Câmara discute soluções para feiras do Distrito Federal
Câmara discute soluções para feiras do Distrito Federal

Chico Vigilante observou que os feirantes queixam-se por não saberem a quem se reportar quando precisam solucionar seus problemas ou encaminhar demandas. "Existem feiras vinculadas à Secretaria de Agricultura, outras a Administrações Regionais e, ainda, outras à Coordenadoria de Cidades da Secretaria de Governo", observa o distrital.
O presidente do sindicato dos feirantes do Distrito Federal, Valtenir Elias, informou que o DF conta com 64 feiras e aproximadamente 30 mil feirantes. O sindicalista cobrou a realização de um cadastro único, por parte do GDF, e a elaboração de uma legislação específica. "Queremos atuar de forma lícita e transparente. Precisamos criar uma comissão para estudar um projeto de lei na Câmara", destacou.
Já o presidente da Feira dos Importados, Absalão Ferreira, disse que os governos anteriores pouco fizeram pelas feiras do DF e que é dever do Estado garantir condições de trabalho. "Além de infraestrutura, cobramos a fiscalização para evitar os ambulantes, que concorrem de maneira desleal e chegam a formar uma outra feira ao lado da nossa".
Representando o GDF, o coordenador adjunto das Cidades, Luiz Franklin de Moura, observou que o governo está realizando o cadastro unificado e que o órgão assumiu diversas pendências da gestão passada, como uma sala com 18 mil processos amontoados e não-cadastrados. "Esse governo vai ouvir os feirantes para elaboramos uma lei que beneficie as feiras, respeitando as especificidades de cada uma. Estamos combatendo as irregularidades encontradas, como a formação de cartéis para a compra de boxes", disse o adjunto, que se comprometeu a revitalizar as feiras do DF.
O deputado Washington Mesquista (PSDB) ressaltou seu passado ligado às feiras – seu pai foi feirante – e se colocou à disposição para auxiliar na causa dos trabalhadores. "Vou destinar uma emenda de R$ 1 milhão para a Feira de Santa Maria. Queremos que ela passe de 83 para 200 boxes".
Críticas - O presidente da Associação dos Artesãos da Feira da Torre, Nicanor de Faria, criticou o processo de transferência dos feirantes para os novos boxes, que não incluiu os artesãos. A transferência foi realizada pela Coordenadoria das Cidades. "Era preciso ter sido feita a regularização lá em cima para depois se falar em transferência, que foi feita a toque de caixa. Muita gente que comprou espaço na feira - o que é ilegal – foi sorteado no novo espaço". Nicanor alertou para o fato de que alguns artesãos foram sorteados para boxes que não existem, ou então para o mesmo box. "A nova divisão também não respeitou as diferentes necessidades espaciais dos artesãos", afirmou.