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A definição da data de apresentação do relatório da CPI da Gautama aos membros da comissão foi longamente debatida na reunião ordinária da comissão, realizada na manhã de hoje. As discussões antecederam a oitiva do engenheiro agrônomo Paulo Menecucci Castanheira, autor do parecer contrário às obras da barragem do Rio Preto, por entender que o local não comportava tal empreendimento.

Inicialmente, o deputado Cabo Patrício (PT) sugeriu que o relatório fosse apresentado no próximo dia 23, segunda, com margem de tempo suficiente para que todos pudessem avaliar o documento, antes do mesmo ser submetido à votação. O prazo final dos trabalhos da CPI se encerram na próxima sexta, 27, por que a data oficial, 29, recai no domingo.
 O deputado adiantou que essa antecipação é necessária porque, em caso de discordância em relação ao documento, haverá tempo suficiente para apresentação de voto em separado. Cabo Patrício esclareceu, a propósito, sua convicção de que "existia um esquema na Secretaria de Agricultura e que há provas disso".

Mas o relator, deputado Brunelli (DEM) pensava de forma diferente pois, além de insistir na aprovação do requerimento de oitiva de algumas das 61 pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal, pretendia também fosse contratado um perito para avaliar as degravações das fitas encaminhadas à Casa pela Justiça, a fim de garantir a tranqüilidade necessária às conclusões da CPI.

O requerimento foi aprovado com os votos do próprio Brunelli (DEM) e da deputada Jaqueline Roriz (PSDB). Cabo Patrício (PT) votou contrariamente à pretensão e o deputado Bispo Renato (PR) se absteve. O pedido de perícia nas transcrições das gravações foi dirigido à presidência da Casa e poderá ser objeto de reunião com o deputado Alírio Neto (PPS).

Brunelli enfatizou que seu papel como relator é trabalhar para chegar à verdade, porque "estão tratando da vida de pessoas e não podem cometer injustiças". O deputado reclamou que apenas o Cabo Patrício não encaminhou um assessor para participar da elaboração do relatório, e essa foi a fórmula para que não houvesse dúvida quanto à lisura do trabalho.
 O presidente da CPI, deputado Bispo Renato (PR), assegurou que a comissão já dispõe de elementos suficientes para a confecção do relatório e que cabe ao ex-deputado Pedro Passos providenciar os elementos de sua defesa, caso venha a ser indiciado pelo Ministério Público do DF.

  Mas ressaltou não ser competência da CPI acusar ninguém, apenas consolidar os fatos em relação ao seu objeto. Determinou, em princípio, que o relatório preliminar seja apresentado no dia 26, quinta-feira da próxima semana.