Deputada aponta "contradições" em depoimentos de testemunhas de Eurides Brito
Deputada aponta "contradições" em depoimentos de testemunhas de Eurides Brito

Erika disse que na defesa escrita àquela Comissão, Eurides Brito alegou que o ex-senador Roriz teria sido o responsável pelas convocações das reuniões políticas com os militantes que a apoiavam e que, por isso, teria se reponsabilizado pelas despesas de alimentação."Mas as testemunhas que estiveram aqui disseram que elas próprias é que sugeriram os encontros com a comunidade", enfatizou a relatora, que também apontou que a deputada não poderia estar ao, mesmo tempo e no mesmo dia, numa reunião em Ceilândia e outra em Planaltina. "É preciso esclarecer essa confusão", declarou.
A primeira testemunha a depor, a professora aposentada Marilene Caldas, afirmou que trabalhou, sem ser remunerada, em várias campanhas da deputada Eurides Brito. E reiterou que na reunião que organizou em Ceilândia, em 2006, a deputadas se preocupou mais em expor a sua plataforma política do que pedir votos para Roriz ou Arruda. Ela disse que não se lembrava com detalhes do jantar, nem quem o patrocinou.
O segundo depoente, Davi Oliveira Miranda, servidor comissionado do gabinete de Eurides Brito, disse que foi ele quem propôs reunião em sua casa, a fim de esclarecer às pessoas qual era a posição política da deputada Eurides Brito em relação às candidaturas de Arruda e Roriz. E que não se lembrava quem é que mandou a comida pronta para a sua casa. Disse que na reunião participaram cerca de 100 convidados e que havia "um jogo do Brasil".
O terceiro depoente, o professor Nilton Alves Ferreira, disse que era simpatizante da deputada Eurides Brito (PMDB) há cerca de 15 anos e que organizou três encontros para ela em 2006. Afirmou que em dois encontros, em Sobradinho e Planaltina, foram servidos "cachorro-quente e canjica", custeados pelo gabinete da deputada. Ele disse que foi ele próprio, como coordenador de campanha, que organizou as reuniões.
Durval Barbosa - Depois dos três depoimentos, Erika Kokay disse aos deputados Paulo Roriz (DEM) e Raimundo Ribeiro (PSDB), também integrantes da Comissão de Ética, que não iria aceitar a ameaça feita pelo presidente daquela comissão, deputado Aguinaldo de Jesus (PRB), de anular o depoimento de Durval Barbosa, em caráter sigiloso, por não ter sido convidado para a oitiva. "Ele demonstra estar agindo com parcialidade", reclamou.
Os deputados Paulo Roriz e Raimundo Ribeiro solicitaram à relatora Erika Kokay que disponibilizasse a eles também a cópia do depoimento dado por Durval Barbosa no processo contra Eurides Brito.
A deputada concordou em lhes fornecer o depoimento integral, mas sob a condição de manterem "o caráter reservado", conforme recomendação do Ministério Público.