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Fundado em 1963 por uma iniciativa privada, o Cine Itapuã, no Gama, é o segundo espaço cultural mais antigo do Distrito Federal, ficando atrás apenas do Cine Brasília, inaugurado em 1960. Na década de 1980, empresários do Gama compraram o espaço e doaram ao GDF, que transferiu a gestão do local para a Administração Regional da cidade. Com a finalidade de debater sobre a reativação do centro cultural, fechado desde 2005, a deputada Júlia Lucy (Novo) realizou uma audiência pública remota nesta quarta-feira (26) com representantes de entidades e iniciativas culturais e do Poder Executivo. 

Para ressaltar a importância do espaço para história da cidade e do DF, o presidente do Conselho de Cultura do Gama, Marco Augusto, afirmou que “o nosso cinema já chegou a receber um palco onde, além de receber os filmes, também recebia várias atividades culturais. Nós já tivemos o Festival de Cinema de Brasília acontecendo no Cine Itapuã, nós já tivemos o Festival de Música acontecendo lá, nós já fizemos um Festival Internacional de Bonecos onde levamos grupos da Itália para apresentar lá no cinema”, lembrou Marco. O presidente ainda mencionou que o espaço vive em situações precárias que geram gastos ao Estado sem oferecer nenhuma manifestação cultural no local. 

Quando perguntada sobre esses gastos, a administradora regional do Gama, Josiane Feitosa, informou que os custos chegam a pouco mais de R$ 5 mil para a Administração Regional. Já a subsecretária de Economia, Érica Lewis, disse que, mesmo fechado, o cinema já gerou custos para o governo em um valor acima de R$ 2 milhões. 

O deputado Daniel Donizet (PL) informou que já esteve no lugar e, segundo ele, “o espaço não pode ficar como está, completamente abandonado há muitos anos e já é o quarto governo que tenta fazer uma revitalização ou dar um encaminhamento para aquele centro cultural que é tão importante para a nossa cidade”, afirmou o parlamentar. Donizet se comprometeu em destinar R$ 3 milhões em recursos para o espaço.

Júlia Lucy questionou sobre o projeto de revitalização do centro cultural e a administradora do Gama disse que “nós já começamos uma revitalização na Praça Lourival, em frente ao Cine Itapuã, e estamos fazendo também uma revitalização no Parquinho Leste, ou seja, tratar o espaço como um complexo cultural  e de lazer que vai trazer muitos benefícios para a comunidade”, explicou Josiane.

Ação de Governo

A autora da audiência, deputada Júlia Lucy a explicou que reuniões e solicitações de emenda parlamentar, infelizmente, não garantem que o problema seja resolvido, pois “é uma questão que deve ser realizada pelo Poder Executivo. O parlamentar é representante do povo, então ele precisa escutar o que as pessoas pensam. Nós estamos aqui numa dialética, um fala uma coisa outro fala outra, e democracia é isso”, esclareceu a deputada. Ela ainda acrescentou que o cidadão precisa compreender como funciona cada órgão e cada poder para não gerar expectativas, pois quando há a troca dos gestores, os processos são reiniciados. 

Com o intuito de propor uma saída para a questão, a subsecretária de economia sugeriu o uso da lei de incentivo à cultura, para que a Administração Regional consiga um parceiro. "O agente cultural, enquadra o projeto na Secretária de Cultura via renúncia fiscal, onde é feito um projeto para essa restauração, que é permitido pela legislação”, sugeriu Érica Lewis. 

A reunião foi finalizada com uma nova data, 7 de junho, para debates, apresentação de projetos e possíveis resoluções para a questão do Cine Itapuã.