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Ex-diretor da Emater explica à CPI posição contrária à barragem do Rio Preto

Publicado em 16/06/2008 13h28
O engenheiro agrônomo Paulo Menecucci Castanheira afirmou hoje, em depoimento à CPI da Gautama, que a empreiteira só se fez presente no Núcleo Rural Rio Preto em 2006. Segundo ele, desde 2000 - quando foi assinado o contrato da empresa com o GDF - até aquele ano, a Gautama não ouviu os produtores sobre o projeto da barragem do Rio Preto nem adotou qualquer providência relativa ao objeto do contrato. Para o deputado Cabo Patrício (PT), Paulo Castanheira confirmou "o que a CPI já sabia", ou seja, que a empreiteira não trabalhou no projeto até 2006. "Onde foram gastos os R$ 3 a 5 milhões que o GDF liberou?", indagou após o final do depoimento.

O agrônomo presidia a Associação dos Produtores do Núcleo Rural do Rio Preto quando a Gautama chegou à região, e comandou um manifesto contrário ao projeto da barragem, enviado ao GDF, ao Ministério Público, Ministério da Integração Nacional e deputados distritais.

Demissão - Castanheira foi presidente da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal) entre 1999 e 2000, saindo para assumir uma diretoria do Banco de Brasília (BRB). Ele disse que foi demitido por se constituir num empecilho ao projeto. Antes da demissão, prosseguiu, o então secretário de Agricultura do DF, Aguinaldo Lélis, chamou para assessorá-lo Wilmar Luís da Silva, técnico da Emater que posteriormente presidiu a empresa e hoje é o secretário de Agricultura. Segundo Paulo Castanheira, Wilmar da Silva "passava por cima" dele nos encaminhamentos para viabilizar o projeto, fazendo reuniões com técnicos e com produtores dentro da Emater sem consultá-lo.

O depoente destacou ainda que o GDF não chamou os produtores rurais do Núcleo do Rio Preto, os principais atingidos pela proposta da barragem, para as duas audiências públicas realizadas, uma na Universidade Católica em Taguatinga, e outra na Secretaria, no Plano Piloto, sendo que os produtores daquela região moram em Planaltina.

A deputada Jaqueline Roriz (PSDB) citou outro documento, que tinha em mãos, favorável à barragem e assinado por mais de 30 produtores.
 Castanheira alegou, no entanto, que esses produtores não eram da área do Ribeirão Extrema, mais diretamente atingida.

Castanheira justificou sua posição contrária à barragem do Rio Preto pelo fato de o Ministério da Integração Nacional ter suspendido o convênio com o GDF, mediante o qual seriam liberados R$ 140 milhões, em conseqüência de irregularidades no projeto. O  ex-presidente da Emater também discordava do mérito da proposta, que previa a istalação de "pessoas de fora" na área, para produzir verduras, ignorando "quem trabalha na região há mais de 30 anos".

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