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Dia do Patrimônio: Ameaças ao patrimônio cultural preocupam homenageados

Publicado em 17/08/2021 11h01

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Audiência pública debateu a preservação dos Patrimônios Material, Imaterial, Humano e Cultural do Distrito Federal

Audiência pública debateu a preservação dos Patrimônios Material, Imaterial, Humano e Cultural do Distrito Federal

A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, foi uma das homenageadas em audiência pública da Câmara Legislativa na noite desta segunda-feira (16), que tratou sobre os desafios e as perspectivas do Patrimônio Material, Imaterial, Humano e Cultural. A mediadora do encontro, deputada Arlete Sampaio (PT), destacou que os homenageados “são personagens que constroem a história do patrimônio cultural da humanidade, que é Brasília”. Por outro lado, a parlamentar pontuou que, na concepção de patrimônio como possibilidade de preservação da história e da memória de um povo, o momento presente no País configura “tempos estranhos e difíceis”.

Arlete citou os episódios dos incêndios no Museu Nacional do Rio do Janeiro e na Cinemateca em São Paulo, além da inserção do Palácio Capanema numa lista de imóveis que o governo federal pretende vender à iniciativa privada. “Falar de patrimônio é um motivo de resistência cultural para todos nós”, afirmou. 

Na esfera local, ela contextualizou que a Lei 5.080/2013, de sua autoria, instituiu as jornadas do patrimônio e 17 de agosto como o Dia do Patrimônio a fim de contribuir para a formação da educação patrimonial e a valorização de Brasília como patrimônio cultural da humanidade. “Patrimônios não são apenas as construções, mas também as pessoas, como defendeu Lúcio Costa”, lembrou Arlete, ao enfatizar que nesta terça-feira (17) tem início a nona edição das jornadas nas escolas do DF, com o tema “Caminhos Participativos”.

Nesse cenário, a deputada federal Érika Kokay (PT) ressaltou que esta é uma oportunidade de se discutir o patrimônio cultural como elemento fundamental para a soberania. Ela elencou diversos ícones patrimoniais de Brasília, desde os “tapetes de ipês” até a Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (ARUC) e o bar Beirute. Francisco Marinho, o Chiquinho do Beirute; o carnavalesco Moacyr Oliveira Filho, conhecido como Moa; e o produtor cultural Guilherme Reis figuraram entre os condecorados da noite. Reis chamou a atenção para o período “perigoso” vivenciado atualmente, quando há ameaças ao patrimônio cultural. 

Em nome dos homenageados, Márcia Abrahão agradeceu a honraria da CLDF, que, segundo a reitora, é “uma câmara de luta da democracia e da cidade”, cuja importância se destaca num momento de questionamento de direitos básicos, como o direito à educação, à saúde e à ciência. Também da UnB, a professora emérita Maria Lúcia Pinto Leal dedicou um poema a Arlete Sampaio, cujo patrimônio político foi exaltado pela professora Lêda Freitas e pela pedagoga Rosilene Corrêa. As educadoras também receberam o diploma de honra, assim como a médica Floresmar Montalvão Reis e o arquiteto Luiz Philippe Torelly. 

O arquiteto lembrou que o Dia do Patrimônio é uma homenagem ao fundador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Rodrigo Melo Franco, que deu início à preservação do patrimônio cultural em nível institucional e como política pública, “que hoje está ameaçada como nunca antes”, considerou. O evento remoto foi transmitido ao vivo pela TV Web CLDF e pelo canal da Casa no Youtube

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Franci Moraes - Agência CLDF

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