Distritais defendem votação de projeto sobre jornada de trabalho da Saúde
Distritais defendem votação de projeto sobre jornada de trabalho da Saúde

Vários deputados distritais defenderam na sessão ordinária da Câmara Legislativa desta quinta-feira (19) a votação a do projeto de lei nº 1.992/2018, do Executivo, que trata da regularização da jornada de trabalho dos médicos que atuam como professores na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) e demais servidores da secretaria de Saúde. O projeto chegou ontem à Câmara e deve ser apreciado ainda na tarde de hoje.
A proposta do GDF busca uma saída para a decisão do TCDF nº 3.926/2017, que libera a realização de apenas duas horas extras após a jornada ordinária de trabalho e veda a realização de jornada de 18 horas, permitindo ao servidor da Saúde fazer, no máximo, 12 horas diárias. A decisão impacta, especialmente, nas unidades de pronto atendimento e no Samu, que dependem muito de horas extras, e no funcionamento da ESCS, por conta da obrigatoriedade de intervalo entre uma jornada de trabalho e outra.
O projeto cria uma remuneração extraordinária por trabalho em período definido (TPD), nos moldes de legislação federal, e regulamenta a realização de jornadas de até 18h consecutivas, desde que garantido descanso mínimo de 6h entre um período e outro.
O deputado Chico Vigilante Lula da Silva (PT) defendeu o cumprimento do acordo feito ontem para apreciação da proposta na tarde de hoje. Segundo ele, apesar do projeto ser "muito ruim", os ajustes realizados permitem sua aprovação. O deputado não quer que o GDF coloque a culpa na Câmara em um possível fechamento da ESCS. Vigilante considera que a proposta é prejudicial aos servidores e apenas paliativa, mas acredita que o próximo governo terá que encontrar uma solução melhor para o problema.
Na opinião do deputado Wasny de Roure (PT), a grande preocupação em relação ao projeto é a preservação dos direitos dos trabalhadores. "Vamos aprovar, apesar do risco jurídico", completou Wasny, que anunciou a apresentação de três emendas ao substitutivo do projeto original do GDF, a fim de garantir os direitos dos servidores.
Já o deputado Prof. Reginaldo Veras (PDT) demonstrou preocupação com a constitucionalidade do projeto. Para ele, a matéria trata de direitos trabalhistas, que é de competência do Legislativo federal. Também criticou que o projeto tenha sido enviado em cima da hora. Veras acha que a TPD é apenas uma nova nomenclatura para a hora extra, mas de forma precarizada pois será com um valor menor. No entanto, o parlamentar garantiu que votará a favor do projeto porque "a causa é maior".
Excelência – O deputado Prof. Israel (PV) destacou a excelência do ensino oferecido pela Escola Superior. "Há alguns anos, Brasília deu um passo reconhecido no Brasil inteiro ao criar a ESCS, diferente de tudo que existia", disse ele. Israel considerou que o diferencial da Escola é o fato dos professores continuarem ativos em suas profissões, privilegiando a prática no ensino. O distrital também elogiou a defesa do SUS feita pelos professores e estudantes da instituição.
O deputado Bispo Renato Andrade (PR) criticou a forma como o projeto foi encaminhado à Câmara. Andrade defendeu que os projetos sejam enviados à Casa com tempo suficiente para que os deputados possam fazer as análises adequadas. Mesmo assim, o distrital garantiu que votará favoravelmente à proposta. Os deputados Rodrigo Delmasso (PRB) e Lira (PHS) também anunciaram apoio ao projeto.
Luís Cláudio Alves
Fotos: Carlos Gandra
Comunicação Social – Câmara Legislativa