Empresas de ônibus criticam governo em CPI por alto custo do transporte no DF
Empresas de ônibus criticam governo em CPI por alto custo do transporte no DF

A Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Público interrogou nesta terça-feira (1°) representantes das empresas que operam as linhas ônibus do Distrito Federal. O principal depoimento foi de Barbosa Neto, presidente da associação que congrega as cinco operadoras do transporte público do DF. Barbosa disse desconhecer influência do advogado Sacha Heck, suspeito de ter direcionado a licitação, e culpou o governo pelo alto custo do transporte no DF.
No início do depoimento, o presidente da CPI, deputado Bispo Renato (PR), perguntou se houve alterações nas condições dos contratos, firmados entre governo e empresas, que justificassem o atual desequilíbrio nas contas e a constante necessidade remanejamentos orçamentários para o pagamento de subsídios às empresas. "O governo diz que não tem as planilhas, a única pessoa que teria é próprio Sacha Heck", afirmou o deputado.
Em resposta, Barbosa comprometeu-se a enviar informações detalhadas à CPI e criticou o governo. "O Orçamento de 2015 previu apenas R$ 6 milhões para o transporte, e possivelmente o GDF vai precisar de mais R$ 400 milhões". Com relação aos valores gastos para subsidiar o sistema, o depoente colocou a culpa nas gratuidades oferecidas a estudantes, pessoas com necessidades especiais e idosos. "Na média nacional, essa gratuidade é de 18%. No DF chega a 35%, por isso precisamos de uma melhor gestão desse benefício. Estamos também há dez anos sem reajuste de tarifas, alguém tem que pagar por tudo isso", afirmou o representante das empresas.
Bispo Renato e Raimundo Ribeiro (PSDB) questionaram a implantação do novo sistema de bacias. Segundo eles a alteração ficou só no "papel' e a população não está sentindo os benefícios. "As bacias não foram completamente implantadas, o sistema é o mesmo e nem todas as empresas operadoras mudaram. Não conseguimos vislumbrar o benefício para a população. Fora isso vemos ainda privilégios à empresa Pioneira", comentou Bispo Renato
Barbosa enfatizou que o modelo atual oferecer melhores serviços à população. "Brasília conta com a frota mais moderna do país, menor emissão de poluentes. Antes eram 30 a 40 ônibus quebrados por dia. Esse sistema investiu R$ 1 bilhão, mas o governo ainda tem que fazer sua parte", cobrou.
Entre os entraves à completa implantação do novo sistema, o representante das empresas citou o "terminal de terra batida e com banheiros químicos da Asa Norte" e a não implantação de corredores exclusivos de ônibus, como o que deveria existir na EPTG. "É preciso racionalizar o sistema. Na cidade de São Paulo, são cerca de 600 linhas. No DF, 1140", observou Barbosa.
Desequilibrio finaceiro - Lucas Lopes, representante da Expresso São José, reclamou da queda da arrecadação, por ter perdido o direito de transitar por linhas que faziam parte do itinerário da empresa. "O GDF tem uma dívida de R$ 21 milhões com a Expresso São José, dívida essa, acumulada entre 2014 e 2015. Se não houver uma mudança de comportamento do poder público, o desequilíbrio econômico-finaceiro da São José se agravará", afirmou o empresário.
Atualizada às 10h20 desta quarta-feira (2)
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