, por deliberação da comissão, a requerimento de qualquer de seus membros, após falarem 8 oradores;
IX – encerrada a discussão, pode ser dada a palavra ao relator por 10 minutos, procedendo-se, em seguida, à votação do seu parecer;
X – aprovado o parecer do relator, em todos os seus termos, é ele tido como da comissão;
XI - nenhum parecer é aprovado se o número de abstenções for igual ou superior ao número de votos favoráveis, devendo, neste caso, ser incluído na pauta para nova deliberação;
XII – se ao parecer do relator forem sugeridas alterações com as quais ele concorde, deve ser-lhe concedido prazo até a reunião seguinte para a redação do novo texto;
XIII – vencido o relator, o presidente deve designar relator substituto a fim de, na reunião seguinte, apresentar novo parecer, contendo a vontade manifesta da comissão, a ser proferido em plenário se a matéria estiver em regime de urgência;
XIV – na hipótese de a comissão aprovar voto diverso do proferido no parecer do relator, o desse constitui voto em separado, e o autor do voto aprovado passa a relator;
XV – para efeito da contagem dos votos relativos ao parecer do relator, são considerados:
a) favoráveis, os pelas conclusões, os com restrições e os em separado não divergentes das conclusões;
b) contrários, os contra as conclusões e os em separado divergentes das conclusões;
XVI – lançados os votos e proclamado o resultado, a folha de votação, com as conclusões da comissão, a indicação dos Deputados Distritais votantes e seus respectivos votos, deve ser assinada pelo presidente do colegiado;
XVII – podem ser publicados os resumos das exposições orais, os extratos redigidos pelos próprios autores, as exposições escritas e as notas taquigráficas, se assim entender a comissão.
§ 1º Antes de iniciada a votação do parecer, qualquer membro pode pedir destaque de emenda, observadas as seguintes regras:
I – é votado primeiramente o parecer e, depois, a emenda destacada;
II - a matéria destacada deve constar em folha de votação distinta e indicar o autor do requerimento e o resultado da votação.
§ 2º Qualquer membro da comissão, titular ou suplente, pode levantar questão de ordem ou reclamação, desde que ela se refira à matéria em deliberação ou assunto pertinente à respectiva comissão cabendo, de seu indeferimento, recurso ao Plenário.
§ 3º Na apreciação das matérias nas comissões, aplicam-se, no que couber, as normas para apreciação das matérias em plenário, vedada:
I - a apresentação de emenda aglutinativa;
II - a discussão ou a votação da proposição por partes, exceto por proposta de seu presidente, na hipótese do art. 164, §2º;
III - a apresentação de requerimento para o adiamento da discussão ou da votação de proposição com prazo vencido na comissão.
Art. 173. Concluída a apreciação nas comissões de admissibilidade, a proposição emendada retorna às comissões de mérito que ainda não se pronunciaram sobre emenda ou subemenda.
Parágrafo único. O retorno às comissões mérito é dispensado nos casos de emenda ou subemenda:
I – de redação;
II – supressiva que não acarrete ampliação ou inversão de sentido;
III – modificativa que vise exclusivamente suprimir termo, expressão ou parte do texto sem ampliação ou inversão de sentido;
IV – de adequação orçamentária ou financeira;
V – de ajuste de constitucionalidade, juridicidade, legalidade, regimentalidade ou técnica legislativa;
VI - inadmitida nas comissões de admissibilidade.
Art. 174. Esgotados os prazos regimentais das comissões sem apreciação da matéria, o Presidente da Câmara Legislativa, a requerimento do autor da proposição e ouvido o Colégio de Líderes, pode determinar o seu envio imediato às comissões de admissibilidade ou ao Plenário, conforme o caso.
Art. 175. A última comissão a apreciar a matéria deve disponibilizar a proposição à Presidência.
CAPÍTULO X
DA INCLUSÃO NA ORDEM DO DIA DO PLENÁRIO
Art. 176. A proposição está em condições de ser incluída na Ordem do Dia do Plenário quando:
I - não depender de parecer;
II - concluída sua tramitação nas comissões;
III - aprovado requerimento de urgência;
IV - determinado seu envio ao Plenário, após esgotado o prazo nas comissões de admissibilidade;
V - por decisão do Colégio de Líderes.
Art. 177. A Ordem do Dia é fixada pelo Presidente da Câmara Legislativa e é constituída das seguintes partes:
I - preâmbulo;
II - pauta das proposições previstas para deliberação;
III - quadro geral de vetos aguardando deliberação.
§ 1º Em seu preâmbulo, a Ordem do Dia deve trazer a composição da Mesa Diretora e das comissões permanentes e temporárias em funcionamento.
§ 2º Os vetos devem constar na Ordem do Dia exclusivamente no quadro geral de que trata o inciso III, do caput, e são deliberados, a juízo do Presidente, ouvido o Colégio de Líderes, na forma dos arts. 212 e 213.
§3º As matérias constantes da pauta das proposições previstas para deliberação são agrupadas da seguinte forma:
I – redações finais;
II – proposições em segundo turno ou turno único;
III – proposições em primeiro turno;
IV - proposições que independam de parecer.
§ 4º Dando-se precedência às matérias urgentes, as proposições devem ser organizadas, em cada grupo, na seguinte ordem:
I – proposta de emenda à Lei Orgânica;
II – projeto de lei complementar;
III – projeto de lei;
IV – projeto de decreto legislativo;
V – projeto de resolução;
VI – demais proposições sujeitas à apreciação do Plenário.
§ 5º O Presidente, mediante deliberação do Colégio de Líderes, pode fixar a ordem da pauta de forma diversa da estabelecida nos §§ 3º e 4º.
§ 6º Não se designa ordem do dia para a primeira sessão ordinária de cada período legislativo da sessão legislativa.
Art. 178. A Ordem do Dia das sessões ordinárias deve ser publicada no Sistema de Publicações Legislativas no dia anterior ao de sua realização, devendo indicar, para cada proposição:
I – o número e o ano;
II – o autor;
III – a ementa;
IV – o quorum para deliberação;
V – o processo de votação;
VI – a conclusão dos pareceres ou a existência de pareceres pendentes;
VII – as demais informações complementares, a juízo do Presidente da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. O Presidente da Câmara Legislativa deve prefixar o dia, a hora e a Ordem do Dia da sessão extraordinária, que devem ser comunicados aos Deputados Distritais em sessão, no Sistema de Publicações Legislativas ou, quando necessário, por qualquer meio de comunicação que melhor atenda à urgência.
CAPÍTULO XI
DA APRESENTAÇÃO DE EMENDAS EM PLENÁRIO
Art. 179. As emendas são apresentadas em plenário desde a inclusão da proposição na Ordem do Dia até o anúncio da deliberação da proposição principal em Plenário, na forma do art. 189:
I – por Deputado Distrital, em turno único, ou em primeiro turno;
II – por um oitavo dos Deputados Distritais, em segundo turno.
Art. 180. A emenda aglutinativa é apresentada exclusivamente em plenário pelos autores das emendas objeto da aglutinação ou pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. A emenda aglutinativa, quando apresentada, implica a retirada automática das emendas das quais resulta.
CAPÍTULO XII
DOS TURNOS
Art. 181. As proposições são subordinadas, na sua apreciação pelo Plenário, a turno único, exceto nas seguintes hipóteses, em que se exigem 2 turnos:
I - proposta de emenda à Lei Orgânica;
II - projeto de lei complementar;
III - projeto de lei;
IV - projeto de resolução que disponha sobre:
a) alteração do Regimento Interno ou do Código de Ética e Decoro Parlamentar;
b) polícia interna;
c) criação, transformação e extinção de cargos da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Parágrafo único. Cada turno é constituído de discussão e votação, salvo disposição regimental em contrário.
CAPÍTULO XIII
DO INTERSTÍCIO
Art. 182. Salvo disposição em contrário na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno, não há interstício entre a aprovação da matéria em primeiro turno e sua apreciação em segundo turno.
§ 1º A não ocorrência de interstício não dispensa a obrigatoriedade de que a apreciação de projeto em segundo turno ocorra em sessão posterior à sessão em que a matéria foi aprovada em primeiro turno.
§ 2º A requerimento de Deputado Distrital, mediante deliberação do Plenário, deve ser observado interstício mínimo de 2 dias para matérias em tramitação ordinária e 1 dia para matéria em regime de urgência.
CAPÍTULO XIV
DA PREFERÊNCIA
Art. 183. Denomina-se preferência a votação de uma matéria antes de outra.
Parágrafo único. Além das preferências regimentais, o Deputado Distrital pode requerer preferência relativa:
I – a apreciação de uma matéria sobre outra do mesmo grupo, na forma do art. 184;
II – a apreciação de um projeto sobre outro, quando em tramitação conjunta;
III - a votação do texto principal antes do substitutivo ou de um substitutivo antes de outro que tenha preferência regimental;
IV – a votação de emenda antes de subemenda;
V – a votação de um requerimento antes de outro que tenha finalidade conflitante.
Art. 184. O requerimento para discussão ou votação de uma proposição com preferência sobre outras do mesmo grupo é apresentado por Deputado Distrital, antes de iniciada a ordem do dia.
§ 1º Quando os requerimentos de que trata o caput excederem a 5, o Presidente, se entender que isso pode tumultuar a ordem dos trabalhos, deve verificar, por consulta prévia, se o Plenário admite modificação na Ordem do Dia.
§ 2º Admitida a modificação, os requerimentos são considerados um a um, na ordem de sua apresentação.
§ 3º Recusada a modificação, consideram-se prejudicados todos os requerimentos apresentados, não se recebendo nenhum outro na mesma sessão.
CAPÍTULO XV
DO DESTAQUE
Art. 185. Admite-se destaque:
I – para votação em separado de dispositivo ou parte de proposição, independentemente do restante da matéria a que pertencer;
II – para votação em separado de emenda;
III - para constituição de parte de proposição em projeto em separado;
IV - para votação em separado de proposição incluída em bloco de deliberação.
Art. 186. Em relação aos destaques, devem ser obedecidas as seguintes normas:
I – o requerimento deve ser formulado até o anúncio da fase da votação da proposição principal;
II – não é permitido destaque de expressão cuja retirada inverta ou modifique substancialmente o sentido do dispositivo;
III – o destaque é possível quando o texto destacado possa ajustar-se à proposição em que deva ser integrado e forme sentido completo;
IV – apresentado o destaque para votação em separado, submete-se a votos, primeiramente, o texto-base e, em seguida, a emenda ou o dispositivo destacado;
V – a votação do destaque para constituição de projeto em separado precede a deliberação sobre a matéria principal e, uma vez concedido, abre prazo de 5 dias para o autor do requerimento oferecer o texto com que deve tramitar o novo projeto.
§ 1º Consideram-se destacadas, independentemente de requerimento:
I – a emenda com pareceres divergentes das comissões de mérito;
II – as emendas incompatíveis entre si ou que abordem o mesmo dispositivo de forma diversa.
§ 2º Não é admitido o destaque de emenda que tenha recebido parecer pela inadmissibilidade, exceto na hipótese em que a proposição seja votada em Plenário durante o prazo recursal e o destaque seja apresentado com o mesmo quorum do recurso.
§ 3º O destaque pode ser apresentado oralmente por Deputado Distrital, exceto na hipótese:
I - do § 2º, em que deve ser escrito e apresentado por um oitavo dos Deputados Distritais;
II - do art. 185, III, em que deve ser escrito e apontar, objetivamente, os dispositivos da proposição que devem tramitar de forma autônoma.
§ 4º Deliberado em Plenário, o destaque deve constar em folha de votação separada da matéria principal.
§ 5º As matérias destacadas podem, por deliberação dos líderes em Plenário, ser submetidas ao Plenário em bloco único ou em blocos distintos.
CAPÍTULO XVI
DA PREJUDICIALIDADE
Art. 187. Consideram-se prejudicados:
I – a discussão ou a votação de matéria constante de projeto rejeitado na mesma sessão legislativa, salvo quando subscrito pela maioria absoluta dos Deputados Distritais;
II – a discussão ou a votação de proposição cujos objetivos e soluções apresentados sejam idênticos ao de outra considerada inconstitucional pelo Plenário;
III – a discussão ou a votação de proposição que tramite em conjunto, quando a aprovada tiver finalidade oposta à apensada;
IV – o texto original, com as respectivas emendas, da proposição principal que tiver substitutivo aprovado em Plenário;
V – o substitutivo, quando a proposição principal for aprovada em Plenário;
VI – a emenda, inclusive, se houver, substitutivo, quando a proposição principal for rejeitada em Plenário;
VII – a emenda ou o dispositivo com finalidade oposta ou conflitante a outra emenda ou dispositivo já aprovado pelo Plenário;
VIII - a emenda na parte em que pretenda modificar dispositivo suprimido em votação anterior do Plenário;
IX – o requerimento com finalidade oposta à de outro já aprovado;
X – a emenda ou o dispositivo que for consequência de outro rejeitado em votação do Plenário;
XI – a proposição cujos objetivos e soluções apresentados sejam idênticos ao de outra que já tramite na Câmara Legislativa;
XII – a matéria que houver perdido a oportunidade;
XIII - a proposição inadmitida em decisão irrecorrida.
§ 1º Compete ao Presidente da Câmara Legislativa, de ofício ou mediante provocação de Deputado Distrital ou comissão, declarar prejudicada a matéria pendente de deliberação.
§ 2º A declaração de prejudicialidade é feita em Plenário, durante a votação, ou mediante publicação no Diário da Câmara Legislativa.
§ 3º Da declaração de prejudicialidade pode o autor da proposição, no prazo de 5 dias, a partir da publicação, ou imediatamente, na hipótese do § 4º, interpor recurso ao Plenário, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 4º Se a prejudicialidade declarada no curso de votação disser respeito a emenda ou dispositivo de matéria em apreciação, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça é proferido oralmente, na mesma ocasião.
§ 5º A proposição dada como prejudicada é definitivamente arquivada.
CAPÍTULO XVII
DA DISCUSSÃO
Seção I
Do Adiamento da Discussão
Art. 188. Antes do anúncio da deliberação de proposição em tramitação ordinária, é permitido o seu adiamento pelo prazo de até 15 dias, mediante deliberação do Plenário, a requerimento de Deputado Distrital, ou independentemente de deliberação, por solicitação do autor da proposição.
Parágrafo único. Solicitado, para a mesma proposição, mais de 1 adiamento, a adoção de um requerimento prejudica os demais.
Seção II
Do Anúncio da Proposição a Ser Deliberada
Art. 189. Durante a ordem do dia, anunciada a proposição a ser deliberada, o Presidente deve informar ao Plenário:
I - o encerramento do prazo para apresentação de emendas no turno em que se encontra a matéria principal;
II - a eventual existência de pareceres pendentes das comissões.
§ 1º Na hipótese do inciso II, o Presidente pode, em ato contínuo, consultar os líderes em Plenário quanto à dispensa dos pareceres, hipótese em que a proposição é considerada aprovada e admitida por todas as comissões e a fase da discussão iniciada na forma da seção III, deste Capítulo.
§ 2º A dispensa prevista no parágrafo anterior é admitida apenas com a manifestação unânime dos líderes e, exclusivamente, para as proposições que não tenham recebido emendas em qualquer fase da tramitação.
Seção III
Da apreciação preliminar
Art. 190. Não configurado o caso de dispensa dos pareceres, o Presidente da Câmara pode convocar os presidentes das comissões cujos pareceres estão pendentes para que, em apreciação preliminar, designem relator em Plenário, observado o seguinte:
I - os pareceres são proferidos oralmente, na forma do art. 171, por cada relator, na ordem do despacho inicial de distribuição e, ao final, submetidos a um único bloco de discussão e votação;
II - havendo divergência de pareceres que inviabilize a votação conjunta, o Presidente pode determinar a votação individualizada de um ou mais pareceres, mantendo-se, em qualquer caso, a discussão em bloco;
III - as emendas apresentadas em qualquer fase são deliberadas no mesmo parecer proferido para a matéria principal e, havendo pareceres divergentes quanto ao mérito, são votadas destacadamente, imediatamente após o bloco dos pareceres;
IV - as emendas votadas destacadamente em apreciação preliminar não podem ser objeto de novo destaque por ocasião da votação da matéria principal no turno em que se encontrar.
§ 1º Na hipótese de proposição já instruída pelas comissões, as emendas de Plenário são distribuídas para análise das mesmas comissões constantes no despacho inicial da proposição principal, podendo os pareceres ser proferidos em plenário, na forma do parágrafo anterior, por proposta do Presidente, ouvidos os líderes em Plenário.
§ 2º Encerrada a apreciação preliminar, dá-se início à fase da discussão da proposição.
Seção IV
Das Disposições Gerais Sobre a Discussão
Art. 191. Discussão é a fase dos trabalhos destinada ao debate das matérias em plenário e é realizada em conjunto sobre a proposição principal e as emendas apresentadas a ela.
§ 1º O Presidente, consultando os líderes em Plenário, pode anunciar o debate por títulos, capítulos, seções ou grupos de artigos.
§ 2º A proposição discutida na legislatura anterior pode, a requerimento de Deputado Distrital, ter a discussão reiniciada e reaberto o prazo para recebimento de emendas.
Art. 192. Anunciada a fase de discussão da matéria, o Deputado Distrital, salvo disposição regimental, pode falar somente 1 vez e pelo prazo de 5 minutos, vedado:
I – desviar-se da questão em debate;
II – falar sobre o vencido;
III – ultrapassar o prazo regimental.
§ 1º A discussão é encerrada:
I - por ausência de oradores;
II - após falarem 12 Deputados, mediante a aprovação de requerimento apresentado:
a) por Deputado Distrital, na proposição de tramitação ordinária;
b) pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, na proposição de tramitação urgente.
§ 2º Encerrada a discussão, passa-se à fase da votação, devendo o Presidente anunciar a suspensão ou o encerramento da sessão, caso não haja número para deliberar.
CAPÍTULO XVIII
DA VOTAÇÃO
Seção I
Do Adiamento da Votação
Art. 193. Antes do anúncio da fase da votação de proposição, o Plenário pode deferir o seu adiamento, a requerimento de Deputado Distrital, pelo prazo de até 5 dias.
§ 1º Solicitado, para a mesma proposição, mais de 1 adiamento, a adoção de um requerimento prejudica os demais.
§ 2º O adiamento da votação de proposição em regime de urgência deve ser requerido pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, por prazo não excedente a 24 horas.
Seção II
Do Encaminhamento da Votação
Art. 194. Anunciada a fase da votação, o Deputado Distrital pode usar da palavra para encaminhá-la, pelo prazo de 5 minutos, salvo disposição regimental em contrário.
§ 1º No encaminhamento da votação, podem usar da palavra 4 oradores, 2 favoráveis e 2 contrários à matéria, assegurada a preferência ao autor da proposição.
§ 2º Nenhum Deputado Distrital pode falar mais de 1 vez para encaminhar a votação da mesma matéria.
§ 3º Aprovado requerimento de votação de um projeto por partes, podem encaminhar a votação de cada parte 2 oradores, 1 favorável e 1 contrário.
§ 4º No encaminhamento da votação de emenda destacada, somente podem falar 2 oradores, 1 favorável e 1 contrário, assegurada a preferência para o primeiro signatário da emenda e ao autor do requerimento de destaque.
§ 5º No encaminhamento da votação de dispositivo ou parte de proposição destacados, somente podem falar 2 oradores, 1 favorável e 1 contrário, assegurada a preferência ao autor do requerimento de destaque.
§ 6º Independentemente do disposto neste artigo, o Presidente, de ofício ou a requerimento de Deputado Distrital, pode convidar o relator ou o presidente da comissão a esclarecer, em encaminhamento da votação, as razões do seu parecer.
Seção III
Da Orientação das Bancadas
Art. 195. Em qualquer caso, encerrado o encaminhamento da votação, cada líder pode manifestar-se, para orientar sua bancada, por tempo não excedente a 2 minutos.
Seção IV
Das Disposições Gerais sobre a Votação
Art. 196. As deliberações da Câmara Legislativa são tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta dos Deputados Distritais, salvo disposição em contrário neste Regimento Interno ou na Lei Orgânica, sendo as abstenções computadas para efeito de quorum.
Parágrafo único. Em caso de empate nas votações, o voto proferido pelo Presidente serve como critério de desempate.
Art. 197. Havendo quorum, a votação da matéria é realizada:
I – imediatamente após o encerramento da discussão;
II - imediatamente após a leitura do respectivo item da pauta, no caso de proposição que independe de discussão.
Art. 198. O Deputado Distrital presente no plenário não pode se escusar de tomar parte na votação, salvo para se abster ou se declarar em obstrução.
Parágrafo único. Tratando-se de causa própria ou de matéria em que tenha interesse individual ou familiar, deve o Deputado Distrital dar-se por impedido e fazer comunicação nesse sentido à Mesa, sendo seu voto considerado como abstenção para efeito de quorum.
Art. 199. A votação de uma proposição só pode ser interrompida por falta de quorum ou em caso de tumulto em plenário que inviabilize o seu prosseguimento.
Art. 200. Terminada a apuração, compete ao Presidente proclamar o seu resultado, especificando os votos favoráveis, os contrários e as abstenções.
Parágrafo único. O Deputado Distrital, depois da votação, pode enviar à Mesa, para publicação, declaração escrita de voto, redigida em termos regimentais, ou fazê-la oralmente por 1 minuto.
Seção VI
Dos Processos de Votação
Art. 201. A votação deve ser ostensiva, adotando-se os processos simbólico ou nominal.
Art. 202. Pelo processo simbólico, utilizado na votação das proposições em geral, o Presidente, ao anunciar a votação da matéria, deve convidar os Deputados Distritais a favor a permanecerem como estão e os a ela contrários a se manifestarem, proclamando o resultado manifesto dos votos.
Parágrafo único. Se algum Deputado Distrital tiver dúvida quanto ao resultado proclamado, pode, imediatamente, pedir verificação de votação, que se realiza pelo processo nominal.
Art. 203. O processo nominal é utilizado:
I – em votação de proposição que exija maioria absoluta ou qualificada para aprovação;
II – a requerimento de Deputado Distrital;
III – quando houver pedido de verificação de votação;
IV – nos demais casos expressos neste Regimento Interno.
Art. 204. Aberta a votação nominal pelo Presidente, cada Deputado Distrital deve, eletronicamente, votar, conforme aprove ou rejeite a matéria, podendo ainda manifestar-se por abstenção ou obstrução.
§ 1º A votação eletrônica tem duração de 5 minutos, podendo ser declarada encerrada quando todos os Deputados Distritais presentes já tiverem votado.
§ 2º Não sendo possível a votação eletrônica, o registro dos votos é realizado por chamada nominal dos Deputados Distritais, em ordem alfabética, pelo Secretário, e o Deputado Distrital chamado responde “sim” ou “não”, conforme aprove ou rejeite a matéria, podendo ainda abster-se ou declarar-se impedido ou em obstrução.
Seção VII
Do Processamento da Votação
Art. 205. A votação das matérias obedece às seguintes normas:
I – ao anunciar a votação, o Presidente da Câmara Legislativa deve informar, de ofício ou a requerimento, o texto-base da proposição a ser votada e as matérias destacadas;
II – a votação do texto-base da proposição é feita por inteiro, junto com as emendas de que trata o §2º, I, ressalvados os destaques e a votação por partes;
III – as matérias destacadas são votadas uma a uma, exceto na hipótese do art. 186, §5º;
IV - ressalvado o disposto no art. 186, § 2º, não se submete a votos emenda inadmitida na Comissão de Constituição e Justiça ou na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças;
V – rejeitado o substitutivo em primeiro turno, passa-se à votação da proposição principal, na forma do inciso II;
§ 1º Considera-se texto-base:
I – o do substitutivo;
II – o da proposição principal, quando não houver substitutivo.
§ 2º Aprovado o texto-base, considera-se:
I - aprovada: a emenda ou subemenda que, tendo sido admitida e não destacada em plenário, for aprovada em todas as comissões de mérito ou tiver, na forma do art. 173, parágrafo único, dispensada a análise de mérito;
II - rejeitada: a emenda ou subemenda que, não tendo sido destacada em plenário, receber parecer contrário de todas as comissões mérito.
§ 3º Se a votação da proposição se fizer por partes, o texto de cada parte é votado junto com as emendas a ela correspondentes, observado o §2º.
CAPÍTULO XIX
DA REDAÇÃO FINAL E DOS AUTÓGRAFOS
Art. 206. Concluída a votação, a proposta de emenda à Lei Orgânica e os projetos são encaminhados para a elaboração da redação final, se aprovados em turno único ou em segundo turno.
Art. 207. São competentes para elaborar a redação final:
I – dos projetos referidos no art. 224, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças;
II – das demais proposições, a Comissão de Constituição e Justiça.
§ 1º Ao elaborar a redação final, independentemente de emenda, a comissão pode, desde que não altere o sentido da proposição e relate o fato ao Plenário:
I – efetuar as correções de linguagem e de numeração de dispositivos, inclusive de remissão;
II – eliminar inexatidão ou incoerência textuais, lapso ou erro manifesto.
§ 2º Ressalvada a numeração equivocada de dispositivo ou renumeração que decorra de emenda aprovada, é vedado, na redação final:
I - inserir dispositivo que não conste dos textos aprovados pelo Plenário;
II - alterar a técnica legislativa usada no texto aprovado pelo Plenário, salvo ajustes autorizados pelas normas editadas pela Mesa Diretora para padronização dos textos legislativos.
§ 3º Se, durante a elaboração da redação final, for suscitada dúvida relevante sobre o conteúdo aprovado em Plenário, a comissão competente deve encaminhar a proposição à Mesa Diretora, a quem compete esclarecer sobre:
I - as emendas aprovadas ou rejeitadas;
II - a prejudicialidade de emendas, ou de outras proposições, declarando-a, de imediato, quando for o caso.
§ 4º Constatada, pela Mesa Diretora, a incompatibilidade entre emendas ou entre emenda e a proposição principal, a parte controvertida deve ser submetida ao Plenário antes da devolução da proposição à comissão competente para elaboração da redação final.
Art. 208. À redação final aplica-se o seguinte:
I – é parte integrante do turno em que se concluir a apreciação da matéria;
II – independe de votação, salvo deliberação em contrário do Plenário;
III – o prazo para sua elaboração, contado do recebimento na comissão competente, é de 10 dias;
IV – deve ser publicada no Sistema de Publicações Legislativas.
§ 1º O Deputado Distrital pode:
I – antes do término da votação em segundo turno ou turno único, requerer que a redação final, após sua elaboração e publicação, seja submetida à deliberação do Plenário;
II – no prazo de 5 dias, contados da publicação, impugnar a redação final, solicitando sua retificação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, I, o requerimento deve ser submetido ao Plenário antes do envio da proposição ao órgão responsável pela elaboração da redação final.
§ 3º Na hipótese do § 1º, II, a decisão cabe ao Presidente da Câmara Legislativa, com recurso ao Plenário, em caso de indeferimento.
§ 4º A redação final, quando submetida à apreciação do Plenário, independe de parecer, podendo receber emenda para eliminar inexatidão textual, lapso, erro manifesto ou incorreção evidente.
Art. 209. Quando, após a publicação da redação final, verificar-se qualquer vício, o Presidente da Câmara legislativa deve:
I – proceder à respectiva correção, dando conhecimento ao Plenário;
II – não havendo impugnação, considerar aceita a correção;
III – havendo impugnação, submeter a correção à deliberação do Plenário.
Parágrafo único. É vedado, na correção do texto, alterar o mérito da matéria aprovada pelo Plenário.
Art. 210. A proposição aprovada em definitivo pela Câmara Legislativa deve ser encaminhada em autógrafos à sanção ou à promulgação no prazo de 10 dias.
§ 1º As resoluções e os decretos legislativos são promulgados no prazo de 10 dias, pelo Presidente da Câmara Legislativa ou, na falta dele, pelo Primeiro Vice-Presidente.
§ 2º Os autógrafos dos projetos de lei e de lei complementar são encaminhados ao Governador, devendo ser devolvidos à Câmara Legislativa, após sanção ou veto.
Art. 211. Se, após a remessa dos autógrafos à sanção do Governador, for identificado qualquer dos vícios do art. 207, §1º, ou houver modificação em virtude de impugnação, o fato deve ser-lhe imediatamente comunicado pelo Presidente da Câmara Legislativa, com a substituição dos autógrafos anteriormente remetidos.
Parágrafo único. No caso deste artigo, se a lei já tiver sido promulgada, o Presidente da Câmara Legislativa deve solicitar ao Governador a sua retificação, com esclarecimentos precisos sobre o ocorrido.
CAPÍTULO XX
DO VETO
Art. 212. A mensagem do Governador encaminhando as razões de veto a projeto aprovado pela Câmara Legislativa, uma vez recebida, deve ser imediatamente publicada no Sistema de Publicações Legislativas, lida em plenário e incluída no quadro geral de vetos da Ordem do Dia da sessão ordinária seguinte ao de sua leitura.
Art. 213. O veto deve ser apreciado no prazo de 30 dias corridos, a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§1º A apreciação dos vetos independe de parecer ou relatório e ocorre, preferencialmente, em sessão especificamente convocada para esse fim, conforme calendário definido pelo Presidente da Câmara Legislativa, ouvido o Colégio de Líderes.
§2º A discussão dos vetos é feita de forma conjunta, para todos os itens previstos para deliberação na sessão, observadas as demais regras para a discussão das proposições em geral.
§3º A votação dos vetos pode ser feita em bloco, na forma acordada pelo Colégio de Líderes, resguardada, em qualquer caso, a possibilidade de apresentação de destaques, na forma do art. 185, IV.
§ 4º Após 30 dias corridos de seu recebimento, aplicam-se à apreciação dos vetos, no que couber, as demais normas referentes à discussão e votação de projetos em regime de urgência.
§ 5º Se o veto for rejeitado, a matéria vetada deve ser enviada ao Governador para promulgação.
§ 6º Se a promulgação pelo Governador não se der dentro do prazo de 48 horas, contado de sua remessa, o Presidente da Câmara Legislativa deve fazê-la e, se esse não o fizer em igual prazo, compete ao Primeiro Vice-Presidente fazê-la.
CAPÍTULO XXI
DAS MATÉRIAS SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 214. Aplicam-se subsidiariamente às matérias deste Capítulo as normas regimentais relativas ao regime de tramitação ordinária das proposições.
Seção II
Da Proposta de Emenda à Lei Orgânica
Art. 215. Cumpridas as exigências do art. 146, a proposta de emenda à Lei Orgânica é distribuída, primeiramente, à Comissão de Constituição e Justiça, e, em seguida, às comissões de mérito.
Art. 216. Antes do encaminhamento para a Comissão de Constituição e Justiça, a proposta pode receber emendas pelo prazo de 10 dias, desde que subscritas por um terço dos Deputados Distritais.
Parágrafo único. Nenhuma emenda pode ser apresentada fora dos períodos definidos no caput, exceto no caso das emendas de relator apresentadas antes da deliberação definitiva do parecer na respectiva comissão, sob pena de inadmissibilidade.
Art. 217. Esgotado o prazo para emendas, a proposta deve ser encaminhada para parecer da Comissão de Constituição e Justiça sobre a admissibilidade da proposta e das emendas apresentadas, no prazo de 20 dias, a contar da entrada da matéria na comissão.
§ 1º Inadmitida a proposta, cabe recurso ao Plenário, subscrito por um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias.
§ 2º Admitida a proposta, é ela encaminhada às comissões de mérito, junto com as emendas, para análise no prazo de 20 dias, correndo em comum para todas as comissões de mérito constantes do despacho de distribuição.
Art. 218 Na Comissão de Constituição e Justiça, o relator pode apresentar emenda, desde que destinada a corrigir vícios acerca da constitucionalidade, da técnica legislativa e da redação, vedada modificação que altere o mérito da proposição.
Parágrafo único. Nas comissões de mérito, o relator pode concluir pela apresentação de emenda, desde que não acrescente novo conteúdo à matéria.
Art. 219. Caso tenha recebido emenda pelo relator nas comissões de mérito, a proposta de emenda à Lei Orgânica retorna à Comissão de Constituição e Justiça, exclusivamente para exame de admissibilidade das emendas, no prazo de 10 dias.
Art. 220. Encerrada a apreciação da matéria nas comissões, a proposta é encaminhada à Presidência para inclusão na ordem do dia, observando-se o seguinte:
I – a proposta é submetida a 2 turnos de discussão e votação, com interstício mínimo obrigatório de 10 dias corridos;
II – a emenda de plenário à proposta de emenda à Lei Orgânica deve estar subscrita por um terço dos Deputados Distritais, observando-se as demais regras para emendamento em Plenário das proposições em geral;
III – havendo emenda de plenário, a proposta deve ser encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça e, se admitida, às comissões de mérito, para análise, em ambos os casos, no prazo de 5 dias;
IV – considera-se aprovada a proposta que obtiver, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos Deputados Distritais.
Art. 221. A emenda à Lei Orgânica deve ser promulgada pela Mesa Diretora em 15 dias corridos, contados da publicação de sua redação final.
Seção III
Dos Projetos de Iniciativa do Governador com Solicitação de Urgência
Art. 222. A apreciação de projeto de iniciativa do Governador para o qual tenha solicitado urgência, nos termos do art. 73 da Lei Orgânica, obedece ao seguinte:
I – findo o prazo de 45 dias corridos de seu recebimento pela Câmara Legislativa, sem a manifestação definitiva do Plenário, o projeto deve ser incluído na Ordem do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação;
II – o prazo de que trata o inciso anterior não corre nos períodos de recesso da Câmara Legislativa, nem se aplica:
a) a projeto de código;
b) aos projetos de que trata o art. 224, I, II e III;
c) a proposta de emenda à Lei Orgânica;
d) às proposições que, por sua natureza, possuam tramitação especial, prevista na Constituição Federal, na Lei Orgânica ou neste Regimento Interno.
Parágrafo único. A solicitação do regime de urgência pode ser feita pelo Governador depois da remessa do projeto e em qualquer fase de sua tramitação, aplicando-se-lhe, a partir daí, o disposto neste artigo.
Seção IV
Dos Projetos de Fixação do Subsídio
Art. 223. À Mesa Diretora compete elaborar o projeto de lei sobre o subsídio do Governador, do Vice-Governador, dos Secretários de Estado e dos Administradores Regionais.
Seção V
Dos Projetos com Matéria Orçamentária
Art. 224. Sujeitam-se às disposições desta seção os projetos de lei relativos:
I – ao plano plurianual;
II – às diretrizes orçamentárias;
III – ao orçamento anual;
IV – aos créditos adicionais.
Art. 225. Recebida a mensagem que encaminha as proposições previstas no artigo anterior, compete ao Presidente da Câmara Legislativa determinar de imediato:
I – a numeração e a publicação do projeto e dos respectivos anexos no Sistema de Publicações Legislativas;
II - a leitura da proposição em Plenário;
III – a sua distribuição à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
Art. 226. O Governador pode propor modificação nos projetos desta seção, enquanto não iniciada, na Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, a votação do parecer ou, quando houver, dos pareceres parciais.
Parágrafo único. As mensagens referidas neste artigo são imediatamente publicadas no Sistema de Publicações Legislativas, lidas em plenário e encaminhadas à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças.
Art. 227. Recebido o projeto, o Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, ressalvados os projetos de lei relativos a créditos adicionais, deve:
I – mandar publicar, no Sistema de Publicações Legislativa, no prazo de 5 dias, cronograma dos eventos relacionados à sua tramitação e análise;
II – designar, de imediato, um membro titular para elaborar o parecer preliminar, no prazo de:
a) 15 dias, para o projeto de lei orçamentária anual;
b) 7 dias, para os projetos de lei relativos às diretrizes orçamentárias e ao plano plurianual.
Art. 228. Após a publicação do parecer preliminar, as emendas a projeto de lei de que trata esta seção são apresentadas exclusivamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, respeitado o prazo mínimo de 10 dias.
§ 1º Compete ao Colégio de Líderes definir, anualmente, o número e o valor máximos de emendas a serem apresentadas, por Deputado Distrital:
I – à despesa dos projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual;
II – ao anexo de metas e prioridades da lei de diretrizes orçamentárias;
III - ao anexo de despesas de pessoal autorizadas a sofrerem acréscimos, observada a margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 2º As emendas são protocoladas e numeradas de acordo com a ordem de apresentação.
§ 3º As emendas coletivas apresentadas pela Mesa Diretora, por comissão, por partido ou bloco parlamentar devem ser subscritas pela maioria dos respectivos membros.
§ 4º Até o encerramento do prazo para apresentação de emendas, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode realizar audiências públicas com autoridades de outros Poderes ou com entidade representativa da sociedade que possam contribuir para o debate e o aprimoramento do projeto de lei.
§ 5º Até 2 dias após o encerramento do prazo para apresentação de emendas, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve emitir relatório de emendas a ser publicado no Sistema de Publicações Legislativas.
§ 6º A apreciação das emendas obedece ao seguinte:
I – a rejeição e a aglutinação de emendas e o oferecimento de subemendas devem ser justificados pelos relatores parciais e gerais a que se refere o art. 229;
II – as emendas são agrupadas para votação, conforme tenham parecer favorável ou contrário do relator, ressalvados os destaques.
§ 7º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, aos projetos de lei relativos aos créditos adicionais.
Art. 229. O Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, fixando os prazos para a apreciação dos pareceres, deve designar no prazo de 5 dias após o recebimento do projeto de lei:
I – relator para os projetos de lei de diretrizes orçamentárias e de créditos adicionais;
II – relatores parciais e relator geral para os projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual.
§ 1º O ato de designação e de fixação dos prazos para apreciação dos pareceres deve ser publicado no Sistema de Publicações Legislativas.
§ 2º O parecer do relator geral tem por base as conclusões dos pareceres preliminares e parciais, quando for o caso, aprovados pela comissão.
§ 3º Os relatores parciais e geral dos projetos de lei do plano plurianual e do orçamento anual, em seus pareceres, somente podem apresentar:
I – emenda aglutinativa ou que vise corrigir erro ou omissão;
II – emenda para remanejamento de recursos na mesma unidade orçamentária;
III – subemenda.
§ 4º O disposto no § 3º deste artigo não interfere na prerrogativa de apresentação de emendas, no prazo previsto no art. 228.
§ 5º Não se concede vista dos pareceres preliminares, parciais ou geral.
§ 6º Os prazos da comissão para emitir parecer começam a fluir com o recebimento do projeto e terminam 7 dias antes de se esgotar o prazo da Câmara Legislativa para sua apreciação.
§ 7º A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve dar publicidade imediata no Sistema de Publicações Legislativas aos atos e textos aprovados.
§ 8º Salvo as proposições relativas aos créditos adicionais, os projetos de lei de que trata esta seção são incluídos na Ordem do Dia, independentemente do parecer da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, se faltarem 4 dias para terminar o prazo da Câmara Legislativa para sua aprovação.
§ 9º No segundo turno, somente podem ser apresentadas emendas:
I – pela Mesa Diretora;
II – por comissão permanente;
III – por um oitavo dos Deputados Distritais.
Seção VI
Das Contas
Subseção I
Da Prestação de Contas
Art. 230. O Governador e o Tribunal de Contas do Distrito Federal, anualmente, nos prazos previstos na Lei Orgânica, devem prestar contas à Câmara Legislativa.
§ 1º As contas do Governador são prestadas mediante a apresentação dos balanços gerais e do relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo.
§ 2º As contas do Tribunal de Contas do Distrito Federal, além das exigências da Lei Orgânica, são prestadas com todos os elementos legalmente exigidos dos demais agentes públicos obrigados a prestar contas.
Art. 231. Assim que forem lidas em plenário as contas do Governador e as do Tribunal de Contas do Distrito Federal, deve o Presidente da Câmara Legislativa determinar:
I – a publicação da mensagem no Sistema de Publicações Legislativas;
II – a disponibilização, no portal da Câmara Legislativa, da mensagem e de todos os demais documentos recebidos.
§ 1º As contas devem ficar à disposição no portal da Câmara Legislativa para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade até o final do ano em que foram prestadas.
§ 2º A Câmara Legislativa deve disponibilizar, no seu portal, canais de fácil acesso para receber pedidos, consultas, sugestões, considerações e impugnações do cidadão e instituição da sociedade sobre as contas de que trata este artigo.
Art. 232. As contas são distribuídas exclusivamente à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças para exame e parecer.
Art. 233. Ao relator designado pelo Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças compete:
I – elaborar parecer preliminar sobre a admissibilidade das contas, indicando, se for o caso, os documentos, informações e dados complementares a serem requisitados do prestador respectivo;
II – apreciar os pedidos, consultas, sugestões, considerações e impugnações feitas por cidadão ou instituição da sociedade;
III – elaborar, após cumpridas as formalidades legais, o parecer definitivo, no qual deve considerar todos os elementos do inciso II.
Parágrafo único. A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode requisitar diretamente ao prestador das contas que apresente:
I – os documentos, informações e dados complementares de que trata o inciso I deste artigo;
II – manifestação escrita sobre as matérias do inciso II deste artigo.
Art. 234. Estando conformes, as contas prestadas pelo Governador, devem ser encaminhadas pelo Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças ao Tribunal de Contas do Distrito Federal para relatório analítico e parecer prévio.
§ 1º Cabe ao relator da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças acompanhar, no Tribunal de Contas do Distrito Federal, a tramitação das contas prestadas pelo Governador.
§ 2º Recebido o relatório analítico e o parecer prévio do Tribunal de Contas do Distrito Federal, deve ele ser imediatamente disponibilizado no portal da Câmara Legislativa.
§ 3º Se o parecer prévio concluir pela rejeição das contas, deve ser aberto prazo de 30 dias para manifestação do prestador das contas.
Art. 235. As contas, após cumpridas as formalidades legais, são apreciadas, no início do ano seguinte ao de sua prestação, pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, a quem compete:
I – decidir sobre o parecer definitivo;
II – elaborar a minuta do respectivo projeto de decreto legislativo.
Art. 236. O projeto de decreto legislativo apresentado pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças independe de parecer e deve ser apreciado pelo Plenário na forma das demais proposições.
Subseção II
Da Tomada de Contas
Art. 237. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças proceder à tomada das contas não prestadas no prazo legal.
§ 1º A tomada de contas deve ser efetivada no prazo de 90 dias, contados do término do prazo para a sua prestação.
§ 2º A prestação de contas, após iniciada a tomada de contas, não é óbice à adoção e continuidade das providências relativas ao processo por crime de responsabilidade.
Art. 238. A Comissão de Economia, Orçamento e Finanças pode requisitar:
I – servidores da Câmara Legislativa para ficarem à sua disposição;
II – o auxílio do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo;
III – o auxílio do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Art. 239. Compete à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças elaborar o regulamento da tomada de contas.
Art. 240. O Presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças deve designar um só relator para organizar e realizar a tomada de contas.
§ 1º Na tomada de contas, ao relator são assegurados todos os poderes necessários para execução de suas funções, cabendo-lhe especialmente:
I – coordenar e orientar a equipe técnica de que trata o art. 238, conferindo-lhe atribuições específicas para a prática de atos junto aos órgãos e entidades;
II – convocar os responsáveis pelo sistema de controle interno e os ordenadores de despesa da administração pública, para comprovar, no prazo do regulamento, as contas na forma como deveriam ter sido prestadas;
III – requisitar documentos e informações aos órgãos e entidades responsáveis;
IV – requisitar senha de acesso a sistemas de informática para si e para os servidores da equipe técnica de que trata o art. 238.
§ 2º A organização das contas tomadas na forma desta subseção deve conter todos os elementos exigidos na prestação de contas.
Art. 241. Concluída a tomada de contas, devem elas ficar até o final do exercício à disposição, no portal da Câmara Legislativa, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 242. Encerrado o exercício de que trata o art. 241, aplicam-se à tomada de contas as disposições dos arts. 235 e 236.
Seção VII
Da Homologação de Convênios
Art. 243. Os convênios de que trata o art. 135, § 6º, da Lei Orgânica, somente produzem efeito no Distrito Federal após sua homologação pela Câmara Legislativa, mediante solicitação do Governador.
§ 1º A matéria é distribuída à Comissão de Economia, Orçamento e Finanças que, aprovando-a, deve elaborar a proposição decorrente e encaminhar, em seguida, para análise da Comissão de Constituição e Justiça.
§ 2º Na hipótese do art. 131 da Lei Orgânica, a proposição é considerada aprovada pelo voto favorável de dois terços dos Deputados Distritais.
Seção VIII
Da Concessão de Título de Cidadão Benemérito e de Título de Cidadão Honorário de Brasília
Art. 244. O título de Cidadão Benemérito e de Cidadão Honorário de Brasília é concedido por decreto legislativo, aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais.
§ 1º. Em cada sessão legislativa, o Deputado Distrital pode ser primeiro signatário de, no máximo, 10 títulos de Cidadão Benemérito ou Honorário efetivamente aprovados pelo Plenário.
§ 2º A Mesa Diretora pode ser autora da proposição de que trata este artigo, aplicando-se, em qualquer caso, o limite previsto no §1º.
Art. 245. O indicado ao título de Cidadão Benemérito de Brasília ou de Cidadão Honorário de Brasília deve satisfazer cumulativamente os seguintes requisitos:
I – ter nascido:
a) no Distrito Federal, no caso de Cidadão Benemérito;
b) fora do Distrito Federal, no caso de Cidadão Honorário.
II – ter realizado trabalhos de relevante interesse para a população do Distrito Federal;
III – ser pessoa de notório reconhecimento público;
IV – possuir idoneidade moral e reputação ilibada.
Parágrafo único. A proposição deve vir acompanhada de currículo ou de histórico com a trajetória do homenageado.
Art. 246. Fica suspensa durante o período eleitoral a concessão e a entrega dos títulos de que trata esta seção.
Art. 247. Fica instituído o Livro de Cidadãos Honorários e Beneméritos de Brasília destinado ao registro perpétuo dos nomes daqueles que foram agraciados com os títulos de que trata esta seção.
§1º Além da inscrição em Livro próprio, o agraciado com o título de cidadão benemérito ou honorário faz jus ao recebimento de insígnia que representa a honraria.
§2º As características do Livro e da insígnia, de que trata este artigo, são definidas pela Mesa Diretora.
Seção IX
Da Alteração do Regimento Interno
Art. 248. O Regimento Interno pode ser alterado por meio de resolução de iniciativa:
I – de um terço dos Deputados Distritais;
II – da Mesa Diretora;
III – de comissão permanente ou temporária.
§ 1º Após as providências do art. 146, compete ao Presidente da Câmara Legislativa determinar a sua distribuição:
I – à Mesa Diretora, se de iniciativa de Deputado Distrital ou de comissão, para análise de mérito;
II – à Comissão de Constituição e Justiça, em qualquer hipótese, para análise de mérito e de admissibilidade.
§ 2º O projeto é aprovado por maioria absoluta dos Deputados Distritais em dois turnos.
Seção X
Da Proposta de Emenda Constitucional
Art. 249. A Câmara Legislativa pode deliberar sobre proposta de emenda constitucional, na forma do art. 60, III, da Constituição Federal.
§ 1º Quando a proposta de emenda constitucional tiver origem na Câmara Legislativa, observa-se o seguinte:
I - o projeto de decreto legislativo pode ser apresentado por Deputado Distrital;
II – o texto da proposta de emenda constitucional deve ser:
a) elaborado segundo as normas usadas no Congresso Nacional;
b) apresentado como anexo de projeto de decreto legislativo;
III – no prazo de 10 dias, podem ser apresentadas emendas por Deputado Distrital.
§ 2º Quando a proposta de emenda constitucional tiver origem em Assembleia Legislativa, observa-se o seguinte:
I – lida a proposta em plenário, compete à Mesa Diretora ou a Deputado Distrital apresentar o respectivo projeto de decreto legislativo;
II – no prazo regimental, previsto no §1º, III, podem ser apresentadas emendas ao projeto de decreto legislativo por Deputado Distrital, exclusivamente para aditar ressalva ao texto do projeto de decreto legislativo;
III – as comissões por onde tramitar podem aprovar a proposta de emenda constitucional com ressalvas, expressamente indicadas por emenda de relator ao texto do projeto de decreto legislativo.
§ 3º A proposta de emenda constitucional é apreciada em turno único e aprovada por maioria simples.
§ 4º Observado o disposto neste artigo, a tramitação de proposta de emenda constitucional observa as normas deste regimento interno para as propostas de emenda à lei orgânica.
§ 5º Votada a proposta, o Presidente da Câmara Legislativa deve:
I – informar o resultado à Assembleia Legislativa de origem, com cópia dos documentos comprobatórios; ou
II – remeter cópia do texto com origem na Câmara Legislativa a todas as Assembleias Legislativas, solicitando que deliberem sobre a proposta.
§ 6º Compete à Mesa Diretora, após a manifestação favorável das Assembleias Legislativas em número que atenda à exigência da Constituição Federal, providenciar o protocolo da proposta de emenda constitucional com origem na Câmara Legislativa em qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Seção XI
Do Calendário Especial de Tramitação
Art. 250. A proposição que, por sua complexidade ou importância, dependa de análise mais detida dos órgãos deliberativos pode ter calendário de tramitação especial, definido pelo Colégio de Líderes, por proposta do Presidente da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. Para fins deste artigo, consideram-se complexas e importantes, além de outras reconhecidas pelo Colégio de Líderes, a proposição que objetive aprovar ou reformar:
I - Plano Diretor de Ordenamento Territorial, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília ou Planos de Desenvolvimentos Locais;
II - regime jurídico dos servidores públicos civis;
III - código.
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
CAPÍTULO I
DA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE
Art. 251. Constituem atos ou fatos sujeitos a fiscalização e controle da Câmara Legislativa e suas comissões:
I – os passíveis de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial referidos no art. 77 da Lei Orgânica;
II – os atos de gestão administrativa dos Poderes Legislativo e Executivo do Distrito Federal, incluídos os da administração indireta, qualquer que seja a autoridade que os tenha praticado.
Art. 252. Sem prejuízo do disposto nos arts. 16, VI e VII, e 57, VIII e X, a fiscalização e o controle dos atos referidos no art. 251 obedecem às seguintes normas:
I – o requerimento de fiscalização e controle deve trazer a indicação específica do ato e a fundamentação da providência objetivada;
II – após a publicação, o Presidente da Câmara Legislativa deve distribuí-lo à Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle;
III – o presidente da comissão deve designar relator, para elaboração de relatório prévio, no qual são analisadas a oportunidade e a conveniência da medida e o alcance do ato impugnado, definindo-se o plano de execução e a metodologia de avaliação;
IV – aprovado pela comissão o relatório prévio, o mesmo relator fica encarregado de sua implementação, sendo aplicáveis à hipótese os arts. 80, § 8º, e 81, I;
V – o prazo para conclusão dos trabalhos é de até 180 dias corridos, sendo aplicáveis, no que couber, as disposições do art. 80, § 6º;
VI – finda a legislatura, os requerimentos de fiscalização e controle ainda em análise podem ter prazo adicional de até 90 dias para a conclusão dos trabalhos, mediante requerimento de Deputado Distrital;
VII – o relatório final da fiscalização e controle, em termos de comprovação de legalidade do ato, avaliação política, administrativa, social e econômica de sua edição e quanto à eficácia dos resultados sobre a gestão orçamentária e financeira, deve atender, no que couber, ao disposto no art. 80.
§ 1º A comissão, para a execução das atividades de que trata este artigo, pode requisitar ao Tribunal de Contas do Distrito Federal as providências ou informações previstas no art. 78 da Lei Orgânica.
§ 2º São assinalados prazos não inferiores a 5 dias para cumprimento da convocação, prestação de informações, atendimento às requisições de documentos públicos e realização de diligências e perícias.
CAPÍTULO II
DA INDICAÇÃO DE AUTORIDADES
Seção I
Das Autoridades Indicadas pelo Poder Executivo
Art. 253. No pronunciamento da Câmara Legislativa sobre indicação de autoridades, são observadas as normas seguintes:
I – a mensagem do Governador com esclarecimentos sobre o indicado é lida em plenário e encaminhada à comissão competente;
II – a comissão deve convocar o indicado para ouvi-lo sobre matéria relacionada ao cargo a ser ocupado, no prazo de 10 dias, contado da leitura da mensagem;
III – a comissão pode realizar audiência pública para que os interessados se manifestem sobre a indicação e a pessoa do indicado, seguida, se necessário, de ampla investigação sobre as alegações levantadas na audiência;
IV – a arguição obedece a critérios previamente estabelecidos pela comissão, sendo a deliberação feita por votação ostensiva;
V – o parecer da comissão é encaminhado à Presidência, acompanhado do respectivo projeto de decreto legislativo e, observadas as demais condições regimentais, incluído na ordem do dia para discussão e votação;
VI – o pronunciamento da Câmara Legislativa é comunicado ao Governador, consignando-se o resultado da votação.
Seção II
Das Autoridades Escolhidas pela Câmara Legislativa
Art. 254. Para escolha das autoridades da competência privativa da Câmara Legislativa, são observadas as normas seguintes:
I – assim que vagar qualquer dos cargos, a Mesa Diretora deve comunicar o fato ao Plenário e abrir prazo de 5 dias para que as indicações sejam feitas;
II – sem prejuízo das indicações feitas por Deputados Distritais, cada bancada de partido político ou bloco parlamentar pode indicar cidadão de sua preferência, desde que atenda aos requisitos legais;
III – recebidas as indicações pela Mesa Diretora, são elas publicadas no Diário da Câmara Legislativa e distribuídas à Comissão de Constituição e Justiça para análise dos requisitos legais e à comissão que deva analisar o mérito para arguição;
IV – o indicado que não satisfizer os requisitos legais é eliminado da escolha;
V – observadas, no que couber, as normas do art. 253, a escolha é feita por eleição, em votação ostensiva, obedecido o seguinte:
a) havendo mais de 2 indicados, se nenhuma deles obtiver a maioria absoluta dos votos, repete-se a votação entre os 2 mais votados, considerando-se escolhido o que obtiver maior número de votos;
b) em caso de empate, a indicação ou escolha recai sobre aquele que tiver mais tempo no exercício da função ou da atividade profissional que exija os conhecimentos necessários para o cargo ou, em último caso, no mais idoso.
CAPÍTULO III
DO COMPARECIMENTO DE SECRETÁRIOS DE ESTADO E DEMAIS AUTORIDADES DO DISTRITO FEDERAL
Art. 255. Os Secretários de Estado e demais autoridades do Distrito Federal comparecem perante a Câmara Legislativa ou suas comissões:
I – quando convocados para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado;
II – por sua iniciativa, em entendimento com o Presidente da Câmara Legislativa ou presidente da comissão, para expor assunto de relevância de sua Secretaria, órgão ou entidade;
III – quando determinado por lei.
§ 1º A convocação é resolvida pela Câmara Legislativa ou comissão, a requerimento de Deputado Distrital.
§ 2º O Presidente da Câmara Legislativa ou da comissão deve oficiar ao convocado, dando-lhe conhecimento da convocação e do assunto a ser tratado, para que, em comum acordo, estabeleçam data e hora para o seu comparecimento, em prazo não superior a 30 dias.
Art. 256. O convocado deve encaminhar ao Presidente da Câmara Legislativa ou da comissão, até o dia útil anterior à sua presença na Câmara Legislativa, sumário da matéria de que vem tratar, para distribuição aos Deputados Distritais.
§ 1º O convocado, na fase destinada à sua exposição, pode falar por até 30 minutos, prorrogáveis por mais 15 pelo Plenário ou por comissão.
§ 2º Encerrada a exposição do convocado, podem ser formuladas interpelações por Deputado Distrital, por até 10 minutos, exceto o autor do requerimento, que tem o tempo de 15 minutos e preferência na interpelação.
§ 3º O convocado tem até 10 minutos para responder a cada interpelação.
§ 4º Atendidas as inscrições, pode o Deputado Distrital, no tempo de 5 minutos, replicar, contestar a resposta ou solicitar mais esclarecimentos ao convocado, que dispõe de igual tempo para a tréplica.
§ 5º É assegurado aos líderes, após o término dos debates, usar da palavra por 5 minutos.
Art. 257. No caso do comparecimento espontâneo ao plenário ou à comissão, essa intenção deve ser comunicada ao Presidente da Câmara Legislativa ou de comissão, a quem cabe dar ciência do comparecimento aos Deputados Distritais, com antecedência mínima de 2 dias.
§ 1º O Secretário de Estado ou autoridade pode usar da palavra no início da sessão ou reunião, se para expor assuntos de seu órgão, de interesse da Câmara Legislativa e do Distrito Federal; ou, durante a Ordem do Dia, se para falar de proposição legislativa em trâmite, relacionada com o órgão ou a entidade sob sua direção.
§ 2º O Secretário de Estado ou autoridade pode usar da palavra durante 40 minutos, podendo o prazo ser prorrogado pela metade desse tempo, por deliberação do Plenário ou de comissão.
§ 3º Finda a exposição, o Presidente deve conceder a palavra aos Deputados Distritais, respeitada a ordem de inscrição, para, no tempo de 10 minutos cada, formular suas considerações ou pedido de esclarecimento, dispondo o Secretário ou autoridade do mesmo tempo para resposta.
Art. 258. A Câmara Legislativa reúne-se em comissão geral toda vez que Secretário de Estado comparecer perante o Plenário.
CAPÍTULO IV
DA AUTORIZAÇÃO PARA PROCESSAR O GOVERNADOR POR CRIME DE RESPONSABILIDADE
Art. 259. O cidadão, com domicílio eleitoral nesta unidade da federação, pode apresentar denúncia à Câmara Legislativa em desfavor do Governador do Distrito Federal por crime de responsabilidade.
Parágrafo único. A denúncia deve:
I – estar dirigida ao Presidente da Câmara Legislativa;
II – conter:
a) a identificação do denunciante, com nome completo, endereço eletrônico e número do título de eleitor;
b) a qualificação do denunciado;
c) a exposição do fato que configura o crime de responsabilidade, com todas as suas circunstâncias e com os elementos indiciários imprescindíveis à sua demonstração;
d) a adequação do fato às normas que o tipifiquem como crime de responsabilidade;
e) o rol de até 5 testemunhas, nos crimes em que haja prova testemunhal;
f) o pedido;
g) o local e a data;
h) a assinatura do denunciante, de forma eletrônica ou com firma reconhecida.
III – estar acompanhada:
a) de cópia do título de eleitor do cidadão ou do representante do partido político, associação ou entidade sindical que subscrever a denúncia;
b) de comprovante de regularidade perante a Justiça Eleitoral;
c) de cópia do estatuto, da ata de eleição da diretoria e da autorização do respectivo órgão deliberativo, no caso de denúncia de partido político, associação ou entidade sindical;
d) dos elementos que comprovem a denúncia ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, mas com indicação do local em que possam ser encontrados.
Art. 260. Protocolada a denúncia, compete ao Presidente da Câmara Legislativa a análise dos elementos legais para o seu recebimento ou arquivamento, em despacho fundamentado, no prazo de 20 dias.
§ 1º O Presidente da Câmara Legislativa, ao verificar que a denúncia não preenche os requisitos do art. 259, pode autorizar que o denunciante, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
§ 2º A denúncia não pode ser recebida:
I – se não for atendida a exigência do § 1º;
II – se o denunciado já tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo;
III – se não estiverem presentes os elementos materiais necessários à configuração e comprovação do crime de responsabilidade;
IV – se não forem atendidos os requisitos do art. 259;
V – se os fatos objeto da denúncia já tiverem sido apreciados em outro processo pela Câmara Legislativa ou pelo tribunal especial;
VI – se a acusação for claramente inepta ou desprovida de justa causa.
§ 3º O despacho do Presidente da Câmara Legislativa de que trata o caput deve ser lido em plenário e publicado no Diário da Câmara Legislativa.
§ 4º O silêncio do Presidente da Câmara Legislativa, após o prazo de que trata o caput, é considerado arquivamento tácito.
§ 5º Do não recebimento da denúncia pelo Presidente da Câmara Legislativa cabe recurso ao Plenário, subscrito por um terço dos Deputados Distritais, no prazo de 5 dias, contados:
I – da publicação do despacho referido no § 3º;
II – do término do prazo de que trata o caput do artigo, no caso de arquivamento tácito.
§ 6º A aprovação do recurso de que trata o § 5º depende do voto favorável da maioria absoluta dos Deputados Distritais.
Art. 261. A denúncia por crime de responsabilidade atribuído ao Governador, recebida pelo Presidente da Câmara Legislativa, está sujeita às fases de:
I – autorização para instaurar o processo, de competência privativa da Câmara Legislativa;
II – processo e julgamento perante o tribunal especial constituído de Deputados Distritais e Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Art. 262. Recebida a denúncia, deve ser constituída uma comissão especial para analisar e emitir parecer sobre a denúncia.
§ 1º A comissão especial é composta por 7 membros titulares e 7 membros suplentes, segundo a proporcionalidade partidária.
§ 2º À comissão especial, após eleger seu presidente e vice-presidente e escolher o relator na forma deste Regimento Interno, compete:
I – citar o denunciado para apresentar defesa escrita no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período, a pedido do denunciado e a juízo da comissão;
II – designar defensor dativo para, em 15 dias, apresentar defesa escrita, se não for apresentada pelo denunciado;
III – realizar as diligências necessárias, no prazo de até 30 dias, contados do recebimento da defesa escrita;
IV – emitir parecer com o respectivo projeto de decreto legislativo, no prazo de 10 dias, contados do encerramento das diligências.
§ 3º Na reunião que apreciar o parecer, é assegurado ao denunciado, pessoalmente ou por seu procurador, o uso da palavra para sustentação oral, por 30 minutos, após o relatório e antes do voto do relator.
Art. 263. Aprovado o parecer da comissão especial, o projeto de decreto legislativo deve ser incluído na ordem do dia da sessão especialmente convocada para discussão e votação da matéria.
§ 1º Antes da discussão, é assegurada a palavra, sucessivamente:
I – por 30 minutos para o autor da denúncia e por 30 minutos para a defesa, prorrogáveis pela metade por anuência do Presidente;
II – por 10 minutos para a réplica e 10 minutos para a tréplica;
III – por 10 minutos ao relator pela comissão especial.
§ 2º Se houver mais de 1 autor, o prazo de que trata o § 1º, I, é dividido entre eles.
§ 3º Na discussão, cada Deputado Distrital pode fazer uso da palavra por 10 minutos, alternando-se entre os que falam contra e os que falam a favor da autorização para instaurar o processo por crime de responsabilidade do Governador.
§ 4º Concluída a discussão, cada líder pode encaminhar a matéria por 3 minutos.
§ 5º A votação é em turno único.
§ 6º A autorização para instaurar processo por crime de responsabilidade contra o Governador depende do voto favorável de dois terços dos Deputados Distritais.
Art. 264. Aplicam-se quanto ao mais as normas deste Regimento Interno e, subsidiariamente, as normas do Código de Processo Penal.
Art. 265. Autorizada a instauração do processo, os autos devem ser enviados ao Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios para formação do tribunal especial.
Parágrafo único. No prazo de 5 dias, contados do encaminhamento de que trata este artigo, a Câmara Legislativa deve escolher os Deputados Distritais para compor o tribunal especial, observada a proporcionalidade partidária.
Art. 266. Perante o tribunal especial de que trata o art. 261, II, o processo e o julgamento por crime de responsabilidade atribuído ao Governador regem-se pelas normas da legislação federal.
Art. 267. A denúncia é arquivada quando:
I – não for recebida;
II – for negada a autorização para instaurar o processo pelo Plenário;
III – não for instaurado o processo pelo tribunal especial;
IV – for julgada improcedente pelo tribunal especial.
TÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 268. A Câmara Legislativa deve disponibilizar canais para participação do cidadão, incluindo acesso facilitado às informações publicadas no Sistema de Publicações Legislativas.
Art. 269. A Mesa Diretora deve disciplinar a forma pela qual a assinatura e o envio de documentos possam ser realizados por meio eletrônico.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de documentos.
CAPÍTULO II
DA INICIATIVA POPULAR
Art. 270. A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara Legislativa:
I – de proposta de emenda à Lei Orgânica, assinada, no mínimo, por 1% dos eleitores do Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, 3 zonas eleitorais, com não menos de 0,3% do eleitorado de cada uma delas;
II – de projeto de lei e de lei complementar assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado do Distrito Federal, distribuído por 3 zonas eleitorais;
III – de requerimento de criação de comissão parlamentar de inquérito assinado por, no mínimo, 1% do eleitorado do Distrito Federal, distribuído por 3 zonas eleitorais.
§ 1º As proposições a que se refere este artigo devem obedecer às seguintes condições:
I – a assinatura de cada eleitor deve ser acompanhada de seu nome completo e legível, endereço e dados identificadores de seu título eleitoral;
II – podem ser patrocinadas por entidade da sociedade civil legalmente constituída, que deve se responsabilizar pela coleta das assinaturas;
III – são instruídas com documento hábil da Justiça Eleitoral quanto ao eleitorado de cada zona eleitoral, aceitando-se, para esse fim, os dados referentes ao ano anterior, se não disponíveis outros mais recentes;
IV – são protocoladas perante a Mesa Diretora, a quem compete verificar se foram cumpridas as exigências regimentais para sua apresentação;
V – a proposição de iniciativa popular tem tramitação especial e integra a numeração geral das proposições, acrescida da expressão "de iniciativa popular";
VI – nas comissões em que tramitar, é assegurada a defesa da proposição por representantes dos respectivos autores;
VII – devem circunscrever-se a um único assunto, estar articulado e devidamente justificado;
VIII – não se pode rejeitar, liminarmente, proposição de iniciativa popular por vícios de linguagem, lapsos ou imperfeições de técnica legislativa, incumbindo à Comissão de Constituição e Justiça escoimá-los, para sua regular tramitação;
IX – a Mesa Diretora deve designar um Deputado Distrital para exercer os poderes ou atribuições conferidos por este Regimento Interno ao autor de proposição, devendo a escolha recair sobre quem tenha sido, com a sua anuência, previamente indicado com essa finalidade.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no § 1º, I, são admitidas subscrições por meio eletrônico, nos termos de legislação específica.
CAPÍTULO III
DAS PETIÇÕES, RECLAMAÇÕES E REPRESENTAÇÕES E OUTRAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO
Art. 271. A petição, reclamação, representação, denúncia ou queixa de pessoa, física ou jurídica, contra ato ou omissão de autoridade, órgão ou entidade públicos, bem como de violação de direitos, são recebidas e examinadas pelas comissões, desde que:
I – encaminhadas por escrito, vedado o anonimato;
II – o assunto envolva matéria de sua competência.
§ 1º Após análise prévia, a Comissão pode autorizar o seu presidente a designar membro para investigar os fatos que, na forma do caput, forem trazidos ao conhecimento do colegiado.
§2º Compete ao membro da comissão a que for distribuído o processo propor qualquer das ações previstas nos incisos IV e V, do art. 57, ou, se constatada irregularidade, apresentar relatório à autoridade competente para providências cabíveis, dando-se, em qualquer caso, ciência aos interessados.
§3º As comissões devem produzir e encaminhar à Mesa Diretora relatórios semestrais sobre a competência prevista neste artigo.
Art. 272. A participação da sociedade civil pode, ainda, ser exercida pelo oferecimento de parecer técnico, exposição ou proposta oriundos de entidade científica, cultural ou religiosa, de associação, organização não governamental ou de instituições representativas, legalmente constituídas, visando subsidiar as comissões acerca do debate de temas incluídos no seu campo temático ou de proposição sob sua apreciação.
CAPÍTULO IV
DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
Art. 273. A Câmara Legislativa pode realizar audiência pública, em qualquer lugar do Distrito Federal, mediante requerimento subscrito por Deputado Distrital e aprovado pelo Plenário, não se aplicando o disposto no art. 2º, §1º.
Art. 274. Quando a Lei exigir a realização de audiência da população interessada, aplica-se o seguinte:
I- havendo defensores e opositores relativamente à matéria objeto de exame, a Câmara Legislativa deve possibilitar a participação das diversas correntes de opinião;
II - o convidado deve limitar-se ao tema ou à questão em debate e dispõe, para tanto, de até 20 minutos para exposição, prorrogáveis a juízo da comissão, não podendo ser aparteado;
III - caso o expositor se desvie do assunto ou perturbe a ordem dos trabalhos, o Presidente pode adverti-lo, cassar-lhe a palavra ou determinar a sua retirada do recinto.
IV - a parte convidada pode valer-se de assessor credenciado, se para tal fim tiver obtido o consentimento do Presidente.
V - o Deputado Distrital inscrito para interpelar o expositor pode fazê-lo estritamente sobre o assunto da exposição, por 5 minutos, tendo o interpelado igual tempo para responder, facultadas a réplica e a tréplica, pelo mesmo tempo, vedado ao expositor interpelar qualquer dos presentes.
VI - dos debates deve-se lavrar ata com os pronunciamentos escritos e documentos que os acompanharem.
TÍTULO IX
DA ADMINISTRAÇÃO, DA ECONOMIA INTERNA E DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
CAPÍTULO I
DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
Art. 275. Os serviços administrativos da Câmara Legislativa regem-se por resolução, sendo dirigidos pela Mesa Diretora, a quem compete expedir as normas ou instruções complementares necessárias, obedecidas as seguintes diretrizes:
I – simplificação, desburocratização e modernização dos processos de trabalho e uso de tecnologias digitais e de mecanismos de transparência e de monitoramento da qualidade;
II – orientação da política de recursos humanos da Câmara Legislativa, no sentido de que as atividades administrativas e legislativas, inclusive o assessoramento institucional, sejam executados por integrantes de quadros ou tabelas de pessoal adequados às suas peculiaridades, cujos ocupantes tenham sido recrutados mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvados os cargos em comissão, preferencialmente destinados a recrutamento interno dentre os servidores da Carreira Legislativa, ou declarados de livre nomeação e exoneração, nos termos de resolução específica;
III – adoção de política de valorização de recursos humanos, por meio de programas e atividades permanentes e sistemáticas de capacitação, treinamento, desenvolvimento e avaliação profissional; de instituição do sistema de carreira e do mérito; e de processos de reciclagem e realocação de pessoal entre as diversas atividades administrativas e legislativas;
IV – existência de Consultoria Legislativa para prestar consultoria e assessoramento institucional especializado, nas diversas áreas de conhecimento, às atividades legislativa, fiscalizatória e representativa, no âmbito do processo legislativo, inclusive em matéria orçamentária, cujos trabalhos são considerados parte integrante do acervo do Poder Legislativo;
V – existência de Consultoria Técnico-Legislativa de Fiscalização, Controle, Acompanhamento de Políticas e Contas Públicas e Execução Orçamentária, unidade institucional de consultoria técnico-legislativa e assessoramento especializado, nas diversas áreas de formação específica, pesquisa e apoio aos processo de controle, de fiscalização e de acompanhamento de planos, programas e projetos, inclusive em matéria de execução orçamentária, cujos trabalhos são considerados parte integrante do acervo do Poder Legislativo;
VI – sustentabilidade socioambiental, com vistas ao uso racional e eficiente de recursos materiais, água e energia.
Art. 276. A proposição sobre matéria administrativa da Câmara Legislativa depende de parecer favorável da Mesa Diretora, salvo se ela for a autora.
Art. 277. As reclamações sobre irregularidades nos serviços administrativos da Câmara Legislativa devem ser encaminhadas à Mesa Diretora, para responder no prazo de 5 dias.
CAPÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA, FINANCEIRA, CONTÁBIL, OPERACIONAL E PATRIMONIAL
Art. 278. A administração orçamentária, financeira, contábil, operacional e patrimonial e o sistema de controle interno são coordenados e executados por unidades organizacionais da Câmara Legislativa.
Parágrafo único. As despesas da Câmara Legislativa são ordenadas pelo Presidente da Câmara Legislativa.
Art. 279. O patrimônio da Câmara Legislativa é constituído de bens móveis e imóveis no Distrito Federal que forem por ela adquiridos.
CAPÍTULO III
DA POLÍCIA DA CÂMARA LEGISLATIVA
Art. 280. Compete à Mesa Diretora fazer manter a ordem e a disciplina no edifício da Câmara Legislativa e suas adjacências.
Art. 281. O policiamento do edifício da Câmara Legislativa e suas adjacências compete, privativamente, à Mesa Diretora, sob a suprema direção do Presidente da Câmara Legislativa, sem intervenção de qualquer outro Poder.
Parágrafo único. O policiamento é feito, ordinariamente, com a segurança própria da Câmara Legislativa ou por esta contratada e, se necessário, ou na sua falta, por efetivos das Polícias Civil e Militar do Distrito Federal, requisitados ao Poder Executivo do Distrito Federal, postos à inteira e exclusiva disposição da Mesa Diretora e dirigidos por pessoas por ela designadas.
CAPÍTULO IV
DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Art. 282. A delegação de competência administrativa é utilizada como instrumento de desconcentração, visando assegurar maior rapidez e objetividade às decisões e situá-las na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
§ 1º É facultado à Mesa Diretora, a qualquer de seus membros delegar competência para a prática de atos administrativos.
§ 2º O ato de delegação deve indicar, com precisão, a autoridade delegante, a autoridade delegada e as atribuições objeto da delegação.
Art. 283. O Presidente da Câmara Legislativa e a Mesa Diretora podem delegar parte de sua competência para a prática dos seguintes atos processuais legislativos, observadas as formalidades previstas neste Regimento Interno:
I – recebimento e distribuição de proposição às comissões, exceto o requerimento previsto no art.162, §1º;
II - despacho de que trata o caput do art. 284, exceto a decisão de que trata o art. 284, § 3º;
III – arquivamento de proposição;
IV – decisão sobre requerimento de:
a) realização de sessão solene;
b) desarquivamento de proposições.
Parágrafo único. O ato de delegação deve indicar a autoridade delegante, a autoridade delegada, as atribuições objeto da delegação, bem como eventuais ressalvas ao exercício da competência delegada.
CAPÍTULO V
DA DEVOLUÇÃO DE PROPOSIÇÕESArt. 284. A proposição que não observar os requisitos dos arts. 148 e 149 deve ser despachada ao gabinete do autor para manifestação no prazo de 5 dias.
§ 1º O despacho de que trata o caput deve trazer os fundamentos que ensejam o não recebimento da matéria com a indicação objetiva do dia de início e do dia de encerramento do prazo para manifestação.
§ 2º Recebida a manifestação do autor, a devolução da proposição deve ser objeto de decisão do Presidente da Câmara Legislativa no prazo de 5 dias.
§ 3º A decisão do Presidente da Câmara Legislativa deve ser publicada no Sistema de Publicações Legislativas, cabendo, em caso de não recebimento da proposição, recurso ao Plenário, na forma do art. 144, I, a.
§ 4º A proposição devolvida em decisão irrecorrida, ou para qual não haja manifestação do autor no prazo definido no caput, deve ser definitivamente arquivada.
TÍTULO X
DO SISTEMA DE PUBLICAÇÕES LEGISLATIVAS
Art. 285. Fica instituído o Sistema de Publicações Legislativas - SPL como modalidade padrão das publicações dos atos processuais legislativos na Câmara Legislativa.
Parágrafo único. O SPL consiste em sistema informatizado, integrado ao ambiente do processo legislativo eletrônico, especialmente preparado para publicar, de forma imediata, os atos processuais legislativos definidos expressamente neste Regimento Interno ou em normas complementares editadas pela Mesa Diretora.
TÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 286. Salvo disposição em contrário, os prazos estabelecidos em dias ou sessões neste Regimento Interno computam-se, respectivamente, em dias úteis ou sessões ordinárias, e os prazos fixados por mês, de data a data.
§ 1º No cômputo dos prazos, exclui-se o dia ou a sessão da decisão e inclui-se o dia ou a sessão do vencimento.
§ 2º Os prazos, salvo disposição em contrário, contam-se da publicação no Sistema de Publicações Legislativas ou no Diário da Câmara Legislativa, conforme o caso, e ficam suspensos durante os períodos de recesso da Câmara Legislativa.
Art. 287. Os atos ou providências cujos prazos se achem em fluência devem ser praticados durante o período do expediente normal da Câmara Legislativa ou das suas sessões ordinárias, conforme o caso.
Art. 288. Na falta de outro prazo estipulado neste Regimento Interno, considera-se:
I – de 2 dias, quando depender de decisão do Presidente da Câmara Legislativa;
II – de 5 dias, quando depender de decisão da Mesa Diretora;
III – de 10 dias, nos demais casos.
Art. 289. É vedado dar denominação de pessoa viva a qualquer dependência ou edifício da Câmara Legislativa.
Art. 290. É vedado o exercício de comércio nas dependências da Câmara Legislativa, salvo expressa autorização da Mesa Diretora.
Art. 291. Os casos omissos neste Regimento Interno são resolvidos pelo Presidente, ouvida a Mesa Diretora.
TÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 292. As proposições apresentadas na vigência do Regimento Interno anterior passam a ser regidas pelas disposições deste Regimento Interno, observado o seguinte:
I - as proposições com pareceres pendentes nas comissões devem ser distribuídas às demais comissões, na forma do art. 162;
II - as proposições com tramitação concluída nas comissões são deliberadas em Plenário com a observância imediata das normas deste Regimento;
III – a proposta de emenda à Lei Orgânica que ainda não tenha recebido parecer da comissão especial deve ser redistribuída às comissões de mérito que devam opinar sobre a matéria.
§ 1º Os disciplinamentos dos atos do processo legislativo estatuídos por este Regimento Interno não atingem nem prejudicam os atos praticados na vigência do Regimento Interno anterior.
§ 2º Observado o disposto neste artigo, as dúvidas quanto à aplicação deste Regimento Interno às proposições em tramitação devem ser dirimidas pela Presidência por meio de ato publicado no Sistema de Publicações Legislativas e informado em reunião do Colégio de Líderes.
Art. 293. As questões de ordem formuladas com base no Regimento Interno anterior ainda não decididas, ou contra as quais tenha sido interposto recurso ainda não decidido, regem-se pelas disposições vigentes à data de sua formulação.
Parágrafo único. Se do acatamento da questão de ordem resultar a nulidade de qualquer ato ou etapa do processo legislativo, a proposição volta a tramitar a partir do último ato ou etapa válidos, com base nas disposições deste Regimento Interno.
Art. 294. Os prazos para apreciação de matéria ou prática de atos relativos ao processo legislativo que estejam em curso ou suspensos na data da entrada em vigência deste Regimento Interno regem-se pelas disposições do Regimento Interno anterior.
Art. 295. Até que entre em vigor o Ato da Mesa disciplinando o funcionamento do Sistema de Publicações Legislativas, o dever de publicação, previsto neste Regimento Interno, deve ser cumprido integralmente por meio do Diário da Câmara Legislativa.
JUSTIFICAÇÃO
Substitutivo apresentado conforme as razões expostas no parecer do Relator.
Sala das sessões, 03 de outubro de 2024.
Deputado Thiago Manzoni
Relator
Praça Municipal, Quadra 2, Lote 5, 2º Andar, Gab 8 - CEP: 70094902 - Brasília - DF - Tel.: 6133488082
www.cl.df.gov.br - dep.thiagomanzoni@cl.df.gov.br
Documento assinado eletronicamente por THIAGO DE ARAÚJO MACIEIRA MANZONI - Matr. Nº 00172, Deputado(a) Distrital, em 07/10/2024, às 15:23:24 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02, de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembro de 2020. A autenticidade do documento pode ser conferida no site
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Parecer - 1 - GAB DEP THIAGO MANZONI - Aprovado(a) - (134486)
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Gabinete do Deputado Thiago Manzoni - Gab 08
PARECER Nº , DE 2024 - CCJ
Projeto de Resolução nº 24/2023
Da COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA sobre o Projeto de Resolução nº 24/2023, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências.”
AUTOR: Mesa Diretora
RELATOR: Deputado Thiago Manzoni
I - RELATÓRIO
Submete-se ao exame desta Comissão de Constituição e Justiça o Projeto de Resolução n.º 24, de 2023, de autoria da Mesa Diretora, que “Institui o Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal e dá outras providências”, revogando as disposições em contrário.
Na justificação, há breve histórico das normas regimentais internas da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), com destaque à Resolução n.º 167/2000, regimento interno em vigor. Além disso, pontua-se que o atual regimento interno foi alterado por 32 resoluções ao longo dessas mais de duas décadas de vigência.
A Mesa Diretora, autora da proposição, aponta que ainda são necessárias alterações a fim de harmonizar o regimento interno “com a Constituição Federal, com a Lei Orgânica do Distrito Federal, com a Lei Complementar n.º 13/1996 e com os sistemas que desde a 8ª Legislatura passaram a ser utilizados por toda a Câmara Legislativa: o Sistema Eletrônico de Informações – SEI, que aboliu o uso do papel (2020), e o Processo Legislativo Eletrônico – PLe (2021)”.
Além disso, destaca que há muitas normas importantes para o funcionamento da CLDF que são tratadas em resoluções esparsas, sendo necessária a sistematização e consolidação dessas normas no próprio regimento interno. Diante dessa necessidade, em 2022, por iniciativa da Terceira-Secretaria, formou-se um grupo de trabalho, composto por 11 servidores, para elaboração do novo regimento interno. No dia 29 de novembro de 2022, foi entregue pelo grupo minuta de novo regimento interno da CLDF.
Em 2023, os trabalhos de elaboração do novo regimento interno foram retomados pela Terceira-Secretaria, com a formação de um novo grupo de trabalho, com 13 servidores, que usou a minuta de resolução elaborada pelo grupo de trabalho do ano anterior como ponto de partida. Dos trabalhos desse novo grupo resultou a minuta de resolução ora submetida a esta Comissão de Constituição e Justiça.
Por fim, a Mesa Diretora, na justificação da proposição, destaca que a elaboração da minuta de projeto de resolução foi pautada nos seguintes princípios e vetores: (i) compatibilização do RICLDF com a Constituição Federal (CF), Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF) e Lei Complementar n.º 13/1996; (ii) compatibilização com as ferramentas tecnológicas, Sistema Eletrônico de Informações – SEI e do Processo Legislativo Eletrônico – Ple; (iii) inserção de normas contidas em resoluções esparsas e de normas não previstas, porém necessárias; (iv) racionalização dos prazos, simetria de atribuições e otimização dos trabalhos das comissões; (v) supressão de matérias sem aplicabilidade prática e previsão textual de práticas reiteradas; e (vi) modernização do regimento interno.
A proposição foi lida em 28 de novembro de 2023, despachada à Mesa Diretora para apresentação de emendas e distribuída à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para análise de admissibilidade.
No prazo regimental foram apresentadas as seguintes emendas:
Emenda 1 (Modificativa): alteração da redação do § 2º do art. 3º, de autoria do Deputado Robério Negreiros.
Emenda 2 (Aditiva): acréscimo ao projeto de resolução da previsão de reuniões e sessões virtuais, de autoria dos Deputados Ricardo Vale, Rogério Morro da Cruz, Wellington Luiz e João Cardoso.
Emenda 3 (Substitutiva): nova redação ao art. 79, acrescentando dispositivos não previstos no projeto de resolução, sobre o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Emenda 4 (Modificativa): alteração do art. 5º, inciso II.
Emenda 5 (Aditiva): inclusão do § 4º ao art. 81, para tratar da prorrogação de mandato dos presidentes e vice-presidentes das comissões permanentes.
Tendo em vista a magnitude das mudanças propostas, destacamos as seguintes alterações no Projeto de Resolução apresentado, consideradas as de maior relevância:
1. Alterações para conformação com a Constituição Federal e com a Lei Orgânica do Distrito Federal
No art. 1º, parágrafo único, a proposição ajusta a representação da CLDF pela Procuradoria-Geral aos casos em que a CLDF compareça a juízo em nome próprio.
O art. 4º, § 2º, insere no RICLDF a regra de não encerramento da primeira sessão legislativa ordinária de cada legislatura sem a aprovação do projeto de lei do plano plurianual. Ademais, o art. 3º veda o pagamento de parcela indenizatória em razão de convocação para sessão legislativa extraordinária, consoante norma da CF.
Outro ponto de destaque é a supressão de todas as previsões que tratam da licença da Câmara Legislativa para processamento criminal de Deputados Distritais, em conformidade com a Emenda Constitucional n.º 35/2001, que alterou o art. 53 da CF. Soma-se a isso a inclusão de previsão de sustação da ação penal em andamento contra Deputado Distrital por crime cometido após a diplomação, incluído no art. 24, conforme disposição do art. 61, § 4º, da LODF.
Em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (ADI 3046), foi incluído no parágrafo único do art. 16 que o Deputado Distrital, no exercício da função fiscalizatória, deve atuar em representação dos órgãos colegiados da CLDF.
2) Supressões de normas
A primeira supressão que merece destaque é a do art. 17 do atual RICLDF, o que dispõe: “Art. 17. O Deputado Distrital que se desvincular de sua bancada perde, para efeitos regimentais, o direito a cargos ou funções que ocupar em razão dela, salvo os cargos da Mesa Diretora”. O referido dispositivo trata da representação proporcional dos partidos ou blocos nos colegiados da CLDF, expressamente prevista na CF (art. 58, § 1º) e na LODF (arts. 66, parágrafo único, e 68, § 1º). Também foi suprimido dispositivo que previa que “modificações numéricas que venham a ocorrer nas bancadas dos partidos ou blocos parlamentares que importem alteração da proporcionalidade partidária na composição das comissões prevalecerão, de imediato” para os fins da composição das comissões (atual § 2º do art. 60 do RICLDF).
Suprimiu-se, ainda, a norma que prevê a perda de subsídio pelo Deputado Distrital licenciado para incorporação às Forças Armadas.
Quanto à tramitação, foi suprimido o limite de duas comissões de mérito na distribuição de proposições (norma constante do art. 62, parágrafo único do RICLDF).
Nas competências da CEOF, suprimiu-se o § 1º do art. 64 do RICLDF, uma vez que as matérias ali previstas só vão à CEOF se apresentarem repercussão financeira ou orçamentária.
Nas competências das comissões, foram suprimidos diversos dispositivos. A supressão foi justificada por serem dispositivos entendidos como decorrência lógica das atribuições das comissões ou de outras previsões expressas.
O art. 170 da proposição excluiu previsão de regra de interstício do art. 161 do RICLDF, tornando-a apenas uma possibilidade, mediante requerimento e deliberação do Plenário.
No regime de tramitação, previu-se apenas o regime de urgência e a tramitação ordinária, suprimindo-se o regime de prioridade.
Já nas votações, suprimiu-se o regramento que tratava das votações das emendas (art. 197, inciso III, do RICLDF), bem como outras normas de votação (art. 198, RICLDF).
No art. 200 da proposição, foi suprimida a “redação do vencido”.
Quanto às normas de alteração do regimento interno (art. 224 do RICLDF), foram suprimidos diversos dispositivos, como a previsão de Comissão Especial para elaboração e as regras atuais que assentam tramitação diferenciada para esse tema.
3) Inovações para inclusão de normas e alteração de conteúdo de normas já existentes
Foi acrescido ao art. 3º o § 2º, que prevê forma de contagem de legislatura quando esta é considerada para critério de desempate ou escolha ao longo do regimento.
Já no art. 4º, foi adicionado o § 4º a fim de possibilitar que, “mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta dos Deputados Distritais, o ato de convocação de sessão legislativa extraordinária pode ser aditado para inclusão de outras matérias na ordem do dia”, trazendo flexibilização à regra de deliberar, em sessão legislativa extraordinária, apenas sobre matéria para a qual tiver sido convocada.
Importantes inovações foram feitas no sentido de incluir o Corregedor, o Ouvidor, e seus respectivos adjuntos em dispositivos que tratavam apenas dos cargos da Mesa Diretora e dos presidentes e vices das comissões, como o caso do art. 5º.
No art. 9º, foi incluída a possibilidade de uma única recondução para o mesmo cargo na Mesa Diretora, e, no §3º do referido artigo, a previsão de que a vedação à recondução "A vedação à recondução não se aplica ao membro da Mesa Diretora que houver assumido a titularidade do cargo no curso do biênio".
No art. 20, §2º, foi incluída a norma que possibilita a aplicação da medida de afastamento ao Deputado Distrital que se negar a ser submetido ao exame de saúde nos casos de incapacidade.
O art. 27, § 4º, passa a prever que o suplente que assumir o mandato ocupa a vaga do seu titular nas comissões, ressalvada a presidência e a vice-presidência, em conformidade com a prática da CLDF.
Outra importante inovação foi a possibilidade de que o Líder, por delegação, estenda ao vice-líder ou ao membro da respectiva bancada a prerrogativa de tomar parte nas reuniões do Colégio de Líderes, conforme art. 29, § 2º.
O artigo 34, inciso I, traz disposição controversa no que tange à definição das proposições que devem ser apreciadas em cada sessão da CLDF como competência do Colégio de Líderes.
Inclui-se capítulo específico para tratar das Frentes Parlamentares e da Ouvidoria, cujos atuais regramentos são previstos em resoluções esparsas.
Quanto às reuniões da Mesa Diretora, o § 4º do art. 39 trouxe a inovação da possibilidade de comparecimento às suas reuniões e de uso da palavra, se assim o Presidente permitir, dos Deputados que não a compõem.
No art. 43, §4º, trata da previsão de afastamento do Presidente das funções parlamentares quando no exercício do cargo de Governador.
Nas hipóteses de vacância de cargos da Mesa Diretora, incluiu-se o não comparecimento a 4 reuniões ordinárias consecutivas, salvo motivo de força maior, em paralelismo à hipótese já prevista para a vacância nas comissões.
Retirou-se das comissões a atribuição de apreciar as indicações, visto que passaram a independer de aprovação, conforme art. 139 do PR n.º 24/2023.
Quanto à composição de comissões, estabeleceu-se que o parlamentar tem direito de fazer parte, como membro titular, de pelo menos duas comissões permanentes, limitada a sua participação, como membro titular, a três comissões (art. 60, §§ 4º e 5º).
A Comissão de Assuntos Sociais passou a tratar de recreação e lazer, além de matérias de proteção à mulher e à juventude (art. 65). Incluiu-se, expressamente, nas competências da CDESCTMAT a proteção dos animais (art. 71, inciso I, alínea j), bem como a arguição pública de cidadão indicado para dirigente de agência reguladora (art. 71, inciso I, alínea l). E, na competência da CESC foi incluída a arguição pública de cidadão indicado para dirigente de instituição de saúde (art. 69, inciso I, alínea j).
O Projeto trouxe inovações nas disposições relativas à Comissão Parlamentar de Inquérito (arts. 77 a 79): a iniciativa popular para requerimento de criação, a possibilidade de ser aditado o requerimento de criação, a previsão de prazo para apresentação do relatório e de caso de rejeição deste.
Já no art. 92 da proposição, foram inseridos parágrafos para tratar da hipótese de o relator designado não poder comparecer à reunião.
Foi incluído o instituto “pela ordem”, conforme disposição do art. 123 da proposição.
Quanto à apresentação de emendas, o art. 143 trouxe inovação substancial: “As emendas são apresentadas no prazo único e comum de 10 dias, a partir da publicação de abertura de prazo no Diário da Câmara Legislativa”. Assim, as emendas devem ser apresentadas em prazo único e comum, não havendo mais que se falar em prazo de emendas quando a proposição é recebida em cada comissão. Ademais, foi instituída a apreciação simultânea de proposições nas comissões de mérito e, posteriormente, nas comissões de admissibilidade.
O prazo de apreciação de matérias urgentes pelas comissões foi ampliado para 6 dias, conforme art. 157, inciso I. Além disso, a ampliação de prazo da comissão na forma do regimento foi simplificada e passou a ser atribuição do próprio presidente da comissão (art. 157, § 1º).
No capítulo Inclusão na Ordem do Dia também foram efetuadas muitas alterações. A partir do artigo 166, vê-se novo regramento para agrupamento de matérias e para disponibilização da ordem do dia.
Nos destaques, disciplinados a partir do art. 178, foi prevista a permissão de destaque de emenda que tenha recebido parecer pela inadmissibilidade (art. 180, § 2º).
Quanto à prejudicialidade, previu-se a sua declaração, em regra, mediante publicação no Diário da Câmara Legislativa (art. 181, § 2º).
A sistemática de apreciação do mérito das propostas de emenda à Lei Orgânica também sofreu alteração importante: extinguiu-se a comissão especial, passando-se a competência de apreciação às comissões de mérito pertinentes (art. 208).
O art. 235 trouxe para o regimento interno normas sobre a homologação de convênios pela Câmara Legislativa.
Outra importante inovação foi a inclusão no regimento das normas de concessão de título de Cidadão Benemérito e de Cidadão Honorário (art. 236)
Incluiu-se no regimento o regramento para deliberação de proposta de emenda constitucional, na forma do art. 60, inciso III, da CF (art. 241).
O capítulo que antes tratava “dos crimes de responsabilidade” foi reescrito e passou a ser nomeado “Da autorização para processar o governador por crime de responsabilidade”. Entre as inovações incluídas, o § 1º do art. 250 dispôs sobre a possibilidade de patrocínio da denúncia por “partido político, associação ou entidade sindical”. Além disso, o § 4º do art. 251 sugere que a ausência de manifestação do Presidente da Câmara no prazo estabelecido implica arquivamento tácito da denúncia.
Por fim, no art. 275, foi inserida norma sobre a delegação de competência por parte do Presidente e da Mesa Diretora, especialmente dos seguintes atos: (i) distribuição e arquivamento de proposição e (ii) decisão sobre requerimento de sessão solene, tramitação conjunta e retomada de tramitação.
É o relatório.
II - VOTO DO RELATOR
O Regimento Interno da Câmara Legislativa do Distrito Federal, nos termos do art. 63, I, § 1º, e art. 224 atribui a esta Comissão de Constituição e Justiça a competência para examinar a admissibilidade do Projeto de Resolução em análise, quanto à constitucionalidade, juridicidade, legalidade, regimentalidade, técnica legislativa e redação, proferindo parecer de caráter terminativo quanto aos três primeiros aspectos.
O Projeto de Resolução n.º 24/2023 é de iniciativa da Mesa Diretora e disciplina, por meio de espécie normativa descrita no inciso V do § 1º do art. 4º da Lei Complementar n.º 13/1996, matéria com efeito interno e de competência privativa da Câmara Legislativa, segundo a Lei Orgânica do Distrito Federal:
“Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara Legislativa do Distrito Federal:
(...)
II – dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos.”
Dessa forma, quanto à constitucionalidade formal e material, verifica-se que não há óbice à continuidade da tramitação do projeto, especialmente no que concerne às balizas constitucionais para o funcionamento do Poder Legislativo, todas observadas na proposição em análise, com as ressalvas apontadas adiante.
Quanto à juridicidade, a proposição preenche, de maneira geral, os requisitos de generalidade, abstração e novidade. Todavia, uma proposta de impacto tão grande para o funcionamento do Poder Legislativo impõe a necessidade de um amplo debate visando o equilíbrio entre a conformidade com o direito positivo e a necessidade de atualização de procedimentos internos, tudo isso sem atingir a harmonia da norma frente à realidade desta Casa de Leis.
Nesse sentido, após a oitiva de diversas instâncias da Casa, e com a participação de servidores de diversos gabinetes parlamentares, propomos substitutivo que visa perseguir os objetivos supramencionados e aglutinar as diversas perspectivas apresentadas a este relator, as quais passam a ser expostas a seguir.
2.1) Principais aspectos tratados no substitutivo do relator:
2.1.1. Emendas apresentadas:
No prazo regimental foram apresentadas 5 emendas, tendo sido todas, total ou parcialmente, acatadas, nos seguintes termos:
- Emenda 1 (Dep. Robério Negreiros): prevê que, para fins de contabilização do número de legislaturas como critério de desempate ou escolha, será também admitido o período em que o Deputado exerceu o mandato, como titular, por mais de 2 anos. A emenda foi integralmente acatada.
- Emenda 2 (Dep. Ricardo Vale): propõe a instituição de reuniões e sessões virtuais. A emenda foi parcialmente acatada para admitir votação virtual apenas de determinadas matérias. De acordo com o texto proposto, as comissões poderão deliberar virtualmente proposições que independam de parecer (indicação e requerimentos) ou aquelas que objetivem: a) conceder título de cidadão; b) incluir ou instituir data comemorativa; ou c) propor designação a equipamento público. Por sua vez, no Plenário, somente proposições que independam de parecer (moções e requerimentos) poderão ser votadas virtualmente. É importante destacar que a modalidade aqui prevista não se confunde com as sessões virtuais que ocorreram no contexto da pandemia. No modelo proposto agora, as reuniões e sessões virtuais serão realizadas por meio de um sistema de votação semelhante ao adotado no Poder Judiciário, cabendo ao Presidente designar uma pauta e disponibilizá-la para votação. Dentro do prazo para deliberação, cada Deputado consignará o voto nas proposições pautadas por meio do sistema eletrônico. A fim de conferir segurança ao processo legislativo, evitando que matérias polêmicas sejam deliberadas virtualmente, o texto prevê que a deliberação da proposição será presencial se requerida por líder, autor ou relator ou por qualquer dos membros do colegiado. Nesse caso, a matéria sairá da pauta virtual, aguardando o curso normal para ser incluída em reunião ou sessão presencial.
- Emenda 3 (Bancada do PT): visa regulamentar a deliberação dos relatórios em CPI. A emenda foi integralmente acatada.
- Emenda 4 (Dep. Ricardo Vale): visa ajustar a data para realização das eleições da Mesa Diretora para o segundo biênio. A emenda foi parcialmente acatada, prevendo que a eleição deve ser realizada na segunda sessão legislativa, em data definida pelo Presidente com a anuência do Colégio de Líderes
- Emenda 5 (Ricardo Vale): prevê que, não sendo realizadas as eleições para as presidências das comissões nas datas previstas, prorrogam-se os mandatos até a posse dos novos presidentes eleitos. A medida visa regulamentar expressamente prática que tem sido realizadas sem previsão regimental. A emenda foi acatada integralmente.
2.1.2. Ajustes para conformar o texto com as normas constitucionais:
- Inclusão do §2º, do art. 6º: o texto do projeto de resolução em análise suprime o conteúdo do atual art. 17 e do atual § 2º do art. 60 do RICLDF e, ao fazer isso, muda a sistemática que é característica intrínseca aos parlamentos de todas as nações democráticas no mundo: o princípio da proporcionalidade partidária, que rege a ocupação de espaços de atuação política nas comissões e demais órgãos fracionários das casas políticas e é norma constitucional de observância obrigatória nos parlamentos locais. Por esse motivo, foi acrescentado parágrafo para determinar que o Deputado Distrital que, ao longo da legislatura, se desvincular de sua bancada perde, para efeitos regimentais, o direito a cargos ou funções que ocupar em razão dela, salvo os cargos da Mesa Diretora.
- Supressão do §1º, do art. 250 (art. 259, do substitutivo): esse parágrafo determina que “o partido político, associação ou entidade sindical pode patrocinar a denúncia" por crime de responsabilidade contra o Governador. No entanto, não há, na Lei federal n.º 1.079/1950, autorização para que outro tipo de legitimado, além do cidadão, proponha denúncia em face de crime de responsabilidade praticado por governador. Considerando, pois, a pacífica jurisprudência no STF segundo a qual é da União a competência privativa para legislar sobre crimes de responsabilidade e rito de julgamento desses crimes, observa-se inconstitucionalidade formal do dispositivo, motivo pelo qual foi suprimido.
2.1.3. Padronização das competências das comissões:
Tendo vista a criação de 2 novas comissões permanentes por meio de resoluções recentes, mostrou-se necessária a realização de um trabalho de padronização das competências dos colegiados temáticos da Casa. Nesse sentido, alterações na seção II, do Capítulo V, do Título III, bem como nos artigos 57 e 271, buscaram atribuir a todas as comissões prerrogativas que, embora fossem decorrência lógica de suas competências ordinárias, estavam expressamente previstas apenas para algumas comissões, o que poderia gerar a insegurança na interpretação futura da norma. Entre as atribuições previstas, destacamos:
a) a promoção de conferências, exposições, palestras, simpósios, seminários, audiências públicas ou eventos assemelhados;
b) a produção e divulgação de relatórios periódicos sobre temas inerentes ao campo temático de cada comissão, podendo destacar avanços, desafios ou recomendações para políticas públicas;
c) a investigação de denúncias contra violação de direitos compreendidos no campo temático de cada comissão;
d) a articulação de atuação conjunta de entidades, públicas ou privadas, para solução de demandas da sociedade;
e) a manifestação, no mérito, sobre a organização e o funcionamento de órgão e entidade compreendida no respectivo campo temático, inclusive quando se tratar de questões relacionadas a servidores.
2.1.4. Adaptações do texto às resoluções aprovadas em 2024:
A fim de adaptar o texto da proposição às resoluções que entraram em vigor durante o ano de 2024, o texto do substitutivo realiza diversos ajustes na proposição, com destaque para:
a) data de posse dos Deputados e da eleição e posse da Mesa Diretora e dos demais órgãos cujas eleições são feitas de forma concomitante com a Mesa;
b) alterações e/ou supressões de dispositivos que tratavam de questões que já foram objeto de atenção quando da votação do Código de Ética e Decoro Parlamentar;
c) alteração da composição da Mesa Diretora, de 5 para 7 membros;
d) inclusão da comissão de defesa da mulher e da comissão de saúde;
e) possibilidade de apresentação, pela Mesa Diretora, de Projeto de Decreto Legislativo para concessão de título de Cidadão Honorário ou Benemérito.
2.1.5. Ajustes visando a harmonia e a aplicabilidade da norma:
- Reorganização da topografia de alguns dispositivos regimentais: diversos dispositivos foram reposicionados dentro do texto com a finalidade de organizar os artigos do regimento, na medida do possível, na ordem em que os eventos ocorrem na prática do processo legislativo. Tal intento visa facilitar a compreensão e o acompanhamento das normas regimentais por todos os operadores do direito;
- Posse automática dos membros eleitos para o segundo biênio no dia 6 de janeiro: medida que visa desburocratizar a posse daqueles que foram eleitos ao final da sessão legislativa;
- Definição da Ordem do Dia: uma das novidades do PR 24/2023, a definição das proposições pautadas em Plenário pelo Colégio de Líderes retira do Presidente sua principal prerrogativa regulador dos trabalhos da Casa. Nesse sentido, o substitutivo corrige esse ponto, retomando a prerrogativa ao Presidente, com a participação do Colégio de Líderes sendo regulada no art. 176;
- Regulamentação do mandato bienal para os demais cargos eletivos da Casa: embora a prática da Casa seja de construir acordos para ocupação bienal das presidências das comissões permanentes, o regimento atual exige que seja realizada eleição anual, burocratizando desnecessariamente o processo. O texto do substitutivo corrige esse ponto e “oficializa” a duração bienal de todos os cargos eletivos da casa, compatibilizando-os com o mandato da Mesa Diretora;
- Alteração da nomenclatura das atuais comissões de representação: o regimento atual prevê a possibilidade de constituição de comissão de representação com a finalidade de representar a Câmara Legislativa em ato externo. Essa nomenclatura, contudo, é muito semelhante à comissão representativa, que possui finalidade substancialmente distinta. Dessa forma, propõe-se a adoção de nova denominação, inspirada no Regimento da Câmara dos Deputados, que nomina esses colegiados como “comissão externa”.
- Folhas de votação: outro ponto de atenção foi a desburocratização das folhas de votação das proposições deliberadas nas comissões. Na dinâmica atual, há a necessidade de assinatura da folha por todos os membros que participaram da votação. O texto do substitutivo prevê que a folha será assinada exclusivamente pelo Presidente do colegiado, assim como ocorre em Plenário;
- Sistema de Publicações Legislativas: o objetivo é instituir um sistema que permita que os atos do processo legislativo, tais como apresentação de proposições, designações de relatorias, convocações de sessões e reuniões, entre outros, possam ser publicados em tempo real, produzindo efeitos imediatamente. Pela proposta, o SPL será o sistema padrão para publicações. Vale ressaltar que o DCL não será extinto, mas continuará sendo o instrumento para publicação de todos os demais atos da Casa. Além disso, enquanto o SPL não entrar em funcionamento, o DCL continuará cumprindo esse papel.
- Reuniões coincidentes de comissão: a dinâmica regimental atual veda a realização concomitante de reuniões de comissões. Ocorre que, com a criação de novos colegiados, observou-se, na oitiva de órgãos da Casa, a dificuldade cada vez maior no cumprimento dessa regra. Por esse motivo, o texto apresentado autoriza a realização concomitante de reuniões, desde que a estrutura física da Casa comporte o funcionamento de ambas.
- Fim das leituras de proposições de autoria parlamentar: o Poder Legislativo, como representante do povo, norteia-se pelos princípios da transparência e da publicidade das informações, motivo pelo qual Parlamentos de todo o Brasil desenvolveram regras com o objetivo de dar à sociedade, por meio dos Parlamentares que a representam, informações que garantam o pleno exercício dos seus mandatos. Um desses mecanismos implantados ao longo do tempo é o da leitura do expediente, cujo objetivo é, entre outros, o de informar à Casa as proposições apresentadas. Embora o direito à informação deva sempre prevalecer, a realidade fática tem demonstrado a desnecessidade da leitura das proposições em Plenário para a sua regular tramitação. É que o contexto em que essa prática foi gerada era o de uma sociedade analógica, em que as proposições tramitavam em processos físicos, dificultando a circulação de informações sobre os documentos legislativos apresentados. Na dinâmica regimental ora proposta, com um sistema dedicado exclusivamente à publicidade de atos do processo legislativo, entendemos que os Parlamentares e a sociedade possuirão instrumentos mais eficientes para o controle social das atividades parlamentares. Por esse motivo, propomos o fim das leituras de proposição de autoria parlamentar em Plenário. Destacamos que a leitura de proposições de autoria externa permanece exigida no texto como forma de controle dos parlamentares de propostas vindas de outros poderes.
- Fim do grande expediente: outro instrumento herdado da ordem regimental ainda vigente é a figura do grande expediente, que, por diversas características, tem se mostrado inviável na prática. Nesse sentido, o texto apresentado oficializa os períodos de comunicados, de líderes e de parlamentares, como uma fase da sessão e exclui o grande expediente da previsão regimental. É importante destacar, contudo, que a proposta admite que os parlamentares possam usar da palavra ao final da sessão, por tempo acordado com o Presidente;
- Possibilidade de início imediato da Ordem do Dia: outro ajuste necessário do texto à realidade fática da Casa é a possibilidade de início imediato da ordem do dia, transferindo-se os períodos de comunicados para depois da ordem do dia. A medida é importante, pois regula prática da Casa e regulamenta o direitos dos parlamentares que desejarem utilizar da palavra;
- Calendário anual de eventos: o texto prevê a possibilidade de se instituir um calendário anual de eventos, que, se aprovado, dispensa a deliberação de novos requerimentos para os eventos nele previstos;
- Destaque de emenda inadmitida: quanto às disposições do projeto que propõem nova disciplina para a figura do destaque, é importante observar que a disposição do art. 180, § 2º, que permite o destaque de emenda que tenha recebido parecer pela inadmissibilidade, desprestigia o trabalho da CEOF e da CCJ. De fato, o Regimento em vigor atribuiu a essas duas comissões competência terminativa específica, prevendo que o parecer pela inadmissibilidade por elas proferido determine o arquivamento da proposição, salvo recurso ao Plenário, interposto por um oitavo dos Deputados Distritais, no prazo de cinco dias, que deve contraditar, objetivamente, o parecer. Tais disposições, aliás, estão preservadas no projeto de resolução em exame, o qual, todavia, é contraditório por, ao mesmo tempo, permitir que um único parlamentar, pela via de simples destaque, suplante a manifestação técnica colegiada da CCJ e da CEOF e leve à deliberação do Plenário a proposição reputada inadmissível. A solução encontrada para suplantar essa questão foi admitir o destaque em Plenário exclusivamente quando a proposição for deliberada dentro do prazo recursal e com o mesmo quórum de apoio exigido para o recurso. Nesses termos, entendemos que fica conciliada a proteção das prerrogativas da CCJ e da CEOF, ao mesmo tempo que garante ao parlamentar ver seu “recurso” deliberado em Plenário em tempo hábil;
- Tramitação de proposições: uma das premissas perseguidas no texto apresentado foi a de simplificar procedimentos. É com esse objetivo que propõe a simplificação das norma para tramitação de proposições, padronizando todas em 2 legislaturas;
- Emendamento de proposições durante a fase de comissões: outra questão importante relativa às alterações em ritos e procedimentos diz respeito ao emendamento de proposições. O art. 143, do PR 24/2023, determina um prazo único de 10 dias para apresentação de emendas antes da distribuição das proposições às comissões. Ocorre que, da forma em que o texto foi proposto, caso uma proposição seja distribuída, por exemplo, para três comissões de mérito e para as duas de admissibilidade, os deputados distritais só poderão apresentar emendas (de mérito ou de admissibilidade) neste prazo único de 10 dias, prejudicando eventual deliberação nas comissões de admissibilidade, já que a matéria na fase de admissibilidade só poderia ser emendada pelo relator. Por esse motivo, ajustamos a redação para que o prazo de emendamento ocorre em dois momentos, o primeiro antes do envio às comissões de mérito e, depois, antes do envio às comissões de admissibilidade. Em ambos os casos o prazo será de 5 dias;
- Organização da ordem do dia: quanto à organização da ordem do dia, está sendo proposta a instituição de um quadro geral de vetos visando uma melhor visualização e acompanhamento da pauta de votação por parte de parlamentares, assessores e sociedade;
- Vetos: na esteira das propostas que visam melhorar a organização da ordem do dia do Plenário, propomos uma completa desburocratização da tramitação dos vetos, excluindo a necessidade de elaboração do relatório, que, atualmente, é apenas uma repetição das informações já contidas nas razões de vetos enviadas pelo Poder Executivo;
- Apreciação preliminar: outro ajuste necessário à dinâmica regimental da Casa é a regulamentação da deliberação dos pareceres de comissão em Plenário. O regimento atual não conta com regras específicas para essa hipótese, tornando a deliberação de proposições em Plenário uma tarefa confusa e cansativa para aqueles que desejam realizar o necessário controle dos atos do Poder Legislativo. Nesse contexto, propomos a inclusão de seção específica no regimento para regular essa questão;
- Calendário especial de tramitação: o texto apresentado permite que um calendário especial de tramitação seja definido para proposições mais complexas, para as quais as disposições comuns do regimento não atendem;
- Livro de cidadãos honorários: uma das maiores honrarias conferidas no Distrito Federal é o título de cidadão honorário ou benemérito. Ocorre que a dinâmica atual faz com que a memória dos agraciados se perca com o tempo. Propõem-se, então, a instituição de um livro próprio, de fácil acesso e consulta, para que as honrarias sejam divulgadas e perpetuadas;
- Limite de títulos de cidadão honorário por Deputado Distrital: o texto altera a forma de contabilização do limite de títulos proposto por cada parlamentar. Assim, passaremos a limitar não a iniciativa, mas a quantidade de títulos efetivamente aprovados pelo Plenário.
Além dos pontos destacados acima, o substitutivo realiza ajustes de menor impacto, principalmente no que se refere à técnica legislativa e à redação, todas elas discriminadas no quadro comparativo anexo ao presente parecer.
III - CONCLUSÃO
Pelas razões expostas, nosso voto é pela ADMISSIBILIDADE do Projeto de Resolução n.º 24/2023 e das emendas 1, 2, 3, 4 e 5, na forma do substitutivo do relator.
Sala das Comissões, 03 de outubro de 2024.
Deputado Thiago Manzoni
Relator
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Documento assinado eletronicamente por THIAGO DE ARAÚJO MACIEIRA MANZONI - Matr. Nº 00172, Deputado(a) Distrital, em 07/10/2024, às 15:23:18 , conforme Ato do Vice-Presidente e da Terceira Secretária nº 02, de 2020, publicado no Diário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nº 284, de 27 de novembro de 2020. A autenticidade do documento pode ser conferida no site
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