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CAS ouve maestro Joaquim França

Publicado em 08/06/2010 13h46
Convocado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o maestro Joaquim França participou de audiência pública na manhã desta terça-feira (8), para tratar da aplicação de recursos destinados por emendas parlamentares a uma associação de apoio à Orquestra Sinfônica de Brasília. Além de França, o maestro Ira Levin também foi convocado, mas ainda não agendou seu depoimento.

As convocações foram propostas pela presidente da CAS, deputada Erika Kokay (PT), e Jaqueline Roriz (PMN). O motivo é a denúncia de que a Associação de Amigos Pró-Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro estaria recebendo recursos sob a influência política da distrital afastada Eurides Brito (PMDB), de quem o maestro Ira Levin é genro.
 O salário de R$ 40 mil do genro da deputada seria pago com recursos das emendas.

Joaquim França, que foi maestro-assistente de Silvio Barbato entre 2004 e 2006, disse desconhecer o repasse de recursos para a Orquestra Sinfônica por meio de emendas parlamentares naquele tempo. Segundo ele, a Associação de Amigos Pró-Orquestra foi criada após 2007, sem qualquer participação dos músicos."Antes realizávamos mais com menos recursos públicos", disparou o maestro França comparando a programação de eventos da gestão Silvio Barbato com a atual. "Aí está o problema: emendas são bem-vindas, mas os recursos têm que ser bem empregados", destacou a deputada Jaqueline Roriz.

:Estão previstos repasses de R$ 3,5 milhões para a Associação em 2010. A deputada Erika Kokay estranhou o montante ao comparar com a previsão orçamentária para a manutenção da própria Orquestra ao longo do ano:  pouco mais de R$ 335 mil. Ela informou que a Comissão vai solicitar à Procuradoria parecer sobre os convênios entre a Associação e a Orquestra.

:Indicação política - Conforme explicou França, o cargo de maestro da Sinfônica é ocupado por indicação política, sem qualquer consulta aos músicos da Orquestra, os quais são concursados. Ele relata ter recebido um telefonema em 2007, de um suposto assessor da Secretaria de Cultura, deixando clara a pressão por parte da deputada afastada Eurides Brito pela nomeação de Levin."Estamos na contramão da gestão participativa. Ninguém melhor que os próprios músicos para escolher o regente", disse Kokay. A petista pretende apresentar projeto de lei prevendo a participação da Orquestra na escolha do maestro, por meio de lista tríplice.

Mais denúncias - Durante a audiência pública, o maestro Joaquim França questionou também contratos envolvendo a Escola de Música de Brasília, entre eles um que previa a produção de dois CDs a serem distribuídos para estudantes de escolas públicas do Distrito Federal.

Segundo o maestro, o projeto custou R$ 300 mil - recursos conseguidos por meio de emenda proposta por Eurides Brito. Ele disse ainda que um dos CDs foi gravado integralmente por Ira Levin.

A presidente da CAS, Erika Kokay, se comprometeu a requerer informações sobre as atividades da Escola de Música.

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