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Deputada aponta "contradições" em depoimentos de testemunhas de Eurides Brito

Publicado em 30/04/2010 17h40
"Contradições e depoimentos confusos". Esta foi a análise feita pela deputada Erika Kokay (PT), relatora do processo de quebra de decoro parlamentar contra a deputada Eurides Brito (PMDB), após ouvir hoje (30) três testemunhas de defesa indicadas pela parlamentar, gravada em vídeo guardando dinheiro numa bolsa em encontro com o ex-secretário do GDF, Durval Barbosa.

Erika disse que na defesa escrita àquela Comissão, Eurides Brito alegou que  o ex-senador Roriz teria sido o responsável pelas convocações das reuniões políticas com os militantes que a apoiavam e que, por isso, teria se reponsabilizado pelas despesas de alimentação."Mas as testemunhas que estiveram aqui disseram que elas próprias é que sugeriram os encontros com a comunidade", enfatizou a relatora, que também apontou que a deputada não poderia estar ao, mesmo tempo e no mesmo dia, numa reunião em Ceilândia e outra em Planaltina. "É preciso esclarecer essa confusão", declarou.

A primeira testemunha a depor, a professora aposentada Marilene Caldas, afirmou que trabalhou, sem ser remunerada, em várias campanhas da deputada Eurides Brito. E reiterou que na reunião que organizou em Ceilândia, em 2006, a deputadas se preocupou mais em expor a sua plataforma política do que pedir votos para Roriz ou Arruda. Ela disse que não se lembrava com detalhes do jantar, nem quem o patrocinou.

O segundo depoente, Davi Oliveira Miranda, servidor comissionado do gabinete de Eurides Brito, disse que foi ele quem propôs reunião em sua casa, a fim de esclarecer às pessoas qual era a posição política da deputada Eurides Brito em relação às candidaturas de Arruda e Roriz. E que não se lembrava quem é que mandou a comida pronta para a sua casa. Disse que na reunião participaram cerca de 100 convidados e que havia "um jogo do Brasil".

O terceiro depoente, o professor Nilton Alves Ferreira, disse que era simpatizante da deputada Eurides Brito (PMDB) há cerca de 15 anos e que organizou três encontros para ela em 2006. Afirmou que em dois encontros, em Sobradinho e Planaltina, foram servidos "cachorro-quente e canjica", custeados pelo gabinete da deputada. Ele disse que foi ele próprio, como coordenador de campanha, que organizou as reuniões.

Durval Barbosa - Depois dos três depoimentos, Erika Kokay disse aos deputados Paulo Roriz (DEM) e Raimundo Ribeiro (PSDB), também integrantes da Comissão de Ética, que não iria aceitar a ameaça feita pelo presidente daquela comissão, deputado Aguinaldo de Jesus (PRB), de anular o depoimento de Durval Barbosa, em caráter sigiloso, por não ter sido convidado para a oitiva. "Ele demonstra estar agindo com parcialidade", reclamou.

Os deputados Paulo Roriz e Raimundo Ribeiro solicitaram à relatora Erika Kokay que disponibilizasse a eles também a cópia do depoimento dado por Durval Barbosa no processo contra Eurides Brito.

 A deputada concordou em lhes fornecer o depoimento integral, mas sob a condição de manterem "o caráter reservado", conforme recomendação do Ministério Público.

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