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Ação do MPFDT contra Iges-DF e vacinação marcam debates em plenário

Publicado em 09/06/2021 18h49

Foto: Renato Araújo / Agência Brasília

Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) ajuizaram ação de improbidade administrativa contra três ex-gestores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges–DF)

Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) ajuizaram ação de improbidade administrativa contra três ex-gestores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges–DF)

A sessão virtual da Câmara Legislativa, nesta quarta-feira (9), foi marcada, mais uma vez, por discussões envolvendo a saúde pública no Distrito Federal. Destaque para a ação do Ministério Público do DF contra três ex-gestores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) e para a ritmo de vacinação no DF. Distritais também destacaram a inauguração das obras do Hospital Oncológico do DF.

A ação do MPDFT por improbidade administrativa foi o foco da fala do deputado Leandro Grass (Rede), autor do pedido de instalação de uma CPI para investigar as denúncias contra o Instituto. Para o distrital, a peça do Ministério Público é “robusta” e cita alterações documentais feitas pelo Iges-DF, contratação de pessoal sem critério, gastos injustificados, não pagamento a fornecedores de insumos, ausência de controle contábil e omissões quanto a obrigações legais e contratuais. 

“O Iges virou cabide de emprego e, segundo o MPDFT, implementaram de forma voluntária despesas crescentes, em flagrante prejuízo à aquisição de insumos”, disse Grass. O deputado destacou, ainda, que o órgão de controle sugere “atuação dolosa” dos gestores. Para concluir, o parlamentar questionou: “O que faremos em relação ao Iges? Quantos perderam suas vidas por corrupção no Iges?”.

O deputado Professor Reginaldo Veras (PDT) lamentou que a CLDF não tenha instalado a CPI do Iges-DF e disse que a ampliação do Instituto, no começo do governo Ibaneis Rocha, “ampliou a função de algo que já não funcionava”. “O Iges vai colapsar e vai deixar uma dívida de mais de R$ 2 bilhões; essa massa falida vai voltar para a Secretaria de Saúde e colapsar toda a rede. É a constatação da obviedade, a crônica de uma morte anunciada”, completou.

Outros parlamentares seguiram na mesma linha. Fábio Félix (PSOL) considerou uma “vergonha” para o DF ter três ex-gestores do Instituto processados, sendo que um deles virou secretário de Saúde e acabou preso. Em sua opinião, O MPDFT está fazendo o que lhe cabe, “mas a CLDF está se omitindo”. Já a deputada Júlia Lucy (Novo) disse estar recebendo denúncias de servidores do próprio Iges-DF e lamentou que “vidas estejam sendo perdidas, e muito dinheiro esteja indo para o ralo”.

Por sua vez, o deputado Roosevelt Vilela (PSB) contou estar fazendo mestrado em Administração Pública e ter como objeto de estudo o Iges-DF. Ele afirmou ser possível verificar “uma manobra deliberada para impedir a fiscalização”, sem que isso resulte no corte de repasse de recursos pelo governo. 

O líder do governo na Casa, deputado Hermeto (MDB), ponderou que o MPDFT está investigando: "Os responsáveis irão responder por seus atos".

Vacinação contra Covid

Tema recorrente nas sessões da CLDF, a vacinação contra a Covid-19 no DF voltou a ser assunto de pronunciamentos nesta quarta-feira. A deputada Arlete Sampaio (PT) comentou o anúncio da Janssen de que pretende enviar três milhões de doses da vacina, com prazo de validade curto, para as capitais brasileiras. A distrital defendeu que os imunizantes – de dose única – sejam aplicados nos trabalhadores da educação: professores, pedagogos, merendeiros, porteiros, entre outros. “Se eles forem vacinados em julho, as aulas presenciais poderão ser retomadas em agosto”, ressaltou.

Já o deputado Fábio Felix apresentou números do vacinômetro do DF que mostram que 171 mil vacinas destinadas à primeira dose ainda não foram aplicadas. “Com isso, daria para vacinar as pessoas a partir dos 54, 53 anos”, avaliou. Presidente da Comissão da Vacina da CLDF, Felix alerta que, com a chegada de mais doses nesta semana e o ritmo lento da vacinação, o DF poderá alcançar 200 mil doses armazenadas. “Vamos virar um grande depósito de vacinas, sem aplicar”, critica.

Outros distritais também trataram da imunização no DF. Vários deles voltaram a repetir que as pessoas devem parar de escolher a vacina que gostariam de ter aplicada. “Qualquer uma delas imuniza. Se queremos expulsar a pandemia, é só com a vacina. E nenhuma delas tem restrição nos países das Nações Unidas”, reforçou Delmasso (Republicanos).

Denise Caputo - Agência CLDF