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Audiência pública debateu violência em Santo Antônio do Descoberto

Publicado em 06/11/2007 17h03
Depois das cidades de Águas Lindas, Valparaíso e Cidade Ocidental, na última quinta-feira (01/11) foi a vez de Santo Antônio do Descoberto (GO) debater as causas da violência pública no Entorno do Distrito Federal. As audiências públicas foram propostas pela Bancada do PT na Câmara Legislativa em parceria com os parlamentares do partido em Goiás.

O debate foi presidido pelo deputado distrital Cabo Patrício, presidente da Comissão de Segurança da Câmara Legislativa. Patrício afirmou que "soluções paliativas não levam à solução do problema, entretanto as audiências objetivam amenizar as dificuldades enfrentadas no Entorno".

O presidente da Câmara Municipal de Santo Antônio do Descoberto, Geraldo Lacerda Gonçalves, reclamou da falta de planejamento. "Como é que nos mandam trinta viaturas e nenhum policial para dirigir? Por acaso esses carros são movidos a controle remoto? Isso é brincar de fazer segurança pública", questionou o vereador. A deputada EriKa Kokay (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, também participou. EriKa afirmou que quem tem recursos não precisa de políticas públicas. Para ela "é preciso romper com a loteria genética, eliminando o ranço das desigualdades sociais". O capitão Gutemberg, representante da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, fez uma recapitulação das ações voltadas para a segurança do entrono desde 1989 até 2007, com a vinda da Força Nacional e a criação de um Grupo de Gerenciamento Integrado do Entorno, com membros das Secretarias de Segurança do Distrito Federal e do Goiás, além do Ministério da Justiça, Polícia Rodoviária Federal, Detran e Polícia Federal. O promotor de Justiça de Santo Antônio do Descoberto, Daniel Fonseca, foi incisivo ao afirmar que o "Entorno é esquecido pela inércia do governo do Goiás e desprezado pelo Distrito Federal". Para ele, não fosse o perigo da criminalidade que migra do Entorno para o DF, o problema não estaria em discussão: "Se fosse mais fácil erguer um muro, isso já estaria sendo feito", afirmou. Para o deputado estadual e líder do PT na Assembléia Legislativa de Goiás, deputado Mauro Rubem, presidente da Comissão de Direitos Humanos, "segurança pública tem que ser oferecida permanentemente, 24 horas por dia, todos os dias da semana, e não apenas de forma eventual". Ele defendeu que é preciso a atuação do Estado para reduzir as desigualdades sociais: "Não é possível que DF tenha um desenvolvimento econômico que o Entorno não acompanhe". Dados - A professora Maria Railda da Conceição Oliveira, presidente da ONG Estrela Dalva, apresentou dados significativos da cidade de Santo Antônio do Descoberto. A cidade apresenta índices preocupantes de renda e nível de educação. Cerca de 55% da população sobrevive com até um salário mínimo, enquanto que acima de seis salários, estão menos de 3% das pessoas. A população sem nenhuma escolaridade gira em torno de 11%; até o primeiro grau perfaz a maioria, com 60% e até o 2º grau completo são 23% da população. O mais alarmante é, que para uma população 78 mil habitantes, Santo Antônio do Descoberto conta com um efetivo de apenas 10 policiais civis, sendo que o único delegado divide-se no atendimento à cidade de Alexânia, pela manhã, e Santo Antônio do Descoberto à tarde.

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