CLDF inaugura exposições para celebrar o diálogo entre o Brasil e a África
CLDF inaugura exposições para celebrar o diálogo entre o Brasil e a África
Foto: Fabrício Veloso/ Agência CLDF

Entre outras autoridades, o lançamento contou com a presença de representantes do corpo diplomático dos países participantes da mostra
Desde 1972, em 25 de maio, é comemorado o Dia Mundial da África. Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data lembra a criação da Organização da Unidade Africana – substituída pela União Africana – primeira instituição a reunir nações do continente após a independência de vários países.
Para celebrar este evento histórico, a Câmara Legislativa inaugurou, nesta segunda-feira (26), duas exposições: uma mostra de objetos de arte provenientes de países africanos e um conjunto de peças da artista Severina Gonçalves, que reproduz animais dos dois territórios a partir de materiais de descarte.
A exposição de arte africana é uma das atividades da Semana da África, marcada por ações políticas, sociais, culturais e esportivas, com o propósito de celebrar o patrimônio comum e fomentar o diálogo intercultural entre africanos e brasileiros.

A ideia da mostra é valorizar a diversidade cultural e a unidade profunda dos povos africanos, destacando ao mesmo tempo os laços históricos, culturais e humanos que unem a África ao Brasil, país de forte identidade afrodescendente.
Mundialmente, o tema escolhido pela União Africana para o ano de 2025 é “Justiça para os africanos e para as pessoas de ascendência africana por meio de reparações”, em linha com os esforços coletivos em prol do reconhecimento histórico, da justiça reparadora e do desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Arte e reciclagem
Os animais de Severina Gonçalves – na mostra intitulada "Brasil África" – são confeccionados a partir de cabos, embalagens e fibras rejeitados, resíduos tratados como lixo, que se tornam irreconhecíveis após o tratamento dado pela artista. É uma homenagem à natureza, apesar de, paradoxalmente, ser produzida exatamente daquilo que fere e degrada o meio ambiente.

Nascida em Riacho de Santana (RN), em 1939, ela chegou a Brasília em 1985. Desde então, passou a viver em Planaltina, onde comercializava seus objetos nas ruas e em feiras. A partir de 2017, Severina Gonçalves passou a expor em galerias e museus.
“Ela encontra utilidade nos materiais descartados, dá vida aos resíduos e celebra sua maior inspiração, a natureza, através de seu olhar sensível, talento transformador e mãos habilidosas”, comenta Ana Mago, filha da artista, coautora do livro Severina dos Bichos - Arte em feitio de Alerta, lançado em 2023.
Agência CLDF