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Para diretor da CEB, crise política prejudicou investimentos para reduzir "apagões"

Publicado em 28/05/2010 13h26
Apesar de ter tido superávit em 2009, a Companhia Energética de Brasília (CEB) vai investir menos em distribuição de energia em 2010 do que no ano anterior. Essa e outras questões, como o plano de investimentos, o balanço financeiro e o quadro de pessoal da empresa, foram discutidos na manhã desta sexta-feira (28) durante audiência pública na Câmara, com a  presença do diretor-geral da CEB, Carlos Antônio Leal.

Segundo a presidente da Comissão, deputada Erika Kokay (PT), a quantidade de "apagões" em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal aumentou de 50% a 70% em 2010, considerando o mesmo período de 2009. Ela questionou se a razão disso não seria a falta de investimentos na rede de distribuição - tanto em manutenção como em expansão.

À frente da CEB há menos de um mês, Leal - que trabalha na empresa há 23 anos - explicou que Companhia tem priorizado investimentos no sistema de distribuição desde 2007, ano em que a empresa voltou a registrar um saldo positivo. "Mas os resultados não são imediatos", justificou.

O diretor da CEB informou que em 2009 houve o investimento histórico de R$ 97 milhões e que este ano serão aportados R$ 75 milhões para a área. A redução no montante a ser investido - apesar do superávit da empresa - se deve, de acordo com ele, à crise política: "A troca de governadores atrasou contratações e processos de licitação". Até 2012, deverão ser investidos cerca de R$ 400 milhões apenas em distribuição.

:Consumo em expansão - Informações da CEB demonstram o crescimento acelerado da demanda por energia elétrica no Distrito Federal. Somente em 2009, o consumo aumentou 10,3%. Considerando esse cenário, o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, questionou a divisão de lucros registrados entre os acionistas da empresa, sugerindo que os dividendos poderiam ser reinvestidos na própria CEB."Isso pode ser legal, mais é imoral quando se considera a necessidade de investir na empresa", concordou Cláudio dos Santos, na CEB há 12 anos.

Terceirização - A CEB conta hoje com 600 profissionais de carreira na ativa e 1,2 mil aposentados. O restante do quadro é integrado por terceirizados - que somam cerca de mil trabalhadores. A deputada Erika Kokay defendeu a realização de concurso, com o intuito de manter no quadro "pessoas compromissadas, com amor à Companhia".

O diretor da CEB explicou que a maioria dos terceirizados atua em áreas como a de call center, em que o trabalho é estressante e exige rotatividade. Mas concordou com a discrepância entre o número de concursados e terceirizados e garantiu que em breve serão nomeados aprovados no último concurso da empresa.

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