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Denúncias à CPI revelam também sonegação por parte de cemitérios e funerárias

Publicado em 21/05/2008 13h29
Para o deputado Rogério Ulysses (PSB), presidente da CPI dos Cemitérios, os depoimentos de famílias vítimas da "máfia do DPVAT", na manhã de hoje, foi a atividade mais importante da Comissão até agora. Isso porque "vai desvendar o modus operandi desses estelionatários", ou seja, o esquema de apropriação do seguro obrigatório para famílias de vítimas de acidentes de trânsito. Segundo o coordenador técnico da CPI, Cristiomário Medeiros, a colheita dos depoimentos vai servir também para abrir uma outra linha de investigação, sobre sonegação fiscal por parte da empresa administradora dos cemitérios, a Campo da Esperança, e das funerárias.

Os técnicos da CPI pediram às famílias, além de cópia da procuração para que terceiros recebessem o DPVAT, no valor de R$ 13.

500, a certidão de óbito e notas fiscais dos serviços prestados por cemitérios e funerárias. A maioria disse não ter recebido as notas. A Campo da Esperança é obrigada, pelo contrato com o GDF, a repassar para o governo 5% do que recebe.

Superfaturamento - As denúncias foram colhidas das 9h30min às 12 horas de hoje, no auditório da Câmara. Ao todo, foram 16 famílias ouvidas, muitas representadas por duas ou três pessoas. "O Distrito Federal é apenas a ponta do iceberg; esse esquema é nacional", enfatizou Ulysses, acrescentando que o apanhado dos depoimentos será encaminhado ao Ministério Público.

Cristiomário informou, ao final dos depoimentos, que todas as famílias ouvidas têm baixa renda, algumas pessoas são analfabetas. O esquema se aproveitaria da falta de informações dessas pessoas também cobrando um valor superfaturado pelos serviços prestados pelas funerárias, como o grupo técnico da CPI pôde inferir das denúncias ouvidas. "Teve até um familiar de uma pessoa que morreu por outro motivo, e foi simulado acidente de trânsito pelo advogado que procurou a família, a fim de receber o DPVAT", acrescentou o coordenador técnico da Comissão.

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