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Projeto da previdência continua dominando sessão da Câmara

Publicado em 12/09/2017 14h35

O debate sobre o projeto de lei complementar nº 122/2017, do Executivo, que trata da reforma no regime previdenciário dos servidores públicos, voltou a ser o assunto principal dos deputados distritais, na sessão ordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal desta terça-feira (12). O assunto continuou rendendo discussões acaloradas, mas só deve entrar na pauta de votação na próxima semana, segundo decisão do colégio de líderes.

O deputado Chico Vigilante falou em nome da liderança do PT e chegou a chamar o governador Rodrigo Rollemberg de "doido", ao comentar os últimos movimentos do governante para pressionar pela aprovação do projeto. Para ele, os ataques do governador ao movimento sindical e à Câmara são um absurdo.

Vigilante também criticou os gastos do GDF em publicidade nos últimos dias, segundo ele, para garantir posicionamentos favoráveis ao projeto na mídia. "Se este projeto for aprovado, daqui a três anos, o DF estará numa situação pior do que o Rio de Janeiro, com atraso de salários e de aposentadorias", afirmou.

O líder do governo, deputado Agaciel Maia (PR), voltou a defender a proposta como uma solução para manter em dia os pagamentos de salários do funcionalismo e também das empresas e trabalhadores terceirizados. Ele lembrou que na semana passada ele e outros distritais acompanharam empresas terceirizadas em negociação por empréstimos junto ao BRB, já que o GDF não tem recursos para pagar os contratados.

Na opinião de Agaciel, a situação é grave e o projeto representa um alívio para as contas do governo. "O abismo está ali na frente, nós vamos querer cair nele?", ponderou.

O deputado Cláudio Abrantes (sem partido) lamentou a postura do governador. Segundo ele, Rollemberg foi eleito com o discurso de fazer uma nova política, mas continua praticando o velho "toma lá, dá cá". Abrantes repudiou as retaliações do governador contra os deputados que tem algum tipo de divergência com ele. O caso mais recente seria a exoneração de nomeados pelo PDT por conta da disposição dos deputados do partido votarem contra o projeto.

Para o distrital, a atitude do governador é mais uma comprovação de prática da velha política. Abrantes também assinalou que o "terrorismo" promovido pelo GDF está causando estragos na economia do DF.

Outros deputados rechaçaram as retaliações do governador contra o PDT, como os deputados Wasny de Roure (PT) e Raimundo Ribeiro. O deputado Wellington Luiz (PMDB) disse que o governador Rollemberg tem muita dificuldade para dialogar. Segundo ele, sempre que há divergências, o governador parte para o ataque a sindicalistas e parlamentares, principalmente pela mídia. "Acreditar neste governo é acreditar em Papai Noel vestido de bailarina. Não é assim que se faz política, não é assim que se avança", completou.

Sinpro – O líder do governo, Agaciel Maia, considerou que as críticas contra as exonerações são justas. Mas ponderou que os parlamentares também devem condenar a ação dos sindicalistas contra os deputados.

Alguns parlamentares criticaram campanha veiculada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro) em pontos de ônibus e outros locais públicos pressionando os distritais a votar contra o projeto da previdência. Para Agaciel, a campanha é uma "grave agressão". A deputada Telma Rufino (PROS), também criticou a ação e lamentou que não tivesse sido procurada pelos sindicalistas. "Eles não vieram falar com a gente e já foram logo difamando todos", condenou.

O deputado Chico Vigilante discordou da estratégia do Sinpro. "Sou sindicalista, mas não concordo com estes métodos. O sindicato tem que conquistar os votos, não atacar deputados. Na mesma linha, o deputado Wasny de Roure disse que não pactua com este tipo de conduta.

Wasny, no entanto, destacou que o governador também usa deste tipo de estratégia de atacar parlamentares e sindicalistas. O deputado lembrou que no domingo o governador declarou que ele teria agido de má fé ao acionar a Justiça para impedir a votação do projeto. "O governador deveria ter equilíbrio e sensatez. Perdeu meu respeito com este tipo de comportamento", afirmou.

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