Câmara debate a transferência da Feira da Torre de TV
Câmara debate a transferência da Feira da Torre de TV

O assunto vem crescendo e se tornou polêmico na esfera do setor econômico do DF e tem sido objeto de várias discussões.
Grande parte dos quase 600 artesãos da Feira da Torre compareceu na audiência para expor, mais uma vez, suas inúmeras insatisfações quanto à atual situação do local e também ouvir respostas das autoridades sobre o caso."Há diversas irregularidades nas novas instalações da feira e não sabemos quais critérios serão adotados para que os artesãos ocupem os boxes disponíveis lá. Estamos aqui para denunciar e propor soluções ao poder público. Não vamos descer até que respeitem nossa categoria, apesar de nunca termos sido contrários à conversa sobre a possibilidade da mudança do local da Feira", esclareceu o vice-presidente da Associação dos Artesãos da Torre de TV, Alex Moraes.
O presidente da Associação, Nicanor de Faria, mostrou parecer da procuradora-geral do Ministério Público de Contas do DF, Márcia Farias, que pedia a imediata paralisação da obra e do processo de transferência sob o risco de consolidar graves irregularidades que porventura pudessem estar ocorrendo ali.
"Não fomos consultados - nem o arquiteto Narton Melo, responsável técnico pelo projeto original da obra -, sobre as alterações do projeto original e da obra da nova Feira da Torre. A atual feira está sem condições estruturais para nos receber. Pedimos uma investigação justa", afirmou.
Maurício Canovas, presidente da Novacap, assegurou à Associação dos Artesãos o acesso aos documentos do processo de construção, aprovação e execução do projeto da nova feira para sanar quaisquer dúvidas. "A intenção do governador Agnelo é que tudo seja feito com transparência. Dois elevadores e escadas rolantes que ligarão a Torre à feira, além da escadaria de 40 metros, já foram licitados. Estamos aguardando a liberação para a obra começar. Quanto ao acréscimo no valor da obra, que inicialmente seria de R$15 milhões, se deve aos aditivos contratuais e ao aumento da área construída, um total de 8 mil metros quadrados a mais", esclareceu.
Os feirantes reclamaram ainda que o local atual da feira enfrenta graves problemas e está abandonada há meses: infraestrutura precária, falta de manutenção e de fiscalização sobre os camelôs, ambulantes, comerciantes não artesãos e até traficantes foram alguns pontos citados pelo grupo.
Como presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Legislativa, Aylton Gomes se comprometeu em intervir na situação da feira e pedir ao GDF a intensificação da segurança no local, garantindo a integridade e o trabalho dos artesãos. "Enquanto não for definida a transferência para o novo local, representarei vocês nessa causa", avaliou o parlamentar.
Ao final das explanações, Gomes pediu à Associação que formasse uma comissão para encaminhar ao governador as demandas apontadas que, segundo o parlamentar, são graves.
Ele sugeriu adiar a inauguração da nova feira, marcada para abril, para que as irregularidades sejam apuradas. "Não dá mais para assistir de camarote a condição que vocês estão vivendo. A Feira da Torre de TV é orgulho para o brasiliense e faz parte do roteiro cultural da nossa cidade. Essa audiência é para que vocês tenham voz e para que o artesanato brasiliense não seja perdido ou desvalorizado", concluiu Aylton.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e o professor da UnB, arquiteto e urbanista, Frederico Flósculo, também participaram da audiência pública.
(Com informações de Ludmilla Techuk, assessora de imprensa do deputado Aylton Gomes)