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A união dos produtores de agricultura orgânica foi defendida hoje (29) pelo deputado Joe Valle (PSB), na sessão solene promovida por seu gabinete em comemoração à "Semana dos Produtos Orgânicos", no auditório da Câmara Legislativa, em seguida a um café da manhã com produtos orgânicos.

O deputado manifestou seu desejo de viabilizar essa união a partir da instituição de uma frente parlamentar, que tenha como retaguarda um grupo de trabalho voltado para a agroecologia, subdividido em núcleos temáticos, para propor medidas e iniciativas de valorização e fortalecimento da atividade.

Essa foi também a tônica da manifestação do deputado Olair Francisco (PTdoB), que reclamou maior participação do governo no fomento à produção de orgânicos, baseado na premissa de que mesmo que esses produtos custem mais caro, o poder público acaba fazendo economia em razão da melhoria de saúde da população.
 O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do DF, Lúcio Taveira Valadão, acredita que Brasília pode se transformar na capital do mundo orgânico, por que dispõe de capital humano e social para isso. Entre as sugestões que listou para fortalecer o setor, Valadão apontou a importância de ampliar a produção de grãos orgânicos.

Jacques Pena, secretário de Desenvolvimento Econômico, avisou que o DF tem a missão de fazer diferente e apontou a crise do modelo de apropriação das riquezas naturais como um entrave a mudanças mais ágeis e eficientes para garantir a sobrevivência do planeta por mais tempo.

O superintendente federal de Agricultura no DF, Alfredo Barbosa dos Santos, acredita que o setor vai ganhar reforço com o fomento das atividades com o direcionamento de recursos pela instituição. Anunciou, também, que a entrada em vigor das normas de produção e a fiscalização da qualidade dos produtos, já a partir deste ano, serão decisivos para o incremento das atividades.

A realização da 7ª Semana de Produtos Orgânicos foi apontada pelo coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rogério Dias, como um indicador da vitalidade do setor. Mas manifestou sua preocupação com a dependência de insumos externos, para ele, um fator que pode inviabilizar a produção orgânica em momentos de crise.

Para o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária, Renato Simplício Lopes, o salto da produção agrícola do país permitiu que o preço dos alimentos caísse 30% de 1960 até hoje.
 O grande desafio hoje, segundo disse, é a incorporação de 70% dos agricultores do DF ao sistema produtivo, e que a agricultura orgânica é um bom nicho para isso.

Também fez uso da palavra o gerente de Agronegócio do Sebrae nacional, Ênio Queijada de Souza, que enfatizou a importância da produção orgânica, que gera emprego e renda sem agredir o meio ambiente. Informou que a tecnologia para essa produção já está disponível em 18 estados e 200 municípios brasileiros.

Ao final, foram entregues moções de louvor a vários convidados que se destacaram no campo da produção orgânica.