Eu não iria me sujar por R$ 47 mil, diz Raad
Eu não iria me sujar por R$ 47 mil, diz Raad

A sessão extraordinária que decidirá o futuro do mandato do deputado distrital Raad Massouh (PPL) já está em andamento na tarde desta quarta-feira (30), na Câmara Legislativa. O processo começou com a manifestação do relator do caso na Comissão de Ética, deputado Joe Valle (PDT), que defendeu a cassação do mandato de Raad.
"Todos os fatos foram devidamente apurados. Lemos mais de mil páginas de processos, tivemos acesso a escutas telefônicas e várias provas materiais. Garantimos o amplo direito de defesa e oportunidade de contraditório. Depois de mais de cem dias de trabalho, a única conclusão a que chegamos é que a medida a ser aplicada é a mais severa. Houve quebra de obrigação ética pelo deputado Raad Massouh, e os cidadãos do DF já demonstraram nas ruas que não querem mais impunidade", declarou Joe.
Em seguida, Raad Massouh teve, pela última vez, a oportunidade de defender seu mandato diante dos colegas parlamentares, da imprensa e do público presente nas galerias do plenário. Dispensando a fala de seu advogado, o distrital acusado subiu à tribuna e pediu a reconsideração dos deputados. "Esse é um mandato popular conseguido com muito suor e luta. Eu represento 18 mil pessoas que confiaram em mim. E agora, por uma acusação anônima segundo a qual eu teria recebido R$ 47 mil de uma emenda, querem me cassar. Eu não iria me sujar por conta de R$ 47 mil", defendeu-se.
Raad também lembrou que não responde a processos na Justiça. "Nunca fui preso e nem respondo a nenhum processo. Tenho todas as certidões negativas possíveis. Nesses dois anos e meio quebraram meus sigilos fiscal e telefônico e sofri diversas perseguições. Aí o Ministério Público me denuncia por peculato e formação de quadrilha por dispensa de licitação, como se eu fosse o gestor responsável pela execução da emenda. Eu mandei aquele dinheiro para a Brasiliatur, não para Sobradinho. Agora até a Polícia Federal me inocenta. Vocês vão cassar um mandato por uma coisa tão pequena?", questionou.
O deputado também chamou a atenção para outros casos de distritais cujos processos por quebra de decoro parlamentar encontram-se suspensos na Comissão de Ética . "Eu queria ser julgado primeiro pela Justiça, como muitos de vocês. Não gostaria de ser condenado aqui e depois julgado. O que está acontecendo aqui é uma injustiça. Eu não sou nem réu no Judiciário", argumentou. A sessão extraordinária continua. No momento, o microfone está aberto para manifestações de deputados distritais inscritos. Em seguida, será realizada a votação secreta, por decisão judicial. São necessários 13 votos para cassar o mandato de deputado distrital.
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