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Distritais fazem coro: “Ditadura nunca mais”

Publicado em 31/03/2021 17h29

Foto: Silvio Abdon/CLDF

Garantia da liberdade e da democracia e as recentes mudanças no comando das Forças Armadas pautaram pronunciamentos no plenário virtual

Garantia da liberdade e da democracia e as recentes mudanças no comando das Forças Armadas pautaram pronunciamentos no plenário virtual

Nesta data em que a história registra o golpe militar de 1964, deputados distritais se sucederam na tribuna virtual da Câmara Legislativa, nesta quarta-feira (31), para afirmar: “Ditadura nunca mais”. Também falaram sobre a importância da democracia e da liberdade, além de rechaçar qualquer tentativa de implantação de um regime autoritário, considerando os últimos eventos envolvendo o ministro da Defesa e os  comandantes das Forças Armadas, que estão sendo substituídos.

Para Leandro Grass (Rede), o dia de hoje deve servir para rememorar “as medidas adotadas para silenciar o pluralismo e transformar em prática corrente a tortura, o assassinato e a morte”. O parlamentar salientou que “a Câmara Legislativa é filha da democracia”, representada pela Constituição de 1988. “Não é dia de comemoração ou exaltação. Mas, de lembrança para que essa situação não se repita. A ditadura foi corrupta, assassina e violenta. Qualquer tentativa de enaltecê-la deve ser coibida”, declarou.

Por sua vez, Chico Vigilante (PT) preocupou-se com a crise nas Forças Armadas, a partir da demissão do ministro da Defesa que fez com que a cúpula das três armas também caísse. “O presidente acha que pode ser general ou ditador, que está em 1964 e levar as Forças Armadas ao precipício”, resumiu, argumentando ser esta a crise militar mais profunda em décadas. “Saber que os militares que deixaram os cargos estão do lado da democracia fortalece todos nós”, opinou.

Democracia e liberdade

A deputada Arlete Sampaio (PT), bastante emocionada, observou que “todos da minha geração sofreram os impactos dessa época. Por isso, temos de evitar qualquer tentativa de voltar aos tempos sombrios”. Na avaliação da parlamentar, a ditadura “mostrou o pior caráter de alguns seres humanos”. Segundo ela, “não havia nada de justiça, decência ou humanidade” nas ações do regime militar. “O Brasil precisa enfrentar o desafio de defender a democracia e o direito à sobrevivência”, disse fazendo referência à pandemia. E concluiu seu discurso repetindo: “Ditadura nunca mais”.

Já a deputada Júlia Lucy (Novo), aludindo à fala da colega que a antecedeu, disse ser possível imaginar como foi viver sob a ditadura. “Por isso, nesta Casa, reforço tanto a luta pela liberdade”, justificou, tratando da necessidade de defender as garantias individuais previstas na Constituição: “Não podemos aceitar qualquer possibilidade de silenciamento”. A distrital comentou ainda a tentativa, no Congresso Nacional, de se levar à votação medida para retirar a autonomia de estados e municípios e dar ao presidente o poder de interferir na iniciativa privada. “Esse movimento é muito grave”, condenou.

O deputado Fábio Felix (Psol) também analisou o cenário formado pela demissão do ministro da Defesa e dos comandantes das três forças. “É um ato sem precedentes e muito preocupante”. De acordo com o distrital, “o presidente da república não pode achar que as Forças Armadas são parte da presidência e do seu projeto político”. Para ele, o ato mostra “um governo enfraquecido e encurralado, uma cena de desespero”. Também afirmou “repudiar veementemente” os que fazem apologia à ditadura e dedicou seu pronunciamento a “saudar a democracia e aos brasileiros que fizeram a resistência”.

Marco Túlio Alencar - Agência CLDF