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Lucena comparece à CPI da Codeplan, mas fica calado

Publicado em 06/04/2010 12h29
O dono da Linknet, Gilberto Batista Lucena, compareceu nesta terça-feira (6) à CPI da Codeplan, mas exerceu o direito de ficar calado, assegurado por habeas corpus (hc) concedido pelo desembargador Otávio Augusto, do TJDF. Acompanhado de seu advogado, Marcelo Luís Ávila de Bessa, Lucena resistiu aos apelos feitos pelos deputados Reguffe (PDT), que presidiu a sessão, Paulo Tadeu (PT), relator, e Chico Leite (PT) para que aproveitasse a oportunidade para se defender perante a sociedade de Brasília.

Reguffe afirmou que, embora respeite o direito do empresário de manter-se em silêncio, assegurado pelo hc, discorda da concessão do instrumento por entender que o direito coletivo se superpõe ao individual, vez que a população de Brasília quer saber os detalhes do megaescândalo que vem assolando Brasília nos últimos meses.

O relator da CPI, deputado Paulo Tadeu (PT), justificou as ausências de Eliana Pedrosa (DEM) e Batista das Cooperativas (PRP), e disse que a Linknet, de propriedade do depoente, aparece como uma das operadoras do esquema de corrupção desde as primeiras denúncias de Durval Barbosa.
 Tadeu observou que seria importante que as dúvidas a respeito do conluio entre o GDF e o setor produtivo fossem esclarecidas e que, ainda ontem (5), o nome da empresa voltou a ser mencionado nas investigações conduzidas pela Controladoria Geral da União (CGU).
 O deputado também mencionou os 200 computadores, dos 400 contratados, repassados à Câmara Legislativa pela Codeplan, fornecidos pela Linknet a preços superfaturados. Um notebook, por exemplo, segundo disse, foi locado por R$ 24 mil, em contraposição ao valor de mercado que não passa de R$ 2 mil.

Na saída, Lucena desabafou, afirmando que "está sendo usado como boi de piranha", por ter sido o único intimado até agora a depor na comissão.
 Seu advogado, Marcelo Bessa, acrescentou que o empresário só vai falar quando tiver acesso às investigações conduzidas pela Polícia Federal e aos documentos em poder do Ministério Público Federal.

O deputado Chico Leite (PT), embora não seja membro da CPI, também afirmou que a oitiva seria uma boa oportunidade para acabar com o que ele chamou de "cultura patrimonialista", uma espécie de redenção para os empresários ao esclarecer quem os levou a participar do esquema, mediante políticas de chantagem.
 

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